Wrong Story escrita por Sunset


Capítulo 1
Epilogo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Algo entrou em minha coxa, tentei não olhar para baixo, mas fracassei. Um pedaço do metal da porta estava enterrado em mim. O banco que meu pai ocupava agora estava vazio. Ele fora jogado para fora do carro e jazia no asfalto gelado. Na posição em que eu estava era impossível ver se ele respirava. A camisa fina de meu pai estava molhada pela neblina que fazia a noite ainda mais sombria. Estava frio, era fevereiro, eu vestia só um pijama (http://www.polyvore.com/sleep_time/set?id=71281146). Pela primeira vez senti medo. Eu não podia morrer, eu não podia deixar meu pai sozinho ali. Quis ir até ele, mas ao mexer a perna senti a pele rasgar mais ainda e desmaiei.

Recuperei a consciência assim que algo extremamente gelado tocou em minha perna, ainda estava com os olhos fechados, mas achei que fosse uma mão. Tentei mandá-lo cuidar de meu pai, eu aguentaria, mas não encontrei minha voz. Senti o metal ser retirado de minha coxa, quis gritar, mas não consegui. O cheiro do meu sangue me atingiu de novo, me deixando enjoada. Eu não queria, mas acabei apagando.

Eu tentava a todo custo mexer algo, pelo menos um musculo, mas nada. Sentia como se uma pedra estivesse sobre mim ou eu era a pedra? Será que morrer é assim? Sentir-se presa por algo, saber que a vida ao seu redor continua, saber que o relógio não parou, nem mesmo para você, e mesmo assim estar imóvel.

Em um ponto, na escuridão em que eu estava, havia uma luz, sempre disseram que ir para a luz significaria morrer, então eu continuei no escuro. Reneguei a luz e me segurei com todas as minhas forças, já quase inexistentes, ao pequeno fio de consciência que ainda existia. Implorei mentalmente para que o barulho a minha volta continuasse.

Ouvi pessoas conversando, passei a prestar mais atenção, mas a conversa era rápida demais para minha mente exausta. Eu precisava saber como acordar, como sair daquele torpor. Eu não sentia dor, nem fome, muito menos sede. Nada. Eu estava odiando não sentir.

A luz que antes estava parada agora parecia me puxar. Eu não queria morrer, eu queria acordar, mas todos os meus esforços eram em vão. As conversas cessaram, o torpor cresceu, alguém cantarolava algo, parecia uma canção de ninar e estava bem perto.

Mais que de repente o torpor que eu sentia começou a passar. Fiquei consciente das minhas mãos, então dos meus pés e aposto que poderia mexê-los se quisesse, mas estava fraca demais para tanto. Agora havia silêncio.

Engasguei com a quantidade de ar aspirei, parecia que não o senti há muito tempo, foi como voltar à superfície depois de muito tempo embaixo da água. Acordei.


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Notas finais do capítulo

Heey, gente! Estou começando mais uma fic, mas vamos com calma! Pretendo postar toda segunda ;)



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