O Coração da Rainha escrita por Ami


Capítulo 3
De Rainha para Rainha


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo fresquinho saindo do fornooooo!



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Cada poema trazia versões diferentes com cada vez mais detalhes em comum com o poema do Francis.

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Bash escreveu o poema que eu passei minha adolescência toda venerando?

Ele me amava?

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Ou Francis o forçou a escrever?

Francis o forçou a escrever... Aquele insolente!

Eu ia ter-me com Francis agora mesmo!

Ou não.

Como diria que invadi o quarto de Bash para ver aquelas coisas? Eles descobririam a passagem secreta. Se Catherine quisesse me matar, já sabia por onde entrar em meu quarto!

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Não resisti em alisar o rosto de Bash... E seu pescoço e um pedaço do peito. Isso era trivial. Ele estava roncando de leve.

Voltei pelo caminho do qual eu vim. Passei pelos corredores escuros, eu conhecia bem esses castelos. Quando estava afastando as roupas para passar, vi alguém entrando no meu quarto, foi muito estranho. Entrou pela janela, pois vi uma escada ali. Onde estavam os guardas? A menos que tenham sido silenciados pela rainha, eu estava em perigo!

Havia dois homens em meu quarto, estavam me procurando. Mesmo não me vendo ali, traziam consigo baldes de tinta. Não, espere... Aquela consistência.

Sangue.

Começaram a rabiscar a parede do meu quarto com suas mãos sangrentas.

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BLOODY MARY

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E outras coisas relacionadas com “Morte à Mary, rainha dos perdidos”

Cobri a boca com as mãos. Um deles foi até meu armário. Era onde eu estava. Vasculhou, vasculho, eu me escondi atrás das pedras da parede. Então ele esparramou tinta em meus vestidos, picotou alguns. Fiquei sem ar e comecei a engatinhar para longe. Voltei ao quarto de Bash, tentei acordá-lo. Ele virava pra lá e pra cá.

– Droga, Bash! - reclamei.

Eu não podia voltar ao meu quarto. Eles provavelmente estavam vigiando as portas. Pelas minhas barbas!

Andei de um lado para o outro. O que fazer?

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– Mary? Mary? O que está fazendo aqui? - um cutucão.

– Só mais um pouquinho, mãe.

– Mary? - dois cutucões

– Deixe-me!

– Maryyyyyy! - uma chacoalhada – Mary! O meu Deus, o que eu fiz enquanto estava bêbado? - era a voz de Bash.

Acordei, cocei os olhos, olhei em volta. Eu dormi no quarto do Bash. E alguém esmurrava a porta dele. Era a voz do Francis.

– Bash, a Mary desapareceu, tem sangue no quarto dela! Ajude! - Francis gritava lá de fora.

– Já vou, Francis, deixa eu me vestir – Bash gritou, tão confuso quanto eu.

– Vou esperá-lo lá embaixo! - Francis disse e sua voz desapareceu.

– Posso saber o que significa isso? - Bash dirigiu-se a mim. Aparentemente ele tinha acordado com as batidas na porta e me acordou para saber o que houve.

– Bash, bem – cocei a cabeça, o nariz, estalei os dedos – Ontem, sem querer, achei uma passagem por trás do armário. Entrei nuns túneis e peguei o caminho da esquerda. Achei o seu quarto. A passagem para o seu quarto termina embaixo daquela mesa.

– Sim, eu sei. Eu cubro com panos.

– Você sabia? - ele era o bastardo do rei, tinha liberdade para andar por aí, tinha menos obrigações.

– Faz muito tempo que não me aventuro nessas passagens porque não quero que ninguém que não deve as conheça. E você facilmente descobriu.

– Alguma coisa estava batendo atrás do armário – hesitei em falar. Talvez ele pensasse que sou louca - Foi o que me encorajou a descobrir a passagem.

– E você me viu dormindo? Eu estava roncando? - ele ficou preocupado.

– Não! - neguei logo, meio rindo – Um pouquinho – ele ficou apavorado - Pois bem, eu vim pra cá.

– Ta, mas por que você passou a noite aqui? - ele parecia um pouco carente. Senti seu rosto meio que se aproximando do meu.

– Aí entra a parte do sangue que Francis falou. Venha, venha ver!

Levei-o até a passagem no meu quarto. Havia guardas no meu quarto e Bash viu o sangue espalhado.

– Você vai dizer que ficou escondida no armário, com medo de sair. Eu vou sair do quarto, me encontrar com Francis e me dispor a ir procurá-la. NUNCA, jamais ele pode saber que dormimos juntos!

– Tá bom, já sei – apareci dentro do armário, fechei a passagem com os fundos do armário e surgi diante dos guardas com a minha mais drástica encenação – Oh! Foi horrível! Estou com medo, me ajudem!

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Bash

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Eu tomei um banho com aquela água velha que não trocam nunca. França é sinônimo de porqueira mesmo. Porém deu para me sentir melhor. Vesti-me e fui até a sala, onde Francis me esperava.

– O que foi, irmãozinho?

– Já olhou o quarto de Mary?

– Não, o que houve? - fiz a cara mais bunda que consegui.

– Ela está desaparecida! Escreveram letras de sangue nas paredes dela! Não sabemos onde ela está, e...

– Alteza, encontramos!

Mary, com certeza, ficou fazendo cera para explicar tudo aos guardas. Estavam trazendo ela.

