Never Try to Give Up escrita por Luíza AD


Capítulo 1
Primeiro


Notas iniciais do capítulo

Olá ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/454917/chapter/1

Primeiro

Escutou o ‘bip bip’ de seu celular e se levantou. De madrugada, como sempre. Fez sua higiene matinal, vestiu um traje qualquer, aquele dia não era especial. Olhou-se no espelho. Seus cabelos loiros platinados a deixavam desconfortável, principalmente com olhos verdes.

Saiu de seu quarto procurando sua mãe, mas ela estava no lugar de sempre. No sofá, dormindo. Deu quatro passos e entrou na cozinha, abrindo a geladeira, pegando suco, colocando-o no copo e deixando na poltrona do sofá.

- Estou indo.- disse Lynn, pegando o celular e uma mochila, saindo de sua casa e encarando as perigosas ruas.

Morar em um dos bairros mais pobres da cidade não era exatamente agradável, mas Lynn não se importava muito com isso. Entrou em um beco ainda um pouco escuro. Avistou um prédio pequeno, mas limpo e chamativo.

Pegou as chaves e entrou no prédio. Era onde ela trabalhava.

Lynn ainda não acreditara que conseguira um trabalho na loja de costuras, apesar de não estar estudando, a moça da loja a acolheu. Essa loja era uma das mais famosas da França, perdendo apenas para outra mais famosa. Foi para os fundos, onde realmente pertencia.

“Pelo menos posso ter paz” pensou Lynn, pegando o caderno de desenhos que ficava na loja e começou a desenhar novos modelos. Gostava de desenhar, isso era certo. Principalmente se o trabalho fosse desenhar roupas, novos modelos.

Gostava de se imaginar, atuando, vivendo a garota para quem estava desenhando. Pelo menos ela teria uma boa vida. Suspirou. Olhou para os esboços, não estava muito animada para trabalhar, mas continuou.

Terminou o primeiro trabalho e sorriu orgulhosa. Era um vestido curto, com babados na cintura, perfeito para uma festa, ou para simplesmente tomar um chá da tarde. Lynn não sabia para quem estava desenhando. Ás vezes, gostava de olhar os vestidos prontos, olhar o nome, as medidas da garota ou garoto, mas nunca admitiria em voz alta.

Colocou o caderno na mesa e foi para o centro do local, que também era uma loja. Vários vestidos expostos, seus vestidos. As pessoas começaram a notá-la, olhando para seu rosto e roupas. Se sentiu desconfortável, não pelas roupas, mas por estar sempre chamando atenção.

Morria de raiva quando algum garoto a parava na rua e dizia obscenidades para ela. Tinha o desejo de pintar o cabelo, cortar, fazer algo. Mas não tinha dinheiro suficiente. A maioria do seu dinheiro ia para a casa que estava pagando, e para as contas. Sua vida baseava-se em acordar, ir ao trabalho, voltar e ir dormir.

Não estudava. Já tinha perdido um ano, para que voltar agora? E além do mais, tinha um trabalho ótimo, só não sabia por qual caminho seguir. Estalou a língua. Era seu tique, quando ficava indecisa ou nervosa, estalava a língua.

Olhou no relógio, ainda estava cedo. Talvez se ela desse uma pequena saída, sua chefe não notaria, ou não se importasse. Já tinha feito um modelo mesmo. Poderia fazer mais depois. Sorriu, iria para o centro da cidade.

O centro era engraçado, na opinião dela. Carros buzinando, pessoas ao telefone, adolescentes mimados, havia de tudo. Mas o principal, era o colégio. Mais famoso da França, Sweet Amoris, estava entre os dez melhores do mundo.

Aquele lugar era gigante. Lynn só entrara nele uma vez, e foi porque sua mãe queria que ela entrasse para fazer o ensino médio, mas tudo mudou. Agora sua mãe, antes alegre, sempre com um sorriso, um abraço, agora estava praticamente morta no sofá, o dia todo.

Não a culpava, pois desde que seu pai morreu, o céu estava sempre mais escuro. Teve que rapidamente arranjar um emprego para cuidar de sua mãe, que não fazia nada. Suspirou. Nem percebeu quando o trem parou, e foi arrastada para fora.

