Uma Vida em 90 Dias escrita por Betta


Capítulo 2
Capítulo 1 - Diagnóstico


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! Como vocês tão? Demorei um pouco, eu sei. Mas é que onde eu passo as férias o sinal do 3G, então não me culpem, CULPEM A VIVO. Eu queria dizer aos quatro cheirosos que comentaram o capítulo anterior (Hope Chase Evellark di Angelo, BeatrizKah, LeoPG e Miranda Costa) que eu fiquei muito feliz em saber que vocês leram e gostaram. Aproveitem a leitura!



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Acordei com uma sensação ruim no meu corpo, digo, já estava desconfortável com essa coisa a alguns dias... Era um tremendo cansaço, dor muscular, falta de ar, falta de apetite, vômito e uma palidez sem tamanho. Fui no pronto-socorro ontem, disseram que eram sintomas de uma virose e me deram um remédio extremamente amargo. Mesmo tomando o tal remédio eu não havia melhorado, pelo contrário, hoje havia vindo ainda uma maldita dor de cabeça de bônus. Sento-me na cama e ponho a mão na minha testa, bem onde sentia a dor latejar, tenho que confessar, me senti o Harry Potter nessa hora, só faltava a cicatriz na testa, uma varinha, e a carta de Hogwarts, droga, não sou uma bruxa. De qualquer forma, levanto-me e ponho um short jeans e uma blusa meia-manga azul-clara, é primavera em Panem, então o dia é fresco, porém ensolarado. Desço as escadas do sobrado em que moro e encontro três figuras adoráveis que, por acaso, são meus pais e minha irmã de nove anos, todos me dão bom-dia e me oferecem as panquecas doces que papai faz todo final de semana.

Após comer somente meia panqueca e um copo de suco de laranja, nossos pais convidam eu e minha irmã para fazer as compras da semana no mercado e passar em algumas lojas no shopping para comprar roupas, Prim adorou a ideia e já saiu em direção ao seu quarto para se arrumar. Eu não queria pois estava extremamente cansada e desanimada, mas com a persuasão dos meus pais e o sorriso da pirralha mais encantadora do universo eles me convenceram a sair com a promessa de comprar uma casquinha de flocos pra mim.

Minha mãe me mostrou várias roupas, somente duas me agradaram, um short curto jeans com vários rasgos e uma regata da minha banda favorita, Paramore. Fui ao provador no encalço de minha mãe. Vesti as roupas e ficaram folgadas, não era pra menos, com essa coisa que eu estava havia perdido alguns quilos, e eu não era alta, então...

“Katniss! Katniss! Serviu?” minha mãe gritou do provador ao meu lado

“Não, elas ficaram folgadas. Se eu engordar de novo aqueles dois quilos que eu perdi nessa semana iria ficar certinha.” digo, com uma pontada de tristeza, a camiseta era tão linda.

“E se você levasse? Se por acaso quando você ficar bem elas não servirem nós voltamos e trocamos por alguma roupa de tamanho menor.”

“Pode ser. Essa camiseta é tão linda.” digo tirando a roupa que estava experimentando e pondo novamente meu short jeans e minha camiseta meia-manga.

“Ótimo. Já se vestiu?”

“Já.”

“Então vamos pro caixa.”

xXxXxXxXx

A soma dos valores das minhas roupas, as roupas de Prim e as roupas de minha mãe deram um total de 400 reais. Meu pai surtou quando viu, afinal, o cartão era dele. Mas ele no final concordou com a compra. Fomos almoçar depois disso. Effie, minha mãe, pediu um prato de massa com molho branco, assim como Haymitch, meu pai. Eu peguei um hambúrguer grande no Burguer King e Prim comprou um McLanche Feliz.

“Está frio aqui, não?” diz Prim

“Estamos embaixo da entrada de ar, Prim.” digo

“Ah, entendi.” diz ela

Após 15 minutos de conversa sobre as minhas (ótimas) notas e sobre qual filme iríamos ver depois do almoço, que seria aliás, Meu Malvado Favorito 2, eu senti uma vontade imensa de espirrar. Então eu espirro (com a mão sob meu nariz) e sinto algo escorrendo do meu nariz, como qualquer pessoa normal, imagino que seja ranho, mas não era. Quando tiro a mão do meu nariz vejo um líquido vermelho em minha mão, e Prim dá um grito agudo, minha mãe me olha assustada assim como meu pai.

