3124-A Guerra - Interativa escrita por dark dame


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oi voltei, agora a coisa começa a ficar um pouco confusa.
P.S. A palavra Teta não se lê Têta e sim Téta, e não se esqueçam, Ómicron é uma garota.



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Sigma, como era chamada pelos cientistas, olhava pela janela fixamente. Ela podia ver que a cidade estava vazia, mas não sabia por que, queria saber, mas era mantida presa, "em segurança", Alaine, uma cientista que a visitava quase que diariamente, dizia. Ela também dizia que ela é muito inteligente, os outros apenas sabiam ler e contar, mas ela buscou o conhecimento, ela lia, dicionários, romances, livros de escola, adorava principalmente os de biologia e química. Nestes livros aprendeu tanta coisa, aprendeu que seu "nome" atual é uma letra grega, a cada nova dose que dão para ela outra letra grega é utilizada, a próxima em ordem alfabética, por que assim podem diferenciar as etapas do experimento.

Ela sabia de mais dois experimentos duradouros, que como ela duraram mais de dez anos, mas nunca os conheceu, ela raramente saia do quarto. Em uma das poucas vezes que saiu do quarto viu um experimento se descontrolando, era o que chamam de criança, segundo as leituras de Sigma, não devia ter mais de treze anos, tinha as mãos em formato de garras e uma longa cauda. Seu rosto deformado tinha as orelhas presas a cabeça careca, está tinha vários espinhos, ele estava descontrolado, se debatia contra os guardas gritando de dor, quando Sigma, que ainda não era Sigma, passou os espinhos em sua cabeça foram atirados para todo lado, ferindo vários guardas e quase acertando Sigma, nesse momento o menino caiu morto no chão.

Ela própria não era tão diferente dos humanos, tinha a pele pálida, branca como a neve que as vezes caia sobre a cidade que ela agora observava, não tinha cabelo e seus olhos eram totalmente negros, sem separação alguma entre pupila, córnea e o próprio globo ocular, o que acentuava sua pele pálida, seu corpo era frio e ela vivia descalça e usava roupas largas e brancas. Já estava estável havia quase um ano, logo uma nova dose seria aplicada em seu corpo, uma dose melhorada, que seja melhor aceita pelo corpo e a faça mais semelhante a imagem humana.

Ela tocou o vidro que a separava da cidade, desejando poder atravessa-lo. Sentiu uma sensação desconhecida formigando em seus dedos e o vidro em volta de sua mão se tornou mais opaco, com cristais familiares brotando no vidro.

Sigma passou a mão por cima daqueles cristais, que se soltaram em seus dedos, a sensação desconhecida voltou onde seus dedos tocavam o cristal, era bom, gostoso, a fazia rir. Então ela reconheceu o cristal, era gelo, simplesmente, água em forma sólida, e a sensação que sentia deveria ser frio, ela nunca tinha conhecido o frio.

Cuidado, ela se lembrou, segundos seus livros, as pessoas podem morrer de frio. Sigma se afastou da janela, com certo medo, mas o gelo derreteu e ela se sentou novamente ao lado do vidro.Colocou novamente a mão na janela e novamente sentiu frio, mas dessa vez não se afastou, a sensação era boa e o gelo que crescia por baixo de seus dedos formava lindas figuras no vidro.Os cristais brancos cresciam na janela e Sigma ria com o frio que fazia cócegas em sua mão, não era muito forte, mas quase imperceptível.

Quando o gelo cobriu todo o vidro ela se afastou, observando como a luz dançava sobre o gelo. Sigma voltou a se aproximar apoiando seu peso na janela que imediatamente se desfez em milhares de cacos, o vento entrou em seu pequeno quarto e ela sorriu abrindo os braços, um pequeno corredor seguia o prédio do lado de fora, o dia já tinha ido embora e agora havia apenas uma linha mais clara no horizonte . Em pouco tempo guardas e cientistas iriam chegar, o vidro fez muito barulho quando quebrou, mas passaram-se cerca de dez minutos e ninguém aparecera.

— Eles são muito solitários, — Sigma ouviu a voz de Alaine do lado de fora do quarto depois da sua primeira visita — por que ninguém vem vê-los?

— Esse ultimo andar é infestado pela radiação que costumavam usar nos primeiros experimentos. — um guarda respondeu — Ninguém pode ficar aqui em cima muito tempo, a não ser eles então esse andar está sempre vazio.

O andar está sempre vazio!

Sigma se levantou no pequeno corredor, apoiada na grade que a impedia de cair. Ninguém ouviu o vidro quebrando. Ninguém a impediria de ver o mundo, de descobrir por que a cidade estava vazia.

Mas seria egoísmo dela fugir sozinha. Haviam outros experimentos estáveis e duradouros ali que poderiam querer ver a cidade junto a ela. Sigma retornou para o quarto e abriu o armário procurando uma roupa que a escondia, ela era a primeira de seu tipo e sabia que os humanos iriam estranhar, pegou uma jaqueta com capuz e seguiu o pequeno corredor em vez de pegar a escada de incêndio mais próxima.

Ela andou menos de vinte metros e achou outra janela, estava escuro dentro do quarto e ela conseguiu ver um experimento dormindo. Bateu algumas vezes no vidro, que ocupava toda a parede do quarto, e a pessoas que lá dormia acordou imediatamente e acendeu a luz.

