AUSTIN
Eu ainda estava pensando no fora que tinha ganho da morena, na verdade era mais um pra coleção dos vários que ja havia levado. Ela estava tentando se esquivar todo o tempo, algo me dizia que aquele dia do nosso primeiro e segundo beijo estavam martelando na cabeça dela. Eu tentei me explicar com Cassy no dia seguinte do ocorrido e ela pareceu de certa forma entender, mas nao acho que tenha sido igual com Ally.. pela primeira vez elas estavam muito afastadas.

A nossa possível "amizade" nao andava a mesma, a loira nao se aproximava muito de mim, mas ainda assim eu notava seus olhares nos corredores da faculdade.
Meu tiro estava saindo pela culatra, com a possivel briga das duas meu beijo com Ally nao teve nenhum ponto positivo para mim, agora eu precisava quase persegui-la para encontra-la e ainda assim ela sempre dava um jeito de fugir. Meu pai me pressionava cada dia mais e isso estava comecando a me encher.

– O que você acha? Que vou ficar bancando seus luxos enquanto você nao faz porcaria nenhuma? Achei que tivesse te ensinado a fazer as coisas direito Austin. - o velho senhor Moon esbravejou do outro lado da linha, eu suspirei cansado.

– Pai.. eu nao tenho culpa, ok? O que quer que eu faça? Que eu a agarre a força? Ela e complicada, ja joguei meu charme e ela não mordeu a isca. - disse um tanto irritado, nenhuma garota resistia a mim e isso fazia de ally um desafio sério.

– Não me importa como essa garota é! Se vire, dê um jeito e a faça ser sua. Ou ja esqueceu? Esqueceu que a familia dela e responsável por toda a nossa tragédia? - ele gritou tao alto que me fazia ser consumido pelo seu proprio ódio, meu corpo estava em furia.

– Nao seja um maricas! Seja um homem! - gritou mais uma vez e desligou o telefone na minha cara, minhas veias pulsavam.

Tudo bem, se ela quer guerra ela terá. Pensei na melhor forma de faze- las voltarem a se falar.. se eu conseguisse a amizade da loira de volta pra Ally eu podia apostar que ela ficaria grata a mim por um bom tempo, mas claro que eu não queria sua gratidão e sim ela por inteiro.

...

Andei em direção o bloco de moda e a encontrei andando com outras garotas, todas me olharam de jeito malicioso, sorri confiante. Como eu imaginava Ally estava do outro lado completamente atenta a todo o cenário que envolvia sua ex melhor amiga.

– Cass? - chamei na minha melhor voz rouca, eu precisava convence-la a vir comigo.
Ela me olhou espantada por eu ter vindo procura-la, mas logo a surpresa deixou sua face.

–ah.. oi austin! - disse um pouco sem jeito.

– você poderia me dar um minuto? - pedi ainda usando minha melhor voz, por um segundo ela pareceu hesitar, ate que assinalou com a cabeça. Eu sorri em contentamento.

Eu comecei a me afastar e ela me seguiu, caminhei para uma area próxima a que Ally estava sem que a mesma percebesse minhas intenções. Paramos um de frente pro outro, ela me encarou timida.

–Bom, eu queria muito falar com vc Cass.. sobre tudo que tem acontecido nos ultimos dias- dei uma pausa para olhar suas feições.

– Acho que você esta sendo injusta com a pessoa que mais se importa com você. - soltei um tanto sério, ela me olhou incrédula.

– Olha Austin.. Não acho que você deva se meter nesse assunto, eu tenho meus motivos pra agir assim com Ally. Se ela se importasse nao teria...- se calou de repente, ela tinha vergonha de dizer o que sentia. Na verdade ela sabia que não podia cobrar nada de mim por ter ficado com a morena quando nós nao eramos nem se quer namorados.

– Nao teria ficado bebada e correspondido ao meu beijo? - era bem verdade que tinha sido ao contrário, mas ela não precisava saber.

– Você a beijou? - perguntou ainda mais timida e eu assenti.

–Sim.. e a beijaria de novo se ela quisesse.
Acontece que ela não quis e nem quer.. Cass estou mesmo a fim dela e acho que só estou assim porque percebi o quanto ela é boa gente e acima de tudo o quanto ela preza a amizade de vocês. .. sabe, eu admiro pessoas como ela. - me obriguei a fazer drama de novela mexicana, ela fez uma cara um tanto culpada.

– Eu não sabia dessa versão.. na verdade eu não a deixei se explicar.

