Never Try to Give Up escrita por Luíza AD


Capítulo 5
Quinto


Notas iniciais do capítulo

Oi gente do meu heart, como estão passando o ano novo? De ressaca? kkkkkk'



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– Não se exalte. – disse a loira, fazendo Lynn ser cercada por outras duas garotas. – Não grite. Você realmente sabe como as coisas funcionam aqui, querida?

– Do que você está falando? – Lynn tentou se mexer, machucando-se, pois a loira estava segurando seu braço com as unhas, que por sinal eram bem longas.

Lynn ainda não tinha certeza o que tinha acontecido. Depois de ir lá com sua mãe, estava tão ansiosa para conhecer a escola por dentro. Quando adentrou na escola, sendo uma total estranha, foi chamada por três garotas para conversar. Lynn achava que era para perguntar quem era, para fazer amizades. Mas pelo visto não era o que Lynn achava.

– Você é a tal novata, não é? – a menina apertou mais o braço de Lynn. – A pobrezinha.

– Não sou pobre. – Lynn cuspiu no chão.

– Mas é do sul. – riu uma das garotas que estava com ela, uma que era provavelmente descendente de japoneses. – Que dá no mesmo.

– Por que vocês estão fazendo isso? – ela conseguiu se soltar, mas ainda estava cercada. – O que eu fiz para vocês?

Lynn não estava com raiva delas, apenas queria entender o motivo de tanto ódio para cima dela, pois se ela havia feito algo, teria que se desculpar antes de tudo piorar.

– Você não fez nada. – a garota a olhou de cima a baixo. – Ainda. Só queria me certificar de que você não vai fazer nada.

– Como assim? – Lynn perguntou, olhando por cima do ombro da loira, procurando um jeito de fugir daquelas meninas.

– Vejamos... – a loira colocou um dos dedos no lábios e sorriu. – Você vai me prometer que não vai tentar fazer nada.

– Nada? – Lynn replicou, ainda não entendendo. – O que eu não deveria fazer?

– Não vai chamar atenção. – a loira cruzou os braços. – Ah, não vai falar com os garotos. Principalmente o Castiel. Ele não é louco de falar com você, considerando seu nível, então não corra atrás. Não responda nada na sala.

– Se não o que? – agora foi a vez de Lynn cruzar os braços. Não gostava de ser colocada desse jeito. – Você vai me bater? A senhorita não me parece o tipo de garota que machucaria a mão para me dar um murro.

– Tem razão. – ela olhou para as unhas. – Mas meus amiguinhos ficariam felizes em receber ordens minhas. Então me obedeça, é melhor. Olhe para a Violette, até hoje não me fez nada de ruim, se conhecê-la, aprenda com ela.

A garota loira empurrou-a na parede, ameaçando dar um tapa, mas se contendo, deixando Lynn desconcertada. Murmurou “Fica a dica” e foi embora, seguida por suas capangas. Lynn ficou naquela mesma posição até escutar um barulhinho, provavelmente tinha que ir para a sala, mas não sabia onde era.

Estava andando pelos corredores totalmente perdida, quando avistou uma cabeça vermelha, e sentiu o alívio passando por ela. Lynn respirou fundo e chamou a pessoa.

– Ísis! – a ruiva a olhou e sorriu.

– Lynn, não é? – ela assentiu. – Você disse que não ia estudar aqui.

– Pois é, nem eu mesma estou acreditando ainda. – Lynn sorriu, quase pulando de felicidade.

– Sei como se sente. – Ísis deixou Lynn um momento fora de órbita. – O que está achando da escola?

– Um lugar bem grande! – Ísis riu, concordando. – Pode me ajudar? Onde fica a sala de artes?

– Sua primeira aula? – a ruiva fez um sinal, mandando Lynn a seguir. – É por aqui.

– Obrigada! – ela a seguiu, observando o local, tentando gravar tudo que conseguia. – Sabe quem é o professor?

– Artes? – Ísis suspirou, fazendo Lynn levantar uma sobrancelha. – Digamos que ele é único. Boa sorte, ele odeia novatas. Lembro de quando uma amiga muito querida minha chegou, ele a fez escrever uma música em uma aula só! Foi terrível, e a letra foi um desastre.

– E o que ele fez? – Lynn nem percebeu quando as duas já tinham parado.

– Você tem que descobrir. – Ísis apontou o seu dedão para a porta a seu lado. – É aqui. Até mais.

– Tchau. – Lynn respirou fundo.

Quando ia bater na porta, a mesma se abriu de supetão, a surpreendendo, e fazendo Lynn se assustar, dando dois passos para trás. “Quem é esse... Doido?” Lynn não sabia se estava sonhando, ou se estava mesmo vendo um cowboy.

