Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 6
Capítulo 6 - Equipamento tridimensional




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Fui me aproximando devagar enquanto atirava nos zumbis que chegavam perto deles. Mas então a quantidade daqueles seres aumentou e alguns até começaram a correr. Eu também comecei a correr. Então uma voz conhecida ecoou em minha cabeça: “Não pode vencer sem lutar”. Eren...

Deixei cair a balestra e coloquei a espada em mãos. Estava pronta para lutar e vencer.

Saí correndo em direção da multidão que estava de costas para mim e comecei a arrancar a cabeça deles. O que era preciso era apenas focar a força em minhas mãos e eu conseguiria.

Os primeiros foram os mais difíceis, mas depois me acostumei. Era como se eu já tivesse feito aquilo várias e várias vezes. Assoviei e eles viraram para mim: quando avançavam, eu tinha a velocidade para chutá-los e em seguida fincar a espada em seus crânios. Quando olhei para o chão, já tinha vários caídos. Eu havia perdido a conta no décimo. Olhei então para as pessoas, as pessoas de verdade que estavam escondidas por entre os carros. Ainda tinha quatro mordedores que avançavam em direção a elas. Avancei o mais rápido que podia e eliminei-os.

Meu pé estava pisando no peito do último que matei e minha espada estava fincada em sua cabeça. Era uma mulher. Olhei bem para ela. Seus olhos amarelados estavam sendo encharcados pelo sangue que escorria de sua testa. Arranquei a espada e comecei a me aproximar de homem. A menininha estava escondida atrás dele, tremendo de medo. Mas não era medo dos mordedores. Era de mim.

Minha regata branca estava manchada quase inteiramente de vermelho. Sangue escorria de minhas mãos e eu podia senti-lo escorrer por uma de minhas bochechas. Tentei limpá-la, mas acho que a situação só piorou. O homem olhava sorrindo para mim, tentando levantar-se e tirar algo que estava preso por uma cinta nele.

Primeiro ele tirou o peitoral, depois se levantou e tirou a cinta. Ele pegou a menina pela mão e jogou-a violentamente para mim.

– Me desculpe, pequenina – Ele disse enquanto caía novamente no chão. Suas pernas estavam fracas, ele estava pálido e o seu corpo inteiro tremia constantemente. – Mas a partir de agora essa moça irá te proteger, não é?

Ele ficou aguardando uma resposta enquanto eu segurava a menina que estava agarrada aos meus quadris.

– Sim... eu a protejo, mas o senhor também pode vir conosco, nós temos...

– Não, não posso. – Ele me interrompeu e deslizou a sua jaqueta até os ombros. Havia muito sangue na altura do pescoço. Ele havia sido mordido. – Leve-a até Seattle. Eles esperarão no porto ao pôr-do-sol.

Lembrei-me do que Steven havia me falado sobre as transmissões de rádio que escutaram. Eu confirmei com a cabeça que a levaria e ele sorriu. Ele então pegou o equipamento que tinha tirado de si e mostrou-o para mim com os braços trêmulos.

– Preste atenção garota. Vou falar apenas uma vez. – Ele colocou-o no seu colo e segurou duas espadas que tinham espécies de alavancas em seus cabos e estavam ligadas a um fio que levavam até duas caixas de metais com cilindros de gás presas a elas. – Este, mostra a direção. – Ele encurvava com o polegar, nas duas mãos, um botão que parava em quatro direções. – Este irá soltar os ganchos... solte-os mirando em paredes e lugares altos. – Ele mostrava dois gatilhos insinuando apertá-los com o dedo mediano e indicador. – E por fim, - ele mostrava a alavanca maior atrás dos gatilhos – esta irá liberar os gases. Quanto mais apertar, mais rápido. Não gaste muito. Tenho pouco agora.

Ele então levantou o equipamento com as mãos frouxas e ficou parado naquela posição, esperando.

– Vamos garota! Pegue logo! Será útil!

