Saint Seiya - Lilium Desire escrita por Casty Maat


Capítulo 7
6 - Tramas a se enlaçar




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6 - Tramas a se enlaçar

Santuário.

Atena estava sentada no trono, olhando a sala vazia quando ouviu vozes se alterando. Eram o Grande Mestre, Messura e seu antigo pupilo, Vaskevicius.

Desde que ambos a acompanharam até o misterioso "Rosh" (que Atena chamava de Theodore) os dois viviam as turras.

–Você deixou escapar de propósito duas peças fundamentais?

–Eu não tinha condições de entrar numa luta e não achei justo fazer perseguir todas as almas.

As brigas basicamente não saiam disso. Messura culpando Vaskevicius e o último rebatendo. Atena se levantou e andou até a saleta de estudo e ficou apoiada na porta, de braços cruzados.

–Por favor, os senhores são adultos e estão discutindo feito duas crianças?

–Atena... Ele descumpriu minhas ordens. E como que o Rosh tem aquele poder? Eu... - dizia Messura, que se calou com um gesto da deusa.

–Rosh foi a última encarnação selada que Theodore teve. Ele nunca foi um humano comum como todos vocês acharam. E Vaskevicius fez bem. - Atena puxou uma das cadeiras e se sentou, pensativa. - Estou cansada de ver ele sofrer, pretendo ajudar ele a dar um basta nisso.

–Mas afinal, quem é ele? Por que ele age daquela forma, senhorita? - indagou Vaskevicius.

–Ele foi o cavaleiro de prata de Lírio, isso nos tempos mitológicos. Assim como Belona, ele atingiu o nono sentido e se tornou um deus. Naquele tempo, Carina se chamava Pyro e Vela se chamava Mia, os dois eram irmãos. Mia tinha o mesmo temperamento dificil da irmã de armas de seu tempo, Casty e Pyro era um menino-prodígio. Eu não sei sob quais circunstancias Mia e Theodore se conheceram, mas eles se apaixonaram.

Atena narrava a história, com os olhos vasculhando o passado que corria a sua frente como um filme.

–Na batalha final da primeira Guerra Santa contra Hades, Tânatos matou a Mia na frente de Theodore e ele surtou. Passou a lutar contra o deus da morte, elevando mais e mais seu cosmo, até ele explodir e se tornar divino. Ele jamais superou a morte de Mia, desejando loucamente em mudar o destino dela, dos mais variados métodos e estratagemas. Ao que parece, agora, ele quer impedir o contato dela e de Pyro... Ou Chaffin, como vocês o conheceram, quer impedir a todo custo de conhecer o nosso mundo. Nos últimos tempos ele usou a estratégia de ser um mero humano. Foi assim que vocês o conheceram por Rosh.

Os dois lemurianos ficaram surpresos. Messura tampou a boca, se recordando do evento que antecedeu a chegada do italiano ao Santuário, tantas décadas atrás.

–Naquele tempo achavamos que era o poder da Deva que eles enfrentaram... Mas o cosmo do Rosh que usou um golpe que a senhorita Elys disse...

–Exato, o poder da deva liberou temporariamente o selo que Theodore impos a si próprio. - Atena mordeu a ponta do dedão direito e soltou o ar numa bufada. - O ponto é que que aqueles dois tem um destino traçado de vestir as armaduras. E no momento que vestirem, vão ativar um destino cruel e trágico. Estou cansada de ver tudo isso em um loop infinito e trazendo tristeza e sofrimento a Theodore.

Atena se levantou e foi andando, ao que os lemurianos a seguiram. Numa ante-sala, eles viram duas Caixas de Pandora, eram as armaduras de Vela e Carina.

–Duas armaduras aprisionadas a um destino. Partes do navio Argo junto de Popa e Bússola... - disse Atena, tocando as duas caixas. - Por favor, esta geração não devem lutar.

Atena elevou o cosmo, reagindo com as das duas armaduras. Logo a palavra "Atena" em grego passou a "tatuar" luminosamente o metal dos conteiners. A deusa abaixou o cosmo e finalmente se virou para os dois lemurianos.