“Que que foi?” digo, botando minha mão na testa, aquela maldita dor de cabeça havia voltado.

“Seu nariz tá sagrando, MUITO!” diz Prim

Ah, então é daí que vem o gosto de ferro, pensei que fosse desse sanduíche que estou comendo. Pego um guardanapo qualquer e ponho no nariz.

“Ponha sua cabeça para trás Katniss!” diz meu pai

Eu pûs a cabeça pra trás, péssima ideia, aquilo só fazia com que minha testa doesse mais. Droga, meu estômago não muito bem. Os pés de alguém que estava com um salto alto rosa foram a única coisa que vi antes de vomitar todo meu almoço e junto com ele um poça de sangue, apenas olhei para Prim que me encarava assustada e disse:

“Eu não bem.”

Após isso tudo ficou escuro, e eu só senti o impacto do meu corpo no chão.

xXxXxXxXx

Acordei em um quarto de hospital colorido demais pro meu gosto, devia ser a ala pediátrica, afinal eu tinha só treze anos. Esse quarto me lembrava vagamente um sanduíche natural, o teto era um bege clarinho como aqueles pães que têm gergelim por cima, duas paredes eram verdes como alface, duas vermelhas como tomate, o chão branco como maionese e eu me sentia como uma carne sufocada no meio disso tudo. Tentei sentar mas estava fraca demais, então apenas me ajeitei naquela cama pequena e dormi profundamente.

XxxXxXxXx

Acordei novamente com alguém que estava acariciando o topo de minha cabeça, era minha irmã, dou-lhe um sorriso fraco e vejo minha mãe com profundas olheiras e olhos inchados, ela devia estar chorando, pensei. Já estava me sentindo melhor, então com a ajuda de meu pai me sento.

“O que que eu tenho?” pergunto a eles

“Olha filha...” diz meu pai “É uma doença rara nos brônquios, ela chama-se trionlicefalíase bronquionária*. Não tem cura, e seu estado é bem, hum, digamos, ruim...” ele termina gaguejando um pouco.

“Eu vou morrer?”

“NÃO!” minha mãe se exalta um pouco “Desculpe, não, não vai. Lógico que se você não fizer o tratamento direito você irá piorar. Mas você não morrerá.” diz dando um sorriso fraco

“Esse é o Dr. Beninni, Kat.” diz Prim apontando para um homem alto, negro e que possuía olhos esverdeados por trás de seus óculos “fundo-de-garrafa”. “Ele irá fazer seu dodói sarar.”

O homem ri um pouco e pede pra deixar-me sozinha com ele na sala. Ele puxa uma cadeira para o lado esquerdo na cama em que me encontro e me olha profundamente.

“Meu nome é Frederico Beninni, mas todos me chamam de Fred, ou Dr. Beninni. Você dormiu por três dias, e está no hospital Leonard McLean da cidade de Panem. Eu irei lhe explicar o que aconteceu pra você ficar ruim e responder todas as suas dúvidas. Ok?”

“Ok.”

Ele fez uma explicação longa. Mas basicamente, meu cérebro interpreta que o sangue que circula pelos vasos sanguíneos que ficam perto de meus brônquios é, na verdade, ar, e o manda para dentro de meus pulmões, causando assim meus sangramentos nasais. Mas como se não bastasse isso, toda vez que eu como alguma coisa, o meu cérebro que não é nada inteligente acha que o sangue que circula perto de meu esôfago é a parte líquida do alimento, daí é que vem os vômitos e a poça de sangue.

“Você terá que vir de duas em duas semanas em meu consultório, terá de tomar uma injeção todo mês, terá de fazer o tratamento à risca e terá de tomar alguns cuidados. Está bem?” ele estava finalizando a explicação, graças á Deus. “Você tem dúvidas?”

“Eu vou morrer? E se sim, quando?”

“Olha Katniss, a maioria das pessoas que têm essa doença vivem até os 40, 50 anos, mas...”

“Sempre tem um 'mas'...”

“Mas sempre há as exceções...”

“Ótimo.” digo bufando “Que tipo de cuidados?”

