Reflexo escrita por SavannahW


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oii, espero que gostem! Comentem! :)



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Abri meus olhos e encontrei o mesmo quarto em que vinha dormindo há duas semanas. Foi só um sonho, infelizmente. A noite inesquecível com o moreno que vem flertando comigo desde que pisei nesse resort no Caribe foi apenas um sonho. Cada beijo caloroso, cada toque indevido, cada pensamento proibido não passou de uma cena criada pelo meu subconsciente pra me excitar e instigar ao pecado.

Pecado. Afinal namoro fielmente desde o Ensino Médio com Matt Donovan, o loiro mais cobiçado da nossa pequena cidade de Kingsland, Geórgia. “O Rei [King] e a Rainha de Kingsland” eram os dizeres na nossa campanha para rei e rainha do baile de formatura do Royalty High School. Slogan brega, alunos bregas, colégio brega... Sem dúvidas que ganharíamos.

Matt e eu sempre sonhamos em fugir de Kingsland. O plano era juntar uma grana durante o último ano letivo e ir embora no dia seguinte a formatura. E o fizemos, mas voltamos um mês depois. O pai de Matt faleceu, e a coitada Sra. Donovan enlouqueceu. Meu namorado foi forçado a sustentar sua mãe e sua irmã e é o que continua fazendo até hoje, três anos depois.

Eu não tive condições de morar sozinha na cidade grande, então voltei para Kingsland, arrumei um emprego como garçonete e, um ano depois, consegui uma bolsa na Universidade do Estado da Geórgia. A partir de então todo final de semana voltava para casa visitar Matt e meus pais.

Isso tudo aconteceu há dois anos e há dois anos sigo essa rotina: faculdade, estudos, quatro horas de estrada, casa, namorado, quatro horas de estrada, faculdade, estudos... É um ciclo sem fim.

Agradeci a Deus por ter sido apenas um pesadelo. Se antes eu estava frustrada, agora eu estava aliviada. Não saberia reagir a uma traição. Digo, a cometer uma traição. Decidida a acordar Matt da melhor maneira possível, rolei na cama para encontrar meu homem e beijá-lo induzindo a um sexo matutino.

- Bom dia, princesa.

- Puta merda! – sussurrei.

Não era Matt dividindo a cama comigo, e sim o moreno do sonho. Levantei-me apressada ignorando as perguntas que vinham da boca do melhor homem que já tive na cama e fugi.

Já segura dentro do banheiro da suíte dos meus pais, disquei o número da minha melhor amiga.

- Lena! Como estão as férias?! O hotel é maravilhoso, né?

- Bonnie, eu vou dizer de uma vez, se não é capaz de eu não ter coragem! – ouvi um silêncio na linha, resultado da surpresa que causei em minha amiga – Eu transei com um cara aqui do hotel, não sei o que faço! Eu conto pro Matt? Mas se eu não contar pode rolar do cara vir falar comigo! Se eu contar, minha vida acabou. Eu não vivo sem ele, Bon, você sabe! – choraminguei a última parte.

- Como você foi tão burra a esse ponto, Elena Gilbert?! Tá certo que você deve estar cansada do arroz-com-feijão que é com o Matt, afinal são o que? Cinco anos comendo no mesmo prato? Mas isso não é desculpa!

- Seis – interrompi o sermão, corrigindo –, eu não sei porque fiz, eu não lembro como fui parar no quarto!

- Não culpe a bebida, pior ainda!

- Uhum – falei chorosa.

- Trate de se recompor, e vamos pensar no que você vai fazer. – houve um silêncio – Já sei, vai dar certo, flor. Você vai parar de chorar, lavar o rosto e fingir que nunca saiu uma lágrima de dentro do seu corpo. Vai atrás do Matt e diz que se sentiu muito doente, então preferiu dormir com seus pais. Diz que ainda não melhorou, e quer ficar deitada até irem embora, assim anulam as chances de topar com o cara. Dai vem a parte difícil: vem embora e finge que nada aconteceu. Somente nós duas sabemos, e eu sou um túmulo. Não conte e tudo vai ser como antes!

De repente tudo se clareou, isso daria certo. Me impressiona como minha melhor amiga sempre consegue consertar tudo.

- Ok Bon, acho que vou tentar fazer isso mesmo. Amanhã já é nosso voo, tenho que me esconder só por hoje. Obrigada amiga, eu te mando mensagem depois. Mas lembra, não comenta nada do assunto por que o Matt pode ler.

