A vida de outra garota... escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 27
XXVII - And... Everything ends


Notas iniciais do capítulo

{Quinto capítulo favorito}



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~Mundo da Amy~

~Pov Amy~

Ian me levou para a pista de dança, ele sorria feito um bobo, como se tudo que quisesse estivesse sendo realizado. E eu, claramente vermelha pela atenção, não consegui deixar de ficar encantada também.

Era ridículo, eu sabia. Algo dentro de mim berrava irritada, como se eu não devesse estar assim, como se isso fosse um erro, como se isso pudesse custar minha vida... Mas ao mesmo tempo meu coração batia pesadamente, aliviado por finalmente ter os braços de Ian envolta da minha cintura.

— Dar-me-ia a honra de conceder-me uma dança? — Perguntou Ian, parando em um canto da pista.

Pelo canto de olho pude ver Regan e Jonah, dançando e rindo muito, provavelmente muito felizes.

— Claro, mi lorde. — Sorriu, fazendo uma leve refêrencia ao puxar as pontas do vestido e curvar a perna. Ian riu e fez uma refêrencia de volta.

Ele segurou minha cintura, e eu pousei minha mão tremula sobre o ombro dele. Ian segurou minha mão, enquanto eu tentava lutar contra a vontade de fugir. Meu coração parecia tanto partido como reconstruído.

Ian sorriu, algo no seu sorriso me deixou bem novamente, e eu tentei esquecer algo que não conseguia lembrar, e viver o presente. O agora.

A música era animada, bem animada, mas mesmo assim isso não nos impediu de dançar conforme o nosso gosto. Ian me girava no ar, enquanto eu puxava ele para frente e para trás. Parecíamos normais até, considerando Madison e Ned, que dançavam feito fugitivos do hospício.

Ian segurou minha mão, fazendo-me girar por dentro do seu braço. Quando dei as costas para ele, este me puxou e me fez cair sobre seu corpo. Soltei um leve arfar, assustada.

— Que susto — digo, batendo no seu peito assim que ele me coloco novamente sobre o solo. Ele ri apenas, como quem não quer nada. — Você está muito risonho hoje — Acuso, olhando o de leve.

— Talvez porque finalmente consegui um encontro com a ruiva de meus sonhos! — ele murmurou no meu ouvido, fazendo-me sorrir e corar.

— Quer algo para beber? — Perguntei, tentando mudar de assunto. A minha sorte é que não tem muita luz no ginásio hoje, caso o contrario ele veria que meu rosto está da cor de um pimentão.

— Quero... — ele diz e começa a me puxar até uma mesa com comidas e bebidas — Mas também quero que pare de mudar de assunto. — Sussurra em meu ouvido.

Tento não enlouquecer, isso não seria saudável para nenhuma das partes... Ele pega dois copos de, graças aos deuses, refrigerante. Estava claro que eu não iria beber, até porque odeio álcool.

— Ei, Amy. Tem um lugar que eu quero que você veja — ele diz, me chamando — Você vem?

Algo naquilo me lembrou outra coisa.

Um moreno de olhos cor de âmbar. Um campo verde. Algo como um labirinto a nossa frente... O que era aquilo? O garoto vira-se para mim e pergunta se eu não vou. Algo dentro do meu ser quer aceitar aquilo, mas a minha figura simplesmente balança a cabeça negativamente, murmurando nomes e coisas que eu não entendo.

O menino me lança um olhar desapontado antes de finalmente ir em direção ao labirinto verde, e a minha figura se senta, soltando um suspiro em uma grande cadeira.

— Amy? — Ian balança as mãos perto do meu rosto, como tenta acordar-me de um sonho.

Olho para seus olhos. O cabelo, o rosto... Tudo. Igual ao menino da minha visão... Sinto como se alguém tivesse arrancando meu coração.

Não... O passado pertence ao passado... Por mais que você não lembre dele.

— Oi? Perdão... — Disse, piscando várias vezes. — Acho que viajei... — Ian ri, mas me olha apreensivo, como quem se preocupa. — Vamos? — Questiono, colocando um sorriso no meu rosto ele me analisa.

Por maior que seja a sua vontade de saber como estou, ele deve estar muito afim de me mostrar esse lugar, pois apenas dá de ombros e puxa-me para longe.

~Pov Ian~

Algo estava errado com Amy. O jeito como ela “sumiu” em seu próprio mundo. A maneira como ela me olhou depois... Algo estava muito errado.

Mas hoje, só hoje, vou permitir ignorar esse fato e descobrir o quão necessário é o meu desejo por ela.

Levei Amy até o lado de fora, girando-me para trás quando lá parei. Amy me olhou, curiosa, e eu tirei uma venda do meu bolso.

— Deve confiar em mim. — Disse, mostrando a venda para ela. Amy pareceu considerar, mordendo levemente o lábio inferior. Por fim suspira, e fecha os olhos. Uma permissão.