– Oh, Francis – Mary encenava bem. Despejou-se nos braços de meu irmãozinho e cobriu os olhos. A Rainha do Drama – Foi horrível! Eu vi quando colocaram uma escada diante da janela do meu quarto e entraram por ela. OH! - secou lágrimas que não tinha no rosto com a ponta do indicador – Eu me escondi no armário. Sujaram tudo de sangue! Foi terrível! Fiquei paralisada de medo até agora.

– Mary, precisamos descobrir quem fez isso.

– Siiiim – ela assentiu, com o dedo médio e o polegar pressionando a região entre os olhos.

Francis se foi, prometendo resolver os problemas.

– Que falsinha você, hein? - comentei com Mary.

– Uma rainha precisa saber trazer as pessoas à sua causa – Mary olhou-me com indiferença.

– Foi por isso que dormiu comigo?

Imediatamente ela me deu um beliscão que parecia ter um dedo ninja.

– Isso foi coisa da sua imaginação, Bash. Você é louco, está bêbado ainda e fora de si.

Mary se foi. Quem a via soberba como estava, não imaginaria que dormimos agarradinhos sem saber. Ah, Mary...

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– Eu quero que digam quem foi que entrou no quarto da Mary! - Francis falava com o conjunto de empregados.

– Não sabemos, alteza. Fomos dispensados mais cedo ontem à noite porque trabalhamos muito na festa.

Francis ficou refletindo, era verdade. Dali não iria encontrar muita coisa. Mas estava decidido.

Fiquei olhando para Francis. Ele não ia descobrir nada. Chamou os guardas.

– Se eu não souber os nomes de quem entrou no quarto de Mary, vocês serão todos executados!

Aquilo iria longe demais. Eu como bastardo, conversava com os empregados com mais facilidade.

– John, meu melhor amigo! - cumprimentei um dos guardas – Por que não bebemos vinho por minha conta?

– É pra já, companheiro! - John era um guarda da ronda noturna. Se alguém sabia de algo, era ele – Como estão as coisas?

Bem, fiz John beber a noite toda. Dei pão a ele, um frango assado inteiro roubado da cozinha. Ele tinha todo o ambiente pronto para ser sincero comigo.

– Você viu algo de diferente ontem? Alguém entrando no quarto de Mary?

O homem estava soluçando de tanto beber.

– A rainha chamou soldados novos ontem – o homem olhava para o céu – Nós estávamos jogando sueca. Ela disse que era para o festival das Petecas.

A rainha.

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– Francis, retire a ameaça – pedi a ele.

– Você descobriu algo? - meu irmão perguntou.

– Um dos soldados me disse que eles foram substituídos noite passada... Por soldados que ajudariam na escolta do festival.

– Está dizendo que foi meu pai quem quis matar Mary?

– Não estou dizendo nada – inspirei, severo – A pessoa a quem nosso pai recorreu pode tê-lo traído.

A Francis eu disse isso.

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Para Mary...

– Foi a rainha – disse a ela.

– O quê?

– A rainha recolheu os guardas reais e os substituiu por falsos. Provavelmente queria matá-la.

Mary cobriu o rosto.

– Você tem certeza?

– Tenho – fui firme.

– Isso é o suficiente para mim.

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Mary

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– Está tentando me amedrontar? - perguntei a Catherine. Éramos iguais, uma sem medo da outra. Tínhamos de conversar... de Rainha para Rainha.

– Está me acusando de quê?

– Tenho testemunhas de que você afastou os guardas e chamou os que pagou para que me matassem.

Catherine riu.

– Isso que está fazendo é um crime. Acusar a rainha de uma baixaria dessas.

– Você me olha das sombras. Escarnece minha presença. Acha que não sei que me odeia? Sem que eu tenha te feito nada! Será que te ofendo tanto assim?

– Minha querida, sua presença nem é notada por mim – Catherine comia maçãs.

– Vamos chamar o servo a depor. Você causará grande discórdia no coração da Escócia.

– Vamos, quem sabe, esquecer isso! - Catherine sugeriu – Você volta para a Escócia e eu continuo aqui, rainha da França e com meu filho solteiro.

– É isso que quer? - ela acabou de confirmar tudo - Afastar-me dele? Pois eu te juro que não vou permitir!

Fui embora. Catherine que me aguardasse.

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Veio a noite dos fogos de artifício. Todo começo de mês soltamos fogos de artifício. E eu fiquei à beira do lago com minhas amigas. A família real estava espalhada a observar. E eu mandei que soltassem um deles, que explodiu em forma de coração. Acendi uma das velas e o vento espalhou o fogo. O nome FRANCIS escrito com fogo no gramado verde. Ele veio até mim, beijou-me. Olhei para Catherine, que engolia em seco, me fritando com os olhos.

Ah! Vingada!

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Bash

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Chega de sofrer pela Mary. Chega de procurar nela algum vestígio de sentimento. Ela ama o príncipe. Ama o Francis. Como pude achar que ela em algum momento gostaria de mim? Tolo... Eu nunca serei nada além de um bastardo para ela. Vivi com saudades, deixando de lado a diversão e os prazeres por causa de alguém que nunca vai me dar valor. E agora se beijam sob os fogos de artifício apaixonadamente. Eu juro que vou esquecê-la para sempre.

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Notas finais do capítulo

Não me matem, plis!
bjssssssssss



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