- Claro Lena, vocês são um livro aberto um com o outro. Nunca vi ter senha no celular se é pra sair espalhando! – Bon debochou e então rimos.

- Obrigada Bonnie. Te amo, até amanhã.

- Até Leninha!

Eu estava deitada debaixo das cobertas, sozinha, lutando contra as lágrimas do arrependimento quando ouvi dois toques na porta.

- Pode entrar! – disse enxugando as lágrimas.

- Amor, sou eu. Eu trouxe sopa, bebê, pra você melhorar logo! – Matt disse entrando no nosso quarto.

- Obrigada, meu anjo. – sorri fraco.

- Você estava chorando, Lena? – perguntou se sentando na beira da cama.

- De dor! – inventei rapidamente – Essa cólica tá me matando, amor. Ainda bem que tenho você aqui pra cuidar de mim...

Matt sorriu docemente. Há tempos eu não o tratava com carinho. Ele adorava, um apelido fofo e se derretia. Para mim nunca foi esforço, mas ao cair na rotina esses pequenos detalhes se perdem. A culpa os trouxeram de volta. E acredito que ficariam, afinal apesar do sexo maravilhoso com um desconhecido, era Matt quem eu amava,

Seis anos depois...

- Por favor, Zoe, ligue pro meu marido e peça para que ele busque a Mariah hoje. Se ele perguntar o motivo, avise da reunião. Obrigada.

Era a terceira vez na semana que não podia ir buscar minha filha na escolinha. Meu chefe era daqueles que adora marcar compromissos importantíssimos em cima da hora, e como eu sempre buscava minha filha na escola ao fim do meu expediente isso era totalmente inconveniente.

Meu marido, graças a Deus, tinha um horário mais flexível, e quando surgiam “reuniões” ou “jantares” ele sempre podia me cobrir. Matt era chefe de cozinha de um pequeno restaurante italiano. O espaço era pequeno, mas a clientela era grande, o que estava aumentando os lucros.

Não podemos reclamar de dinheiro. Vivemos confortavelmente nós três. Para pais de primeira viagem de 27 anos cada, com uma filha linda de 5 anos, podemos nos considerar sortudos.

Trabalho num escritório de advocacia especializado em casos penais, como crimes de todos os portes. Porém não atuo mais na linha de frente, fico por trás dos casos, para garantir a segurança da minha família. Faço toda a parte burocrática do escritório, de tudo um pouco, e minha “reunião” de hoje é apenas um encontro com o novo advogado que meu chefe está contratando. Minha presença é totalmente desnecessária, tudo o que faço é entregar o contrato e uma caneta para finalizar a contratação. Impressionante! Cinco anos de faculdade para acabar assim, entregando canetas...

Como ensaiado previamente entro na sala de reuniões no momento em que visualizo o sinal do meu chefe pelo telefone. Abro a pesada porta de vidro e as únicas pessoas na sala são Klaus Mikaelson, meu chefe, e de costas o mais novo empregado da Mikaelson’s e Co., Damon Salvatore.

Pelo o que li de seu currículo é apenas três anos mais velho do que eu, já vem de uma grande empresa de advocacia da Califórnia e tem ótimas recomendações de clientes muito satisfeitos. Boa contratação para a Mikaelson’s.

- Senhor Salvatore, essa é a Senhorita Gilbert. Ela vai completar sua contratação. Muito obrigado por aceitar nossa oferta. Espero que a Mikaelson’s e Co supere suas expectativas. Até logo – Klaus se despediu nos deixando as sós.

- Senhor Salvatore, por favor, eu preciso que o senhor assine na linha pontilhada.

Eu expliquei chamando-lhe a atenção. O moreno observava a paisagem através da grande parede de vidro.

- Se eu disser que aceitei o trabalho por que vocês tem a melhor vista Miami você acreditaria? – perguntou brincalhão.

- Eu diria que todos trabalhamos aqui por isso. E porque ganhamos desconto nas bebidas do bar aqui de baixo! – Falei divertida. Damon Salvatore riu concordando.

- Como me esqueci desse detalhe? – se virou esbanjando um sorriso galanteador.

Nesse momento congelei. Era ele, o meu pecado escondido e esquecido com o passar dos anos.

- Onde assino, Senhorita Gilbert? – Damon piscou.


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Notas finais do capítulo

Não tenho certeza se a formatação está boa, escrevi pelo word e na hora de passar ficou assim haha desculpem se ficar ruim de ler!



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