Acordei já eram 11h00minh da manhã, por algum milagre a minha mãe não me chamou para tomar café com ela, meu pai e meu irmão Caleb, como o de costume. Também, depois daquele teste de resistência...

Não! Eu não estou falando do teste com Jeanine, aquele foi facílimo perto do que passei depois que sai de sua sala.

...

Logo depois que sentei na carteira, ela me entregou um folheto com algumas perguntas. Eram coisas pessoais como meu nome, endereço, telefone e o motivo de querer entrar na escola. Depois que a entreguei a folha, ela me fez algumas perguntas de conhecimentos gerais e, então, me pediu para redigir uma redação sobre um tema da atualidade (escolhi a morte de Nelson Mandela). Logo que disse que havia terminado, Jeanine me cumprimentou e disse que estava liberada.

Assim que me retirei da diretoria, aquele rapaz, o Tobias, apareceu:

– Estava te esperando- disse ele com tom galanteador.

– Me esperando?- respondi indecisa.

– Sim, não é sempre que aparece uma garota bonita por aqui em plenas férias.

– E cadê essa menina?- resolvi ser irônica.

– Está bem aqui ao meu lado!- não sabia que essa resposta iria me espantar tanto, mas na mesma hora derrubei meu celular.

– Pode deixar que eu pego! – nós falamos e abaixamos na mesma hora, como nos filmes, nos entreolhamos, mas a minha sanidade resolveu aparecer bem na hora (não que eu esteja reclamando).

Levantei e sai correndo como uma louca. Minha mãe já m esperava com cara de preocupação.

– Filha, você está bem?

Não respondi. Fiquei pensando nele o tempo inteiro, quando cheguei em casa disse que estava cansada e fui até meu quarto. Lá fiquei repassando o acontecido até cair num sono pesado.

...

Levantei tomei banho, vesti um short jeans, uma regata, calcei minhas havaianas e desci para almoçar. Caleb e meu pai já tinham se sentado quando cheguei. Pensei que iria levar uma bronca, mas meu pai apenas perguntou como tinha sido o teste.

– O senhor sabe, normal... Mas acho que me sai bem!

– Eu e Caleb fomos buscar o resultado na Modern Time High hoje mais cedo... – comecei a ficar triste, a expressão que meu pai fez mexeu comigo -... e você passou!

– Isso! Você passou, maninha! – Caleb disse feliz.

– Beatrice, daqui a duas semanas você estará estudando em uma escola regular e isso pode ser tanto bom quanto ruim. – meu pai, ao me dizer isso, fez uma carinha tristonha, o que me deixou um pouco apreensiva.

– Para com isso... Deixa a menina ter uma vida normal! Ela precisa de realidade para crescer sabia?

– Natalie! – disse meu pai em tom repreensivo.

Isso poderia ter gerado uma confusão, mas meus pais nunca foram disso. Eles odeiam brigas, são muito altruístas para perderem seu tempo com eles mesmos. Não gosto do jeito deles de levar a vida.

Fiquei pensando no que meu pai tinha acabado de dizer e quase chorei na frente deles, não queria fazer isso. Não queria que percebessem o quanto odeio toda essa proteção. Queria tanto ter uma vida normal, ter amigos. Adolescentes normais tem com quem conversar quando se sentem confusos como estou agora, pelo menos eu acho, pois é o que vejo nas séries e filmes que assisto.

– Pai e mãe, vou dar uma volta.. – pude ouvir alguma repreensão da parte deles, mas nem dei importância, uma vez na vida eu preciso resolver minha vida sozinha e, então, sai sem rumo pelas ruas do meu condomínio.