– Sua expressão é impagável. – o homem de cabelos loiros sorriu para Lynn. – É a novata de que eu ouvi a respeito?

Lynn não conseguiu imitir nenhum som, só acenou afirmativamente. O homem a chamou para entrar, e Lynn fez uma careta antes de entrar, só para passar o susto. Entrando na sala, que estava cheia, percebeu que havia um piano, um quadro gigante e várias cadeiras, onde os alunos que a observavam em silêncio estavam sentados.

– Gente. – o homem pegou uma lista. – Apresento a vocês Lynn Ângela. Sejam gentis.

Olhou para turma, procurando alguém que havia conhecido antes, como Rosalya, ou até Lysandre, alguém. Mas não os achou. Suspirou.

– Pode sentar ali, do lado da Violette. – ele apontou para uma garota de cabelos roxos, que de cara Lynn reconheceu o nome. – Sou seu professor de artes e educação física, Boris.

Sentou-se ao lado de Violette, que a olhava com dúvida e medo, o mesmo olhar que Lynn tinha quando algum garoto bonito ficava perto dela. Riu com desgosto, lembrando de suas caras e bocas quando um garoto bonito estava perto.

– Então, vamos começar. – Boris apagou o quadro, escrevendo em letras grandes: L O V E. – Alguém sabe o que significa? – alguns risos, e várias mãos ergueram-se. – Você, Kim, o que significa isso que eu escrevi?

– Amor. – a morena de olhos verdes sorriu sensualmente, algo inusitado para Lynn, que nunca havia visto um sorriso daqueles.

– Sim, claro. – Boris riu. – E quem não sabe o que amor significa? Mas não é de amor familiar de que estamos falando, vamos falar de amor romântico. Você, novata, o que você acha que amor romântico significa?

– O que eu acho? – Lynn apontou para si mesma, olhando para suas sapatilhas novas.

– Sim, é. – Boris a incentivou, arrancando vários risinhos de outros alunos.

– Amor é... – Lynn revirou os olhos, tornando-se estranhamente sombria. – Amor é uma coisa que só as pessoas que estão apaixonadas entendem. Então eu realmente não sei o que significa.

– Boa resposta. – Boris ficou pensativo por alguns momentos. – Como todos vocês sabem, no final do semestre, todos devem apresentar uma música sobre o tema que eu passar aqui, e vocês serão avaliados. Se passarem, vão para o próximo semestre, se não passarem, não voltam para a escola.

– Eu não sabia disso. – Lynn murmurou.

– É melhor saber então. – Violette sussurrou. – É muita barra para os novatos.

Ficou alarmada com o contato da garota. Olhou-a. Era muito bonita, cabelos roxos presos em uma trança, mas com a parte de trás solta, e olhos vagamente divagando.

– E como alguns já devem ter percebido, o tema será amor. – Violette suspirou, anotando algo em seu caderno, mas quando Lynn tentou espiar, a garota fechou o caderno, olhando para o chão. – Amor, algo por que lutar. Não necessariamente amor romântico. Mas se for sobre amor, está valendo. Vou deixar vocês discutirem, ainda não tomei café.

E quando Lynn percebeu, todos os grupos se juntaram. Só estavam ela e Violette sozinhas, Lynn olhou para ela e sorriu, recebendo um olhar vago de resposta.

– Como que eu deveria fazer esse trabalho? – Lynn colocou um braço na carteira, aguardando uma resposta para ajudá-la, pois se não conseguisse, não passaria de semestre.

– Não se preocupe. – Violette respondeu, olhando para ela. – Você terá bastante tempo, é só para daqui a três meses. Mas Boris sempre avisa antes. Você tem que escrever a música ou fazer a batida, um dos dois.

– Como assim? Eu realmente não sou boa escrevendo, e muito menos em fazer alguma batida. Sou péssima. – Lynn revelou, o que fez Violette levantar uma sobrancelha.

– Também sou péssima na letra. – ela respirou fundo. – Mas sou boa criando a batida. Quase que eu não passei ano passado por causa disso, mas Boris me ajudou e eu passei.

– Isso é bom! – Lynn sorriu, fazendo Violette afundar mais em sua mini depressão.

– Não, eu fui a única que precisei dele. – ela estava quase chorando, ou era Lynn enxergando coisas? – Como eu queria estudar na mesma sala dos garotos.

– Que garotos? – Lynn indagou.

