Versus Infernum escrita por Amanda Bricio, Leticia Parsons Jackson, Natan Medeiros, Snowflake Angel, MakeItEasy


Capítulo 11
Reencontro mortal


Notas iniciais do capítulo

Olá, senhores leitores. Parece que nossos capítulos vão sempre demorar um pouco mais a chegar. Sei que deve ser chato para vocês, mas pedimos paciência.
Agradecemos aos que continuam conosco e desejamos uma ótima leitura à todos.



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§Já mais para oeste, o grupo de antes ainda estava à procura da próxima alma detentora de um pecado puro.

Dois dias após o inicio da viagem, os quatro resolveram parar em uma pequena cidade para passar o dia e descontrair um pouco do clima pesado que havia se formado. Chegando lá, cada um seguiu por um caminho: Lilith e Laican resolveram ir a um bar, Spark seguiu em direção ao lado oposto da cidade e Brown, um pouco pensativo, foi dar uma volta por perto da entrada e do centro mesmo.

Andando por lá, o lobisomem avistou uma mulher que não lhe parecia estranha. Não demorou muito para que se lembrasse dela, uma pessoa que o tinha ajudado no passado, enquanto fugia daquela bruxa que o aprisionara. Mesmo não o conhecendo, ela cuidou dele naquela hora, mas Brown não teve tempo nem para agradecê-la na época. Finalmente ele a reencontrara, então, sem hesitar, foi em direção à mulher.

Muriel acabara de chegar naquela vila depois de ter discutido com o tal aprendiz de Azrael. Ela respeitava tremendamente o anjo da Morte, mas não entendia como ele tinha o meio-irmão de um Príncipe Infernal como aprendiz. Aquilo quase a irritava, contudo sua natureza angelical era infinitamente paciente. Só que, infelizmente, não fora assim há alguns minutos e agora teria que esperar ali até que aquele nephilim a encontrasse e pudessem seguir em busca da druida.

A anja se sentia incomodada em sua forma humana, suas asas eram um orgulho e escondê-las dos humanos era exasperante, mas pelo menos ainda tinha suas espadas. Estava com os pensamentos absortos nisso quando percebeu que alguém se aproximava, virou-se e estacou. Como um ser milenar e uma anja guerreira, Muriel já vira coisas demais aponto de ser praticamente imune a surpresas, mas naquele momento ela estava perplexa: "É ele! O humano transformado que se parecia com Timóteo. Pelos céus, entre todos os vilarejos do mundo ele tinha que estar aqui?". Muriel respirou fundo e se recompôs. Ele estava vindo em sua direção, só podia se preparar.

Para Brown, a mulher pareceu afobada e preocupada com algo. "Talvez ela não se lembre de mim", pensou, "mas jamais esquecerei o que ela fez por mim". Ele realmente queria agradecê-la naquele momento, então a cumprimentou com cortesia e perguntou se ela lembrava-se dele.

Foi como Muriel esperava, ele realmente viera falar com ela e agora, tão perto e depois de tanto tempo, foi difícil olhar pra ele. A semelhança com Timóteo era assustadora e, sem ter como escapar, pesou as possibilidades:

"Posso dizer que sim e iniciar uma longa conversa ou posso mentir e simplesmente sair daqui...”- ela ponderava, quando a realidade lhe voltou- "Mas a quem quero enganar? Eu sou Muriel, a Capitã dos Anjos de Gelo e protegida do Arcanjo Miguel, não posso iludi-lo.". Então respondeu cautelosamente:

—Sim, eu me lembro de você. Mas estou surpresa de que se lembre de mim, você mal respirava quando o salvei.

— Jamais poderia esquecer-se dos seus lindos olhos e cabelos. Você saiu tão rápido naquele dia que não me deixou nem ao menos agradecê-la. Saiba que jamais esquecerei o que você fez por mim e agradeço imensamente a você por tê-lo feito. — Brown parecia muito emocionado ao falar — Mas por que você está tão afobada... ann? — ele se lembrou que não sabia o nome dela.

—Muriel — ela continuou — Creio que você disse que se chamava Brown?

