La Fillette Mousquetaire escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 5
Convocação


Notas iniciais do capítulo

Depois de quatro anos sem ideias... ESTA FIC ESTÁ DE VOLTA! Antes de irmos ao capítulo, quero dar meu "muito obrigada" a quem esteve pedindo para eu atualizar "La Fillette Mousquetaire". Graças a isso, consegui começar a ter ideias novamente pra prosseguir. Demorou pra sair esse capítulo, mas está aí!

Espero que gostem, e que tenham uma boa leitura!



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D’Artagnan estava chocado com o relato da jovem. Agora entendia claramente os motivos de Jacqueline querer vingança. E a data marcada havia chegado: o ano de 1629.

Era o momento de encontrar Jules e dar a ele o que merecia.

— Não seria melhor ter avisado a alguma autoridade sobre esses assassinatos? – D'Artagnan questionou.

— O Jules é bastante influente na companhia de mosqueteiros do Cardeal. O que uma mulher poderia provar contra ele? Ele seria bem capaz de provar que eu não passaria de uma golpista, ou de uma prostituta qualquer.

— Compreendo. Então a ideia é encontrá-lo e provocar um duelo com ele, certo?

— Isso mesmo. Assim, poderei vingar a morte dos meus pais.

—Posso dar um conselho?

— Que conselho?

— Do jeito que você está, não conseguirá nada. Primeiro, você tem que se recuperar desse ferimento. Depois, tem que aprimorar a sua habilidade com a espada. Você não luta de todo mal, mas precisa melhorar nisso e ter mais força. Você viu que não é fácil enfrentar um mosqueteiro experiente do Cardeal.

— Eu sei.

— Pelo o que você disse, seu irmão parece bem superior àquele homem que você enfrentou. Vai precisar de um bom treinamento caso não queira fracassar.

*

— Por que não fica mais um pouco, Jules? Eu sou tão insaciável como você, não quero parar.

— Eu também queria ficar, Catherine. – o ruivo respondeu após dar um selinho na morena ainda desnuda. – Mas preciso me apresentar à companhia. Assim que eu tiver novamente algum tempo livre, nos encontraremos.

Jules terminou de se vestir e de arrumar a sua farda. Saiu dali pela porta dos fundos e ganhou as ruas. Viu alguns mosqueteiros do rei circulando, porém nenhum deles provocou o mosqueteiro do cardeal. Tanto melhor, pois no momento não queria se envolver em nenhum duelo. Já estava bastante enrolado com as suas aventuras amorosas, que estavam cada vez mais difíceis de esconder.

Queria manter a sua fama de libertino lá na sua vila de origem. Em Paris, por enquanto, queria que isso fosse um segredo. Apenas as mulheres com as quais se deitava precisavam saber de suas qualidades de amante.

Com passos apressados, Jules se dirigiu à Companhia dos Mosqueteiros do Cardeal, a fim de se reapresentar ao seu capitão e confirmar que não houve qualquer incidente no período de tempo de sua ronda. Enquanto fazia seu trajeto até seu destino, o mosqueteiro se recordava do incidente em L’Artaud, seu vilarejo de origem, e o juramento de vingança feito por sua irmã.

Como estará sua irmãzinha, cinco anos depois? Talvez mais linda e desejável.

Será que estaria levando adiante a vingança que ela queria na ocasião?

*

Ainda sem poder começar a treinar devido ao ferimento, Jacqueline agora começaria a agir como uma mulher em Paris. Havia trazido consigo algumas roupas femininas, das quais escolheu uma que lhe permitia esconder o ferimento. Isso só fora possível pois, como Jacques de Villarmont, conseguira uma licença temporária.

Mesmo tendo sido aconselhada a permanecer em repouso absoluto, Jacqueline decidiu circular pelas ruas de Paris. Não se importava em sair sozinha, mesmo sendo em uma cidade grande. Medo era algo que não existia no seu vocabulário.

Aliás, precisava conhecer melhor aquele lugar, a capital do poder francês. Só sabia o caminho de casa até Versalhes e algumas tavernas. Não tinha uma “vida social”, pois fazia de tudo para ficar distante de qualquer homem, a fim de resguardar seu segredo.

Como Jacques de Villarmont, deveria agir como um homem “fechado”, recluso. Não dava para confiar em ninguém. Saía durante o dia, pois sabia que à noite saíam apenas as meretrizes ou as que tinham algum caso amoroso.

A loira fez questão de passar em frente à companhia dos mosqueteiros do Cardeal. Queria ver se encontraria ali nas redondezas seu irmão. No entanto, não teve sucesso.

Voltou para o local onde residia, às escondidas. Todos ali achavam que quem morava ali era um homem. Não poderia cometer um deslize, ou então a sua identidade como Jacques de Villarmont estaria em jogo... E a sua reputação estaria mais arranhada ainda do que já estava.

Porém, apesar do insucesso da procura por Jules, já pensava em um plano de mostrar seu rosto a ele. Desde aquela tragédia em seu vilarejo, com a morte de seus pais, ele não voltara a reencontrá-la.

Em cinco anos, muita coisa havia mudado. Ela havia mudado. Mas será que ele continuava o mesmo?

*

— Quem é,Grimaud? –Athos perguntou.

— Monsieur de Villarmont.

— Deixe-o entrar.

O recém-chegado acabava de entrar e, a um sinal de Athos, se sentou na poltrona à sua frente.

— Em que posso ajudar, Mademoiselle?

— D'Artagnan me disse que eu precisaria treinar e me aperfeiçoar no combate de espada, se eu quisesse realmente me vingar do meu irmão Jules. Me sugeriu que o procurasse para começar a me ajudar nisso.

— Por que ele disse para me procurar?

— Por sua experiência. Poderia começar a me dar as primeiras lições de esgrima?

— Só quando seu ferimento se cicatrizar. Antes disso, eu desaconselho.

— Nesse ponto, você tem razão.

Nisso, Grimaud novamente adentra a sala e entrega um envelope com o selo real ao mosqueteiro. Vendo que era importante, abriu-o e leu seu conteúdo.

— Parece que encontramos a solução para que você esteja cara a cara com o seu irmão.

— Que solução seria essa?

— Sua Majestade, o Rei Luís XIII promoverá um baile de máscaras e os mosqueteiros, tanto da nossa Companhia como da Companhia de Mosqueteiros do Cardeal, estão convocados para estar lá.

— Quando vai ser?

— Daqui a uns quinze dias. Provavelmente a sua convocação deve ter chegado também, pois é um dia após o fim da sua licença... Ou melhor, do Jacques.

Jacqueline sorriu. A sua contagem regressiva começava a partir de agora. Ansiava para que esses quinze dias se passassem logo, para que chegasse ao dia em que iria reencontrar seu estimado irmão Jules!

Aquele sorriso foi notado por Athos, que percebeu que de fato ela seria capaz de tudo para ser reconhecida pelo irmão. Em sua mente, um plano começava a se formar para que isso fosse possível sem que se comprometesse o disfarce da jovem.


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