Never Try to Give Up escrita por Luíza AD


Capítulo 2
Segundo


Notas iniciais do capítulo

Oi :3 Não decidi o paquera ainda :33



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– Não, eu estava brincando! – ela falou, sorrindo alegre, vendo a expressão da mulher.

– Tudo bem, posso tentar colocar você na escola, não tem problema. – a idosa pegou o celular e digitou alguns números, indo para longe de Lynn, que estava em pânico.

“O QUE FOI QUE EU FIZ? Que DROGA! Agora a velha vai tentar me colocar no colégio mais famoso da França! ESPERO QUE ELA ESTEJA BRINCANDO!”

Lynn começou a estalar a língua, olhando para os lados com preocupação. Sentiu seu coração palpitar de nervosismo. Se aquela idosa fizer alguma loucura, como gastar um monte de dinheiro por ela, não conseguiria aceitar!

– Ei, Lynn. – a idosa segurou uma mão de Lynn e colocou um papel. – Apareça amanhã no endereço do papel, e você vai ter uma chance. Você tem sorte, uma aluna acabou de sair da escola, então temos uma vaga, mas esse colégio é muito prestigiado por seus alunos aplicados, então se não quiser desafios, nem apareça.

– Você conhece alguém da escola? – Lynn espantou a idéia da cabeça. – Não, por favor, não posso fazer isso. Minha mãe precisa de mim, e eu preciso trabalhar, preciso de dinheiro.

– O colégio é grande. Pode fazer estágio por lá e ganhar dinheiro. – a senhora sorriu. – Pode me chamar de senhora Shermansky, ou... Diretora de Sweet Amoris.

– Você é a... – a expressão de Lynn fez a idosa rir. – Mas eu não posso!

– Você não pode ou você não quer acreditar que está tendo uma chance dessas? – Shermansky colocou a mão no ombro dela e olhou para fora da loja. – Vamos, Lynn, está tendo uma chance de uma vida. Qualquer garota da sua idade daria a vida para estudar nessa escola. O que te impede?

– Não sei! – Lynn sussurrou. – Tudo bem, eu apareço por lá, mas não prometo nada.

– Isso. – ela sorriu. – Agora tenho que ir. Deixei meus alunos sozinhos no centro da França! Agora eles devem estar me xingando dos pés a cabeça! Adeus, até outro dia!

E Senhora Shermansky foi embora, deixando Lynn pensativa. Ela voltou de trem para seu trabalho, mas parou antes na sala de sua chefe, para explicar o motivo de ter saído e voltado só depois.

Bateu na porta, e escutou um murmúrio, que considerou um ‘entre’.

– Chino, oi! – Lynn deu dois passos para fora, quando viu a cena. Chino, sua chefe, vestida de noiva fantasma. Estava parecendo uma verdadeira noiva triste.

– Bu! – Chino riu, chamando Lynn para entrar.

Chino era um exemplo de beleza. Cabelos curtos, olhos verdes, corpo lindo, esbelto. E para completar, uma ótima personalidade. Chino estava com 24 anos, e Lynn não entendia o por que de ela não ter um namorado, ou noivo.

– Provando as fantasias de Halloween de novo, Chino? – Lynn entrou e observou sua chefa, que a ajudou tanto. – Se quiser, desenho novos modelos para você, aí não precisará usar essas roupas do ano passado.

– Quando se trata de moda, você parece uma estilista do centro, Lynn. – riu Chino e Lynn fez uma careta. – Não precisa ficar chateada, mas parece. O que foi?

– Vim pedir desculpas por ter saído sem avisar hoje. – Lynn abaixou a cabeça, com vergonha. – Eu não queria ter feito isso, mas tanta coisa aconteceu hoje que eu preciso sentar agora.

– Sente-se. – convidou Chino.

ChiNoMiko, seu nome artístico, era famosa por toda França, com seus vestidos exclusivos, sempre linda, aparecia para entrevistas com roupas desenhadas por um estilista que ninguém conhece.

