Green Eyes escrita por Kriss Black


Capítulo 4
Entrando no eixo


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Aqui vai mais um capitulo.
Boa Leitura!



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Janeiro 2006

Os meses passaram como num borrão e aos poucos as coisas foram ficando diferentes na vida de Julia, pois ela e Eduardo tornaram-se inseparáveis, ele sempre arranjava uma desculpa pra ir pegá-la no cursinho ou saiam pra conversar, eles brigavam por quase tudo como duas crianças birrentas, mas sempre sorriam das idiotices de ambos. Entretanto nem tudo eram flores, pois a prova do vestibular estava chegando e tiveram que reduzir o numero de vezes que se encontravam e foi nesse momento que Julia percebeu o quanto ele fazia a diferença na sua vida, em tão pouco tempo Eduardo se tornou seu melhor amigo e a cada vez ela se via mais dependente de sua presença, isso ainda era super estranho, mas desistiu de entender a relação deles e apenas passou a vivenciá-la. Só ela sabia como precisou se controlar quando ele disse que iria viajar justo na semana da priva do vestibular, ela tinha meio que feito dele um amuleto da sorte e se ele não estivesse lá como iria conseguir? Estava em pânico, no entanto não o deixou Eduardo perceber, afinal ele também iria fazer uma prova importante e ela mais do que ninguém sabia o quanto ele queria aquilo, engoliu sua frustração e deu-lhe um abraço apertado ao se despedirem. Assim que entrou em casa viu sua mãe com os olhos marejados, era incrível ver como ela havia adorado seu novo amigo, e Sam simplesmente venerava Eduardo, ou seja, ele era sempre bem vindo, exceto quando o pai estava, mas não pelo pai e sim por Eduardo, pois ela havia feito a besteira de se abrir com ele e é claro que ele surtou quando descobriu como seu pai tratava seus sentimentos e achou completamente errado o fato dele querer fazer dela uma confidente de suas aventuras extra conjugais e desde então era sempre tenso quando eles se encontravam, Julia entendia que Eduardo era protetor com ela, mas achava desnecessário tanto cuidado, afinal ela não era de vidro.

Na manhã após as provas do vestibular Julia estava apreensiva, sabia que tinha feito seu melhor, mas também sabia que muitas outras pessoas tinham feito o mesmo. Pra tentar relaxar pegou o Mp3 que Eduardo havia lhe dado de presente á umas semanas e ligou na esperança de uma música acalmá-la já que o amigo só chegaria em dois dias e Mah e Kim haviam viajado aquela manhã pra relaxarem, claro que ela não pode ir, era tão chato ter pais tão protetores... Ah pelo amor de Deus! Exclamou Julia ao ouvir a voz de Roberto Carlos entoar em seus ouvidos, ela não gostava muito da voz do cantor, mas por alguma razão misteriosa o Eduardo era um maior fã e era claro que ele colocaria umas músicas dele no mp3, era tão típico. Julia lembrou-se da crise de riso que teve ao entrar pela primeira vez no quarto de Eduardo:

Flash Black on

– Vamos Ju? – insistiu Eduardo pela milésima vez.

– Preciso terminar essa redação. – explicou mais uma vez. – Se você calasse a boca já teria terminado!

– Podes terminar lá em casa.

– Mas que coisa, porque queres tanto que eu vá lá? – perguntou Julia andando até ele que estava esparramado na sua cama. Folgado!

– Já falei, tenho uma visita e quero que você a conheça. – ele a puxou fazendo-a deitar em seu braço, aquelas ações já eram tão comuns que Julia nem ficava mais constrangida, descobriu com o tempo que ele era extremamente carinhoso, pelo menos com ela.

– Ela? – perguntou olhando pra ele.

– Sim, ela. Vamos Ju!

– Garoto chato, tudo bem, mas me deixe tomar um banho antes. – falou se levantando da cama, ou melhor, tentando, pois Eduardo a puxou de volta.

– Não precisa, estas cheirosa. – falou cheirando o pescoço dela e Julia precisou se controlar para não amolecer nos braços dele.

– Me solto, seu leso. – esbravejou o empurrando. - Anda sai do quarto e me deixe ficar apresentável pra conhecer ela! – Eduardo riu e saiu.

