So close, So far escrita por Lorena Cristina


Capítulo 1
Capítulo Primeiro


Notas iniciais do capítulo

Bom pessoal, espero que vocês apreciem esse pequeno início de aventura. Confesso-vos que estou meio sem prática, visto que faz um longo tempo desde que escrevo e posto alguma coisa aqui no Nyah... Já passei por tantas reviravoltas nesse site que já publiquei e exclui tantas histórias que fico até meio tonta com a possibilidade de uma nova. Espero que essa seja apenas motivos e causa de apreciação em todos vocês que estiverem lendo. Sem mais delongas.Boa leitura!



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Capítulo Primeiro

Eu creio que agora seja hora de eu desistir,

Eu sinto que é hora.

Tenho uma foto sua ao meu lado,

Tenho a marca do seu batom ainda na sua xícara de café.

Tenho um punho cerrado de pura emoção,

Tenho uma cabeça de sonhos despedaçados.

Preciso abandonar isto, preciso deixar tudo pra trás agora.

(Back for good)

Red John é meu.

Aquela simples frase ecoava em sua cabeça, compassada com cada batida de seu coração. Não havia mais nada habitando seus pensamentos, nada que lhe fosse capaz de tirar o foco naquele instante. Red John era seu, e ninguém tinha o direito de pensar o contrário, de impedi-lo de alcançar seu objetivo; Não agora, não agora que estava tão perto...

Patrick Jane se encontrava detido por dois brutamontes, cada um segurando um lado de seu corpo, contendo suas duras investidas para o assassino de sua família, que se encontrava a menos de cinco metros de si.

– ME SOLTEM SEU DESGRAÇADOS! ME DEIXEM IR... ELE É MEU... ELE... – Jane sabia que nenhum dos policiais iria soltá-lo, e que não importava a força que fizesse, ele não iria conseguir se soltar de seus fortes apertos. Mas ele tinha que tentar, aquela era sua vingança, dançando diante seus olhos – POR FAVOR, ME SOLTEM, DEIXE-ME IR... EU PRECISO IR...

A voz de Jane era uma mistura de ódio e revolta, a expressão em seu rosto era tão dura que até parecia pertencente a outra pessoa. Seus olhos se encontravam nublados por um sentimento amargo, tinha dúvidas que seu coração suportaria toda aquela situação.

– Jane... – Ele pode ouvir seu nome sendo dito através de uma voz que lhe era bastante familiar, doce – Por favor, Patrick...

Lisbon veio até ele, colocando-se diante o consultor em fúria, olhando-o tristemente. Que olhar era aquele? Perguntou-se Jane por um breve instante.

A agente se manteve a uma distancia segura do homem e suas investidas, ele parecia ser capaz de atacar qualquer um que se pusesse em seu caminho, qualquer um que tivesse a intenção de impedi-lo de realizar sua vingança.

– Patrick, tenha calma, por favor... – Foi então que seus movimentos cessaram, mesmo que os dois policias ainda o seguravam fortemente pelos braços.

– Não me peça calma, eim Lisbon... Não me peça isso. – Sua voz foi cortante, fria.

A mulher o encarou, notando seus nebulosos olhos sobre ela, flashes de raiva e rancor em sua íris, disparos de desespero e agonia em toda sua face, tudo ali, sendo-lhe apresentado, livremente e sem contenção.

Era uma cena triste, para qualquer um que a estivesse presenciando.

Patrick Jane, um homem quebrado pela perda de sua família, um homem que dedicara os últimos dez anos de sua vida para uma vingança, se encontrava agora detido por dois policiais, a menos de cinco metros do tão procurado serial killer responsável por todos os seus pesadelos, sem poder fazer nada.

Lisbon se aproximou de Jane, procurando seus olhos: - Eu sinto muito Jane... – Ela realmente sentia. Por mais que seu coração se encontrasse aliviado pelo FBI ter chegado antes que ele arruína-se a sua vida por um homem que não merecia, ela ainda sentia muito por ele, pois entendia como tudo aquilo lhe era importante. – Patrick, olhe pra mim... – Ele olhou, sem mais se debater.