Eu peguei-o e o prendi na cintura. Equipamento de Mobilidade Tridimensional (EMT), estava escrito. Era mais leve do que eu esperava. Então o homem começou a respirar mais pesado e mais devagar.

– Hey, mocinha... você vai me matar não é? Eu não quero ser uma daquelas coisas...

Esse homem havia me dado tanta responsabilidade e informação em tão pouco tempo e estava pensando em morrer? Para quê aquele equipamento servia? Era aquilo que o fazia voar? Antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, Max apareceu correndo e chamando por mim. Eu corri para ele sem reação e com os olhos começando a lacrimejar. Tentei falar-lhe alguma coisa, mas minha voz não saiu e antes que eu tentasse novamente ele já estava me abraçando.

– Mikasa, eu já disse para não sair sozinha. É perigoso. – Sua mão forte apertava a minha nuca. – Já disse para não me assustar assim.

Ele então me soltou e como se não tivesse reparado ao redor, olhou-me espantado ao ver a quantidade de zumbis caídos e uma criança olhando para ele um pouco mais para frente.

– O que está acontecendo...? Você matou todos esses?! Você...

– Ele foi mordido.... – foi a única coisa que eu consegui falar.

Levei-o até onde a menina estava e mostrei o homem sentado. Ele já não respirava mais. Se respirava, era muito fraco. Max pegou a espada de minha mão e a cravou na cabeça do homem. Ele morreu sem que eu soubesse o seu nome. A menininha correu para mim e se escondeu de Max atrás de minhas pernas. O rapaz não perguntou sobre ela, apenas começou a andar de volta desviando dos corpos. Ele estava andando calmamente, até ouvir um grito. Steven.

Max correu na frente e eu peguei a menininha no colo e saí correndo logo atrás dele, mas eu estava muito mais devagar. Então escutei um tiro.

Quando cheguei, Max estava ajoelhado do lado de Steven. O velho tinha sido mordido e boa parte de seu ombro já não existia mais. Ao lado dos dois estava o ser que causara aquilo.

– Steve, cara... vamos lá amigão... – Max tremia enquanto arrancava a camisa e tentava estancar o sangue que saía do ferimento de Steven. – Steve, Steve.. aguenta firme! Se formos rápido nós podemos chegar ao porto em um dia... aguente até lá... Steven... Steve!

Lágrimas caíam sobre o rosto de Steven que já estava perdendo a cor da vida. Eu apertava a cabeça da menina em meu colo enquanto ela chorava. Mas eu também chorava.

– Hey, Max... – Steven pegou nas mãos do rapaz que estavam segurando o ferimento. – Você e eu sabemos que não vou conseguir chegar lá... – Steven então olhou para mim e para a menininha em meu colo. – Olha... mais uma para você cuidar. Faça o seu trabalho agora... Foi uma honra te conhecer meu rapaz...

Max levantou-se e apontou a arma para Steven que estava de olhos fechados. Atirou. Depois voltou para o zumbi ao lado e atirou em sua cabeça. Atirou uma, duas vezes. E continuava. Tampei os ouvidos da garotinha e esperei a raiva de Max passar. Mas ela parecia não passar. Seu rosto inundava-se de lágrimas e ele se preparava para recarregar a arma novamente. Ao longe, começava a apontar alguns zumbis virando a esquina. Ele apontava a arma novamente para a cabeça do zumbi e ia começar a atirar outra vez, mas eu abaixei a sua mão.

– Max... já está bom... nós temos que ir...

Ele olhou para mim com a garota no colo e depois para os zumbis que avançavam. Ele olhou novamente para o corpo de Steven e saiu em direção ao carro. Ele abriu a porta do carro e entrou. Entrei com a garota logo em seguida e fiquei no banco de trás.

Pelo espelho retrovisor podíamos ver o corpo imóvel de Steven sendo deixado para trás.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam?
Uma perda que poderia ser útil, né?
Culpa da Mikasa ¬¬ Vai andar sozinha, vai! kkk'

Espero reviews meus leitores lindos :)



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