Vou para trás dela, colocando a venda ali, ela parace nervosa e tensa, todavia permite que eu a amarre. Seguro a mão dela e começo a andar, devagar e cuidadosamente. Calculando todos os meus passos.

— Ian? — Ela me chama, a meia voz e noto como está preocupada. Seu pé brinca até achar o chão, tateando todo o degrau.

— Venha, Amy — digo, segurando-a nos braços para conseguir pular todos os demais degraus. — Você vai adorar assim que chegar lá...

Levou-a comigo, percorrendo a volta da escola até chegarmos a uma escada de pedreiro, do tipo que usamos as mãos e os pés para subir. Segurei ela junto ao meu corpo e comecei a subir, sendo cauteloso e tomando cuidado para garantir que ela não caia. Assim que chego lá em cima, suspiro aliviado.

— Onde estamos? — Pergunta Amy, tocando o chão envolta dela.

— Calma — digo, sentando-me atrás dela — Em instantes você verá... — Dou um sorriso, ao olhar para a lua.

Olho no relógio, quase meia noite.

Tiro a venda de sua face, liberando seus incríveis olhos verdes que olham ao redor curiosos. Ela nota que estamos no teto do ginásio, mas não me faz nenhuma pergunta sobre isso, por fim, eu aponto para a lua no horizonte, que está ficando levemente escura.

Amy grita, animada e sorri feito criança.

— Você me trouxe para ver o eclipse! — Ela sorri e me olha nos olhos, o jade brilhando sobre o âmbar. Ela é a beleza, a coragem, a inteligencia... E eu a amo mais do que pode ser possível expressar.

Sem conseguir conter-me, beijo-lhe os lábios macios, saboreando o gosto de morangos que sai dela. Amy passa as mãos pelos meus cabelos enquanto eu firmo sua cintura contra o meu corpo.

Ela sorri após o beijo, enquanto eu dou selinhos em seus lábios, rápido e prazerosamente.

~Pov. Amy~

Ele beija meus lábios, dando-me selinho e eu tento evitar os suspiros que estão por percorrer todo o meu corpo. A felicidade que toma conta do meu ser é maior até do que a vontade de ver a lua encarnada.

Ian passa a ponta do nariz pela extensão do meu pescoço, fazendo me rir e sorrir.

Por fim ele me encara e seus olhos ouro estão nervosos e belo.

Eu sei, sei que não tenho direito, sei que você nunca me perdoou, sei que você provavelmente nunca ira me perdoar. — Suas palavras, sem sentido e ao mesmo tempo com sentido me fazem entrar em choque. — Sei que errei com você Amy — sinto lágrimas em meus olhos e a felicidade vira uma mistura de tristeza e medo. — Sei que talvez você nunca vá me perdoar, mas volte para mim, por favor. Eu te amo, Amy, eu te amo e sempre vou te amar. Por favor, Amélia Cahill, volte para mim.

Sinto-me estranha, como se estivesse passando por um lago, tentando voltar a superfície. Sinto como se estivesse pressa, mas finalmente as cordas deixando-me. Algo dentro de mim me diz que é para abrir os olhos, mas eles estão abertos. Junto tudo que consigo, todas as minhas forças para dizer:

— Eu te amo. — Mas tudo fica escuro.

A vida de outra garota...

É assim que tudo começa e tudo acaba.

Rostos familiares passam pelos meus olhos.

Madison, Regan, Ted, Ned... Hamiton, Sinead, Dan e Natalie... Meus pais, minha avó... Todos... Todos aqueles que eu conheci e falei. Vários sorrisos e olhos gentis. Imagens que eu sinto que devo reconhecer, mas que não consigo... Por fim, Ian... Seu rosto aparece uma última vez antes de ser substituído por imagens diferentes e aleatórias.

Nellie em Paris... Um gato, Saladin, recordo seu nome, comendo algo parecido com salmão... Dan fazendo um decalque de alguma sepultura... Um museu, teto caindo em cima dos olhos nervosos dos Starlings... Hamilton Holt escalando algo como uma estatua... Natalie Kabra e uma pistola de dardos... Os olhos de Ian Kabra antes dele fechar a única passagem para fora daquela tumbam, deixando-me para morrer lá...Tudo, tudo se choca contra a minha cabeça.

Cahills.

Segredos, medos, angustias...

Tudo.

O meu último momento antes de entrar correndo dentro de um carro.

Alguém gritando o meu nome.

E por fim, as lágrimas.

E como tudo começou, tudo acaba.

O brilho forte de um caminhão e minha visão fica turva novamente... Até tudo perder a cor... E o breu me abraçar novamente.


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Notas finais do capítulo

{Só para o caso de alguém não ter entendido - as antigas notas tratavam vocês como idiotas, explicando cada passo da fic... Eu agora acredito que vocês são muito espertos e entendem - acabou o ~Mundo da Amy~.}
[corrigido e revisado com lágrimas nos olhos]



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