Reflexo escrita por SavannahW


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Percebi na diagramação do capitulo anterior que os espaços que definem quando a cena foi trocada não apareceram, então a partir de hoje colocarei um * para identificar tais trocas de cena.
Ps, to postando mesmo tendo recebido só 1 review pq tenho esperanças de mais leitores aparecerem! hahahahahah COMENTEM S2S2S2
E um feliz ano novo pra todos!



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Dirigia atordoada pensando no que eu havia acabado de presenciar. O meu amante de uma noite acabara de ser nomeado, Damon Salvatore. Balbuciei diversas vezes essas catorze letras. Soavam como música para meus ouvidos. Damon... Nunca me cansarei de pronunciar seu nome.

Mas o motivo da minha inquietação, e dos meus desvaneios enquanto enfrentava o trânsito de sexta-feira, não era por tê-lo reencontrado, e sim por ele não ter dado o menor sinal de que me conhecia, ou reconhecia.

– Tudo bem Elena, ele não deve se lembrar. Deve transar com uma mulher diferente por noite, e nesses seis anos você foi somente mais uma que cedeu aos encantos de Damon Salvatore.

Tudo seria mais fácil case ele não se recordasse. Trabalharíamos 6 horas por dia lado a lado, qualquer contrangimento apenas dificultaria a relação profissional. Repeti meu mantra três vezes “Ele não se recorda” e guardei na memória para recitar em qualquer momento de pânico.

*

Parei no hall de entrada do meu apartamento para refletir. Os acontecimentos da última hora me fizeram esquecer do presente, do que me esperava atrás da simples porta de madeira clara que estava a minha frente. Meu marido... Minha filha! As maiores alegrias que uma mulher poderia ter.

Mariah foi uma surpresa. Quando minha menstruação atrasou eu já sabia, eu sentia... Matt e eu nos casamos as pressas, se deixássemos pra depois do nascimento sabíamos que poderia nunca acontecer. Uma cerimônia pra 80 pessoas, no jardim da casa dos meus pais, como eu sempre sonhei.

Nunca admiti para ninguém, nunca fiz planos bobos de formar família, juntando meu sobrenome e o dele, mas no fundo eu sabia que nasci para isso, Matt também sabia e também queria formar uma família então o casamento foi o menor dos problemas. O caos começou quando meu tempo afastada da faculdade expirou, e fui obrigada a voltar para faculdade ou desistir.

Foram três anos conturbados. Mudamos para Atlanta, onde se situava minha faculdade, e minha mãe veio junto. Durante a manhã Matt cuidava da nossa bebê e minha mãe arrumava a casa e fazia docinhos e bolos para vender. Durante a tarde enquanto meu marido trabalhava e eu estagiava minha mãe ajudava com Mariah. Durante a noite era o tempo que eu tinha com minha filha, mas como ela dormia as 20h, eu mal tinha tempo para mimar e amar ela. Foram péssimos tempos, perdi partes importantes do crescimento dela.

Mas no último semestre de faculdade recebi a proposta da Mikaelson’s e Co, Klaus era amigo próximo do meu ex-chefe, que me empregou durante os estágios obrigatórios. Analisei a proposta cuidadosamente, afinal se tratava de mudar, mais uma vez, de cidade, e dessa vez minha mãe não viria junto. Depois de muito pensar aceitei, apenas com a condição de poder trabalhar apenas 6h no escritório e 2h em casa, para poder cuidar e estar junto de Mariah.

Dito e feito. Matt facilmente encontrou um emprego em Miami, tinha boas referencias e era talentoso no que fazia. Logo a nova rotina foi criada. Finalmente nos tornamos uma família unida, que compartilhava de momentos juntos como cafés da manhã e jantares.

– É só mais um jantar, amanhã é um dia novo! – sussurrei a fim de me convencer.

Abri a porta e me deparei com o sorriso mais belo que minha filha sabia me dar.

– Mamãe, você demorou muito!

– Desculpa, meu anjo. O rabugento do Sr. Klaus me fez ficar até mais tarde, como se fosse um castigo. – tentei explicar.

– Mas o que você fez de errado pra ficar de castigo? – sorri com a inocência de Mariah.

– Nada, filha. Ele só tem inveja porque eu tenho uma menina linda me esperando em casa e ele não! – seu olhar se iluminou – Já jantou? Cadê seu pai? – perguntei enquanto guardava minha bolsa e tirava meus sapatos.

– Foi trabalhar, mamãe. A Mandy ficou aqui comigo, ela está no banheiro. – Mandy Hart era nossa vizinha, ela tinha dezesseis anos e olhava a Mariah vez ou outra.

Quando Mandy voltou pra sala a agradeci e dei uma nota de 20 como “pagamento”.

– Agora me responda mocinha, a senhora não jantou nem tomou banho? – Mariah negou sapeca – Você sabe o que faço com meninas porquinhas e famintas? Cócegas! – fiz cosquinhas e Mariah gargalhou.

– Para ma...mãe...

Nesse clima divertido que sempre prevalecia quando estava com minha filha fizemos juntas o jantar: macarrão ao molho branco, o favorito de Mariah, e comemos só nós duas, como era toda vez que eu ficava presa no escritório. Eu saia as 19h e Matt estrava as 21h, se atrasasse um pouquinho perdíamos o jantar em família...

*

Abri meus olhos na segunda-feira já com a mente longe, o veria novamente hoje... Fiz questão de logo ocupar minha cabeça com alguma coisa, técnica que usei o final de semana todo e que deu certo. Levantei-me e fiz minha higiene matinal, caminhei apressadamente até a cozinha e preparei o melhor café da manhã para minha família, com direito a ovos, panquecas com mel, suco natural, iogurte, frutas... tudo o que eles mais gostam. Analisei meu relógio de pulso, eram 7h30, meia hora mais cedo do que Mariah costuma acordar, mas resolvi inovar hoje, queria ter tempo com minha filha, e não fazer tudo apressadamente como de costume.

– Princesa da mamãe, acorda...

– Hm. – resmungou.

– Mariah, meu amor, eu fiz panquecas pra menina mais linda do mundo comer!

– Mamãe, você fez? – seus olhos se arregalaram de alegria.

– Sim, mas você precisa levantar, nada de comida no quarto, esqueceu?!

Em tempo recorde Mariah se levantou e correu para o balcão da cozinha. Agora era a vez de acordar meu marido.

– Matt, meu anjo, acorda...

– Mô, tá muito cedo! – resmungou, igual a filha, diga-se de passagem – Deita aqui comigo que a gente usa esse tempo extra pra outra coisa. – disse com cara de pervertido me puxando pra perto de si.

– Por mais que a proposta pareça tentadora, terei que recusar. Se o senhor esqueceu, temos uma filha sapeca de cinco anos de idade que em dois minutos virá perguntar porque estamos demorando tanto. – ri fraco.

– Tudo bem, mas essa noite estou de folga e a senhorita Gilbert não escapa.

Matt sempre zombava de como eu preferia ser chamada no trabalho, pelo meu nome de solteira. Não adiantava explicar que era como eu me definia como profissional, ele sempre implicaria. Homens...

Seguimos juntos para a cozinha e encontramos Mariah na terceira panqueca, toda lambuzada. Matt seguiu ao seu encontro dando vários beijinhos de bom dia. Fiquei de longe observando... Eu amava minha família, não poderia deixar Damon Salvatore e suas memórias me tirarem dessa tranquilidade que é minha vida.


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Notas finais do capítulo

C O M E N T E M



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