Reflexo escrita por SavannahW


Capítulo 22
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

OI OI OI GENTE
Depois de quase um mês eu finalmente voltei.
Não vou me justificar muito, apenas saibam que tô ralando pra tentar entrar na faculdade. Meu vestibular é dia 2/06. Então até lá eu vou estar meio sumida, mas prometo aparecer.
Admito tb que eu estava sem muitas ideias pra esse cap, até o por isso que ele ficou pequeno. Mas o próximo vai ser muito muito muito muito importante. Então se preparem.
Prometo que vou tentar escrever no feriado e postar até no maximo o fds, mas não garanto nada :(
Beijinhos e boa leitura.



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Quem já foi criança com certeza conhece aquela brincadeira chamada “Sete Minutos No Paraíso”. O jogo consiste em girar a garrafa e os jogadores apontados pelas extremidades da garrafa devem ir para dentro de um armário e ficar lá durante sete minutos – o que acontece lá dentro é secreto e pode rolar de tudo.

Lembro que na minha adolescência brinquei muito desse jogo. Geralmente era a chance dos nerds tentarem algo com os populares, mas acabava que eram apenas longos sete minutos de silêncio e cada um ficava no seu canto. Quando esses pares estranhos ocorriam virava sempre a piada da semana.

Na sexta série precisei ir para o armário com Eli Jackson, o menino mais nojento e feio da época. Ele até tentou chegar perto de mim durante os últimos dois minutos, mas eu havia feito algumas aulas de karatê, então o acertei entre as pernas. Ao som da campainha eu sai do armário, mas Eli não, ele continuava se contorcendo de dor lá dentro e pela primeira vez quem saiu mal visto no jogo foi o nerd e não o popular.

Mas na oitava série eu fui para o armário com Matt Donovan, e pela primeira vez eu deixei um menino me beijar nesse tipo de jogo. Eu era recatada, mas Matt sempre havia sido minha paixão, e para minha surpresa: eu sempre havia sido a dele. E como se o destino nos tivesse levado até aquele armário nossa longa história havia começado.

Entretanto quando você cresce, “brincar” em lugares pequenos deixa de ser confortável e sete minutos deixa de ser muito tempo. Mas para minha sorte eu tive longos sete dias e pude brincar em um grande quarto de hotel várias e várias vezes seguidas com o moreno dos meus sonhos. Eu finalmente estava no paraíso.

Entretanto tudo o que é bom dura muito pouco e eu estava triste, o caso havia sido concluído – apenas em tese, pois precisávamos ir a julgamento ainda – e eu e Damon estávamos voltando para Miami para nossas vidas chatas.

Eu estava morrendo de saudades da minha pequena, mas imaginar que eu teria que finalmente abrir o jogo com Matt estava me levando a loucura. Damon sabia, havíamos conversado abertamente sobre a minha separação e ele me apoiaria incondicionalmente, mas eu não poderia deixar de me sentir mal por dar um ponto final ao meu casamento.

Eu não amava mais Matt, mas o carinho e a amizade que havíamos cultivado através dos anos me fazia ter medo de admitir o meu caso e em poucos minutos destruir tudo de bom que havia restado. Mas infelizmente não havia outra saída.

O voo foi tranquilo, Damon adormeceu logo no começo da viagem, mas eu não conseguia pregar o olho nem simplesmente relaxar. A cada minuto que se passava eu sentia meu coração bater mais rápido e minha ansiedade só fazia crescer.

Assim que desembarcamos, Damon e eu retomamos nossa postura de amizade, afinal algum conhecido poderia nos ver e a notícia poderia chegar aos ouvidos de Matt antes que eu pudesse explicar a ele. Só relaxei, finalmente, quando já na área de retirada de bagagens meu celular vibrou, indicando uma nova mensagem de Matt “Lena, não estranhe o apartamento estar vazio. Levei Mariah para visitar os avós nesse feriado. Voltamos amanhã pela manhã.” Ao terminar de ler pude respirar aliviada, havia ganhado algumas horas antes da grande conversa. Passei o celular para Damon que leu e sorriu em cumplicidade, como quem dizia “Tudo vai dar certo”. Pois é, querido, eu realmente queria acreditar nisso.