– Está cansada, Lynn? – perguntou. – Se quiser tire uma folga amanhã.

– Não, preciso do dinheiro. – Lynn revirou os olhos. Desde que começara a trabalhar a um ano, nunca tirou uma folga.

Explicou a situação em que se meteu, e olhou nos olhos de sua chefa. Realmente não sabia o que fazer. “Estou com medo, tanto medo”

– Lynn. – Chino chamou, Lynn voltou para o mundo real. – Acho que deveria aceitar.

O choque passou pelos olhos da loira, deixando-a embasbacada. “Como assim?”

– É uma oportunidade única. – Chino sorriu e colocou a mão sobre a de Lynn, encorajando-a. – Pensa, vai. Amanhã vá para onde o endereço é, veja qual é o processo de lá. Se não gostar, tudo bem.

– Tudo bem. – Lynn respirou fundo. Se era a Chino quem a estava encorajando, então Lynn seguiria o conselho. – Eu vou amanhã.

– Ótimo. – ela bateu palmas. – Agora vá para casa. Está escurecendo.

– Obrigada.

Lynn deu um abraço de urso em Chino e foi para casa. Quando chegou, surpreendentemente sua mãe tinha levantado, estava na cozinha, mexendo nas coisas, deixando Lynn irritada.

– O que você acha que está fazendo? – Lynn segurou um dos braços de sua mãe, irritada.

– Oh, filha. – seus olhos indicavam que ela estava chorando a pouco tempo.

– Nada de ‘oh, filha’ – Lynn fez uma careta de ódio. – Me responda! Você não sai desse maldito sofá para nada, e agora está aí.

– Pensei em fazer o jantar. – sua mãe, sorridente, fez a careta de ódio de Lynn desaparecer.

– Perdi a fome. – Lynn fez cara de nojo e bateu a porta do quarto.

“Como se um jantar fosse trazer de volta um ano” pensou Lynn, lembrando de alguns meses atrás, quando precisava de um abraço de sua mãe, mas ela estava deitada, sem expressão, olhando para o teto. Lembrava do quanto ódio sentia pelo fato de ter que lidar com tudo sozinha.

Nada pode fazer para sua mãe voltar a fazer algo, apenas a deixava lá, deitada com cara de morta.

Tomou um banho e lavou os cabelos, que estavam muito sujos. Olhou-se no espelho e sorriu falsamente. Qualquer um que não a conhecesse diria que estava linda, mas ela achava feio esse tipo de sorriso.

“Tsc. Preciso de um sorriso melhor se eu quiser dar uma boa impressão amanhã.” Pensou, prendendo os cabelos enquanto escovava os dentes. “Se eu conseguir uma vaga, vou ter que trabalhar muito.”

Dormiu e sonhou com nuvens de algodão doce. Era realmente ridículo. Acordou satisfeita com sua noite de sono. Tomou um banho, vestiu uma calça jeans, uma blusa simples, jaqueta e all star. Soltou os cabelos e foi para a cozinha.

Tomou o café da manhã e escovou os dentes. Só percebeu que tinha algo de errado com a casa quando estava saindo com sua mochila. Estava vazia. Sua mãe não estava em casa. “Onde está essa mulher?!” seu rosto não deveria estar muito bonito agora.

Por pouco não viu o bilhete branco, com caligrafia delicada em cima da bancada da cozinha.

“ Lynn, não fique com raiva, saí apenas para esticar as pernas.”

Suspirou de alívio, amassou o bilhete e jogou no lixo. Não tinha tempo para essas besteiras. Olhou para o endereço no papel e quase caiu no chão. Era o endereço da escola. Não queria entrar logo de cara, poderia ser motivo de piadas ou coisas piores!

Mesmo assim, pegou o trem, sentando na janela dessa vez. Pegou seu celular e revirou os olhos. Quando seu pai estava vivo, ele comprou de aniversário para Lynn, o mais caro de todos. Um modelo ainda famoso naqueles dias, mesmo um ano depois. Mas ela nunca o usava, não sabia mexer direito naquilo, e pior, não queria quebrar uma das lembranças de seu pai.

