Player escrita por AustinandAlly


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii, muito obrigada galera pelos comentários lindos :) Fico muito feliz em saber que gostaram do cpaitulo, espero que possam comentar mais.. para o numero de leitores quase ninguém aparece :/

Um beijao e podem deixar qualquer sugestão.



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Austin

– Como puderam? Eu nem desconfiava! Meu deus! – ela estava perplexa e eu pela primeira vez não sabia o que dizer, Ally tomou partido.

– Amiga.. eu não, juro que não. – ela caiu nos braços de Cassidy e isso fez a loira olha-la com muita mágoa.

– Você está podre de bêbada Ally, - ela segurou a morena pelos braços.

– Me desculpe, eu não queria! – implorou.

– Olha Cassy, apenas aconteceu e.. – eu disse como se me desculpasse, mas pelo que? Tudo bem, estava mais do que claro o tipo de sentimento que ela nutria por mim, mas eu não tinha nenhum compromisso com ela.

– Não precisa me explicar, não temos nada. – disse fria – só achei que amigos não escondiam certas coisas. – me fitou dura enquanto me entregava uma Ally relutante.

Eu queria que aquilo realmente não tivesse acontecido, mas o que eu poderia fazer? Não era justo magoar Cass, ela é uma boa pessoa e não merecia. Ally me olhou, seus olhos tristonhos e marejados, algo naquela cabecinha entendia a gravidade das coisas.

– Eu te odeio. – disse e me abraçou, era uma cena inédita e eu me achei digno de seu ódio.

Eu me encontrava dividido, era certo entrar assim na vida das pessoas fazendo bagunça? Mas que culpa eu tinha? Na verdade a culpa era toda dela, da família dela e da amiga absurda que acha que eu sou o tipo de cara que namora ou se apaixona, bufei irritado.

– Também te odeio Dawson, muito. – disse me perguntando se era mesmo isso e então olhei para seus braços em volta da minha cintura e percebi seu choro enquanto seu corpo se tremia agarrado ao meu e duvidei do que eu sentia pela primeira vez.

– Venha! te odeio, mas não sou insensível. – murmurei enquanto a carregava, na verdade a arrastava, pois ela ainda estava grudada em mim, desamparada.

Era estranho vê-la assim, não era a garota forte e destemida que eu conhecia, na verdade a figura à minha frente não se parecia em nada com a habitual Ally. Respirei pesadamente enquanto pensava para onde deveria leva-la, pensei no controle que abria os portões de sua casa, mas ela não usava nenhuma bolsa, o que era realmente estranho.

Eu sabia que ela iria pirar quando se desse conta, mas eu não sabia mais onde deixar a garota, não a deixaria em qualquer lugar desse jeito tão vulnerável, então caminhei com ela apoiada em mim, estava quieta, parecia mais uma criança de cinco anos agarrada ao pai como se fosse seu primeiro dia escolar. Depois de algum tempo passamos pela portaria do meu prédio, ela estava sonolenta e murmurava coisas sem sentido, então num impulso peguei-a em meus braços.

Seu corpo deslizou em mim e sua cabeça se apoiou em meu peito, as sensações que sua pele provocavam em mim eram alucinantes. Ela tão longe e tão perto, eu estava perdido com tantos sentimentos confusos me rondando a cabeça. Toquei o botão do elevador e esperei que fossemos levados ao meu andar, tentei puxar as chaves da porta com ela ainda em meus braços, foi um pouco difícil, mas enfim estávamos do lado de dentro agora.

– Hmm... hmmm. – ela murmurava coisas desconexas e eu ri, ela realmente ficaria pirada quando visse onde estava.

Por um momento me senti incomodado por ela estar invadido meu espaço, mesmo sem ter consciência disso, mas quando coloquei seu corpo delicado e frágil em minha cama, quando olhei sua face inocente e serena enquanto dormia da forma mais profunda lembrei do que Cassidy me disse um dia”Na maioria das vezes é, mas esse jeito arisco camufla uma garota amável”.

Balancei minha cabeça tentando afugentar os pensamentos, retirei os sapatos da garota e não pude deixar de notar uma tatuagem que ela tinha em seu tornozelo, era uma rosa e tinha uma inicial “M”, me perguntei sobre o que aquele M significava, mas logo dei de ombros. Estava tarde e minha cabeça começava a latejar, de ressaca e talvez por conta do belo soco que levei na cara, por ela eu até tinha me metido numa briga... Que tipo de ódio era esse? Ri de mim mesmo e rumei para a sala deixando tudo e dormindo.

