[música]

I'll sing it one last time for you

(eu vou cantar uma última vez pra você)

Then we really have to go

(então nós teremos mesmo que ir)

You've been the only thing that's right

(você foi a única coisa certa)

In all I've done

(em tudo que eu fiz)

Aomine’s POV

“Tsk que tédio” pensou o moreno ocasionalmente para depois dar um forte murro na mesinha da primeira classe “Que merda que eu to fazendo?”. Ele se perguntava isso desde o momento que havia pisado naquele aeroporto. “Por que ele me convenceu a isso?” e ali permanecia com sua cara de poucos amigos.

—S-senhor... – disse a comissária encabulada.

—O que? – perguntou de forma grosseira.

—P-poderia parar de bater na m-mesinha... ela é frágil.

—Tsk, gomen – retrucou com descaso aparente.

“Tente relaxar Aho” lembrava-se da voz do menor o que logo o fazia amenizar a expressão dura “É um voo de primeira classe, aproveite um pouco”. Ah, aquele sorriso...

“Merda!” bateu mais uma vez na mesinha o que assustou a comissária pela enésima vez em menos de 2h.

—G-gomen! – gritou meio encabulado.

Ainda restavam aproximadamente 10h de voo até Nova York e mais 4h de conexão para Connecticut, aquilo iria ser uma tortura.

Olhou pela pequena janela e viu o pedaço de terra que chamava de casa dar espaço ao azul imenso. “Koishiteru BaKise” pensou melancolicamente recostando-se e, enfim, caindo no sono.

Have heart my dear

(tenha força, meu querido)

We're bound to be afraid

(nós estamos destinados a ter medo)

Even if it's just for a few days

(mesmo que seja só por alguns dias)

•

Aquela era a reta final: eles estavam finalmente formados. Sim... Era engraçado de se pensar que agora eram quase que, completamente, adultos e precisavam achar rumos para suas vidas. Daiki, forçadamente, aceitou o convite do Sr. Ryouta e estava a caminho da Universidade de Yale juntamente a sua bolsa de estudos para jogadores de basquete excepcionais. Enquanto isso, Kise decidiu apenas continuar com sua promissora carreira de modelo, ao menos enquanto desse.

As coisas haviam ido rápido demais aquelas férias. Talvez houvesse sido o melhor e o pior erro de suas vidas:

Amar.

Já se podia sentir a contagem regressiva recomeçar.

Tic;

Tac.

•

Kise’s POV

Alguém batia na porta insistentemente. “Tsk” pensou brevemente para depois levantar e ir atender a porta em seu maior estilo desleixado: apenas com suas calças de moletom, franjas despenteadas na frente do rosto e olheiras fundas de algumas horas de choro. Nem tudo isso conseguia derrubar a beleza do loiro.

—Nee... May-chan? – perguntou quase que pra si mesmo de forma confusa.

—Y-yo Kise-kun! – respondeu de início envergonhada – Trouxe algumas coisas pra... er... para... – seu cérebro parecia ter dado tilt naquele momento.

—Para..? – perguntou de forma divertida com a reação encabulada da amiga.

Amigos? Já poderiam se classificar assim? Talvez. A garota era sempre muito atenciosa com o loiro e se tornara uma grande amiga do moreno ao longo das férias também...

Sim, amigos.

—Sabe... para tentar animar um pouco a tarde – respondeu meio melancólica, a cena do aeroporto passava na sua cabeça como se estivesse no replay.

Ryouta abriu um largo sorriso e abraçou a menor quase a esmagando. Ele adorava a companhia da morena desde o dia da vendinha.

—Nee deixa eu te ajudar com as sacolas – disse já pegando algumas delas e adentrando o pequeno apartamento.

Elas tinham alguns doces dentro e DVDs com filmes de terror, romance e ação.

A tarde pareceu passar num piscar de olhos, ficaram conversando sobre coisas fúteis, o dia a dia e até sobre o Aho. Era engraçado para Sugihiro como os dois eram próximos. Será que ela deveria perguntar? Aquilo rondava sua cabeça desde o dia em que conhecera o moreno na boate.