– Acho melhor rever seus conceitos, vamos voltar ao que eramos antes.. estávamos bem daquele jeito. Ou pelo menos aceite Ally de volta.. e aceite meus sentimentos por ela. - pedi novamente com minha melhor voz.

– Me desculpe... eu sei que fui infantil, eu só achei que você...bem, que você gostasse de mim. So achei que tínhamos algo, mas vejo que não. Preciso de um tempo, mas prometo pensar a respeito. - disse e tao logo saiu, eu pensei em comemorar, pois a loira ja estava no papo, mas fiquei serio por conta da presença escondida de Ally.

Ally
Se eu bem estivesse certa o loiro acabará de me defender, eu ainda estava estupefata com o que havia acabado de presenciar... aquelas palavras estavam mexendo com a minha sanidade.
Ele me admirando? Assumindo suas intenções comigo pra Cassy.. Além de jogar a culpa do beijo pra ele? Muita informação, estava entrando em colapso... Talvez o loiro nao fosse o cretino que eu pensava, ele estava tentando me ajudar.. ele foi nobre. Como eu podia lutar contra isso? O beijo, seus lábios, seu toque, o jeito como dizia me querer. Suspirei esgotada... eu estava perdida, ele estava certo! Sempre esteve.

Eu nao estava pronta para encarar toda a loucura que estava a minha cabeça, caminhei pelo estacionamento em busca do meu carro ainda trôpega pelas últimas cenas vistas e pela solidão que a minha vida tinha se tornado sem Cassy, deus como eu amava a minha amiga! Parei em frente a porta do motorista e estaquei, Austin estava ali... estava num banco próximo lendo um livro. O que ele estava fazendo ali? Meu corpo tremeu e o vento me fez arrepiar. Seus cabelos quase brancos estavam rebeldes, seus olhos distintos compenetrados em seu livro.

Parecia que tinha algo fazendo eu me mexer ate ele, algo incrivelmente forte. Quando dei por mim estava parada em sua frente. Olhei para meus pés e senti seu olhar ir de encontro a mim.

–Ally? - ele disse, sua voz parecia maravilhada com a minha presença.

– Achei que fosse precisar. - disse a primeira coisa que me veio a cabeça enquanto recuperava uma folha recém caida da arvore enorme que sofria o desgaste do outono.

Coloquei rapidamente a folha na página de seu livro e só então notei que ja havia mexido meus pés de volta ao carro. Nao olhei se quer uma vez para trás, eu nao sabia o que tinha feito, havia algo de muito errado em mim.
...
Era noite e havia silêncio em meu quarto, estava deitada na enorme cama de casal encarando o teto branco gelo. Mil pensamentos rondando minha cabeca, austin estava em todos eles. Pensei em minha mãe, no que ela faria se estivesse em meu lugar... era doloroso relembrar que eu não a conheci e que isso nunca será possível, ela havia morrido em meu parto.
O arrepio chegou a minha pele e uma lagrima escorreu, minha vida nunca fora fácil, meu pai sempre carinhoso e cuidadoso tentou suprir a falta de uma mãe, mas ele não pôde evitar quanto Erick acabou comigo, aquele desgraçado. Haviam muitas coisas escondidas debaixo do tapete, eu podia notar que meu pai tinha alguns segredos, momentos de tristeza...sempre pensei que eram saudades da minha mãe, mas ai eu sentia que havia algo mais, mas o que?

Acordei de meus devaneios ao ouvir o bip anunciando uma nova msg no meu celular.

" precisamos conversar"

Meu coração perdeu uma batida, era Cassidy... sera que ela me daria uma chance? E se desse? Eu deveria falar com Austin e contar que eu sabia o que ele havia feito? Comecei a responde-la e ela me chamou para um café próximo, vesti minhas roupas e segui para o lugar combinado.

Austin

Havia acabado de receber uma ligação do senhor Moon mais uma vez me pressionando, felizmente eu tinha alguma noticia para dar.. ou ao menos alguma esperança diante da minha estratégia. Eu precisava mais que tudo dar o troco, conhecer a familia dawson e me infiltrar, acabar com tudo e deixar a cartada final para meu pai.

Sorri com o pensamento se formando em minha cabeça, coloquei uma calça de pijama qualquer e fui ate a sala apagar as luzes para me preparar para dormir e foi ai que ouvi um barulho insistente.
Franzi meu cenho e procurei pelo barulho baixo e notei que o som aumentava ao me aproximar da porta de entrada do meu apartamento. Me preparei para girar o trinco e descobrir o que estava por trás.

– Ally? - disse surpreso, o que diabos ela estava fazendo aqui?