Amor Alem da Morte escrita por Suzannah Carol


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!



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 - Como assim? - ela me perguntou apos um longo silencio

 - você não viu? Ninguém mais pode te ver, apenas eu. Qual outra explicação isso pode ter? Você é um fantasma.

 - Eu não estou morta! - ela disse finalmente deixando as lagrimas correrem pelo seu rosto.

 - O que mais pode ter acontecido? Você não sabe como foi parar lá em casa, você só lembra de estar dirigindo. Essa é a única explicação, o carro bateu em você, não deu tempo de perceber, porque você morreu na hora ou então você percebeu, mas não lembra. Eu não sei, mas não tem como você estar viva, ninguém mais pode te ver, somente eu.

 - Não pode ser. - ela respirou fundo, enxugou as lagrimas e falou com determinação - Eu não estou morta, você vai ver quando nós chegarmos no hospital e tiver outra mulher no necrotério. Eu estou viva e eu vou lhe provar.

 - Tudo bem. - Eu queria muito acreditar no que ela falava, mas tudo indicava o contrario, tudo indicava que ela tinha morrido naquele acidente. E de alguma forma o seu espírito, sem razão alguma, foi parar no meu quarto.

     Seguimos o restante do caminho ate o hospital em silencio.

    Quando chegamos, a Carla já estava lá com a mãe dela, a mãe e a irmã da Aline. Descemos do carro, a Aline ainda chorava, mas de forma disfarçada, tentando parecer que ela não ligava para esse momento, por que ela sabia que veria outra pessoa morta na maca, ela sabia que ela estava viva. Segui em direção a Carla, afim de acompanha-la no reconhecimento.

 - você esta pronta? - perguntei, tentando ser o mais solidário possível quando a alcancei.

 - Pronta eu não estou, nunca se esta pronta para reconhecer o corpo de uma amiga, mas não posso evitar esse momento para sempre.

 - Então vamos? - ela respirou fundo e apenas confirmou com a cabeça, sem dizer mais nenhuma palavra.

     Segui hospital adentro ao lado da Carla, até paramos em um balcão, onde a mãe da Aline pedia informações a atendente.

 - Eu sou Vivian, eu vim reconhecer um corpo de uma mulher que morreu em um acidente de carro ontem. - Nesse momento eu percebi de onde vinha toda a determinação e firmeza da Aline, de sua mãe. Quem a visse falando, nunca pensaria que ela poderia ter acabado de perder a filha, mas isso é claro, por fora. Por dentro eu tinha certeza que ela estava em pedaços, e isso era visivelmente percebido pelos seus olhos, que estavam mergulhados em sofrimento e desespero, contrastando com a sua postura controlada. Eu não sou mulher, não penso como mulher, não sei a dor de uma mãe ao perder um filho, mas eu imagino que deve ser uma dor insuportável, incomparável com qualquer sofrimento do mundo.

 - Nós já estávamos esperando à senhora. - disse a atendente se levantando. - Venham comigo, por favor.

     Ela nos guiou por um longo corredor, com portas por todos os lado, com placas que traziam números em cada uma delas. Até que chegamos a uma das ultimas portas do corredor, que também contava com uma placa, mas ao invés de números como as outras, ela trazia o nela o nome 'necrotério'.

 - É aqui. Quem vai entrar? - a mulher perguntou, já com a mão na maçaneta.

-        Todos nós. - A Carla respondeu com o máximo de confiança que conseguiu juntar.

- Tudo bem - ela abriu a porta - Podem entrar - entramos todos e ficamos ao lado de uma maca no centro da sala, a qual trazia um corpo coberto por um pano branco. Esse deveria ser o corpo

 - Esse é o corpo da mulher que estava no acidente. - a atendente, que deveria ser também enfermeira, levantou o pano, deixando o rosto a mostra.

     Sem duvida era a mesma pessoa, o cadáver estava parcialmente desfigurado e não usava o vestido de festa, mas tinha os mesmos cabelos castanhos ondulados, a mesma boca definida e a mesma cor oliva. Os olhos com certeza eram esverdeados, assim como os da mulher que conheci no meu quarto, era ela, era a Aline e ela estava morta.

     Nesse momento, não precisou mais a atendente perguntar se elas a conheciam. Quando a pano se levantou ele subitamente provocou uma onde lagrimas e desespero maior que a qual eu presenciei anteriormente. Elas desabaram quando constataram que realmente era ela que estava ali. Mas quem estava pior era a própria Aline, que via ela mesma morta, deitada em uma maca de necrotério, totalmente desfigurada. Ela estava literalmente no chão, com a cabeça entre os joelhos, chorando aos soluços. A Carla estava me abraçando e chorando, também aos soluços. A Vivian, mãe da Aline, estava em uma cadeira de rodas trazida pelos médicos, quando ela viu a filha a pressão dela abaixou e quase desmaiou. A irmã caçula, de 12 anos, da Aline estava nos braços da Marcela, mãe da Carla, que tentava ao Maximo acalmar a menina, que chorava desesperadamente.

     Em meio a tanta confusão, eu era o que mais se destacava, mas não era por estar chorando, mas sim por não estar. Eu era uma perfeita estatua, eu estava chocado, eu podia ver o corpo da Aline a minha frente, mas também podia vê-la ao meu lado, viva, como qualquer pessoa. Eu era uma estatua com uma mulher chorando ao meu ombro de um lado, e eu não sabia o que fazer para consolar, e também tinha um espírito chorando do outro, e que eu não podia consolar, pois alem de não saber o que dizer, só eu podia vê-la. Eu estava me sentindo um completo inútil.

 


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Notas finais do capítulo

CAPITULO TERMINADO!
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