– Do Lysandre, Castiel... – Violette demorou mais no nome de Castiel, fazendo a loira levantar uma sobrancelha. – Eles são talentosos. Mas fiquei aqui, só por causa de uma nota idiota.

– Não se preocupe. – Lynn a consolou. – Todos nós vamos passar por dificuldades na vida, mas daqui a pouco tudo melhora. Você vai ver.

– Obrigada, mas não acredito muito nisso não. – ela sorriu tristemente. – Você parece com outra pessoa que eu conheço. Mas mudando de assunto, já tem alguma ideia para a música?

– Não, nem sei o que é música direito. – quando Lynn pensava em música, não conseguia imaginar uma orquestra, não pensava em nada. Nunca teve uma opinião sólida sobre o assunto, então não podia falar nada.

– O que você acha de aprender? – Violette revirou os olhos. – Por isso que está aqui, não? Quer aprender as diferentes artes, não é?

– Sim. – “Talvez”.

Não que Lynn não gostasse de artes, mas nunca teve interesse por tal coisa. No fundamental só pensava em sair com o namorado, se divertir. Talvez se tivesse se dedicado mais a escola estivesse realmente prestando atenção as coisas que precisava.

Lynn suspirou, pensando o verdadeiro motivo de estar ali. A diretora deve ter influenciado muito. E imaginou as outras garotas. Havia até uma princesa! Filha de uma rainha! Como alguém como Lynn pode ter vencido? Uma ninguém como ela. Suspirou.

Escutou o mesmo barulhinho de antes, e viu várias pessoas se levantando.

– Agora qual o seu horário? – Violette perguntou, arrumando sua mochila. – O meu é de botânica, não gosto.

– O meu é... – olhou no papel que havia ganhado um dia antes. – História. Dois de história.

– Boa sorte. – Violette riu. – Ele é duro na queda. Depois desses, quais são seus horários?

– Dois de... – Lynn olhou novamente para o bilhete. – Educação física.

– Ah, o meu também. – Violette sorriu. – Nos vemos na aula, dependendo da atividade que você escolher.

– Até! – gritou Lynn, mas a garota de cabelos roxos já havia desaparecido.

Os corredores estavam cheios, e Lynn estava mais perdido do que cego em tiroteio. Onde ficava a sala de História? Por que aquela loira da entrada a tratou daquela maneira? Por que Violette era tão tímida e rude? Por que Boris iria cobrar mais dela do que das outras pessoas?

“Porque eu sou a novata” Lynn se sentiu encolhida, sentiu-se menor do que realmente era. Não era exatamente uma boa hora para ter uma crise existencial, mas logo se recuperou. Viu uma cabeleira branca e sorriu imediatamente.

– Lynn! – Rosalya correu até onde estava e a cumprimentou. Lynn pensou que ela iria abraçá-la, mas Rosalya provavelmente se segurou. – Vamos, vamos! Agora seu horário é de história, igual a nossa!

Ela olhou de relance e sentiu seu mundo se apertar quando viu o ruivo conversando com Lysandre. Lynn ficou parada com uma expressão não lá muito boa.

– Que foi? – Rosalya riu. – Viu um fantasma? Ou foi a Ambre? Anda, vamos.

– Não, não posso. – Lynn fechou os olhos com força.

– Por quê? – a garota perguntou, puxando a mão de Lynn. – Não me diga que está apaixonada pelo tomate ali? Ou é pelo Lys-fofo?

– Não estou apaixonada! – seu acusamento fez Lynn gritar, fazendo Rosalya rir. – Só não gosto do Castiel.

– Se eu fosse ele, eu seria mais legal com as pessoas. – a garota de cabelos brancos fez uma expressão indecifrável, fazendo Lynn rir. – Não se acanhe, ele não morde.

E puxou Lynn, mesmo com seus protestos, tentando voltar, acabou chegando lá. “Por que Rosalya quer que eu fique perto desse ruivo? Além do mais, eu posso acabar me metendo em problemas se aquela loira me ver perto dele!”

– Consegui trazer a Cinderela. – ela riu, apontando para os pés de Lynn, que eram pequeninos, como os de uma garota da quinta série do fundamental. – Quanto você calça?

– Trinta e quatro. – Lynn olhou para baixo, e não viu problema algum no tamanho de suas sapatilhas.

– Viu só, Lynn? – Rosalya apontou para Castiel. – Ele não morde!

E começou a rir fazendo Castiel olhar para Lynn, que se afastou dois passos, igual quando se viram pela primeira vez. Esse ato fez Castiel ficar vermelho de raiva, e Lysandre riu baixinho.

– Por que você se afasta? – o ruivo perguntou, mal humorado.

