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Marcavam “16h00” no relógio quando eu me acordei. Olhei para Júlia que ainda dormia, então fiquei apenas observando ela. Depois de uns 10 minutos ela acordou.

– Obrigado de novo...

– De nada...

Ela se levantou e desceu as escadas, fiz o mesmo. Depois ela abriu a porta e saiu correndo para a praia e depois me gritou:

– Quero ver se você me alcança!

Eu saí correndo. Ela entrou no mar e eu parei na metade, então ela veio até mim.

– Por que você não entra na água?

– Por que eu tenho limites...

– Nós na verdade jamais temos ou teremos limites, temos o medo. O medo é algo ruim, nos impede de fazer coisas boas, como somos orgulhosos chamamos o medo de “limite”. Eu abaixei minha cabeça nessa hora e ela levantou - Esquece seus medos por uns minutos, tenta ser feliz, você consegue!

E ela saiu andando em direção ao mar. Aquelas palavras que ela tinha me dito, faziam sentido. Sou um bobão que chama seus medos de limites.

Não esperei mais nada e sai correndo para o mar. Júlia não estava exatamente dentro dele, mas estava sentada onde a maré batia, me sentei ao seu lado.

– Posso encostar minha cabeça no seu ombro? Ela me perguntou

– Não precisa pedir.

Depois de um tempo, começou a chover fraco e Júlia me chamou para voltar, sem pensar em mais nada, eu apenas colei meus lábios nos dela.

Passamos o que parecia ser uma eternidade nos beijando, até que ela parou e me disse:

– Por que você fez isso?

– Por que eu acho que gosto de você

– Você acha?

– Não posso dizer que realmente gosto, pois tenho medo de não gostar e acabar te machucando depois.

– Você não vai me machucar.

– Como você pode ter tanta certeza?

– Eu sei disso.

– Você é esperta até de mais.

– E você é bonito ao ponto de não saber usar sua beleza!

– Você também é bonita, até de mais...

– Isso não leva ao caso agora Thomáz.

– O que leva então?

– Não sei. Pergunte a si mesmo!

– Eu não sou bom nesse lance de “si mesmo”

– Pois deveria ser. Você é bom, só precisa de alguém que descubra esse lado seu.

– Esse alguém é você?

– Não... Ela abaixou a cabeça

Ficamos em silêncio por longos minutos.

– Eu falei alguma bosta? Eu pergunto.

– Acho que sim...

– Me desculpa então.

– Ok...

Ela apenas se levantou e seguiu para a casa, e eu fiquei lá, apenas tentando entender o que eu fiz de errado...