O jeito como ele a olhava estava despertando algo que há muito tempo havia adormecido.

—Muriel — disse ele um pouco pensativo. — Esse nome não me é estranho, acho que já o ouvi em algum lugar... Pensando bem, acho que foi de Lilith! Ahh, Lilith é uma moça com quem viajo — ele logo explicou, quando notou que deixara seus pensamentos lhe escaparem desajeitadamente e que a moça mudara sua postura — Ela e mais dois: Laican e Spark.

"Lilith." Ao ouvir aquele nome todos os sentidos de Muriel se puseram em alerta, Théa também se assustou e passou a voar por perto. "Pelo visto ninguém é perfeito", ela pensou enquanto afastava rapidamente os pensamentos bobos anteriores e tentava agir com mais cautela. "Laican é o irmão do meu companheiro de viagem, e Spark...", sentiu uma horrível náusea, não conseguia lembrar-se de onde conhecia o nome.

Ela afastou-se do transformado e uma ideia lhe ocorreu rapidamente: poderia ser uma armadilha, o meio-anjo poderia ter se juntado ao irmão e trazido Lilith. Sua cabeça estava a mil e ela deixou suas perguntas saírem, uma atrás da outra:

— Você conhece Lilith? É amigo dela? Onde ela está? Escondida? Esperando pra dar o bote? Eu devia saber que uma criatura das sombras como você não era confiável. — Então suas palavras pingavam desprezo, ela ainda estava transtornada.

Brown ficou surpreso com a reação de Muriel ao ouvir aquele nome. Então respondeu mantendo a calma:

— Conheci Lilith e os outros em um bar, numa pequena vila por onde passava a procura daquela bruxa que você me ajudou a fugir. Estou acompanhando-os porque me prometeram ajudar a encontrá-la, mas eles estão planejando algo maléfico para esse mundo, como é de se esperar de demônios. — disse Brown meio chateado. — Estou com os três apenas para encontrar aquela maldita, mas não pretendo seguir muito adiante ajudando-os nesse plano. Eles estão juntando umas tal de esferas do pecado, para poder libertar os demônios na terra! — ele desabafava enquanto os pensamentos lhe surgiam — Mas sei que, se eu sair, provavelmente irão me matar. Na verdade, eu acho que eles já devem esta à minha procura. — então calou-se e avaliou "Nossa em que enrascada eu fui me meter!"

Aquilo esclarecia bastante coisa. As informações que a anja recebera falavam de um plano que mudaria tudo, mas aquilo superava todas as expectativas. Buscou se concentrar em questões mais imediatas: Brown não sabia que a bruxa estava morta e passara todo esse tempo em busca dela. O lado piedoso de Muriel fez com que ela percebesse que o estado atual dele era mais fruto da amargura e do desejo de vingança, e ela tinha que lhe contar a verdade.

— Eu matei a bruxa. —começou ela em um tom sério, pois não queria deixar seus sentimentos transparecerem — Foi assim que o salvei. Você não precisa ficar com eles. Imagino que tenha feito coisas horríveis, mas um ajudante dos anjos recebe perdão imediato. Junte-se a mim e me ajude a encontrar a druida de que preciso. Ajude-me a detê-los.

Mas algo interrompeu os pensamentos da anja naquele instante, ela percebeu uma figura e um borrão negro vindo de trás de Brown, e sentiu seu pescoço sendo apertado...

*****

§Logo que chegaram à cidade, Laican e Lilith foram ao bar decidir o lugar ao qual deveria prosseguir:

— De acordo com o mapa, temos que atravessar o deserto para chegar ao litoral. Se dermos sorte, podemos achar o tal "demônio do deserto". Oque acha Lilith? — disse o mestiço.

—Sinceramente não sei, mas espero que ele nos traga mais emoção do que essa esfera cor de musgo. Sinto algo forte a oeste e creio que não estamos tão longe, provavelmente encontraremos antes de chegarmos ao litoral. —ela falou desanimada, decidiu que não beberia com ele dessa vez. Estava descansada, mas sem muito entusiasmo.

Laican guardou o mapa, olhou para o rosto de Lilith e perguntou:

—O que você acha daqueles dois caras?