O trem estava mais lento que o normal, ou era impressão dela? No frio, Lynn tremia por dentro, imaginando como era ser daquele colégio. Será que gostaria mesmo estudar lá? Talvez não fosse como estava imaginando, bufou.

Quando o trem parou, Lynn respirou o ar do centro, cheio de poluição. Passou pelas ruas, agora mais calmas, e nenhum sinal de adolescentes daquele colégio. Sentiu seu estômago revirar, e seu café da manhã ameaçar voltar. Piscou novamente quando viu o tamanho daquele colégio.

Lynn não sabia descrever o tamanho dele. Ele era lindo. O chão era feito de mármore, as paredes decoradas com artes antigas, os olhos de Lynn brilharam. Era como andar em um local sagrado.

– Com licença. – uma voz aguda a chamou. – Posso ajudá-la?

A mulher que estava atrás de um vidro era realmente bonita. Mas a voz era de taquara rachada. Não queria ouvir mais aquela voz.

– Sim, a diretora me disse para vir aqui hoje. – Lynn gesticulou com as mãos. – Então eu vim.

– Por favor, não me faça rir. – a mulher a olhou de cima para baixo. – A diretora nunca marca nada com ninguém. Você é a sexta hoje que diz isso, e nem está nos padrões de uma pessoa de tal categoria.

Aquilo não afetou Lynn, pois ela sabia que era uma estranha ali. Mas era um engano.

– A diretora me chamou aqui sim. – Lynn sorriu vagamente. – A chame se não quiser que eu faça isso por mim mesma.

– Não vou chamar a diretora. – ela disse, mordendo os lábios, sorrindo. – Você, garota esperta, mas escuta, eu não sou tão fácil de enganar.

– Moça, não estou tentando te enganar. – falei, ficando a cinco metros de distância do vidro. – Como uma profissional, deveria pelo menos checar com a diretora. Fale que sou eu, Lynn, que resolvi vir.

Ela revirou os olhos e Lynn sorriu vitoriosa. Lynn ouviu risos se aproximando, mas não olhou, estava prestando atenção na atendente arrogante ligando para a diretora.

De uma hora para outra, estava no chão. Alguém a tinha empurrado com uma bruta força.

– Castiel! – berrou a menina cabelos brancos, que Lynn percebeu ser a mesma do outro dia.

– O que? – a voz rouca do garoto fez seus pelos ficarem em pé.

– Você atropelou a menina, como pode ser tão rude? – e a atenção dela foi para a loira. – Você está bem? Desculpa pelo Castiel, ele não sabe como tratar as meninas ainda.

– Ei, foi sem querer. – O ruivo se aproximou de Lynn, que se afastou dele dois passos.

A de cabelos brancos começou a rir sem parar do ato de Lynn, e logo todos estavam rindo da cara de ‘Ãn? Por que ela fez isso?’ de Castiel.

– Qual o seu nome, anjo? – o adjetivo a deixou sem graça.

– Com licença. – a voz chata fez a cabeça de Lynn virar rapidamente. – A diretora já vai te ver. Desculpe por ter te tratado assim, pensei que você era uma louca. Pode ir para a sala da diretora, é a primeira quando você entrar.

– Obrigada! – respondeu, sorrindo. Olhou para o ruivo que trombou com ela, e se sentiu intimidada, colocando uma mão a frente do corpo. – Desculpa, agora eu tenho que ir. Meu nome é Lynn.

– O meu é Rosalya. – Respondeu a menina de cabelos brancos. – Espera, eu vou te apresentar para meus amigos. – o grupo todo olhou para ela. – Essa aqui é Lynn, gente!

– Oi, Lynn. – todo mundo disse, com humor.

– Sou o Lysandre. – o garoto de cabelos brancos, trajando uma roupa que Lynn reconhecera como vitorianas pegou sua mão, dando um beijinho.

– Castiel. – O ruivo acenou, mal humorado.

– Sou a Ísis. – outra ruiva acenou, sorrindo amigavelmente.