Ally

Minha cabeça doía como se algum tipo de trator passasse de 5 em 5 segundos sobre ela, levei as mãos à testa como se aquilo pudesse diminuir minha dor. Então levantei rápido e praguejei por isso, só fez com que sentisse mais dor. Olhei ao redor e me dei conta que estava em um lugar completamente estranho e então meu coração gelou, onde eu estava?

Tive medo de chamar por alguém, afinal por quem eu chamaria? E se... se eu tivesse dormido com um cara? Meu deus! Levei a mão à boca e fiquei estupefata com a possibilidade, eu não fazia esse tipo de coisa.

–OH! Será que estou na casa de Elliot? – quase desmaiei com a possibilidade.

Sai caminhando ainda desconfiada do que poderia estar acontecendo então prestei atenção em um bilhete com letras garrafais em cima de uma banqueta no fim do quarto onde eu estava.

“Arisca, estava uma gracinha dormindo. Fui comprar algo para comermos, não fuja.”

– Mas o que? O que? – disse furiosa enquanto segurava o bilhete e então quase cai para trás quando finalmente os flashs da noite anterior vieram me assombrar.

Vasculhei o quarto em busca do meu sapato e os coloquei na mão, corri para fora do quarto em busca da saída, se eu tinha mesmo beijado Austin... então Cassidy estava muito puta comigo. Senti meus olhos marejarem imaginando como estava ferrada a nossa amizade.

Eu ia abrir a maçaneta, mas... eu estava trancada?

– Loiro filho de uma mãe! Aaaaarg! – gritei quase espumando de raiva.

Sentei num sofá que tinha na sala e esperei pelo pior, pela cara sonsa dele quando me visse aqui tão vulnerável no seu território. Como eu o odiava. Já tinha se passado um bom tempo e eu estava começando a ficar irritada ao meu extremo, me imaginei arrombando a porta várias vezes, mas enfim quando achei que esperaria pro resto da vida o trinco girou e eu olhei em expectativa.

– Eu vou matar você. – disse quando enfim vi seu sorriso sacana pra cima de mim.

– Hey, calma! Trouxe o café da manhã! – disse sorridente enquanto desmanchava as sacolas em cima da bancada americana que separava a sala da cozinha.

– Eu não ligo pro seu café de merda, quero ir embora daqui. – disse puta enquanto tentava ir de encontro até a porta. Ele se aproximou e eu lhe lancei meu melhor olhar raivoso.

– Não me venha com gracinhas. – disse enquanto ele papocava de rir.

– Está rindo de que idiota? Não vê que a situação é séria? – grunhi, será que ele não entendia as besteiras que tinham acontecido ontem?

– Estou rindo porque tem algo verde no seu dente. – disse quase morrendo de rir e então eu coloquei a mão na boca tentando esconder.

– Mas eu não comi nada.. como eu... – disse enquanto me dirigia a um grande espelho que enfeitava a sala de estar e então explodi de raiva.

– Não tem nada aqui Austin! – disse raivosa.

– Eu sei, mas foi tão engraçado como de furiosa você passou a envergonhada e mansinha. – ele riu mais um pouco e eu me controlei para não rir também, rir? Desde quando eu ria de alguma coisa que ele dizia?

– Numa boa, eu não tenho porque te aturar. – disse pegando meus sapatos novamente.

– Sério Ally, come algo. Sei que não foi fácil a noite de ontem, além do mais precisamos conversar. – disse com suas mãos no bolso, estava sério e então eu suspirei vencida.

– Você tem razão e eu não acredito que estou dizendo isso. – caminhei pegando as sacolas da bancada.

– Veremos o que tem aqui. – murmurei e ele sorriu torto pra mim.

Estávamos em silêncio enquanto tomávamos um café com creme e comíamos um misto quente. Olhei pra ele distraído com sua própria comida, seu olhar perdido num tom intrigante, seus cabelos quase brancos de tão alvos caiam sobre sua testa. Estava extraindo cada detalhe dele quando de repente aquele tom indefinido de íris pousou sobre mim.

– Por que me trouxe pra cá? – perguntei.

–Por que me beijou? – ele respondeu com outra pergunta e eu podia sentir seu tom de deboche.

