Quando ela parou de tocar em aplaudi, ela realmente cantava bem.

– Parabéns, que voz linda! Eu disse pra ela

– Eu quero ser cantora...

– Isso é bom!

– Se meu pai me apoiasse...

– Ele não apóia seus sonhos?

– Ele acha que eu devo ser empresária para suceder o cargo dele em uma grande impressa, eu realmente não entendo por que ele não escolheu meu irmão!

– Você tem irmãos?

– Só um. Ele é dois anos mais velho que eu...

– Ah, verdade, quantos anos você tem?

– Sério?

– Sim!

– Eu tenho 16!

Depois disso nós dois passamos um belo tempo em silêncio. Eu realmente tinha mil assuntos para começar, mas eu péssimo nesse negócio de quebrar gelo. Então simplesmente optei por ficar calado.

Ela olhou para cima e fez uma cara estranha.

– O que foi? Eu perguntei

– Tenho uma leve impressão que vai chover.

– Sério?

– É!

– Agora?

– Não sou vidente para saber!

Eu fiquei quieto, por que eu tive a impressão de que ela estava irritada comigo, eu sou mestre na arte de irritar as pessoas.

Começou a chover, ótimo! Nós dois saímos correndo para de baixo de uma espécie de cano de cimento grande, e ficamos lá por alguns minutos em silêncio que pareceram mais horas.

Cada minuto que se passava, a chuva piorava mais. Depois de uns 30 minutos de chuva, a água começou a se elevar, e jurei ver alguns raios e ouvir alguns fortes trovões.

Eu me virei e encarei Júlia, que estava com os ouvidos tampados e os olhos fechados. Minha irmã também fica exatamente desse jeito quando começa a chover, tudo por culpa de um trauma de infância. É isso! Ela também deve ser traumatizada com alguma coisa.

– Você tem medo de chuva?

– Não de chuva, dos trovões

– Minha irmã também fica assim... Bom, quando ela era menor eu fiquei doente justo em um dia chuvoso, e meus pais tiveram que me levar para o hospital. Ela não quis ir, e quando chegamos em casa de noite ela estava dentro de um armário tremendo da cabeça até os pés, até hoje ela nunca disse o que realmente aconteceu.

– Eu não quero falar sobre o que aconteceu...

– Tudo bem, se você quiser... Você pode me abraçar...

Ela ficou extremamente vermelha, mas depois de uns cinco minutos ela me abraçou e deitou sua cabeça em meu peito.