O carro da empresa, o mesmo que nos trouxe ao aeroporto, estava estacionado em frente ao desembarque e ao seu lado, imóvel, pendia o mesmo motorista, cujo nome eu desconhecia.

Despedimo-nos dos demais e seguimos para o carro. Sorri ao perceber como tudo havia mudado em questão de pouco mais de uma semana, desta vez Damon me ajudava com a bagagem e mantinha constante contato visual. Entramos no veículo e então pudemos voltar ao comportamento normal.

– Está nervosa? – Damon perguntou.

– Um pouco. – admiti – Mas me tranquiliza saber que terei a noite para me preparar.

– Entendo. – senti meu moreno entrelaçar seus dedos aos meus, puxando minha mão para perto de sua face. Por fim depositou um beijo casto nas pontas dos meus dedos. Sorri.

– Vamos jantar juntos? Você pode me distrair. – sorri.

– Não vou poder, Lena. – enruguei minha testa confusa – Ao avisar minha irmã que estava voltando ela me prometeu que eu ouviria algumas ao chegar. Se bem a conheço vai durar a noite toda. – sorriu amarelo.

– Desculpe por isso. – não podia deixar de me sentir culpada por gerar intriga entre os dois irmãos.

– Não se culpe, Elena.

Suspirei assentindo, mas não podia esquecer os males que provoquei a Damon e, consequentemente, a Caroline. Damon já me perdoou, mas será que a Carol seria tão compreensiva? Realmente não sei.

Senti a ponta do dedo de meu moreno acariciando as costas da minha mão esquerda. Esse carinho me relaxou. Apoiei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos, adormecendo.

Despertei poucos minutos depois, dormir em carros em movimento nunca me fora muito confortável. Damon continuava com seu carinho gostoso, mas exceto seu dedo, o resto de seu corpo permanecia imóvel.

– Um centavo por seus pensamentos. – brinquei.

– Eles não valem tão pouco. – sorriu. – Chegamos.

Observei a paisagem e a reconheci como sendo o nosso quarteirão. As ruas que sempre estavam movimentadas, hoje estavam vazias por conta do feriado. O carro estacionou e logo o motorista, que eu ainda não havia descoberto o nome, abriu a porta ao meu lado. Desencostei do ombro de Damon e me recompus, levantando-me em seguida.

Assim que nos avistou, Joe, nosso porteiro, veio ajudar com as malas. Despedi-me do motorista apenas com um aceno e entrei no prédio com Joe e Damon logo atrás de mim.

– Precisa que eu suba, dona Elena? – Joe perguntou solicito assim que o elevador alcançou o andar térreo.

– Não precisa, muito obrigada. – sorri em agradecimento entrando no elevador. Joe pôs as malas ao meu lado, apertando os nossos respectivos andares e Damon entrou em seguida.

Assim que a porta se fechou senti as mãos firmes de Damon me puxando para perto de si, me envolvendo em um abraço. Selou nossos lábios com carinho. Infelizmente o som de campainha, que informava que o elevador estava prestes a abrir as portas, nos separou.

– Bom, até amanhã. – falei pegando minha mala.

– Posso te ligar mais tarde? – perguntou.

– Vou esperar ansiosamente. – sorri e selei nossos lábios uma última vez.

Sai do elevador e em poucos segundos estava confortavelmente jogada em meu sofá. Pelo celular pedi uma pizza, tudo com o que eu precisava me concentrar essa noite era em descobrir a melhor maneira de contar para Matt sobre o fim do nosso casamento. E isso não seria nem um pouco fácil!


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Notas finais do capítulo

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