A alguns metros de onde eles se encontravam, o consultor pode ver uma equipe de paramédicos socorrendo um Xerife Mcllister baleado, enquanto era escoltado por diversos agentes do FBI para algum lugar que ele desconhecia, provavelmente um hospital, ou diretamente para uma prisão de segurança máxima. Já os dois policiais responsáveis por contê-lo o soltaram, e mesmo agora, em liberdade, parecia estar incapacitado de andar. Perdera completamente as forças.

Um milhão de pensamentos o estavam tomando, causando uma bagunça tão grande em seu palácio da memória que estava ficando tonto. Tudo se encontrava fora do lugar, cada objeto, cada conhecido, Ângela, Charlotte, Red John. Era uma sensação que não podia explicar, por mais que tentasse colocar as coisas em seus devidos lugares, estava encontrando uma dificuldade enorme em racionalizar. Era preciso colocar os objetos nos cantos certos, sua família na primeira fileira da memória, seus conhecidos nas últimas do seu coração, Red John no centro do picadeiro. Manter-se no controle.

Mas tudo o que conseguia ter certeza era que estava tendo o início de um colapso.

Dez anos haviam se passado, dez anos desde que jurara vingança, dez anos que sentira pela última vez o perfume de sua esposa, que escutara a doce risada de sua amada filha. Como ele sentia falta delas, como lhe doía conviver com aquele vazio provocado por suas ausências.

Tudo lhe veio ao mesmo tempo, memórias, sentimentos, enquanto assistia sua vingança ser arrancada de si, escapando por entre seus dedos, sem que pudesse evitar. Seu peito doía, provavelmente seu coração havia quebrado, mais uma vez. Seus lábios encurvaram-se amargamente, sentindo uma bola de choro emanar de alguma parte muito profunda de seu ser, procurando com todas as forças uma pequena brecha para escapar e dar vida as lágrimas.

Ele ainda podia sentir seus dedos comichando, podia sentir a vida de um assassino em suas mãos, esvaindo-se gradativamente através de seus olhos conforme ia perdendo cada vez mais o brilho, mas foi aí que alguém o puxou, e o parque que antes parecia um lugar calmo agora se encontrava infestado por agentes do FBI, e em apenas segundos, sua vingança e todos seus esforços foram perdidos, em instantes.

– Patrick... – O homem foi arrancado de seus pensamentos, sentindo um leve toque sobre seu ombro.

– Teresa... E-Eu... – Sua voz falhou miseravelmente, enquanto olhava para a mulher na sua frente, encarando-o docemente, quase como se compartilhasse de sua dor.

Naquele momento, Patrick Jane não passava de uma enorme bagunça.

Ela pode ver a brusca mudança em seu semblante. Ele parecia tão triste agora, tão afogado em agonia, que pode sentir uma pontada em seu próprio coração. O que ela poderia fazer agora? Lisbon realmente gostaria de poder ajudá-lo, era difícil para si vê-lo tão abalado daquela maneira. O que ele deveria estar pensando naquele momento? Sua expressão era tão inteligível...

Simplesmente aproximou-se e abraçou-o, delicadamente. Passou os braços ao redor de Jane, direcionando ao homem um pequeno aperto, tentando confortá-lo da melhor maneira que podia. Lisbon sabia que talvez aquela não fosse a coisa mais aconselhável de se fazer, principalmente quando se tratava de seu consultor, provavelmente naquele momento ele deveria estar odiando a todos por terem impedido-o de realizar sua vingança. Mas ela não dava a mínima, o mais importante naquele momento, era que ele viesse a se acalmar.

Surpreendentemente, o loiro passou os braços ao redor da cintura de Lisbon, apertando-a fortemente contra si, afundando seu rosto em meio a seus volumosos cabelos. Ele a abraçou forte, como se aquele simples gesto pudesse acalmar a tempestade dentro de si, como se aquilo pudesse salvar sua vida. Não podia, mas era reconfortante.

