Attack on Zombie escrita por Nobody


Capítulo 1
Capítulo 1 - Despertar




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O forte raio do sol entrava pelas frestas de madeira presa na janela. Foi ele que me acordou. Ele não deveria ter me acordado.

Eu estava deitada no chão olhando para o teto com os olhos apertados por causa da claridade, minha visão ainda não tinha se acostumado a ela. Eu não conseguia respirar direito. Além do forte cheiro daquele lugar, minha garganta estava seca o suficiente para fazer cada inspiração ser dolorosa. Eu podia sentir algo em minhas mãos. Olhei para elas: a esquerda estava vazia, mas a direita segurava um potinho. Do meu lado havia outros potinhos. E algo escuro. Era aquilo que parecia dar o ar fétido do lugar. Fechei meus olhos mais uma vez e olhei novamente para o teto antes de realmente acordar.

Primeiro sentei-me. Eu estava de frente para uma cozinha. Levantei correndo para ela e me agarrei na torneira em busca de água, era o que eu mais precisava no momento. Depois, quando eu examinei a cozinha velha, foi que pude me perguntar: Onde eu estou?

Apoiei-me na pia para conseguir equilíbrio já que meu corpo estava fraco demais e minha mente confusa. Tentei me lembrar de como eu tinha ido parar ali, mas nenhuma memória apareceu. Olhei para as minhas mãos úmidas percebendo o quão pior era a minha situação: Quem era eu?

Comecei a andar me apoiando nas paredes até chegar onde eu estivera. Vi os potinhos que estavam perto de mim e o líquido escuro. O líquido parecia que tinha escorrido do sofá. Fui até ele e descobri a origem do líquido: um homem de meia idade estava com os braços caídos e um buraco na cabeça por onde escorria o sangue. Afastei-me dele com medo e vi outra pessoa, mas essa estava no chão e era uma mulher, e, assim como o homem, ela fora baleada na cabeça. Antes que eu percebesse, já me via agachada no chão em prantos por pessoas que eu não reconhecia. Talvez meu coração as conhecesse.

Quando consegui estabilizar os meus sentimentos, procurei pela arma que os havia matado. Encontrei-a jogada perto de uma pequena estante que tinha vários potinhos. Peguei um deles: era remédio. Olhei para os que estavam no chão, havia uns três, todos vazios. Peguei a arma, era como se eu soubesse manuseá-la, mas ela estava sem bala. Antes que eu conseguisse fazer qualquer outra coisa, senti meu corpo fraco desejando o chão: eu precisava me alimentar.

Fui até a cozinha e peguei algumas bolachas que encontrei no armário e devorei-as mais rápido do que eu me imaginava capaz. Fiquei encostada contra o armário olhando para a sala e encarando o rastro do sangue até o topo do sofá. Eu realmente não deveria ter acordado.

Quando senti as forças voltarem, fui analisar de novo aquelas pessoas na tentativa de lembrar-me deles. Olhei para os seus rostos, realmente familiares, mas nada me vinha ajudar a recordá-los. A mulher, no chão, tinha as mãos cruzadas eu seu peito, como um defunto antes de ser enterrado. Provavelmente alguém havia colocado elas daquela maneira. Seria eu quem os havia matado?

Encostei-me na parede. Comecei a andar pela casa na busca de resposta. Eu era a única viva lá, e tudo na parte debaixo da casa parecia estar trancado e um tanto seguro de uma forma estranha: as janelas e as portas estavam guardadas por tábuas colocadas do lado de dentro. Gritei, bati nas portas, tentei arrancar as tábuas, mas tudo foi em vão. Andei pelos corredores novamente, desta vez mais atenta: olhando para os quadros. Vi aquelas duas pessoas em todas as fotografias, e em uma delas tinha um rapaz e uma moça. Parecia a mais recente. Olhei para a moça e pela primeira vez um relâmpago de lembranças me veio na memória: vi o meu reflexo nela. Era eu.

O rapaz da fotografia... seria meu irmão? Mas eu parecia tão diferente deles... Seria eu a estranha na foto? Arranquei-a da moldura e vi uma anotação no verso: Os Yeager. Eu era uma Yeager? Continuei olhando para as fotos, até achar uma só minha. Fiz o mesmo com ela e vi outra descrição no verso: Ackerman. Ackerman... meu nome? Peguei todas as fotos e levei-as para a cozinha na esperança de terem mais anotações guardadas, na esperança de terem minhas memórias. Mas só outra, uma apenas dos velhos, tinha outra inscrição, e no momento, ela não me serviu muito: “Não se esqueça de nós. Com amor, papai e mamãe”.

Fui novamente para onde estavam os corpos e formulei a primeira hipótese sobre alguma atitude minha no passado: Eu os matara com a arma e depois tentei me suicidar com uma superdose de remédios. Subi as escadas e vi dois quartos e um banheiro. Entrei no banheiro e tentei novamente alguma resposta em meus olhos, mas não havia nada. Olhei minhas roupas sujas e resolvi trocá-las. Entrei no quarto enfrente ao banheiro.

Aquele deveria ser o meu quarto. Nele havia uma muda de roupa em cima da cama, como se estivessem me esperando. Era uma jaqueta de couro preta, uma regata branca e um jeans escuro. Vesti-o e arrumei meus cabelos escuros cortados de forma irregular. Faltava algo em mim... Continuei andando pelo quarto em busca de alguma coisa que me fizesse recordar, mas também não tinha nada especial. O que eu procurava? Porque eu queria continuar vivendo depois de eu mesma ter tentado me matar? Fui até o quarto ao lado e, de certa forma, encontrei o que eu procurava: um cachecol vermelho-escuro.

Abracei o cachecol e ao fechar os olhos eu vi o rapaz da fotografia, um pouco mais novo, colocando-o em mim. Enquanto a imagem desaparecia, eu pude escutar uma voz: “Você tem que lutar...”

As lágrimas aqueceram o meu rosto naquele momento. Agora eu tinha pelo menos um leve flash de lembrança, uma voz e um nome de alguém que eu amava: Eren.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Espero o comentário de vocês para ver se vale a pena continuar essa aventura :)



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