– Eu não te beijei. – disse por fim, ele franziu o cenho.

– Tá brincando? Eu senti cada milímetro dessa sua boquinha ai! – disse um tanto satisfeito, revirei meus olhos.

– Tudo bem, mas eu estava bêbada.. então tecnicamente não te beijei em sã consciência... não conta. – disse com um sorrisinho convencido, ele gargalhou.

– Você me surpreende, me confunde. – disse me analisando com um sorrisinho de canto.

– E isso é bom? – lancei um olhar curioso.

– Eu ainda não decidi. – respondeu dessa vez sem sorrisos, parecia que havia lembrado de uma outra coisa.

O silêncio inundou o ambiente até que ele levantou e levou os pratos para a pia e num suspiro longo ele continuou a falar ainda de costas para mim.

– Te trouxe pra cá porque não poderia te deixar em qualquer lugar, aliás Elliot queria te levar, mas ele tinha cara de quem iria se aproveitar de você. Por que estava com ele? – me disse realmente sério.

– Olha, não é da sua conta, mas eu estava mal.. depois do que aconteceu com Kira. Sabe, a Cassy se negou a falar comigo e então decidir chutar o balde e sair com o primeiro que chamasse. – disse triste, mas subitamente me lembrando que o pivô da nossa briga era ele.

– A culpa é sua. – murmurei raivosa.

– Eu posso até ter sido um tanto idiota, mas eu nunca disse que estava interessado nela. – ele retrucou dessa vez colocando os pratos recém lavados no escorredor e vindo em minha direção, acompanhei seus movimentos hipnotizada.

– Não me venha com o papinho de que está interessado em mim. – revirei meus olhos.

– Quer que eu minta então? Eu posso tentar. – disse com um sorriso de lado, cada vez mais próximo e então sua mão molhada tocou minha face me fazendo arrepiar com o impacto gelado.

– Eu quero... quero que pare. – pedi um tanto desconcertada, eu estava começando a ficar louca?

– Sabe que não posso, esse é um caminho sem volta.. eu te quero. – disse e então seus olhos me encararam como se estivesse pronto para pular de um penhasco. Meu coração bateu forte e então senti o roçar de sua boca macia na minha.

Eu sabia o quanto aquilo estava errado, eu estava reavivando lembranças tão antigas e doloridas.. coisas tão profundas, não era justo sentir tudo isso de novo, não quando eu precisei de tanto para me blindar. Lembrei-me de Cassidy e de todas as coisas que seriam destruídas se eu me envolvesse com Austin, meu coração era uma delas. Senti a lágrima se formar em meu peito, eu pensei em me afastar, mas ele passou sua mão em minha nuca me fazendo arfar.

Nosso beijo se aprofundou sem dificuldade, eu tentava resistir, mas parte de mim queria se permitir, mas por que? Eu nem se quer gostava dele. Ele se afastou e me olhou intenso com um sorriso bobo.

– Tem razão.. é sem volta. E eu.. eu não quero entrar nesse caminho. – disse por fim, as palavras rasgando meu peito. Eu não entendia como poderia estar sentindo aquelas coisas.

– Eu sei que quer, se abra pra mim Ally. Me conte, eu sei que você tem segredos... eu posso curar suas mágoas. – ele disse me fazendo tremer, como ele poderia saber do meu passado? Cassydi haveria contado? Gelei só de imaginar... eu não queria que ninguém soubesse como fui feita de idiota um dia.

– Chega Austin, chega. Quero ir embora daqui, quero que saia da minha vida. – falei tentando ser o mais firme possível.

– Diga que não gostou! – ele pediu como se ainda tivesse alguma esperança. Eu teria gostado? Talvez sim, aquele beijo me lembrou tantas coisas, tantos sentimentos que eu gostaria de sentir novamente, mas as pessoas não são dignas de amor, o amor machuca.

– Foi só um beijo, já beijei tantos outros... não fez diferença alguma. – respondi com desdém. Aquilo precisava acabar, ele tinha que entender que nunca daria certo por mil e um motivos e um deles é que ele era um cretino.

Ele riu baixinho enquanto eu me levantava, seu corpo me deu passagem e eu enfim peguei meus sapatos e me dirigi para a porta principal.

– Adeus Austin. – disse, mas ele não me respondeu, apenas fechou a porta.


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