– Esse vestido vermelho ou o preto,Claire? – perguntei

– Os dois são perfeitos, Domi. – Claire opinou.

Ela estava arrumando seu vestido tomara-que-caia rosa, enquanto retocava seu gloss labial.

– Hoje eu quero ir gata. – falei em um tom brincalhão.

Claire parou e me analisou, colocando a mão no vestido preto .

–Vai com esse, é melhor. – ela sorriu e voltou a se maquiar.

Coloquei o vestido vermelho e fui correndo até o meu malão pegar meu salto alto vermelho.Logo em seguida passei um risco fino de delineador nos olhos e finalizei com batom vermelho nos lábios.

– Estamos gatas e temos que ir! – Claire afirmou

***

A Casa dos Gritos estava a maior euforia, vários alunos de Hogwarts estavam dançando em uma pista de dança improvisada.

– Bem-Vindas! – Tommy chegou com um andar pomposo, lembrando um pavão. – Ainda bem que vocês vieram a minha festinha.

– A casa dos gritos não parece tão assustadora com tanta gente se divertindo aqui. – comentei

Tommy abriu um sorriso pra mim, me oferecendo um copo de cerveja amanteigada.

– A nossa loucura assusta mais do que uma simples lenda – ele sussurrou com os lábios colados no meu ouvido esquerdo.

– Mas cade Tiago? – perguntei, tentando quebrar o assunto.

– Ali! – Tommy apontou, dando mais um gole na sua bebida...

Tiago estava aos beijos com uma garota de cabelos negros que deixavam que ele apalpasse ela na frente de todo mundo.

Situação nojenta.

– Isso é realmente desprezível – resmunguei, virando toda a cerveja amanteigada de uma vez.

– Como se ele fosse o único. – zombou Tommy, dando uma risada.

–Como assim o único?

– Scorpius já beijou cinco garotas essa noite. –ele riu – E ele é mais novo que nós.

– Vocês homens são nojentos. – sussurrei – Todos são iguais.

– Nem todos – Tommy começou a me encarar e segurou na minha mão.

Fingi não ligar ao fato de Tommy estar segurando minha mão, e continuei a falar:

– Então me diz alguém que não é igual. –propus ao garoto, arqueando a sobrancelha.

– Eu – disse- Eu sempre gostei de uma garota, mas ela nunca deu bola pra mim.

– Gosta desde quando? –perguntei,curiosa.

–Desde que eu tinha oito anos, gosto de uma garota, já tentei falar com ela várias vezes, mas ela sempre me chutou.

– Que malvada essa garota. – caoçei

– É, muito malvada sim. – ele disse friamente

– Quem é essa garota? – perguntei

– Ela está muito perto de mim, e não sei se ela gosta de mim.

– Me mostra ela, Tommy! – segurei na jaqueta de couro dele, balançando-o.

–Ok, vou te mostrar, ela vai estar lá em cima!

Tommy segurou na minha mão e puxou a uma escada estreita ao lado da cozinha, me levando até o último andar da casa dos gritos onde havia uma salinha.

– Onde ela está?

Parei, meio confusa com a situação.Olhando para os lados a procura de alguém.

– Aqui.

– Aqui? Onde?

– Você é ela, Domi. –admitiu Tommy, dando um longo suspiro.

– Meu deus. – sussurrei, envergonhada – Tommy...

– Todos os dias, eu fico te olhando, Dominique – ele se movimentou até o canto da sala – Fico observando você nas aulas, fico me derretendo todinho em seu sorriso.

– Tommy...

–Escute – gaguejou, dando um longo suspiro – Eu sei que somos primos,e que você sempre me considerou como um irmão, mas eu quero uma chance de te fazer feliz.

– Eu..eu..eu não sei o que dizer.

Ele se aproximou mais de mim, ficando a poucos centímetros um do outro. Eu podia sentir seu hálito de hortelã quando ele disse:

– Não diga nada.

E então ele me puxou para mais próximo dele e me envolveu com seus braços, me dando um demorado selinho nos lábios.

Eu congelei.

– Ah qual é Dominique, me beije, eu gosto de você! – implorou Tommy, abrindo um sorriso envergonhado.

Naquele instante algo despertou dentro de mim e voltei a minha atenção nos lábios de Tommy, dando um beijo feroz e enlouquecedor.

Não que eu gostasse de Tommy, mas há algo para se admirar por trás de todos aqueles músculos. Ele era um cara inteligente e que sempre esteve ao meu lado. Dessa vez, eu iria dar um chance pra ele.

– Isso é mesmo verdade? – desabafou entre um beijo e outro.

Ele segurou minha cintura, e eu deslizei minhas mãos até seu cabelo dando leves puxões.Tommy reagiu dando um selinho em mim e descendo seus carnudos lábios para minha clavícula, dando beijos deliciosos.

Essa era a melhor sensação do mundo.

Mas como sensações boas não duram muito tempo,ele parou de me beijar imediatamente, e eu continuei insistindo, mas ele permanecia congelado.

– O que foi? – murmurei , recuperando o fogo.

Tommy balançou a cabeça negativamente e olhou para a porta, até que uma voz grossa me levou a realidade:

– Mas o que é que está acontecendo aqui?

Virei rapidamente para ver quem era, e encontrei um Tiago muito vermelho e com a varinha em punhos apontados para mim e para Tommy.

– O QUE É QUE VOCÊ TÁ FAZENDO? – gritei – SAI DAQUI!

Tiago nem se quer olhava nos meus olhos, ele mantinha um olhar de raiva direcionado para Tommy.

– Sai daqui agora, Dominique. – ele respondeu gritando.

– Não! – retruquei

Tiago mirou sua varinha em minha direção, e fez um feitiço que empurrou para um lado da sala, criando uma barreira que eu não poderia ultrapassar.

– O QUE É ISSO? DESFAÇA ISSO! – gritei, batendo na barreira invisível.

– Eu disse pra você, Tommy – Tiago se aproximou de Tommy com um sorriso de maníaco no rosto.

– Vamos conversar de modo civilizado, Potter - ele deu alguns passos pra trás – Eu não estou com minha varinha agora, seria uma covardia me atacar.

– Covardia? Eu não sei o que é covardia – Tiago deu uma longa risada – Mas eu quero experimentar agora.

– O que você vai fazer?

– Isso! FLAGELUM! – Tiago movimentou sua varinha e um lampejo de projetou, acertando em cheio Tommy.

Ele deu um grito desesperado de dor, e eu bati com tudo na barreira. Droga, por que que eu tive que esquecer minha varinha logo hoje?

– Flagelum – Tiago repetiu pela quarta vez o feitiço.

Flagelum é um feitiço em que produz um lampejo que ao acertar o alvo, tem efeito de dar chicotadas na vitima. Tiago por ser filho do Chefe do Esquadrão de Aurores do Ministério da Magia, ele conhece muitos mais feitiços poderosos que a maioria dos estudantes do nosso ano. E ele aplicava friamente contra suas vitimas

Tommy já estava inconsciente e sua camisa estava toda manchada de sangue. E eu já estava com o rosto todo molhado de lágrimas.Tiago se afastou do corpo de Tommy e seu olhar cruzou com o meu.

– Me desculpa,mas eu tive que fazer isso.

Ele olhou pela última vez para o corpo de Tommy e saiu da sala correndo, me deixando sozinha com um Tommy todo ensanguentado.