My life escrita por Clarisse Garret


Capítulo 4
Quase


Notas iniciais do capítulo

Gente mil desculpas pela demora é que não fiquei em casa esses dias.



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Eu estava indo para meu quarto quando me deparei com Atena. Desejei com toda força do meu coração que ela não me visse, porém não me decepcionei quando ela me notou. Ela ficou surpresa então a noticia do meu retorno não tinha se espalhado ainda, nem a noticia da briga.

–Olha só quem voltou, a traída. Fiquei com tanta pena do que aconteceu. –É claro que o sarcasmo estava transbordando em suas palavras. Deuses como eu odiava aquela mulher. –Pensei que tinha notado que não serve pra ser rainha.

–Sua mãe não te ensinou que inveja faz mal as pessoas? –Coloquei a mão na boca representando falsa culpa. –Oh deuses, esqueci que você não tem mãe. Me desculpa por ferir seus sentimentos.

–Eu? Invejar de uma mal-amada como você? Jamais.

–Você tem inveja porque a até uma “mal-amada”, como você disse, tem uma coroa e você não. –Falei com a voz mais maldosa que pude.

–Você não serve para carregar a coroa que tem. Não é bonita como eu, não é inteligente como eu e muito menos amada como eu sou. –Deuses será que alguém realmente amava aquela pobre coitada?

–Eu não pedi para ser Rainha, eu nunca quis ser parte da realeza dos deuses. Eu fui escolhida para ser. Você realmente acredita que alguém além de Zeus te ama?

–Poseidon me ama e foi por isso que saiu do Olimpo. –Dessa vez eu tive que rir.

–Pobre iludida. Sabe com quem eu estava esse tempo em que sai daqui? Com Poseidon. –Ela tentou não expressar nada enquanto falava. –Ele me falou que você tinha sido o motivo da briga com Zeus, mas ele não vinha aqui por você Atena. Ele ama outra pessoa eu não sei quem é porque ele não me falou, mas ele falou com todas as letras que não amava você.

–Eu sinceramente espero que você queime no Tártaro vadia. –Dito isso ela começou a seguir o corredor em passos rápidos.

–Atena. –Chamei alto o suficiente para que ela ouvisse e parasse. –Tenha cuidado comigo. Eu posso não querer ser Rainha, mas eu ainda sou e você não passa de uma ninguém que eu posso facilmente eliminar. Agora suma da minha frente.

Ela realmente fez o que eu mandei, transformou-se em pó e sumiu.

–Eu vi isso senhorita Hera. A senhorita foi muito mau mesmo. –Hermes apareceu do meu lado com um sorriso malicioso. –Mandou bem.

–Alguém precisa ensinar pra essa vadia onde é o lugar dela e se não for eu quem vai ser? Todos aqui têm medo de enfrentar a protegida de Zeus. O que Zeus pode fazer contra mim? Nada além de me agredir fisicamente coisa que melhora em dois segundos em que fico ao lado de Apolo.

–Zeus ainda te bate? Hera você me falou que ele tinha parado. –Hermes me puxou e me virou de frente para ele. Ele sempre foi muito protetor comigo, sempre me tratou como se eu fosse sua irmã mais nova. Ele e Apolo sempre foram os únicos que se importam comigo.

–Ele tinha realmente parado fazia meses que ele não me batia, mas aconteceu hoje de novo. –Ele ia começar a falar, porém eu interrompi. –Eu estou bem. Afrodite apareceu lá e fez Zeus ir embora e depois disso eu já me sentei ao lado de Apolo.

–Lembre-me de agradecer Afrodite. –Ele falou um pouco aliviado. –Mas então que história é essa de passar o dia com Poseidon?

–Na verdade foram duas noites. –Ele me lançou um olhar malicioso. –Pode parando, Hermes. Não rolou nada ele só estava lá na primeira noite porque tinha brigado com a mulher e na segunda noite nós meio que brigamos, por isso voltei embora mais cedo.

–Voltou mais cedo? Eu não acho que foi cedo. A senhorita não devia nem ter saído daqui. Zeus não sabe que encontrou Poseidon lá, certo? –Eu assenti com um olhar “obvio”. –Então você está ferrada, minha cara. Atena provavelmente vai contar para ele.

–Olha minha cara de quem se importa. Aquele projeto de vadia já deve estar na sala dos tronos essa hora. Eu não fiz nada com Poseidon então ele não tem nada que usar contra mim. Vou para meu quarto, estou cansada.

–Tudo bem. Boa noite, Hera. –Ele beijou minha testa e saiu.

Caminhei sem pressa para meu quarto me lembrando de quando fiz isso há duas noites. Desejei não encontrar Zeus da mesma maneira, ou melhor, desejei não encontrar Zeus de maneira nenhuma. Mas é claro que o encontrei, pelo menos ele estava sozinho. Péssima notícia: ela estava só de toalha. Eu sei que ele é um desgraçado que eu odiava, mas isso nunca diminuiu a sua beleza. Ele sempre teve um corpo perfeito.

–Faz anos que eu não vejo você babando tanto quando me vê. –Parei de encará-lo. Deuses como eu podia ser tão ruim no quesito autocontrole.

–Faz anos que deixe de te ver em nosso quarto, Zeus. Não só em nosso quarto mais também em todo o Olimpo. –Falei me recompondo. Eu fui para o banheiro, porém Zeus me agarrou antes de eu conseguir chegar até a porta.