“Estão todos especificados nas anotações que dei para sua mãe.”

“Quando vou ter alta? Quero sair daqui de uma vez. Me sinto sufocada.”

“Daqui à...” ele olha seu relógio “Meia hora.”

. Obrigada.”

“Disponha.” diz saindo da sala e deixando meus pais entrarem.

“Você tem muitas visitas, Kat.” diz Prim sorridente “Tome, vá trocar de roupa, ninguém quer te ver com essa camisola de gente que está com algum dodói.” diz me entregando uma roupa qualquer.

Brigada, Patinha.” digo dando um beijo em sua testa e indo para o banheiro me trocar

A roupa era uma camisa de botões xadrez, uma camiseta manga curta do Nirvana, um short jeans rasgado e meu all star vermelho. Eram as minhas roupas preferidas. Tomei um banho rápido antes de me trocar. Deixei os cabelos soltos pois os mesmos estavam molhados. Faltava ainda vinte minutos para eu sair dessa droga. Abri a porta e encontro as garotas que me ajudam nas horas mais difíceis.

“Clove, Madge e Annie! Vocês vieram!” digo indo abraçá-las com lágrimas em meus olhos

“Ai Kat, sua mãe nos explicou.” diz Annie chorando “Eu sinto muito.”

“Trouxemos aquilo pra você.” diz Clove, que estava limpando o lápis preto que havia escorrido de seus olhos, apontado para flores, ursinhos de pelúcia, bombons e cartões que diziam “melhoras”

“Os meninos vieram.” diz Madge “Só podem entrar três de cada vez, então eles ficaram lá embaixo esperando.”

“Garotas, já temos de ir. Senão eles não têm como visitar a Kat. Mais tarde nós conversamos pelo Whatsapp. Ok?” diz Clove

Elas me dão um último abraço e dizem que serão sempre minhas companheiras e que me amam muito. Os garotos sobem e cada me dá um abraço bem apertado e afagam meus cabelos, eles também trouxeram presentes e afins para mim. Mas está faltando alguém aqui.

“Cadê o Mellark?” pergunto a eles

“Catnip, não conseguimos ligar pra ele, nem nada do tipo. O cara sumiu. Não responde mensagem, não entra no Facebook, não responde no Whatsapp. Nada.” diz Gale

“Olha, eu fui na casa dele e não tinha ninguém lá.” diz Finnick me abraçando por trás

“Sai daqui assanhado.” digo a ele me soltando do seu abraço, enquanto o mesmo faz um biquinho

Dou um longo suspiro.

“Não fica assim não, Kat. No pior momento de sua vida ele nem dá as caras. Que amigo, hein?! Você e a Clove podem castrá-lo quando encontrarem ele. Eu ajudo se quiser. Só não fica triste, tá?” diz Cato

“Não te preocupa, Cato. Eu não vou sofrer por garotos, isso é coisa de biscate. Além do mais eu tenho mais coisas para me preocupar. Como cuidar da minha vida, pra não morrer com essa doença do capeta que eu ganhei de presente, por exemplo.” digo

Vou pra casa depois de comer um pão de queijo e um copo de suco de laranja que foram fornecidos pelo hospital. Chego em casa e vou direto ao meu quarto mexer no celular.

“Katniss! Tome a lista de cuidados que Dr. Beninni deu! E também venha tomar o seu remédio!” grita minha mãe do andar de baixo

“Estou indo.” grito a ela de volta

Desço e tomo o remédio que tem um gosto forte de ferro, semelhante ao de sangue. E minha mãe me entrega a lista, me assusto vendo o número de linhas. Prim sorri e fala:

“Você não pode fazer 113 coisas.” diz ela sarcasticamente

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Trionlicefalíase bronquionária*: Eu inventei essa doença, ok? Aliás tudo o que verão nesta história que estão relacionado a doenças, remédios e afins é inventado pela minha pessoa.

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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem! Deixem seus comentários, eu prometo que não mordo nenhum de vocês :3 Esse capítulo foi quando a Kat descobriu que estava doente (avá). É tipo um flashback, porque agora ela tem 17 quase 18 anos u.u
Beijo e até o próximo capítulo (vou tentar não demorar, prometo)!