Julia ficou irritada diante de tanta insistência dele pra conhecer uma mulher, será que ele está namorando? Ou pior está morando com alguém? Ela balançou a cabeça pra espantar aquelas ideias, afinal até onde sabia ele morava sozinho em Belém, viera pra cidade somente pra estudar e sua família havia ficado em Minas Gerais, então só podia ser uma namorada. Julia estava tão incomodada com aquilo que demorou mais que o necessário pra tomar um banho e se vestir, estava penteando os cabelos quando Eduardo bateu na porta.

– Ju? – chamou. – Ainda estás viva?

– Já estou saindo, precisei terminar minha redação. – inventou uma desculpa na hora.

Olhou-se no espelho e se achou apresentável com uma calça jeans clara e uma blusa leve de algodão, era o mais apresentável que conseguia ficar com aquele calor que fazia do lado de fora, calçou uma sapatilha e foi, espantou-se quando Eduardo quase caiu pra dentro do quarto, já que ele estava escorado na porta mexendo no celular.

– Avisa quando for abrir a porta. – falou irritado depois de manter o equilíbrio.

– Quem manda ficar ai patetando. – Falou passando por ele.

Eduardo a segurou pelo pulso quando passou e a olhou de cima a baixo, com uma sobrancelha erguida.

– Porque está tão arrumada?

– Estou? – olhou-se de novo. – Estou nada, nem passei maquiagem.

– Vai pra outro lugar depois de casa? – perguntou e Julia viu uma sombra passar por seus olhos verdes.

– Quem sabe, a noite é uma criança. – piscou pra ele.

– Não estou brincando Ju. – falou ainda segurando o pulso dela.

– Para de ser chato e vamos logo, não irei em parte alguma. – sorriu Julia puxando o pulso do aperto dele e só então percebeu que o celular que estava em sua outra mão era o dela. – Que estás fazendo com meu telefone?

– Peguei sem querer quando sai do quarto àquela hora. – disse devolvendo o telefone.

– E você aproveitou pra bisbilhotar as coisas, não foi?

– Quem é Pedro? – perguntou sem mais delongas.

Julia olhou séria pra ele ao perceber a raiva que estava presente em seu timbre de voz, já tinha visto ele assim algumas vezes, era como ele reagia sempre que seu pai estava por perto ou quando tentava protegê-la de algo, mas havia algo a mais ali que ela não conseguia distinguir.

– É um amigo e vamos parando com essa coisa. – esbravejou. – E nunca mais mexa nas minhas coisas. Tenho amigos além de ti. Sabia? – falou cutucando o peito dele. - Se ainda me quiseres me apresentar alguém vamos logo!

Eduardo a assistiu descer as escadas e ficou por alguns instantes ali sem acreditar no que tinha acabado de fazer, ele tinha dado ataque de ciúmes na frente dela e quase se expos demais. Idiota! Repreendeu-se, mas ao ler as mensagens daquele cara no celular de Julia sentiu o sangue ferver e eles pareciam tão íntimos, ele já havia percebido que às vezes ela ficava teclando com alguém, mas imaginou que seria com Mah, não com um cara e quando viu aquilo ficou fora de si. Passou as mãos nervosamente pelos cabelos e depois de respirar fundo algumas vezes foi atrás dela, encontrou-a falando com a mãe e após se despedirem foram pra rua, Julia já estava bem mais a frente quando percebeu que Eduardo havia parado perto de um carro.

– Ué cadê a Sophie? – perguntou enquanto entrava no veiculo.

– Ela vai gostar de saber que sentiu saudades. – riu. – Agora que minha visitante está em casa não posso mais andar de moto.

– Você não vai mesmo me dizer quem é? – perguntou Julia.

Ele negou com a cabeça e dirigiu, passaram o percurso todo em silencio, mas nada constrangedor, às vezes eles ficavam assim num silencio confortável e já estavam habituados a momentos como esses, muitas das vezes que se encontravam ambos estavam estudando e apenas partilhavam da companhia um do outro, as vezes Mah ou Kim ficavam com eles, mas quase sempre estavam sozinhos, Julia sentia-se um pouco culpada quanto a isso pois tinha a impressão que estava deixando seus amigos de lado, até comentou com Mah certa vez e a amiga afirmou que nada iria separar eles três, então era pra ela curtir a companhia do Doutor Gostosão como ela havia apelidado Eduardo. Logo chegaram em frente a um prédio e entraram com o carro na garagem, ela sabia que ele morava no apartamento sozinho, mas ela imaginou algo mais simples, claro que sabia que ele deveria ter dinheiro, afinal uma moto daquelas não era qualquer um que possuía, mas ficou um pouco incomodada com tudo aquilo e nem entendia o porque ao certo.

