Desventuras de meio-sangues. escrita por Lia, Janie


Capítulo 9
a história de Melanie e o acampamento


Notas iniciais do capítulo

desculpe a demora, sorry.



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E como você, naturalmente, está meio confuso em relação à Melanie, vou ser devidamente educada e deixar-lhe a par do que estava acontecendo na cozinha naquele momento.

Mel havia acordado meio zonza. Caminhou pelo corredor até parar na frente de um calendário. Acendeu a luz do corredor. Percorreu os dedos pelos números, até alcançar o dia respectivo. 17 de fevereiro. Mais não podia ser. Ela tinha certeza que não. Correu os olhos até encontrar o grande e velho relógio cuco.

– Uma e quinze- Sussurrou, suas pernas tremiam feito vara verde.

Percebeu que suas energias estavam praticamente esgotadas. Tentando fazer o mínimo do barulho possível, caminhou até a cozinha. Tirou de um armarinho, seu saquinho particular de ambrósia. Pegou um dos cubinhos cor de leite e levou aos lábios. O gosto era reconfortante e por um minuto ela se esqueceu do que aconteceria dali alguns minutos.

– Já não te disse pra não ficar comendo isso o dia todo? – Exclamou uma voz no escuro. Uma luz finalmente se acendeu, deixando Mel cara a cara com seu padrinho.

–Você não manda em mim, Apolo- A garota afirmou, rolando os olhos.

– Eu te mantenho viva, o quê é quase a mesma coisa – O deus caminhou até a fruteira e pegou uma maçã, que mordeu entre sorrisos de deboche. – Sério, aquele Luke é chato em? Precisei ficar de tocaia o dia inteiro, e Zeus está furioso com a proximidade dele com a filha.

Melanie até ia concordar, mais sentiu suas pernas se alongando. Seu corpo parecia em chamas. Um calor muito agradável parecia consumi-la por dentro, fazendo seu sangue ferver e esfriar ao mesmo tempo. Sentiu que suas roupas pareciam apertadas e pequenas; Seus cabelos agora davam a impressão de estarem realmente MUITO maiores. Sentiu um súbito e ligeiro gosto de sangue nos lábios. Seus olhos agora ficavam mais pesados, e ela sentia que seus cílios haviam aumentado de tamanho. Por fim, tudo parou. Ela notou que estava no chão, e que Apolo estava sentado em uma cadeira, comendo sua maçã com uma expressão de felicidade.

– Droga – Resmungou a garota. – Eu detesto isso.

Apolo sorriu.

–Já devia estar acostumada, sobrinha.

–Não me chame de sobrinha, seu esterco de minotauro.

– Não posso dizer o mesmo de você, querida. – Apolo disse, analisando-a com uma expressão de contentamento. – Precisa ver o quanto está linda.

um espelho de prata surgiu diante da garota. Não pode negar que o seu reflexo agradou-lhe; Seus cabelos cor de mel estavam maiores e ultrapassavam as costas. Tinha agora coxas grandes nem muito magras nem muito grossas. Apolo sorriu maliciosamente. Antes que Mel pudesse mandá-lo para o tártaro, Apolo estalou os dedos e o espelho sumiu. Só então ela sentiu que Seus lábios estavam ligeiramente mais vermelhos, e seus olhos tinham um destaque, já que as cores cinza e verde estavam separadas nas íris.

– Será que você podia me dar umas roupas decentes? – Indagou ela.

Apolo deu um sorriso. No segundo seguinte, Melanie vestia um short curto e um top de ginástica.

– É mesmo muito cretino...

–Tenha calma, mel de abelhas – Ele disse, rendendo-se. – Não quero perder a cabeça. Ó, Ó, aqui estão suas roupas – Ele ergueu o indicador e no segundo seguinte Melanie usava calça jeans e uma camiseta comum.

– Dá pro gasto – Melanie deu um rápida fuzilada de olhar pra ele, antes que dois meios sangues irrompessem na sala.