—Esses dois, não sei não... Realmente espero que o rebelde aceite o pecado e se transforme em um anjo caído. Ele tem muito potencial e gostei bastante de sua personalidade, além de parecer um bom aliado. Quem sabe ele enxergue que vale a pena se desvincular totalmente do céu... Eu ia gostar disso. — disse ela enrolando uma mecha de seu cabelo e com um pequeno sorriso. Mas então parou e ficou mais seria para analisar Brown — Já o lobisomem... Ele seria uma ótima arma, mas não acho que vá ficar do nosso lado. Eu o tenho observado e não vejo nada que indique que quer se juntar a nós. Talvez tenhamos que nos livrar dele antes que nos cause problemas.

Então o meio-demônio se levantou, declarando:

—Vou ver como o anjo está e talvez eu avalie um pouco a cidade. Você pode ir procurar por Brown?

—Muito bem então... Mas se ele tiver fugido saiba que vou ficar com a diversão de caçá-lo para mim — ela disse em um tom brincalhão enquanto já se levantava e ia em direção à porta lateral do bar, acenando de costas para o mestiço.

Assim que abriu a porta, a demônio avistou Brown e uma mulher de olhos cinzas e cabelos longos e negros que trajava vestes de uma guerreira e possuía duas espadas, as quais Lilith conhecia muito bem. Em seguida, a guardiã notou a presença daquela águia próxima e sentiu a energia da anja. A raiva fez seu sangue esquentar. "Maldita, não havia notado sua presença! E o desgraçado desse lobisomem não hesitou em nos trair!", ela imaginou ao analisar a situação. Então um sorriso cruel surgiu em seus lábios "E eu não hesitarei em matá-lo”. Lilith sabia que se demorasse muito era provável que Muriel ou Théa notasse sua presença, ela e a anja conheciam muito bem. Então fez de tudo para anular sua energia e sua raiva, pegou uma fita preta e prendeu seus cabelos em um rabo de cavalo com apenas uma mecha solta na frente, com isso suas adversárias demorariam mais para percebê-la.

Ela foi se aproximando de forma normal, porém cautelosa para que não chamasse a atenção deles. Logo começou a ouvir a voz de Muriel e conseguiu captar algumas de suas palavras:

—“... um ajudante dos anjos recebe perdão imediato. Junte-se a mim...”

"Maldito! Está realmente nos delatando para ela! Você vai morrer agora seu animalzinho.", ela pensou enquanto analisava. Então no momento em que a guerreira terminava sua última frase, Lilith se aproximou das costas do lobisomem e, sabendo que a anja notaria sua presença, agilmente invocou sua cobra da morte que surgiu apoiada em seus ombros e passou por Brown em uma velocidade incrível, se enrolando no pescoço da anja para apertá-lo. Através de Lust, a demônio conseguiu tempo o bastante para terminar sua tarefa, ela estendeu suas asas abruptamente e sua forma verdadeira foi surgindo com algumas chamas que revelaram as marcas espalhadas pelo corpo, os chifres e a cauda. O sol estava sumindo e o céu ganhara aquela cor avermelhada, assim como as asas da guardiã com aqueles últimos raios de luz.

Brown apenas sentiu o calor daquelas asas o encurralando e o fogo que surgiu dentro delas o queimando vivo. Ele tentou se desvencilhar, mas as pontas afiadas das asas de Lilith estavam cravadas sem piedade em sua pele e cada movimento era mais uma tortura indescritível. Ele urrou de dor, um som agonizante que ressoou pelo lugar, misto de sua parte humana com sua parte animal, ambas morrendo dolorosamente através das chamas do inferno. Então em alguns segundos, ele era apenas pó.

— Ohh... Que pena, um traidor desses merecia sofrer mais antes de morrer, não acha, Muriel? — disse Lilith de modo sarcástico sorrindo para a anja, tinha recuperado seu entusiasmo.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram da primeira morte da história? Nem preciso alertar que no próximo capítulo vai ter treta. Hehehe.
Se tiverem perguntas ou dúvidas sobre as histórias ou os acontecimentos podem comentar perguntando.
Até a próxima!



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