Os grandes prédios com luzes de néon, os anúncios de novas roupas, maquiagem. Aquilo tudo era parecido com Las Vegas, a cidade do pecado. Foi andando pelas ruas, quando foi surpreendida por um grupo adolescente. Aquilo era o centro, não as ruas de seu bairro, então, ela poderia esperar um pouco de educação.

- Onde está a diretora? – perguntou uma garota de cabelos... BRANCOS? Lynn arregalou os olhos. Será que era a cor verdadeira de seus cabelos?

- Foi correr atrás de seu cachorro. – uma voz tranqüila respondeu. Dessa vez um menino, de cabelos brancos, também. Será que todo mundo tinha cabelo de cor esquisita no centro?

- Você está muito tranqüilo, Lysandre! – uma menina desleixada, mas muito bonita respondeu para Lysandre, sendo aquele seu nome. – A diretora é capaz de esquecer a gente por causa desse cachorrinho dos demônios.

Todos riram. Lynn terminou de atravessar a rua surpresa por essa observação que fez. Aquelas vozes superiores, eles estavam olhando para todos com certa superioridade. Com certeza estudavam naquele colégio, Sweet Amoris.

Pensou como seria estudar em um colégio assim. Provavelmente não deveria fazer isso, divagar, imaginando como seriam as coisas, mas era impossível. Sua atenção foi tirada quando viu um cachorro, um pequeno cachorrinho, muito fofo andando no meio da rua, desviando de carros e com expressão de medo.

Lynn rapidamente entrou na frente dos carros, que buzinavam e gritavam palavras não lá muito bonitas, mas ela não se importou. Chamou o cachorro, mas ele correu, e dessa vez, para frente de um caminhão em alta velocidade.

“Pestinha!” Não teve tempo para pensar, só correu, pegou o cachorro antes que fosse tarde demais, e pulou da rua, e caiu na calçada, esmagando as costas na calçada. Pelo menos ele estava bem.

Logo depois disso, o cachorro saiu correndo e parou alguns metros de onde Lynn tentava se levantar, consumida pela dor em suas costelas. Conseguiu sentar, respirando profundamente, e as lágrimas secando já.

Levantou de uma vez, estralando a coluna. Olhou para o cachorro, que agora estava nas mãos de uma mulher, uma idosa. Ela tinha uma cara de ‘boa velhinha’. Roupas comportadas, óculos, e um ar de superioridade. “Mais uma daquele colégio?”

- Você salvou o Totó! – ela gritou, assustando Lynn e outras pessoas.

- Não foi nada... – disse Lynn se aproximando cautelosamente. – Só fiz o que qualquer um faria.

- Não, não. Isso foi tudo! – a velha gritou mais alto. – Você se jogou na frente de um caminhão para salvar o Totó!

- Não, você está exagerando.

- Qual o seu nome, querida? – a velha sorriu, pegou uma caneta e papel.

- Lynn, mas para que? – Lynn percebeu que a idosa escreveu algo lá. – Olha, eu sei que foi bom o que eu fiz, mas eu não quero nada!

- Eu me sinto em dívida com você. – ela olhou para o relógio e pegou a mão de Lynn, a levando contra sua vontade para dentro de uma loja de doces.

- Não precisa se sentir em dívida comigo. – Lynn tentou mudar a estratégia. – Eu sempre faço isso, sempre ajudo, e não espero nada em troca. Não é como se você perdeu uma aposta.

- Eu quase perdi meu cachorro. – a idosa olhou para Lynn. – Moça, você salvou minha vida, você não entende? Meu cachorro é como um filho, se alguém salvasse meu filho, eu iria ficar em dívida.

- Mas.. – foi interrompida.

- O que você quer? Uma recompensa, dinheiro, viagem, moradia? – a idosa olhou para seu rosto a espera de uma resposta.

- O que eu quero? – brincou. – Estudar na escola Sweet Amoris.

- É isso que você quer? Tudo bem, então.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Posto o próximo quando alguém comentar :V



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Never Try to Give Up" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.