''O que faz aqui?’’ perguntou um loiro surpreso. Tentava pensar em algum motivo capaz de fazê-la retornar depois de tanto tempo. Nada vinha a sua mente.

A garota ria,enquanto envolvia seus braços em volta do pescoço do sonserino.

''Nossa,Malfoy. Isso é jeito de receber as visitas? Achei que gostaria de me ver,depois de tanto tempo...’’

''Esse é o problema,Astoria.’’ Disse ele,se soltando da garota. Conhecia muito bem seus truques para saber que ela não estava ali só de passagem. ''Você não voltaria assim,só para relembrar velhos tempos. Eu te conheço o suficiente para saber disso.’’

Antes que pudesse continuar,ela o impediu.

''Engano seu,Draquinho. Eu voltei porque senti sua falta,e não só a sua,como de Blásio e Pansy também. E ao que tudo indica,Daphne voltará em breve,então quis me adiantar.’’

''Blásio sabe sobre Daphne?’’

''Por favor,Draco. É claro que não. Você acha mesmo que eu diria algo sobre Daph a ele depois de tudo?’’

''Achei que vocês já tivessem resolvido isso,já que ela e Pansy retomaram a amizade....''

''Sim,nesse ponto eu concordo com ela. Não havia motivo nenhum elas continuarem brigadas,já que a culpa sempre foi dele.’’

Draco bufou. Nunca entenderia a mente feminina.

''’Francamente,o que houve com você? É tudo culpa daquela grifinória metida a....’’

''Não ouse falar assim da Hermione!’’ gritou Draco. E só então se deu conta. ''Como.....como sabe disso?’’

Ouviu o riso da garota novamente.

''As notícias correm,meu caro. O que posso fazer?’’

– X -

A mente da sonserina girava. Precisava colocar seu palno em prática o mais rápido possível. E para isso,precisava da caçula dos Greengrass,que ainda não havia chegado.

Ouviu o barulho de um sino,indicando que alguém adentrara no estabelecimento. Um café trouxa em Londres,um pouco mais afastado,assegurando que ninguém as encontraria ali. Logo avistou a morena,que a julgar pela expressão,não facilitaria seus planos.

''Espero que você tenha bons motivos para ter me tirado da minha amada Quinta Avenida.’’ Disse a menina. Ela não pertencia mais ao mundo bruxo,não queria mais ter contato com nada que lhe lembrasse um certo sonserino.

Depois que a guerra acabou,Daphne se juntou a Astoria e decidiu sair de viagem. Não apreciava muito o mundo trouxa na época,mas depois que os Comensais caíram,não teve outra escolha.

‘’É claro que eu tenho,Daphne. E o meu plano começa com você,voltando para Hogwarts.’’

A morena encarava a irmã,incrédula.

‘’O que você está planejando dessa vez? Sabe muito bem que eu não teria voltado se você não dissesse que era importante. Além do fato de eu não ter nada para fazer lá. Não depois de....depois de tudo.’’

''Preciso de informações para derrubar a Ordem. Draco não me dirá nada,muito menos aqueles grininórios. Me diga você,qual é a melhor maneira de conseguirmos isso,senão...’’

''Não.’’ Disse Daphne,prontamente. Sua mente trabalhava a todo vapor,permitindo – na captar de primeira as ideias da loira. ''Eu não vou usar Blásio para sustentar sua mente insana. Não conte com isso.’’

A morena estava pronta para sair dali quando ouviu Astoria dizer:

''Eu acho que você não entendeu,querida.’’ Disse Astoria,com um falso tom angelical. ''Você não tem escolha. Ou você faz o que eu mandei,ou quando você menos esperar....Zabini estará morto.’’

Daphne se virou bruscamente para Astoria,tentando esconder as lágrimas que caíam.

''O que eu tenho que fazer?’’

Um sorriso cúmplice brotou nos lábios da loira. Parte do plano estaria em ação muito em breve.

''É assim que se fala,maninha.’’

– x –

''Eu sinto a sua falta.’’ Disse Hermione,ao telefone. Draco havia ligado a alguns minutos e ela tentava,ao máximo,se manter forte. O fim estava próximo.

''Eu também,meu amor. Como vão as coisas por aí?’’

''Vão bem,a medida do possível. Quando é que você volta?’’

''Eu ainda não sei,é mais provável que nos vemos somente no dia da guerra. Mas não se preocupe,tenho uma surpresa pra você.’’

Hermione sorria. O que ele estava planejando dessa vez?

''Surpresa?’’

''É. Digamos que encontrei um jeito de você não sentir tanto a minha falta.’’

''Mas o que...’’

Não teve tempo de perguntar o que era. Uma morena zombeteira acabara de entrar.

