Vou contar um segredo, eu não curto muito Minnesota. E por isso meu pai me castigou e me mandou ir para lá. Por quê?

Bem, nós estávamos de boa em casa, ele assistindo TV e eu na piscina tomando sol, na escada da piscina, sabe? Então eu dou um grito tão agudo, porque vi uma aranha gigante e entrei correndo dentro de casa toda molhada, papai então me fuzilou e disse que eu iria para Minnesota.

–Quem já se viu, Camille! Atrapalhou meu jogo por uma aranha de menos de seis centímetros? – gritou comigo – E ainda molhou a casa toda! Saiba que quem limpa essa casa sou eu! Argh menina. Você vai morar com sua avó, faça suas malas, iremos amanhã – terminou de falar e pegou o telefone, com certeza ele ia reservar o vôo para mim. Corri assustada para meu quarto peguei minhas malas e joguei todas, todas mesmo, as minhas roupas em três, a maioria dos meus sapatos em outra, e claro, metade dos meus livros em outra, não esquecendo meu Iphone e meu notebook. Sentei-me na cama e chorei, derramei todas as minhas lágrimas e acabei caindo no sono e só me acordei no dia seguinte, sim eu sou uma dorminhoca.

Tomei um banho me vesti e fui tomar café.

–Bom dia – disse seca para meu pai.

–Dia, coma rápido, seu vôo sai daqui há uma hora, temos que ir para o aeroporto logo – falou sem me olhar.

Sentei-me a sua frente e comi as panquecas que ele havia feito, sabia que iria demorar de comer aquelas panquecas, mas olhando pelo lado bom Eleanor Roberts era uma boa cozinheira. Terminei de comer e me levantei, subi até meu quarto peguei minhas três malas,pensei melhor e vi que não teria necessidade de levar cinco malas, lá na casa de minha vó tinham roupas minhas, mas creio que só a metade ainda caiba. Fomos de carro até o aeroporto e eu fiquei esperando, esperando e esperando. Até que escuto:

–Chamada para o vôo 641 para Minnesota...

Levantei, abracei meu pai e entrei no avião, Minnesota aqui vou eu.

Entrando no avião achei meu acento e percebi que a pessoa que sentaria ao meu lado ainda não havia chegado, sentei e resolvi esperar, vai que era uma garota bem legal. Acabei pegando no sono e acordei graças ao menino que estava sentado ao meu lado.

–Opa, mil desculpas! –disse ele saindo de cima de mim – É que meu celular caiu ai – apontou.

Olhei meio sonolenta para um iphone branco e dourado, peguei e dei para ele.

–Obrigada, e desculpa por atrapalhar seu sono! Prazer James –disse e estendeu a mão para mim.

Olhei para a mão dele um estante e acho que uns segundos depois apertei-a.

–Você não fala? – perguntou.

–Anh –disse com a voz sonolenta – falo sim, é que estou com sono, prazer Camille, vai para Minnesota? – mas que diabos de pergunta Camille é claro que ele vai, ou não estaria em um avião indo para Minnesota.

–Sim, estava passando férias em Los Angeles com meus tios, mas minha mãe mandou voltar, para o frio de Minnesota - disse e fez uma careta.

–Meu pai me mandou ir para lá como um castigo, ficar com minha avó, a melhor cozinheira de Minnesota, isso é bom, porém eu não vou ficar no calor de L.A – falei.

–Então estamos tristes pelo mesmo motivo, sua avó é Eleanor Roberts? – perguntou.

–Sim, por quê?

–Ela é amiga de minha mãe – falou e eu lembrei de uma mulher bem vestida na casa de minha avó, me chamando de fofinha e dizendo coisas para minha avó o nome desta mulher era...

–Brooke, Brooke Diamond? – perguntei.

–Sim mas, como , como sabe?

–Ela é amiga da minha avó! –disse e ri.

–Então espero que sejamos amigos! – disse ele e foi mexer no celular e eu percebi que ele olhava para o celular e para mim.

–Algo errado comigo? Ou perdeu o celular de novo? –perguntei rindo.

–Você ta vermelha, o sol não faz muito bem para você em – disse rindo.

–Ah para vai senhor topete.

Ele riu e continuou a mexer no celular e eu peguei no sono dormindo tão tranquilamente, mas certo inquilino me acorda dizendo que chegamos ao frio de Minnesota. Eu apenas olhei para ele com cara de quem ia matá-lo. Ele riu e levantou pegou sua mala e saiu do avião, fiz o mesmo só que correndo atrás dele e gritando que nem uma doida ele me encarou e continuou andando comigo grudada em seu braço. Sim eu sou maluca, mas eu nem conhecia ninguém ali que mal eu fiz?

Ficamos sentados na lanchonete, comendo obviamente, e esperando nossas buscas. Logo o mordomo dele chegou e nos despedimos. E não demorou muito e eu vi minha avó. Corri para ela e abracei-a.

–Menina, você está grande! E muito vermelha, não usou protetor solar? – perguntou minha avó pegando minhas malas e colocando-as na mala.

–Passei, mas eu sou branquela ‘vó – disse entrando no carro.

Ele riu e entrou, ligando o carro e saindo do estacionamento direto para sua casa. Fiquei o caminho todo babando de sono e morrendo de fome, ta que eu comi na lanchonete, mas não bastou.

Estacionamos o carro em frente a casa dela e eu sai do carro peguei minhas malas e fui em direção a porta e vi um menino pálido, cabelos escuros e olhos também, seu olhar se encontrou com o meu e rapidamente eu desviei o olhar. Quando minha avó chegou para abrir a casa resmungando por eu estar vermelha, percebeu que eu havia olhado para o menino e sussurrou bem em meu ouvido:

–Não quero que ande com ele! Ele rouba meus pães de queijo!

Estranhei. Mas nem me e olhei para ele novamente e entrei em casa, subindo direto para o quarto do segundo corredor á direita. E me joguei na cama, fechei os olhos e respirei fundo e levantei novamente para organizar as coisas. Coloquei meus livros na prateleira, ajeitei meus sapatos em um canto do quarto e coloquei minhas roupas no guarda roupas.

Quando terminei fui dar uma olhadinha na janela e vi ele e mais uns dois amigos e o que conseguir escutar foi:

–... é neta da Eleanor ?!

Ri mentalmente, eles estavam falando de mim, legal. Encarei o menino, sorri de canto e soltei uma risadinha, ele roubava os pães da minha avó, que corajoso! Sorri para ele que estava me olhando e acho que recebi um sorriso de volta e ele tinha covinhas, que fofo. Continuei a olhar Minnesota, era tão lindo, só que muito cheio de neve... Mas ainda assim linda, acho que teria uma nova vida em Minnesota e ela estaria relacionada a ele.