Depois que Kayo saiu com Herman, fomos para o ônibus, pois o sol estava mais quente. Alex e Dave foram também conosco, mas não entraram, só ficaram na porta, para nos proteger como Jano mesmo disse.
Alex puxou conversa comigo e lhe dei corda, a meu ver Alex parece legal, acho que Dave deve ser também, mas só é mais fechado, pois durante minha conversa com Alex, ele algumas vezes entrou na conversa, com um sim, com um não e voltava a olhar para fora do ônibus, acho que devia só estar cumprindo sua tarefa de estar atento a qualquer sinal de perigo.

Meia hora depois de Kayo e Jano terem saído e não terem voltado, todos preocupados, não aguentaram mais esperar, decidiram descer do ônibus e ir a busca de Herman, Kayo e Jano.

Todos já passando pelo lago e indo em direção a trilha, quando na mesma surgiram três figuras. Era Herman sendo carregado por Kayo e Jano que o colocaram no começo da trilha com dificuldade pois ele era pesado, todo foram até eles, mas que adiantou-se a correr na frente foi o pequeno Kyl junto com sua mãe que antes de chegar onde estava o marido já estava com os olhos cheios de lágrimas, pois acho que ela já sabia, sem mesmo ninguém dizer, que ele estava morto.
Contudo o que mais comoveu a todos não foi ver Kame debruçada em cima de seu marido, mas uma mulher e uma mãe, que lutava dentro de si para parar as lágrimas, apertando ou fechando os olhos, pois não era só ela que estava ali, mas também seus filhos Kyl e Kayo, principalmente que é ainda uma criança, que ao correr para o pai, não o vendo esboçar nenhum movimento, não falar nenhum uma palavra, não abrir nem por um segundo os olhos, vendo sua mãe chorando e seu irmão Kayo afastar-se com lágrimas nos olhos, começou a chamar o pai pedindo-lhe que não o abandonasse.
A emoção tomou conta de todos. Ao redor de Herman estava Kame no lado esquerdo e Kyl do lado direito. Kayo seguiu para a trilha e eu o segui. Minha mãe e Ângela ficaram um pouco perto. E Jano, Alex e Dave ficaram mais perto da caminhonete, acho que para dar espaço para a família chorar por seu ente querido.
Enquanto Kayo seguia pela trilha, eu andando rápido o alcancei e chamei por seu nome, ele virou-se e eu o abracei.
–Não sei o que dizer Kayo...se eu pudesse arrancar a dor que você está sentindo eu arrancaria.
–Eu sei, mas só de você está aqui e me dá esse abraço já é o bastante.