—Nee... Kise – começou meio encabulada – Posso fazer uma pergunta esquisita?

O loiro que se encontrava na cozinha colocou a cabeça na porta em direção à sala sorrindo de forma confiante:

—Claro May-chan.

—Er... você e o Aomine são... – se ela estivesse errada, provavelmente o loiro a mataria – Você sabe...

Um silêncio incômodo se instalou no apartamento por alguns segundos.

—Alguma coisa mais que amigos... – tentava concluir.

A cara de dúvida do loiro era no mínimo interessante e isso assustava Sugihiro.

“Achei que ela soubesse...”.

—Você quis dizer namorados? – perguntou sorrindo de canto.

—S-si-sim! – concluiu então, vermelha – Q-quer dizer... vocês são muitos próximos... e... eu achei que talvez...

Ela não sabia onde enfiar a cara, porém Ryouta soltou apenas um riso divertido.

—Achei que você soubesse – seu sorriso nesse momento era encantador – Aho... – disse rindo num misto de saudade e amor – Sim - concluiu mostrando o dedo anelar da mão direta para então sorrir ainda mais – É claro que somos!

—Kya um anel! – correu abraçando o maior – Que lindo! Vocês dois são lindos juntos!

Flashback on.

(Alguns dias antes da fatídica viagem)

—Nee Aominecchi! Olha que anel lindo! – falava Kise vidrado pela milésima vitrine de joias que passaram naquela tarde.

—Nee mais um? – perguntou brincando com o menor.

—Humpf Aho – disse fazendo manha – Esse é o mais bonito de todos! Se você pelo menos olhasse... – terminou fazendo um bico.

Daiki se resumiu a olhar por cima da cabeça do menor, o anel era realmente lindo. Na verdade, era um par de alianças de ouro branco escovado onde uma delas possuía um pequeno e discreto brilhante no meio. Sorriu ternamente para o nada pensando que já havia um tempo que estava guardando dinheiro para fazer uma surpresa ao loiro e, talvez, aquelas alianças seriam o presente perfeito. Deu um peteleco na testa do loiro e o puxou gentilmente pela mão para dentro da refinada loja.

—O-o que você vai fazer Aho? – perguntou minimamente, porém num susto.

—Gostaria de ver aquelas duas alianças que estão na vitrine – pediu apontando-as à balconista.

—Claro senhor – pegou-as delicadamente – Aqui estão – disse entregando a Daiki.

O moreno por sua vez se resignou a pegar a mão direita do loiro e colocar-lhe o anel com o pequeno brilhante. Serviu perfeitamente. Vide o mesmo ao anel de Aomine.

—Vou levá-las – disse num sorriso terno dirigido à balconista que se encontrava com olhos fixos na bela cena.

—Claro senhor! – respondeu animada.

Os olhos de Kise já transbordavam de felicidade enquanto o moreno dirigia-se ao caixa.

—Loiro chorão – brincou com o menor que mal havia percebido sua aproximação.

—Koishiteru, koishiteru, koishiteru – terminou sussurrando em seu ouvido enquanto o abraçava com todas as suas forças.

Light up, light up

(anime-se, anime-se)

As if you have a choice

(como se você tivesse escolha)

Even if you cannot hear my voice

(mesmo se você não puder ouvir minha voz)

I'll be right beside you dear

(eu estarei bem ao seu lado, querido)

Flashback off.

—Se você o ama – continuou relutante – por que o disse para ir?

—Porque eu o amo e quero vê-lo ser feliz fazendo o que ama também. Seria egoísmo fazê-lo ficar.

—Você não acha isso meio masoquista da sua parte? – ela definitivamente não entendia aquele loiro.

—O amor é masoquista. Você aceita ele assumindo o risco de se machucar.

—[...] Eu sei.

E era verdade, ah como a garota dos longos cabelos pretos sabia...

To think I might not see those eyes

(pensar que eu posso não ver aqueles olhos)

Makes it so hard not to cry

(torna tão difícil não chorar)

And as we say our long goodbye

(e enquanto dizemos nosso longo adeus)

I nearly do

(eu quase choro)