Thalia entrou acompanhada de Luke. Melanie parecia despreocupada; Puxou um cadeira e olhou para Apolo, como se dissesse que ele teria que explicar tudo. Se fez silêncio.

– Vão explicar alguma coisa pra gente? – Luke meio perguntou, meio resmungou, encostando-se na parede. – Ouvimos tudo, mais não entendemos nada.

– Luke! – Thalia repreendeu, trocando olhares com Apolo. Luke notou e imediatamente emburrou. – Não seja grosso. E essa frase geralmente é minha.

– cale a boca, Grace. – Luke revirou os olhos ao dizer isso. – E deixe as perguntas comigo. Anda seu deusinho que eu não sei quem é, desembucha.

– Por mil e uma ninfas – resmungou Apolo para Mel – Tenho mesmo que responder pro projeto de Sedex?

Mel deu de ombros.

– Você é o meu deus patrono. E gosta de tagarelar.

Apolo não parecia muito satisfeito, mais começou:

– Muito bem: Certo dia (Luke fez uma careta aqui) Héstia foi fazer uma visitinha a Hécate. Héstia contou que Afrodite tinha feito um pedido especial para as duas. Hécate perguntou qual era a recompensa e as duas resolveram aceitar. O pedido era o seguinte: Poseidon e Atena estavam brigando pra caramba, dia e noite. Afrodite queria algum laço que os unisse. Então pediu que elas criassem a Mel, colocando um pouco de cada um dos dois na menina. Foi aí que Hermes e eu chegamos com uma ideia genial: Por que não colocar um pouco de cada um dos deuses? As deusas acataram a sugestão e Mel nasceu.

– Então é por isso que o verde do olho da Mel me era familiar... Verde mar, tipo, Mar-Poseidon.

– “Mais aí, tudo deu errado. Atena e Poseidon descobriram e foram falar com Zeus. Ele decretou que Mel fosse morta – Um minuto de tensão se instalou ali – Mas justamente quem eu menos esperava pediu que a poupasse: Minha maninha mais nova...

– Vocês são gêmeos – Interrompeu Melanie.

– Dane-se. Minha maninha mais nova, Ártemis. Ela disse que Melanie... Como é mesmo que ela disse? Que ela é uma donzela muito sensata e que merecia o direito á vida. É, foi isso mesmo. Como minha mana é a segunda filha queridinha do papai, Zeus resolveu dar um simples – ou não- castigo pra doce de leite aqui. – Ele bagunçou os cabelos de Mel. – Que por acaso, não se chama Melanie.

– Seu nome não é Melanie?- Thalia perguntou.

– É Lúcia. – Melanie, que agora virou Lúcia, deu um sorriso envergonhado.

– Voltando ao assunto, o castigo da Lu foi... – Ele tentou fazer uma pausa com suspense.

– A cada quatro anos – Interrompeu Mel – Eu cresço oito. Quando eu passo os 100, morro e renasço. Quando ainda não passo de um bebê, minha verdadeira mãe vem cuidar de mim. Mais claro, eu cresço numa hora e dia exatos. É sempre no dia 17 de fevereiro, ás uma e vinte da madrugada.

Luke olhou para todos ali presente e suspirou.

– Quem é sua verdadeira mãe?

– Atena. – A garota murmurou audivelmente.

– Claro! – Luke deu uma cotovelada em Thalia, que retribuiu o sorriso. – Por isso ela é uma Wikipédia ambulante.

Sei que você deve estar pensando mal de mim por quase ter provocado a morte da Mel. Eu estava sendo movida pela raiva, já que não suportaria ter um filho com Poseidon (ainda mais com um pouco de cada deus) mesmo que não fosse feito no método natural. Mesmo sendo inteligentes, alguns deuses tem dificuldade para pensar quando estão zangados. Às vezes a rivalidade me obriga a deixar a Inteligência de lado.

Thalia olhou fixamente para Lúcia.

– Eu não consigo entender... – murmurou – eles queriam te castigar por uma coisa que eles mesmos fizeram?