–Essas armaduras estão seladas. Até o destino das estrelas mudar e libertar aqueles três.

–Mas Atena! Precisamos de guerreiros!

–Está tudo bem. - a deusa sorriu - Vai dar tudo certo.

====xxxx====

Ian passou o dia fuçando a biblioteca municipal, em busca de lendas sobre pessoas que usassem armaduras e tivessem grandes velocidades e soltassem luzes nas mãos. Já havia perdido a manhã inteira e parte da tarde até ter alguma indicação num velho livro de cerca de 500 anos, digitalizado.

Para seu desespero, estava numa língua que ele não entendia, senão poucas letras que se assemelhavam a sua linguagem materna.

Ficou encarando aquela tela, tentando imaginar que língua exatamente fosse aquilo.

–O senhor precisa de algo? - perguntou uma moça, parecia aquelas típicas nerds de óculos atrapalhados que se ve em filmes.

–Ah, sim. Você sabe que língua é essa?

A mocinha ajeitou os óculos e ficou olhando para a tela.

–Parece grego arcaico... - ela foi verificar no rodapé do programa leitor do livro para saber a data de quando aquilo foi digitalizado. - Mas estranho, é um documento do tempo que já se usava o grego que existe hoje.

A bibliotecária minimizou a tela do livro e passou a digitar comandos. Ela própria ficou curiosa no que era o documento.

–Ele foi achado há 100 anos, veio da Grécia, segundos estudos de carbono e alguém acabou trazendo para esta cidade. Pena que o especialista em línguas como o grego está de folga hoje.

–Espere! Existe alguém que saiba grego? - Ian sorriu. - Quando ele estará aqui? Me interessa muito saber sobre o que fala esses documentos.

–Sim, existe. O senhor Dimitri vem amanhã, acho que pelo fim da tarde. Ele é atualmente o diretor daqui.

Ian se levantou e pegou a mochila e o case do violino. Estava eufórico.

–Bom, será que poderei pedir ajuda dele?

–B-bom... Acho que sim...

–Ótimo! - Ian saiu feliz, esquecendo até de dizer um "até logo" para a bibliotecária.

=====xxxx=====

O sorriso do rapaz se desfez ao ver Theodore cozinhando. A cozinha e a sala de entrada, assim como a copa, era um ambiente separado apenas por móveis. No caso da cozinha, a bancada onde ficava o fogão e a mesa para o preparado dos alimentos.

O mais velho sorriu e saudou a chegada do caçula do lugar. Ian ignorou a cara de pau de Theo e foi para o quarto. Novamente fez algumas buscas pela internet. Agora sabendo que possível língua derivava as estranhas armaduras, procurou por lendas gregas.

Foi num site em cachê que ele encontrou uma foto estranha. O site era do século passado, por isso apenas sobrara rastros do cachê. Um blog de uma garota irlandesa, que hoje não devia nem ter pó dos ossos, sobre um passeio que fez a Grécia.

Era uma fota tirada no Parthenon. Ao ver a foto, Ian teve uma estranha sensação nostálgica. E num borrão, uma figura humana que parecia usar algo dourado. Apesar do borrão estar péssimo de se ver, a figura parecia estar socando algo.

Então começou a ler o texto da postagem. Um paragrafo chamou atenção:
"Só notamos o borrão na máquina para revelar. O guia que nos acompanhava acreditava piamente que o borrão era um cavaleiro de Atena. Ele contou as lendas envolvendo eles, mas não achamos que poderia ser possível. Como se um ser humano fosse rasgar terra e céus!"
Rasgar...

Terra...

Ian sentiu um arrepio, se lembrando de Theodore quebrando o chão.

–Ele... é um cavaleiro de Atena? - murmurou o violinista, fechando o notebook ao ouvir as batidas na porta. Anusca o chamava para o jantar.

O rapaz deciciu que iria juntar todas as provas possíveis antes de confrontar Theodore. E Dimitri lhe daria a tradução do texto que poderia agregar as provas.


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