Ele me puxou para si e me beijou. Eu juro pelo Rio Estige que tentei resistir, mas deuses aquele homem era lindo demais e quando queria sabia muito bem seduzir alguém. Ele selou nossos lábios, sua língua pediu passagem e eu cedi. Seu beijo tinha urgência, luxuria e um delicioso gosto de menta. Mas mesmo sendo bom era errado. Eu estava beijando o homem que me bateu horas atrás e o pior era que eu estava gostando disso. Ele me prensou na parede e eu coloquei minhas pernas em volta de sua cintura, em momento algum interrompemos o beijo afinal quem precisa de oxigênio quando se é um deus. Zeus tirou minha blusa e jogou em um canto qualquer. Eu não tive que fazer muita coisa ele só estava de toalha mesmo, puxei-a com o pé e joguei no chão. Ele começou a tirar meu short, mas isso fez com que tudo voltasse em minha mente. O joguei na cama e me sentei em cima dele, ele tentou inverter a posição, mas eu não deixei. Fui beijando seu corpo até chegar em sua orelha, mordi ali e senti ele se arrepiar.

–Está gostando, Zeus? –Ele gemeu em resposta. –Você gosta, mas não poderá ter. –ri de sua indignação.

Sai de cima dele e corri para o banheiro, ouvi ele me xingando antes de fechar a porta. Tirei o resto da minha roupa e entrei debaixo do chuveiro. Deixei a água escorrendo sobre meu corpo me livrando de cada toque de Zeus.

–Hera, vamos começar a trabalhar o autocontrole? Porque você está precisando. O que você pensa que estava fazendo? –Já mencionei que falar comigo mesma sempre foi desnecessário porque nunca ajudou?

Mas aquela pergunta ultima pergunta realmente deveria ser respondida. Eu não deveria ter feito aquilo, foi um deslize muito grave da minha parte e aposto que da de Zeus também. Nós dois sabíamos que o que tínhamos era apenas um “contrato”, ou seja, sem relações. Ainda bem que minha consciência não me deixou ir até o final, pois não teria volta. Terminei meu banho rápido. Coloquei uma roupa para dormir ali no quarto mesmo, senão era capaz de Zeus tentar algo novamente.

Sai do banheiro e vi Zeus dormindo, quem via aquela cena até poderia pensar que ele era uma criatura serena. Me deitei ao seu lado, arrumei os travesseiros e puxei o cobertor. Eu precisava conversar com Poseidon então projetei a praia e o chamei.

Sentei-me na areia na esperança de ter conseguido. O céu estava com muitas nuvens negras, era quase impossível ver as estralas e da lua só era visível seu brilho. O mar estava um tanto agitado. Fiquei ali encarando aquela paisagem enquanto minhas esperanças de vê-lo se esvaiam. Levantei-me preparada para ir embora quando ouvi sua voz ecoar por todo o sonho.

–Você me mandou deixá-la, você não me deu explicações que eu queria. Não me chame mais, Hera, eu realizei o seu pedido agora é sua vez de realizar o meu. Eu estou resolvendo os meus problemas com minha mulher não preciso de mais um.

–Poseidon, por favor! –Eu gritei mesmo sabendo que ele tinha ido embora, por minha culpa. Apenas eu era única culpada pela sua ira, sua distancia e a partir daquele momento pelo seu silêncio.

Joguei-me na areia e deixei o sonho se esvair de minha mente me aconchegando na escuridão dos meus pensamentos. Eu não sonhei nenhuma vez, fiquei ali a noite toda encarando a escuridão esperando que dela surgisse algo bom. Acordei apenas quando o brilho do sol invadiu o quarto. Me espreguicei sem a mínima vontade de levantar da cama e enfrentar toda a burocracia que surgia do além e vinha parar em minhas mãos.

Me levantei e fechei as cortinas do quarto. A preguiça de tomar banho, escolher uma roupa, arrumar o cabelo etc. eu fiz tudo isso com poder mesmo. Saí do quarto e caminhei até a sala de jantar. No caminho encontrei algumas ninfas que se curvaram a mim em sinal de respeito. Ninfas faziam a maior parte dos serviços domésticos do Olimpo só não arrumavam a sala dos tronos, isso era trabalho dos deuses menores por ter coisas muito confidenciais lá dentro. Temos guardas do lado de fora e do lado de dentro impedindo qualquer um não autorizado entrasse. Além de coisas confidenciais lá tínhamos nossa reserva de poderes, para o caso de conflito. Essas reservas aumentam a cada agradecimento dos mortais. Cheguei à sala de jantar. A maioria dos lugares à mesa estavam vazios só estavam lá Afrodite, Zeus, Hermes, Dionísio e Apolo. Entrei silenciosamente e me sentei ao lado de Hermes.

–Não vai dar bom dia, Hera? –Perguntou Hermes.

–Ainda não acordei, Hermes. Depois que eu comer e ir pra sala dos tronos e ver o que me espera eu decido se meu dia está bom. –Respondi encerrando a conversa.

Peguei uma tigela de cereais, que obviamente era obra de Deméter. Comecei a remexer meu cereal sem a menor vontade de comer. Peguei um copo de leite, tomei e me retirei da sala de jantar sem comer o cereal. Fui ver o que me esperava na sala dos tronos tinha certeza que coisa boa na era.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Quem vocês imaginam como deuses?



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