Luke lançou um olhar de satisfação para Apolo, como se Thalia tivesse acabo de chama-lo de idiota.

Lúcia, antiga Melanie, deu um sorrisinho um tanto melancólico.

– bem, é isso. Mais eu não tenho raiva deles, por que de um jeito ou de outro, eles são minha família. Eu tenho suas qualidades e seus defeitos. Eles me visitam, e me dão presentes. Mais quando chega minha vez de morrer, eles simplesmente me ignoram. Menos Apolo, Ártemis e minha verdadeira mãe.

Apolo lançou um olhar de viu como eu sou um deus decente? Para Luke.

Thalia e Mel saíram pela porta e verificaram o perímetro. Apolo havia prometido afastar os monstros, mais Thalia não acreditava nele.

Melanie puxou Thalia para trás da casa e pediu que ela fizesse silêncio. Fechou os olhos e se concentrou. Seus pés começaram a tremer, e de um segundo pro outro ela estava em cima do telhado.

– Tá vendo algum monstro daí?

Melanie parecia muito concentrada na tarefa quando pareceu ouvir alguma coisa. Como estava descalça, tropeçou em uma das telhas. Thalia não podia ver o quê à garota via, mais tinha a impressão de ver Melanie sorrir.

– SEU IDIOTA! - Melanie gritou, rindo, para alguém da casa ao lado.

– Mel, tá tudo bem? – Indagou Thalia.

Melanie fez sinal para que ela se aproximasse, e, pela primeira vez, parecia realmente feliz.

Melanie e Thalia pularam a cerca, e Luke, que tinha visto uma movimentação esquisita pela janela, vinha logo atrás.

Thalia recou instintivamente quando uma figura masculina da mesma idade de Melanie, vestido de preto e cinza, acenou pra eles.

– Ei Mel. Quem são os baixinhos? – Ele disse, sorrindo para Melanie.

Luke olhou discretamente para a castanha e perguntou baixinho:

– Ele é um mortal?

– Não – ela respondeu, simplesmente. Depois, voltando-se para o garoto. – Matt, esses são Thalia e Luke. São semideuses. E eles... Olha, ela é como você.

– Como eu? – Matt olhou para a filha de Zeus. – Também é filha de um dos três grandes? Tipo, Zeus, Hades e Poseidon?

– Zeus – Respondeu ela, simplesmente. Não era do tipo que sentia vergonha facilmente.

–Maneiro – Ele sorriu. – O meu nome é Mattew. Só... Não me chamem de Matt ok? Prometi a Mel que só ela pode me chamar assim. Eu sou filho de Hades. Mais tenho algumas coisinhas que me diferenciam dos outros.

– Por exemplo? – pediu Luke.

– Eu sou imortal – ele afirmou. – Sabe, quando conheci a Mel, acho que sei lá... – Ele deu um sorriso nervoso para Mel. Parecia envergonhado. – Adquiri uma espécie de obsessão pela “amizade” dela.

– Daí ele obrigou Zeus a torna-lo imortal, pra sabe, poder me fazer companhia – Mel mordeu o lábio. – Foi tipo, incrível! Ele brigou com todo o conselho e convenceu cada um a torna-lo imortal. – Mel piscou discretamente para Matt. O garoto ergueu a touca de seu moletom, para esconder que estava corado.

– Não foi nada.

– Se está pensando que eu vou insistir que você foi incrível – Falou a garota, em tom de desafio. – você está triangularmente enganado. Deixe-me adivinhar... Fugiu do acampamento de novo?

Mattew deu de ombros, concordando.

– Que acampamento? – Interviu Luke.

– O acampamento meio sangue – sorriu o filho de Hades. – O acampamento para semideuses.

Thalia e Luke trocaram olhares surpresos.

– Mattew – Falou Luke – Pode nos contar mais sobre esse acampamento?

Matt confirmou, passando discretamente um braço sobre o ombro de Mel.


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Notas finais do capítulo

sério, eu to tipo, super shippando Mel e Matt, sério. Quem aí gostou da participação de Apolo na fic? Reviews extras?



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