Eu estava tomando café, dois dias depois das garotas terem vindo para cá, elas se adaptaram muito bem , cada uma tinha um quarto no enorme instituto.Estavam todos rindo, conversando em volta da mesa, menos eu e Isabelle, pois ela estava na biblioteca. Sentia que algo estava estranho, Izzy chegou correndo na sala, ofegante, ela pôs as mãos na mesa e olhou para todos em expectativa com um sorriso no rosto.

–Temos uma missão –ela disse

–Como assim?! –se exaltou Mandie- missões são perigosas tem monstros, demônios, objetos dos deuses, monstros e...- ela parou de falar, percebendo todos os olhares voltados para ela, menos o de Aqua que acenava com a cabeça em concordância, mantive meu rosto impassível

–Não esse tipo de missão- disse Alec com um meio sorriso

–Nós, ou seja, eu, você, Annie e Aqua – Izzy explicou para Mandie – temos que ir até o Pandemônio, Clary, Jace e Alec também vão, só que o “serviço” deles é diferente do nosso- ela olhou para o irmão,que assentiu e voltou a nos olhar- teremos que “cuidar” de um casal de vampiros, temos que nos arrumar.

–Isso quer dizer que... teremos armas?- questiona Aqua.

–Sim, claro- respondeu Izzy impaciente- agora venham, Mandie, Aqua- e ela se virou andando em direção a sala de armas com as garotas em seu encalço. Os outros também saíram, restando apenas eu.

Segurei a corrente que estava em meu pescoço, substituindo o colar do acampamento, e deslizei meus dedos nela até os mesmos se fecharem em torno da misteriosa chave, ela estava fria, mais que o normal e eu tinha um pressentimento sobre hoje a noite, só não sei se é bom ou ruim.

...

Eu estava no sofá de couro preto instalado no meio do meu enorme closet branco e preto, na frente de um enorme espelho, a porta do closet aberta atrás de mim e eu olhando entediada para as roupas e sapatos jogados no chão na minha tentativa falha de me arrumar para a missão com Isabelle, um fato: ela me mataria se eu fosse de jeans.

–Anie – escuto Mandie me chamar- precisa de ajuda? Posso entrar?

–Claro- respondo me deitando no sofá, derrotada –eu vou precisar de muita ajuda, não fiz nada ainda.

Ela entrou, vestia uma mini-saia pink justa, uma blusa rosa claro com gliter, um cinto largo e preto ligando as duas peças, sapatos da mesma cor com um salto pequeno, sua maquiagem era toda rosa, a não ser pelo delineador preto marcando os olhos. Seus braços continam pulseiras prateadas e um colar com um coração rosa estava em seu pescoço, seu cabelo preso em um coque elaborado com presilhas rosas cintilantes e na sua mão tinham anéis prateados e uma jaqueta de couro rosa bebê e preta entre os dedos. Meus olhos doíam de tanto rosa que ela usava.

–Barbie –resmunguei e ela me mostrou a língua.

Muito madura. Ela andou por uns cinco minutos mexendo nas roupas e jogou algumas delas para mim.

–Vai vestindo isso aí, vou chamar as meninas- avisou ela e saiu

...

Logo que as meninas chegaram começaram a me arrumar.

Isabelle vestia uma saia dourada com detalhes em marrom comprida, um corpete preto com mangas e fitas marrons, sandálias da mesma cor, os cabelos escorridos e negros alisados e soltos, jóias longas e douradas nos braços e orelhas, no pescoço o colar com a pedra vermelha, sua maquiagem era pesada, marrom nos olhos e rosa escuro na boca, resaltando a pele pálida. Ela me proibiu de me olhar no espelho até segunda ordem, ou seja, até acabarem de me arrumar.

Ao lado de Izzy estava Clary, Aqua e Mandie, porém só a última me arrumava também.

Clary trajava um vestido verde escuro justo de alcinhas até a coxa, um colete preto com tachinhas grafite e pratas, um sapato de salto simples e delicado, grafite, poucas jóias, se limitando a pulseiras pratas nos pulsos finos , cabelo solto e maquiagem leve. Ao lado dela estava Aqua.

Diferente das outras, Aqua usava uma calça de couro, um colete de couro, uma blusa azul escura de paetê, botas marrons de cano baixo, cabelo preso em uma trança com presilhas bronze, jóias da mesma cor e maquiagem pesada preta com azul.

–Prontinha Annie- falou finalmente Isabelle, me levantei e abri a porta do closet, dando de cara com o meu reflexo.

Eu estava com o cabelo liso caindo até o quadril, maquiagem marcando meus olhos com preto, batom vermelho ressaltando a brancura da minha pele, um salto alto preto brilhante nos pés e o vestido, ele era preto colado, com mangas compridas e um decote sinuoso em “v” na frente.

Olhei para as garotas, agradecendo e fomos para o Pandemônio.

...

A batida da música era viciante e doentia, estávamos a uma meia hora procurando os vampiros, o colar de Isabelle começou a brilhar, pulsando como um coração fora do peito, vi uma movimentação a minha direita, as meninas partiram para cima do vampiro pálido com cachos castanhos, o puseram de pé, ele me encarou com seus olhos verdes extremamente claros e sorriu, logo depois caíndo morto e inanimado.

–Ótimo, agora falta a vampira- concluíu Isabelle feliz.

Foi aí que aconteceu.

Fui lançada longe, meu corpo contra uma parede fria e mãos tremendo em meus ombros, olhei para minha agressora, uma garota pequena e pálida, cabelos ondulados claros até os ombros, rosto delicado e olhos verdes maníacos, como o do outro vampiro. A vampira...

–Você... - sibilou baixinho- você tem que cuidar, da chave, tesouro, família, por favor, junta-los, você pode, sabe como, encontre, guardiões - ela me entregou algo que não me dei ao luxo de perceber o que era de imediato e sorriu- é a minha hora, foi uma honra ve-la minha senhora, adeus.

Nisso a mão de Mandie me tirou de perto dela e Aqua a matou, a arma atravessando o coração.

–Vamos- chamou Isabelle- já terminamos.

...

Estava sentada na cama, o “presentinho” da vampira alguns palmos à minha frente, era uma caixinha rústica, do tamanho da palma da minha mão, escura e com um fecho dourado e simples, um pouco antigo. Dourado... Isso! Peguei a chave dourada da minha cômoda e hesitante coloquei na fechadura,girando. Ouviu-se um estalo e a caixa abriu. Com cuidado levantei a tampa e me deparei com dois objetos.

O primeiro era uma chave, dourada e pouco maior que a outra, essa tinha um rubi na base, imediatamente a coloquei na corrente, tirando a outra de lá. O segundo era um anel, aro de ouro, simples e um diamante branco esculpido no topo. Como que por impulso o coloquei no dedo anelar, a pedra emitiu uma luz azul clara envolta de si e vi algo gravado na pedra. Meu nome. É como se a pedra me chamasse.

Senti meus olhos brilharem com o anel, coloquei a primeira chave na caixa, a corrente no meu pescoço, me troquei e dormi, sem sonhos.