POV. Ana

Pensa Ana, pensa ! Você está caindo e provavelmente vai morrer se cair direto, é uma queda muito grande...

– Aresto Momentum ! – Gritei de pavor enquanto caia, e fechei os olhos com medo que desse errado.

Quando notei, fiquei alguns segundos no ar parada e cai apenas alguns centímetros. Ufa, tinha dado certo e não morri, isso que importa, agora, continue. Fiquei olhando o lugar onde tinha caído, era grande, algumas tapeçarias... Até que alguns pontos vermelhos ficaram a centímetros de mim.

— Olá, querida. – Disse Aracne.

Engoli o grito, que coisa nojenta ! Só de pensar já me da arrepio, pera... Ela está na minha frente !

— Oi, fofa. – Falei quase sem voz.

Um lado meu queria correr e gritar e ficar chorando em um canto rezando por um milagre. Outro lado que, na minha opinião, estava gostando mais era que eu deveria enrolar ela. Ela estava pronta pra me engolir viva !

— Ãnn... Então, Aracne... Como vai a vida ? – Falei a primeira coisa que pensei.

— Então, amor, depois que sua querida mãe ME TRANSFORMOU NISSO, não anda muito boa, sabe ? – Falou Aracne já se preparando pro ataque.

— Que coisa, hein... Mas achei muito bonitas essas tapeçarias. – Falei.

A feição da aranha imediatamente mudou, parecia surpresa.

— Sério ? – Falou Aracne.

— Claro, querida, olhe essa... – Falei perdendo a voz...

Era... Era ela... Com um menino... Era Leo ! Aquela imagem já tinha visto mas apenas em seus sonhos. Uma lágrima caiu de seus olhos, marejados...

— Ãnn, e essa aqui ? Que linda está menina ! – Falei apontando para outra tapeçaria, enquanto limpava o rosto.

— Ah, sim querida, essa menina eu me lembro... – Falava Aracne...

Eu não estava ouvindo-a, eu estava em transe, olhando para ela, beijando Leo... Onde o menino estava naquele momento ? Será que aquilo realmente aconteceria ?

— E foi assim que fiz. – Aracne terminou de falar.

— Sim, entendo, mas será que poderia fazer uma para mim ? Tem algumas partes que não entendi, acho que só na pratica irei entender, sabe ? – Falei enrolando, nem sabia o que iria fazer depois disso.

— Claro, querida... O que poderia fazer para você ? – Falou Aracne.

— Qualquer coisa, poderia fazer uma... Da estátua ! – Falei.

— Tudo bem. – Concordou a aranha.

— E tive outra ideia, o material para fazer poderia ser o que esta enrolado na própria estátua, não acha ? – Falei já com ideias em mente.

— Pode ser, Ana. – Falou.

Quando ela disse meu nome, estremeci. Mas continuei firme sem demonstrar medo. Eu já tinha um plano... Já tinha se passado um bom tempo, já tinha um bolo no chão cheio de fios misturados e coloquei meu plano em ação...

— Grudate Agarte – Sussurrei, apontando minha varinha para os fios.

{Autora: Inventei esse feitiço porque não sei se existe para essa coisa que eu quero...}

Agora, era só esperar ela começar a tapeçaria. Tudo estava dando certo, ela não havia notado que eu tinha feito o feitiço.

— Então, já está acabando, certo ? – Enrolei.

— Sim, sim, já estou acabando. – Falou Aracne.

Após ela terminar desceu da estátua, e pegou o bolo sem notar que eles haviam se grudado em suas patas e tentou começar. Tentou. Ela olhou para mim com os olhos querendo dizer: "Socorro !" mas apenas sorri e pulei em cima dela, fazendo seu corpo todo colar...

— Tchau, tchau, amiga ! – Falei enfiando a adaga em seu corpo.

Pulei para o chão novamente, ofegante, nunca tinha sido tão impiedosa em toda sua vida. Mas, era eu ou ela...

Muito bem, filha da sabedora, concluiu sua missão mas, não pode sair tão ilesa disso, boa sorte !

Um ruido ecoou no local, como uma gargalhada. De repente fui lançada para o ar, quebrando o chão que estava em cima de mim como se não fosse duro... Para aonde Gaia estava me levando agora ?