''É aqui que tem uma grifinória morrendo de saudades de um sonserino?’’

''Pan!’’ disse a castanha,abraçando a menina logo em seguida.

''Hey,Herms!’’ disse Pansy. Draco ria,do outro lado da linha.

Depois que a menina desligou o telefone,contou a Pansy tudo sobre o que ela precisava saber: sobre a Ordem,seus planos e sobre Draco,é claro. Pansy contou a ela que,assim como ela,Blásio também entraria para a Ordem.

''Herms,você viu o....’’ disse uma voz conhecida.

''Ah,oi Neville! Lembra da Pansy,certo?’’

Pansy virou para encará-lo. Não podia ter feito coisa melhor. O menino sorria amigavelmente para ela,fazendo seus olhos brilharem. Um sorriso tímido brotou de seus lábios. Sonserinos não demonstravam seus sentimentos,mas isso não queria dizer que não os possuíam.

Hermione sorriu. Pensou que não viveria para ver essa cena.

Pansy estava apaixonada.

– X –

Rony andava sem rumo pelos corredores de Hogwarts. Ou melhor,com um rumo bem definido. Estava a horas tentando achar Luna,sem sucesso.

Ele estava cada vez mais próximo da pequena loira. Sua companhia o fazia bem,talvez até demais. Mas ele não se importava. Queria viver o presente,o que sentia por ela ele tentaria entender depois.

Ouviu risos dentro de uma das salas de aula da escola. A medida que se aproximava,percebia que aquela era a sala de Poções. Qual foi a sua surpresa ao encontrar uma certa loira conversando animadamente com Neville?

Uma súbita raiva tomou conta de si. Respirou fundo antes de dizer:

''Luna?’’

A pequena loira o fitava,curiosa.

''Ei,Ron! Está aí a muito tempo?’’

''Não,mas parece que você sim,estou certo?’’

''Talvez.....’’ disse Luna,e sorriu para Neville. ''Mas por quê a pergunta?

''Porque você esqueceu....’’ disse Rony,aparentando pensar em uma resposta. Ele precisava tirá-la dali. Ela era somente dele,não era?

''Esqueci o quê,Ron?’’

''Esqueceu que...esqueceu que íamos dar comida aos Testrálios,ora!’’ disse,sem pensar,arrancando uma súbita risada de Longbottom.

''Oh! É mesmo,me desculpe.’’ Disse,sem se dar conta na invenção do amigo,muito menos em seu súbito ataque de ciúme por ela.

Já Rony percebera muito bem o que havia acabado de fazer. Estaria ele com ciúme? O que ele realmente sentia?

A pequena loira despediu-se de Neville e caminhou em direção ao ruivo.

''Vamos?’’ disse Luna,mas o ruivo parecia estar perdido demais em seus pensamentos para ouvi-la. ''Ron?’’

''Sim?’’ disse um ruivo atordoado.

''Eu perguntei se já podemos ir.’’

Ele olhou em seus olhos. Ela era tão pequena,tão frágil. Ele queria protege-la,disso tinha certeza.

''Vamos.’’ Disse,depois de se despedir de Neville com um meneio de cabeça.

Neville ria da cena de segundos atrás.

''É,Ron,meu amigo. Você está apaixonado.

– X -

Semanas se passaram. Como o esperado,invadiram a Irlanda com êxito. O próximo passo seria invadir Azkaban. No dia marcado,os integrantes da Ordem aparataram para lá. Draco se certificou que não teriam problemas em entrar no presídio,afastando alguns dementadores e Comensais dali.

Aos poucos,os prisioneiros eram resgatados. Aparataram ao redor da Floresta Proibida. Tudo parecia bem até aquele momento. Só não estavam preparados para o que lhe esperavam em Hogwarts.

''Eles invadiram o castelo antes de chegarmos!’’ Ouviu Harry dizer. Hermione,Rony,Gina e Neville ficaram para enfrentar os Comensais que estavam a espreita na floresta,enquanto Harry e o restante foram em direção ao castelo.

O que aconteceu a partir daí foi decisivo. Os membros da Ordem lutavam. Mas não lutavam só por eles,mas pelas almas perdidas na guerra anterior.

Hermione só não esperava pelo o que viria a seguir. Enquanto ajudava um dos feridos da guerra a ser transferido para um local seguro,ouviu uma voz. Uma risada conhecida,que ela não esperava ouvir tão cedo.

''Astoria?’’

''Sentiu minha falta,queridinha?’’

A castanha imediatamente sacou sua varinha,mas não teve tempo para usá-la. Sentiu algo atingir-lhe a cabeça fortemente. Suas últimas lembranças foram um baque surdo não chão,antes de sua visão escurecer e ela beirar a inconsciência.