Ele se surpreendeu a vê-la ali e analisou-a assim como Sigma já o analisava, queria saber como era sua mutação. A primeira vista o homem do outro lado do vidro parecia um humano, mas isso mudou quando Sigma prestou mais atenção. Ele estava sem camisa, sua pele era coberta por algum tipo de escama, como um lagarto, mas da mesma cor da pele, aparentemente só o seu rosto não era coberto pela escama e seus dedos terminavam em garras.

Ela baixou o capuz para que ele a visse melhor e começou a escrever no vidro, onde seu dedo passava, cristais de gelo nasciam, formando palavras. Ela escrevia ao contrário para que ele pudesse ler. Ela perguntou:

" Estável?" O homem do outro lado assentiu.

" Quer sair?" Ele assentiu

" Afaste-se do vidro." Ele deu três passos para trás, enquanto as mãos de Sigma faziam o gelo crescer. Quando o vidro quebrou uma rajada de vento entrou no quarto e o homem se abraçou instintivamente, protegendo-se, e logo pegou o casaco mais grosso que encontrou no armário. Ele seguiu em sua direção.

—Olá. — ele disse — eu sou Teta, e você?

— Sigma— ela disse cumprimentando o outro.

Sigma explicou para ele o que estava fazendo e então os dois seguiram o corredor para encontrar o terceiro experimento duradouro.

A ultima janela que encontraram os surpreendeu bastante, na verdade era mais um aquário, só havia água, ela não conseguia ver o teto, talvez houvesse uma bolha de ar lá em cima. No meio do aquário uma garota flutuava, dormindo tranquilamente.

Sigma novamente bateu no vidro acordando a garota. E fez a ela as mesmas perguntas, mas uma outra preocupação veio a sua cabeça:

" Consegue respirar?" Ela assentiu e então novamente Sigma fez o gelo crescer e quebrou o vidro, a água a empurrou contra a grade que limitava o corredor e ela teve que se segurar para não despencar os vinte andares do edifício. Sua calça estava encharcada, mas ela decidiu que era melhor deixar secar naturalmente.

O ultimo experimento tinha a pele num tom esverdeado que refletia a luz das estrelas, quando toda a água saiu as guelras que ela tinha no pescoço fecharam-se fazendo com que ela engasgasse e tossisse a água. As membranas que tinha entre os dedos da mão e do pé retraíram e a barbatana em suas costas também, ela estava somente com o sutiã e Sigma se perguntou se ela tinha outras roupas, de preferência secas.

— Oi. — Sigma começou — Eu sou Sigma e este é Teta, e você...

— Ómicron, — ela respondeu — o que vocês estão planejando?

— O que? Não planejamos nada, eu só descobri que podia quebrar o vidro e resolvi sair e ver a cidade.

— Eu não acho uma boa ideia sair de roupa molhada nesse frio.— Teta falou apontando Ómicron e a calça de Sigma.

— Ok, — Ómicron falou — eu vou trocar de roupa e depois nós vamos ver a cidade.

Ela se virou e seguiu até uma escada de corda, que Sigma ainda não tinha visto, e subiu, seu quarto tinha um segundo andar com chão de vidro, onde tudo estava seco. Ómicron deu a Sigma uma calça seca que ela podia usar e depois de trocarem de roupa, os três desceram pela escada de incêndio.

Sim, eram vinte andares para descerem, e sim eles nunca tinham andado muito, apesar de serem mantidos em forma com os testes físicos e academia.

Quando chegaram ao chão estavam exaustos, mas continuaram a andar, tinham que se afastar do prédio para não serem encontrados tão facilmente.

Quando os três viraram a primeira esquina Sigma ouviu os alarmes soando no complexo onde viviam. Os três correram, com medo de que os achassem antes mesmo de descobrirem por que a cidade estava vazia.

Ela estava correndo sem destino, olhou para checar se Teta e Ómicron ainda a seguiam os dois estavam lá, mas no segundo seguinte sumiram.

Ela sentiu um impacto forte logo acima do joelho e foi ao chão. Estava quase inconsciente, com os olhos fechados e tinha dificuldade de mexer, mas conseguiu ouvir toda a cena. Ouviu Ómicron gritando, uma, não duas, três portas se abrindo e fechando. Sentiu uma mão sacudindo seus ombros e depois escutou a voz de uma mulher falando.

— Aí meu Deus! Ela era amiga de vocês? Coitadinha, já está fria, deve ter sido uma batida e tanto. O que vocês estavam fazendo aqui?

Sigma não deixou Teta e Ómicron responderem, abriu os olhos de uma vez, puxando uma grande quantidade de ar para os pulmões.

— Deus do céu! — a mulher voltou a falar, ela era pequena, tinha algumas mechas grisalhas nos cabelos negros e rugas em voltas dos olhos marcavam seu rosto — Você está viva! Edward! George! Me ajudem aqui! Levem ela para o carro, vamos cuidar de vocês. — seus pequenos olhos castanhos se arregalaram enquanto ela falava — O que aconteceu com o seu olho?


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Notas finais do capítulo

Oi gostaram dos experimentos? Já tem teorias malucas pululando em suas cabeças, digam elas para mim. Eu quero saber o que vocês estão pensando.
Bjs
~D~