Lynn examinou cada pessoa de lá. Eles não pareciam os mimados que sempre imaginou que estudassem nessa escola. Sorriu.

– Você vai estudar aqui? – Rosalya perguntou, olhando para as roupas de Lynn.

– Não. – ela respondeu rindo. – Só estou olhando, não quero causar confusão. Agora tenho que ir, se não a Shermansky fica brava comigo.

Despediu-se de todos com um sorriso e seguiu para onde fora mandada. “Todo mundo aqui é legal assim?”, pensou, enquanto ia em direção a porta que estava o nome da diretora. Abriu a porta devagar, colocando somente a cabeça para dentro.

– Olá. – chamou.

– Lynn. – a diretora sorriu. – Entre.

Lynn adentrou a sala, que era do tamanho de sua casa. Olhou para diretora, que estava com seu cachorro nos braços. Shermansky trajava um belo vestido rosa, com uma jaqueta azul marinho, realçando seus olhos.

– Pensou bem, não é? – Lynn afirmou com uma mexida na cabeça. – Ótimo, tenho que explicar o que você tem que fazer para entrar na escola. É muita coisa, e somente uma pessoa passa nos testes.

Lynn já tinha ouvido falar daquilo. Era milhares de concorrentes todos os anos, todos concorrendo por uma vaga na escola Sweet Amoris. Não era exatamente justo, porque as mais bonitas sempre ficavam, e os currículos eram sempre muito importantes. Lynn tinha parado de estudar, então não seria adequada. Suspirou.

– Eu consegui a sua ficha na sua antiga escola. – explicou a diretora. – Me mandaram uma cópia. Por que você parou de estudar, Lynn?

– Precisava de dinheiro. – argumentou. – Não podia estudar, deixando minha mãe morrer de fome.

– O que houve? – perguntou. – Desculpe me intrometer, mas eu preciso saber o que houve.

– Aconteceram muitas coisas, problemas familiares. – Lynn olhou para suas mãos. – Meu pai faleceu, e minha mãe parou de trabalhar, deixando tudo para eu cuidar sozinha.

– Querida... – Shermansky a olhou com pena. – Sinto muito. Eu consegui sua entrevista para agora, na última hora. Você não precisa passar pela seleção, a partir de agora, é um membro da Sweet Amoris. Mesmo se não conseguir a vaga, pode aparecer aqui. Lynn pode pedir ajuda, não tem problema algum. Sua entrevista vai ser com um de nossos representantes da escola.

– Obrigada, mas não tenho muitas chances. – sorriu desconcertada.

Saiu da sala, seguindo para outra, onde a diretora falou que seria. Lynn estava nervosa, estalando a língua, quando viu onde seria a entrevista. Quatro garotas estavam lá fora, esperando também.

As garotas estavam vestindo suas melhores roupas, e estavam com um ar superior.

– O nível está caindo a cada ano. – uma loira disse, olhando maldosamente para Lynn.

– Espero que minha entrevista seja com o Nathaniel. – outra morena falou, respirando fundo e sorrindo. – Não é a toa que ele é um dos mais gatos da França. Não sei como ele não tem namorada.

– Ele bem que podia namorar comigo. – uma suspirou de amores por ele.

– Acho que isso cabe a eu decidir, não é? – um loiro apareceu, surpreendendo as outras, deixando-as com as bochechas avermelhadas. – A conversa alheia de vocês me dá desgosto pelas escolhas da diretora.

– Você acha que tem o direito de falar essas coisas? – a menina mais alta, magra, possivelmente modelo enfrentou-o.

– A senhorita está aqui como convidada, não como a dona, então acho melhor ficar em silêncio. Tudo aqui está contando para o teste. – todas se calaram imediatamente, enquanto ele mexia nas fichas. Lynn cruzou os dedos, desejando ser a última. – Lynn Ângela, venha comigo.


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Notas finais do capítulo

Comenta aí, por favor. Custa nem 1 minuto, e vai me deixar feliz :3

Bjoos