– Que foi? – perguntou Eduardo assim que entraram no elevador.

– Nada demais, só admirada com o local que você mora. – disse timidamente.

– Minha mãe é o exagero em vida, pra me deixar morar sozinho impôs que o local teria que ser no mínimo confortável, mas digamos que temos opiniões divergentes sobre a palavra “conforto”. – Eduardo também parecia incomodado com todo aquele luxo e isso deixou Julia mais relaxada.

Ele percebeu que Julia ainda não parecia totalmente bem e por instinto eliminou o pequeno espaço que havia entre eles e segurou a mão dela que o olhou com carinho e deitou à cabeça em seu ombro, Eduardo respirou fundo e acariciou a mão dela ainda presa na dele. Só ele sabia como era difícil momentos como aquele, queria tanto abraçá-la e beijá-la, mas temia perdê-la se agisse antes do momento, ela já havia sido bem clara ao dizer que não se relacionaria com ninguém até a prova do vestibular e Eduardo faria de tudo pra aguentar essa paixão até esse dia, afinal ele podia desfrutar de momentos como aquele, que ela era carinhosa, meiga e nem tinha noção de como o provocava. Saíram do elevador ainda de mãos dadas e Eduardo a conduzia pra dentro de casa, entravam na sala quando Julia viu uma garota muito bonita saindo de uma das portas, olhou para Eduardo que sorria lindamente.

– Você disse que iria demorar meia hora. – brigou a garota.

– Cadê teus modos Flavia? – repreendeu Eduardo. – Essa é a minha amiga Ju, lembra que tinha ido buscar ela e...

– Ahhh a amiga! – riu Flavia interrompendo Eduardo e indo cumprimentar Julia com um beijo no rosto. – O Edu fala muito de você, prazer!

– Infelizmente não posso dizer o mesmo. – falou Julia e sua voz saiu um pouco mais ríspida que pretendia e Eduardo a olhou com a sobrancelha arqueada. Mas antes que ele pudesse dizer algo uma garotinha de uns cinco anos apareceu correndo e se jogou nos braços dele. Ai meu Deus, ele tem uma filha!

– Ei princesa, isso tudo é saudade? – riu abraçando-a. – Olha quero te apresentar uma pessoa.

A garotinha olhou pela primeira vez para Julia e sorriu.

– Essa é sua namorada? – perguntou mexendo no cabelo dele.

– A sinceridade das crianças. – falou Flavia.

– Não meu amor, essa é minha amiga Julia. – sorriu sem graça. – E Ju essa é a Aline, minha irmã caçula e aquele doce de pessoa ali é minha irmã do meio!

– Irmãs. – murmurou Julia sem conseguir conter o sorriso de alivio. – Muito prazer Aline. – a menina sorriu e pulou no colo de Julia que a segurou sorrindo. – Flavia. – cumprimentou. – Porque você não disse que vinha conhecer as suas irmãs?

– Era surpresa oras. – riu Eduardo. – E aonde você vai toda arrumada assim? – perguntou olhando pra irmã.

– Vou ao shopping só estava te esperando. – falou Flavia colocando a bolsa no ombro. – E nem vem com sermão, já sou bem grandinha!

– Garota olha como fala comigo.

– Até mais gente. – despediu-se Flavia quase correndo em direção à porta.

– O Edu é ciumento. – sussurrou Aline no ouvido de Julia.

Eduardo travando uma batalha interna tentando decidir se iria atrás da irmã ou não, mas ao ouvir a gargalhada da irmã caçula que brincava com Julia, foi sentar-se ao lado delas. Ficou assistindo Aline contar toda a vida deles, como era a casa em Minas, a escola, os amiguinhos e viu como a irmã o amava e como sentia falta dele, Aline não parava de falar um minuto, era uma criança inteligente pra idade dela, falava com uma destreza incrível e havia muito de Eduardo na irmã, inclusive os olhos que tinham o mesmo tom de verde. Julia tentava não olhar para o amigo, pois ainda estava bastante incomodada pelos sentimentos confusos que sentia desde que ele foi buscá-la aquela manhã, eles já eram amigos há alguns meses e com o tempo ela meio que esqueceu como ele tinha mexido com seus sentimentos, porem naquele dia tudo havia voltado como uma avalanche e vê-lo olhando pra ela com tanta admiração não ajudava muito, sentiu Aline tocar em seu rosto pedindo atenção e percebeu que estava olhando pra ele.