Lynn pensou na loira que a ameaçou e suspirou. Não podia fazer nada. E além daquela maldita loira, tinha receio de ficar perto dele. Ele era o tipo de bad boy que Lynn não gostava.

– Lynn. – Rosalya chamou-a, fazendo ela a olhar. – O professor de História não veio, por isso que estamos aqui. Ele falta muito, parece que não gosta de dar aula.

– Posso te perguntar uma coisa? – Lynn sussurrou, apontando para a mesma loira de antes, que estava ocupada demais conversando com as capangas. – Quem é ela?

– Ah, essa é a Ambre. – Rosalya suspirou. – É filha do diabo, só pode. Inferniza a vida de todo mundo. Ah, ela gosta do Castiel. Por que?

– Nada. – Lynn viajou em seus pensamentos, olhando para o nada.

– Meninos. – Rosalya chamou atenção, segurando Lynn pela mão. – Que tipo de atividades escolheram para praticar?

– Basquete. – Lysandre respondeu, sem prestar atenção.

– Eu também. – Castiel disse, ainda irritado com Lynn.

– Ah não! – Rosalya bateu o pé no chão. – Só eu que escolhi patinação?

– Patinação? – Castiel riu, sem humor. – Você não tem equilíbrio, Rosa. Nenhuma garota da escola seria boa nesse esporte, do jeito que são desastradas.

Lynn viu Violette andando de um lado para o outro, procurando alguém, e se viu sorrindo caminhando em sua direção. Bateu em alguém e caiu de bunda no chão, fazendo as pessoas que estavam ali rir.

– Desculpa, eu não te vi. – Lynn disse, colocando mão na testa e se levantando.

– Por que você está pedindo desculpas, se fui eu que te derrubei? – a voz de uma pessoa que ela já havia conhecido a fez abrir os olhos, sorrindo imediatamente.

– Nathaniel! – ela pulou de alegria, rindo. – Muito obrigada! Eu não acredito que estou aqui, muito obrigada!

– De nada, Lynn. – ele disse, sorrindo. – Nada mais justo. Queria saber se você...

– A Rosalya está te chamando. – a voz de um ruivo a fez quase cair no chão novamente. – É melhor você vir logo.

– Eu estou falando com ela. – Nathaniel segurou o braço de Lynn.

– Vamos, Lynn. – Castiel a puxou pelo ombro. – Não fale com esse babaca.

– Do que vocês estão falando? – Lynn fez os dois soltarem-na. – Parem com isso, não tem graça, sabia?

Outro sinal a fez ficar alarmada, mostrando que era mais uma aula de história, cujo o professor não veio. Lynn ficou com raiva e fez careta para os dois.

– Eu tenho que ir. – Lynn se afastou deles, deixando-os com sua briga interna e foi em direção a diretoria.

Não sabia como já havia decorado o caminho, mas já era um avanço. Quando passava por algum aluno, o mesmo ria e fazia piadinhas com seus amigos. Lynn não gostava disso, mas sabia que seria o motivo de piadas.

“A garota pobre que passou por sorte!” ou “Será que ela sabe o que é um celular?” Lynn estava esperando, mas nada. Lynn pensou em Violette e lembrou-se de Ambre, aquela garota loira doida que quase bateu nela só por entrar na escola.

“Tem gente que não consegue agüentar quando alguém ‘inferior’ chegue onde ela está”

– Quem sabe eu possa mudar de estilo? – ela pensou alto e um garoto se materializou na sua frente como mágica.

– Oi, você é a aluna nova, não é? – cabelos... Azuis?! – Prazer em te conhecer!

Lynn quase caiu para trás. Tinha certeza de que se não controlasse suas emoções, teria uma hemorragia nasal (já aconteceu quatro vezes com ela, tudo por garotos). Ele era... MAGNÍFICO! Cabelos azuis, roupas desleixadas, mas ainda na moda. Olhos... Rosas! “Por que ele é tão lindo?”

– Sou Lynn. – ela não conseguiu olha-lo nos olhos. – Oi.

– Ela é fofa! – ele sorriu, apertando as bochechas da loira e rindo. – Está vermelha.

Lynn estava mais vermelha do que os cabelos de Castiel, e tinha certeza que parecia uma boba. “Ele está flertando comigo?” Esse súbito pensamento a fez ficar cética. “Não, deve ter algo errado.”

– Meu nome é Alexy. – ele a puxou e colocou seus braços sobre seu ombro. – Estava indo a diretoria? Eu te acompanho.


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Notas finais do capítulo

Quem ama o Alexy? o

Comenta aí que eu te dou um pote de nutella