Após 5 minutos de caminhada, Thalia e Luke enfim chegaram ao esconderijo do loiro. Uma arvore de aproximadamente 6 metros de altura, e com um buraco na superfície oca há mais ou menos 5 metros do chão.

–Uma pergunta: Como você chega lá em cima? – Quis saber a morena, examinando com atenção a altura da árvore.

O loiro deu de ombros.

– Digamos que... Um presente de uma pessoa que eu não goste muito. Mais como filha de Zeus você se sairá bem. Tenho certeza disso.

Luke dirigiu a ela um sorriso que a deixava confiante. Mas, apesar disso, ela sabia que ele não tinha confiança nela pelo que há dentro dela. Mais sim por ela ser filha do deus dos deuses.

– Vamos logo. – Respondeu se deixando levar pelo ego. – Quero me esconder de certos monstros.

Luke assentiu. Tirou de sua mochila (Até então, uma coisa não captada pela mente da filha de Zeus) um par de All stars masculinos comuns. Com rapidez, calcou-os, e murmurou:

–Maia!

Asas brotaram dos tênis. O calçado imediatamente começou a levantar voo, levando o loiro consigo. Thalia o encarou incrédula.

–Vem, Thalia. É divertido.

A garota apertou os lábios.

– Não sei é uma boa ideia.

–Bobagem. Venha. Eu te seguro. – Luke parou ao lado dela. Fez sinal para que ela subisse em suas costas, ato que Thalia hesitou em realizar. – Vamos até o galho mais baixo.

Thalia se agarrou ao pescoço de Luke, fazendo esforço para não chorar. Não queria que ele soubesse seu segredo.

|O segredo de Thalia|

Apesar de ser filha do deus dos céus, ela tinha uma fobia por altura.

Assim que Luke pousou no galho, Thalia desabou em lágrimas.

–Hm... Eu já sei o seu problema. Você tem medo de altura.

Thalia esperava que ele completasse a frase com: ‘’ Isso é a coisa mais imbecil que eu já vi na minha vida’’ ou ‘’ Vai dizer que tem pesadelos com barulho de trovões também? ‘’ como os outros. Mais ele se limitou a sorrir e passar a mão pelos cabelos loiros.

– Qual seu nome completo? – A voz dele soou um pouco distante para a garota. A pergunta a surpreendeu completamente. Ele não riu dela. Naquele momento ela não conseguiu nem formatar uma resposta decente.

– Não... Não é da sua conta. – Respondeu por fim.

Thalia deu as costas para o loiro e cruzou os braços. Um papel caiu do bolso da calça jeans da garota, indo cair aos pés de Luke.

–Thalia Grace. – Leu ele. – Se não quer que as pessoas saibam seu sobrenome, não carregue sua carteira de identidade no bolso.

– Esse é o sobrenome da minha mãe. Eu não o uso.

Luke suspirou.

– Também tenho problemas com minha mãe. Já os citei. Aliais o meu sobrenome é Castellan.

–Luke Castellan. – Ela sorriu. – Soa muito bem.

Luke indicou com a cabeça o buraco metros acima dos dois, fazendo Thalia assentir.

– Confia em mim? Ele perguntou, enquanto ela segurava firme em seu pescoço.

– Hm... Tecnicamente falando, sim.

– Tecnicamente falando, eu posso dar uma de assassino e te jogar lá de cima. Divertido, não?

–Sim. – Ela concordou. –Até demais.

Luke levantou voo. Após 3 minutos eles já entravam no esconderijo. Era um local claro, mas grande o bastante para caber 10 deles. Thalia arregalou os olhos para a sujeira presente ali.

– Você não é higiênico, é?

–Você não é uma daquelas meninas fresquinhas, né? – Brincou ele.

–Hm... De que tipo?

–Daquelas que é só ver um pouco de pó e já grita: Há meu deus! Eu vou ter tuberculose!

– Não sou muito boa em ciências mais... Não se pega tuberculose por causa de pó.

– Que seja. – Luke deu de ombros. – O que importa é que... Hm. Sei lá.

Thalia riu da confusão do loiro.

– Acho melhor eu arranjar roupas novas. Elas vão se desintegrar logo e eu acho que você não vai querer me ver sem roupas.

– Pensando bem... – Luke assumiu a forma de pensativo. Sussurrou alto o bastante para Thalia ouvir: - Pode ser que eu queira...

– Luke! – Gemeu ela em frustração. – Quantos anos você tem, em?

– 12 anos. – Ele sorriu. – E você?

– 10 e meio. Acho que a sua idade mental é um pouco avançada demais.

– Gosto de adiantar algumas coisas – Admitiu Luke – Vamos. Também preciso arranjar comida, e acho mais seguro irmos juntos.

Thalia assentiu. Colocou a jaqueta preta e se certificou que a calça jeans estava em condições respeitáveis.

–Vamos descer com seus tênis? – Ela perguntou, extasiada, com a ideia de toda aquela altura.

O loiro negou.

– Tenho uma ideia melhor. O que adianta estar na floresta se não pode usar as árvores como recurso? Mais eu só tenho uma corda.

– EU VOU PRIMEIRO! - Ela gritou, tentando evitar a ideia de descer agarrada a Luke novamente.

– Ok. – Ele parecia desanimado. – Eu não esperava tanta animação de você afinal...

– Afinal o quê? Não sou uma donzela indefesa, pra ser protegida por você! – Resmungou ela.

– Se você quer ficar por conta própria, desça sozinha, Ok Srta. Grace?

– Ok, Sr. Castellan. – Thalia deu as costas a Luke. Ao olhar pra baixo, as vertigens inundaram sua visão.

Volte Thalia. Volte pra trás.

Um pequeno defeito de Thalia Grace

Ela é muito orgulhosa em relação há garotos.

Thalia fechou os olhos. Imagens de sua mãe brincando com seu irmão dominaram sua mente. Seu padrasto a culpando por todos os problemas possíveis. E então ela caiu.

Tudo aconteceu muito rápido. O corpo dela foi impulsionado para frente, de modo que provavelmente, a primeira parte do corpo a ter contato com a terra seria a cabeça. Ela pensou ter ouvido Luke gritar seu nome. Conforme ia caindo, a voz dele se tornava mais distante. Você é forte Thalia. Não lute contra sua própria descendência! Falei na mente dela. O ar faz parte de você! Use-o!

Talvez você pense que Luke foi heroico. Que ele desceu da árvore, culpado, e se desculpando. Mais a verdade é que ele a deixou se espatifar no chão, feito jaca madura.

A garota por incrível que pareça, não morreu. Que criatura divina será que a ajudou? Ok. Está meio óbvio que fui eu.

Luke desceu pulando por entre os galhos e parou ao lado dela. Como a garota estava de olhos fechados, ele tomou a liberdade de tocar-lhe o rosto.

A reação de Thalia Grace.

Um pequeno grito, seguido por um tapa na cara de certo filho de Hermes.

–Cê tá doida? – Reagiu Luke. – Eu estou tentando apenas ajudar.

– Me ajudar? Eu despenquei do topo daquela árvore medonha.

– Por que quis. – Luke deu de ombros.

A garota bufou indignada.

– Eu. Não. Te. Suporto. Sabia?

–Não precisa falar separadamente pra demonstrar sua frustração carregada de orgulho. – Reagiu ele, encarando o chão. Ao levantar os olhos para a garota, lançou lhe um pequeno olhar de divertimento. – Quer ir... Pegar algumas roupas emprestadas de alguma loja?

– Tô dentro. – Ela sorriu. Não sabia por quê, mais sabia que aquele convite era um pedido de desculpas.