– O que vocês acham de tomarmos um sorvete? – perguntou Julia.

– Só se tiver de chocolate. – festejou Aline.

– Você almoçou ainda pouco Line. – argumentou e viu a irmã olhar pra ele com os olhos brilhando e cedeu. – Tudo bem, vamos.

Julia gargalhou o vendo cair na própria armadilha. – É esse olhar que você faz quando quer algo. – murmurou.

Resolveram ir andando até a sorveteria e assim que chegaram na rua Julia foi surpreendida pela mão de Eduardo segurando a sua, olhou pra ele que apenas deu de ombros e segurou a mão da irmã também. Tomaram sorvete, conversaram e resolveram levar Aline até um parque infantil ali próximo, ficaram durante algumas horas brincando como três crianças, até que Aline deu os primeiros indícios de exaustão e voltaram ao apartamento já no fim da tarde. Julia viu Eduardo dando banho na pequena, vestindo-a, dando o jantar e colocando ela na cama, era lindo ver a dedicação que ele tinha e como ficava radiante com ela por perto, poucas vezes o viu carrancudo ou algo do tipo, mas ali diante da irmã ele estava radiante.

– Ela dormiu? – perguntou Julia quando ele sentou ao lado dela no sofá e a puxou para seus braços.

– E acho que nem vai acordar tão cedo, ela estava exausta. – riu. – Obrigado por passar à tarde conosco.

– Eu a amei e não foi nenhum esforço, você sabe como sou louca por crianças.

– Ela adorou você. – disse acariciando o ombro dela. – Venha conhecer o meu quarto. – Julia olhou pra ele com um meio sorriso nos lábios. – Ah qual é?

– Tudo bem, vamos lá.

Julia entrou em um quarto um pouco maior que o seu, as paredes pintadas de azul celeste, uma cama de casal, uma poltrona e para o delírio dela uma parede inteira coberta por uma estante cheia de Dvds, uma coleção de Cadilacs, livros de medicina e numa parte resevada uma coleção de disco de vinil e CDs que ao chegar perto pra ver de quem eram não conseguiu conter a gargalhada,de todos os cantores do mundo ele tinha que ser fã do Roberto Carlos? Era completamente fora de contexto.

– O que foi?

– Roberto Carlos? – mais gargalhadas. – Quem diria que o Doutor era um romântico.

Eduardo olhou pra ela com um misto de raiva e divertimento e vendo que ela não parava de rir ele a agarrou e a jogou na cama fazendo cosquinhas.

– Agora você vai rir com vontade. – disse rindo junto com ela.

Julia se debatia rindo histericamente e pra mantê-la na cama Eduardo a prendeu com suas pernas, rindo ainda mais do desespero dela, mas quando percebeu que ela estava ficando com falta de ar parou o ataque, permanecendo em cima dela ofegante e segurando os seus braços no alto, ficaram ali rindo próximos demais um do outro... Julia cometeu o erro de olhar nos olhos dele e pela primeira vez sentiu que algo estava realmente mudando dentro dela, senti-lo assim tão perto era dolorosamente reconfortante e cristo como ela teve vontade de beijá-lo. Eduardo reuniu todo o autocontrole que restava dentro de si pra sair de cima dela ou caso contrário ele não conseguiria resistir à intensidade que ela transmitia no olhar, pela primeira vez ele teve uma pontada de esperança quanto ao seu sentimento ser recíproco, aquele não era o olhar de uma amiga, aquele olhar era de desejo e o modo como ela passou a língua nos lábios foi a prova maior de que o mesmo pensamento estaria passando na cabeça dela, por hora isso bastaria pra ele, ainda sorrindo a libertou e sentou na cama.

Flash Back off

– Agora você não tem mais desculpas, Julia Neves! – murmurou Julia. Reviver aquele dia fez os sentimentos aflorarem outra vez. – Vestibular já passou, as aulas também... Ele é uma ótima pessoa, dê uma chance ao seu coração! Ele não é teu pai!! – afirmou em voz alta pra tentar se convencer das palavras que pairavam no fundo de sua mente á alguns dias e quem sabe assim torná-las reais.

– Andas falando sozinha agora? – perguntou uma voz rouca vindo da porta de seu quarto e Julia sentiu o coração quase saltar quando a ouviu.

– Edu! – exclamou correndo ao encontro dele e o pulando em seus braços que a recebeu com carinho. – Voltou mais cedo?! Como entrou?

– Edu? – riu a abraçando com força.