Lisbon apertou-o de volta contra si, permitindo que ele apoiasse a testa em seu ombro, mantendo os braços ao redor de sua cintura. Ela não disse nada quando sentiu seu ombro molhado, e nem mesmo tentou formular alguma frase para confortá-lo. Provavelmente não haveria palavras no mundo que fossem capazes de aliviar a sua dor naquele instante. Limitou-se a fazer leves carinhos em círculos em suas costas, enquanto mantinha a outra mão em seus cachos loiros.

Porém, depois de alguns instantes que pareceram mais com horas, Lisbon pode avistar um agente Dennis Abbott se aproximando do local onde ambos se encontravam, e a mulher tinha a impressão que Jane não gostaria de ser visto em condições tão vulneráveis.

– Jane... – Ela chamou suavemente, afastando-se um pouco do homem, para poder olhá-lo nos olhos.

Ele se afastou dela, deixando seus braços cair de sua cintura para o lado de seu corpo. Seus olhos se mantiveram baixos e vermelhos. Lisbon não precisava vê-lo daquela maneira. Mas porque sentia como se as coisas só poderiam ficar bem estando nos braços daquela mulher?

– Hey... Abbott está vindo – Delicadamente, a mulher ergueu sua mão direita, levando até o rosto de seu consultor. Jane seguiu seus movimentos, podendo ver que ela estava secando suas lágrimas – Vamos falar com ele para que possamos ir embora daqui, tudo bem?

– Mas Lisbon...

– Eu sei que você quer ir atrás dele – Claro que ela se referia a Red John, e claro que ela estava certa – Mas você não vai conseguir nenhuma informação agora, muito menos vê-lo, se é isso que você quer – A Mulher fez uma pausa, notando a volta de sentimentos amargos às expressões do homem a sua frente – Precisamos esperar até essa bagunça se ajeitar um pouco, antes de pensar em fazer alguma coisa...

Ela sabia que ele iria fazer alguma coisa, pelo o menos tentar.

– Agora você precisa confiar em mim, okay? – Lisbon lhe sorriu amarelo, sabendo que ele não iria lhe dar longas respostas naquela situação, mas só de ver que ele estava mais calmo era um bom começo.

– Eu confio em você.

– Bom, porque lá bem bomba... – A morena se colocou ao lado de Jane, tocando levemente seus braços.

– Agente Lisbon e Sr.Jane – Começou Abbott – Fico feliz em ver que nenhum de você resolveu fugir.

– Porque nós faríamos isso? – Questionou Lisbon, mantendo seu tom de voz afável.

– Bom, vocês estão sendo investigados no que diz respeito à participação da Associação Blake, além de que, você senhor Jane, quase matou um homem...

– Quase matei um serial killer – Cortou Jane, rispidamente – Infelizmente eu ainda não consegui...

– Serial killer ou não, uma vida é uma vida, lei é lei – Abbott disse simplesmente, sem parecer se importar com a interrupção de Jane – A partir de agora o xerife Mcllistes está nas mãos do FBI, e ele irá receber a sentença justa por seus crimes.

Jane foi para dizer alguma coisa, porém Lisbon agarrou seu braço, lançando-lhe um breve olhar para não prolongar aquela discussão, visto que não levaria a lugar algum.

– Tem algo que poderíamos ajudá-lo Dennis? – Lisbon foi direta – Caso contrário nós gostaríamos de ir embora...

– Só gostaria de lembrá-los que não estão autorizados a retirar-se do país ou realizar qualquer tipo de viajem que nos faça perdê-los de vista, se é que me entendem...

– Se for só isso... – Lisbon já foi se virando, pegando Jane pela mão, este que se mantinha em silêncio, encarando o agente do FBI com os olhos enevoados por algum tipo de sentimento que Lisbon desconhecia.

– Entraremos em contato muito em breve com vocês.

– Estaremos esperando ansiosamente – E sem mais palavras, Jane e Lisbon começaram a caminhar letamente para longe de todo o alvoroço no pequeno parque, sem se importarem de estarem caminhando de mãos dadas.


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Notas finais do capítulo

Sim, algo bem pequeno para o começo. Prometo que o próximo capítulo será maior e bem melhor. Espero de coração que tenham gostado. Por favor, deixem um "olá" os comentários para mim, só para que eu possa saber que tem alguém acompanhando rsrsrsrrs ;)xoxo



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