– Cala a boca, foi à emoção. – brigou descendo do colo dele e o puxando pra sentar na cama.

– Você pode me chamar do que quiser. Menina chata! – brincou colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. – Mas respondendo as perguntas. – sorriu. – Toquei a campainha umas três vezes e ninguém atendeu, já estava indo embora quando o Sam chegou e me deixou entrar! Voltei mais cedo, pra te levar em um lugar.

– Estava escutando música e nem ouvi nada. Me levar pra onde? – perguntou ansiosa.

– Lembra que me disseste que és fã do Los Hermanos? – Julia confirmou. – Pois bem, sábado agora vai ter um show deles aqui e então pensei, porque não?!

– Mentira? Eles virão em Belém, mas como? Não vi anuncio nenhum!

– E lá fizeste algo além de estudar essas semanas? – riu Eduardo. – Então pensei: Ela é chata pra cacete, mas merece um pouco de diversão!

– O teu carinho por mim me deixa boquiaberta. – reclamou Julia dando um soco no braço dele. – Mas meus pais nunca que vão me deixar ir a um show. – lembrou triste.

– Calma. Essa parte deixa comigo, só esteja pronta no sábado à noite e o resto eu resolvo!

– Duvido muito, mas o que vale é a intenção. – olhou pra ele direito pela primeira vez aquele dia e sentiu seu coração falhar por uns segundos quando ele sorriu. - Como estava com saudades de ti! – exclamou Julia o abraçando de novo.

– Eu também senti. Em Minas não tem pessoas assim como você! – brincou beijando os cabelos dela. Deus, como senti a sua falta... Pensou apertando-a mais em seus braços.

Ficaram conversando o resto do dia, Eduardo estava cheio de novidades a prova que ele havia ido fazer parecia que sortiria efeito, pois dois dias depois de tê-la realizado foi chamado para uma entrevista e o médico responsável pelo departamento havia gostado muito do desempenho dele e das pesquisas acadêmicas que havia realizado, mas ao ouvi-lo dizer que talvez se mudaria pra Minas não deixou Julia muito feliz, afinal logo agora que ela estava pronta pra admitir o quanto gostava dele isso iria acontecer, porem tentou disfarçar sua tristeza devido a empolgação com que ele falava, sabia que esse sempre fora o objetivo dele, tentou cursar a universidade em seu estado, mas não foi admitido, entretanto lá sempre tinha provas para os residentes então ele viu mais uma vez a chance de entrar em uma das melhores universidades de medicina e Julia estava feliz por ele, sim ela estava. Já na hora que eles se despediram Eduardo percebeu algo diferente e perguntou.

– Aconteceu alguma coisa, Ju?

– Não.

– Tem certeza? Estás tão distante e esse olhar triste não me engana. – ele acariciou o rosto dela.

– Não é tristeza, é cansaço acumulado. – tentou sorrir. – É sério Edu!

– Gosto quando me chamas assim. – sorriu. – Quando quiser me dizer o que tens, estarei a seu dispor. – falou galante e a abraçou. – Até sábado.

– Até.

Assim que Julia fechou a porta sentiu tudo vir em ondas, agradeceu por seus pais terem saído com Sam e sabendo que não conseguiria chegar no seu quarto sentou ali mesmo perto da porta e deixou as lagrimas correrem livremente por seu rosto... Era tão frustrante se sentir assim, parecia que tudo aquilo que vinha guardando á tanto tempo resolveu sair de uma vez só, as brigas com os pais, o medo de não ser aprovada, os sentimentos silenciados e o medo latente que estava de comprovar sua paixão por Eduardo e ele ir embora da cidade, Mas o que eu queria? As coisas são complicadas pra mim por natureza! Tentou com todas as forças conter as lagrimas e subir as escadas, mas fazia tanto tempo que não se permitia a sentir que estava difícil de controlar tudo então ficou ali sentada até não ter mais lagrimas a serem derramadas e ela se sentir mais leve.


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Notas finais do capítulo

E ai mereço um review???
Agora sim as coisas estão indo pra um lado certo, duas pessoas tão altruístas só podia dar uma coisa dessas mesmo, mas veremos!
Bom quero agradecer aos leitores que comentaram e pedir humildemente aos leitores fantasminhas que comentem, nem que seja um "oi, eu li", porque vejo que muitos visualizam a estoria e não deixam sua opinião, vamos lá gente, façam uma pessoa feliz!
Espero que esteja curtindo isso aqui!!
bjinhos



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