A vida de outra garota... escrita por Becky Cahill Hirts


Capítulo 2
I - Perfect Life


Notas iniciais do capítulo

{Muito obrigada VaneSouza e Kidari pelos reviews, vocês fizeram o meu dia ficar colorido.}



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~Mundo Amy~

Pov. Amy

Eu realmente acordei feliz! Ok, eu quase sempre acordo feliz, mas isso não vem ao caso...O fato é que hoje é o primeiro dia de aula depois do natal!! Ou seja, hora da escola!

Corri para o banho, afim de ser o mais rápida possível, sabendo que Nellie – nossa au pair. Ela cuida de nós (eu e o meu irmão, Dan) desde que nasci! E isso faz 15 anos! – não iria me esperar.

Saí do banho, coloquei minha roupa— cuidadosamente escolhida no dia anterior — e arrumei os cabelos.

Ao sair do quarto encontrei com um Dan caminhando/se arrastando/ dormindo em pé indo para a escada.

— Bom dia! – Cantarolei alegre.

— Péssimo dia... — Respondeu Dan sem alegria.

Descemos as escadas juntos enquanto eu falava sobre como estava animada. Nossa casa é grande, branca e muito aconchegante. Tem quatro quartos (o meu, do Dan, mãe e pai, e um de hóspedes, frequentemente usado por Nellie), um banheiro em cada quarto, além do banheiro para visitas no primeiro andar, sala de estar, de TV, de jantar, cozinha, biblioteca, escritório... Além, é claro da garagem e da piscina na parte de fora. Tudo isso porque somos netos de Grace Cahill, uma das mulheres mais ricas e influentes do mundo, sabe deus por quê.

Bonne journée! (Bom dia) — Disse minha mãe, em um francês fluente. Mamãe era alta e magra, tinha cabelos ruivos que desciam até o meio das costas em cachos fofos, lindo olhos verdes esmeralda e um sorriso que certamente inspira qualquer um. Ela era só o que eu queria ser... Fala ao todo 25 línguas entre elas latim, russo, ucraniano e sueco. É professora em uma das melhores faculdades de história do mundo, além de viver em viagens para explorar outros lugares e civilizações.

— Bom dia crianças. – Papai disse ao nos ver, sem retirar seus olhos das pagínas do seu jornal. Arthur era um homem muito bonito, com seus olhos brilhantes e cabelo sempre bem arrumados. Era explorador, por isso vivia viajando, mas desde que tivera os filhos, começou a passar mais tempo em casa.

— Pai! – Dan resmungou. — Quantas vezes vou ter que lhe pedir para parar de nos chamar de criança?

Suspirando, dou um beijo na bochecha de minha mãe e do meu pai, depois me sento e espero mamãe trazes waffles e achocolatado para mim. Dan sempre brigava com isso. “Não chame Nellie de babá, ela é nossa au pair.” ou “Não nos chame de crianças, somos quase adultos!” entre outras idiotices desse tipo.

Eu realmente me irritava com isso, mas Dan era um ótimo irmão no geral. Alto, musculoso, com cabelos quase loiros e olhos lindos. Puxando tudo isso do meu pai, claro. Era o mais novo jogador do time de Hearts, e por isso eu tinha que além de tudo, torcer por ele nos jogos.

Ah sim, creio que esqueci de dizer, como presidente do grêmio estudantil e líder de turma 7 vezes seguidas, esse ano eu ainda sou líder das líderes de torcida de Hearts, nossa escola. Namoro o sub-capitão do time (Hamilton) e sou uma das meninas mais populares de toda a escola.

Não, eu não sou popularmente tirana. Não. As pessoas gostam de mim. Todo mundo gosta de mim.

— Você tem apenas 12 anos, ainda é criança! – Fui tirada dos meus pensamentos por papai.

— Quase 13! – Dan tentou.

— Mas ainda 12 Dannyboy! — Disse alguém na porta.

Hammer!

Levantei e corri até os seus braços dando-lhe um selinho estalado. Hammer riu da minha cara de boba, e me abraçou cumprimentando os outros.

— Hammer, querido — mamãe disse sorrindo. — Aceita um waffle? Acabei de fazer.

— Sim, Sra.Cahill. — Hammer disse, se sentando e ao lado do meu lugar, eu o imeitei, sentando-me também, rindo da sua formalidade.

— Quantas vezes vou ter que dizer que é Hope para você rapaz? – Mamãe perguntou.

— Só mais umas trezentas, Sra. Cahill. – Disse Hammer rindo.

— Tente Hope, tente, mas só eu já consegui fazê-lo dizer meu primeiro nome. – Disse papai, cantando vitoria.

— Como disse, Sr.Trent? — Perguntou Hammer rindo.

Papai olhou para ele com um olhar assassino, mas depois riu. Era sempre assim e sempre seria. Nós eramos como a família perfeita.

Hammer era amigo de família, seu pai e o meu tinham feito não-faço-a-menor-ideia-do-quê juntos, e, quando os dois tiveram filhos, nos educaram juntos. Ele sempre foi um irmão para mim, mas quando ele me pediu em namoro eu não hesitei em aceitar. Em parte porque era isso que todos queriam que eu fizesse, em outra porque eu quero esse grandão feliz, independente de como, ou com quem, eu o quero muito feliz.

Não, não pense que eu sou manipulável, eu não sou. Mas eu quero ver todos felizes, só isso.

Eu me sacrifico por outros. Sempre quero ver um sorriso no rosto de todo mundo. Odeio ver pessoas tristes! Isso volta ao assunto de antes, eu sou popular, porquê ajudo todos, sou amiga de todos, guardo segredos de todos, sou gentil com todos... Por isso é raro ver alguém que não goste de mim.

— Então gente — disse Nellie chegando, acho que interrompeu algo que Dan ia dizer. — Hora da aula, já pro carro meninos, antes que ele não saia mais da garagem.

Nellie estava vestida de preto, como de costume, com os cabelos com mechas rosas, azuis e violeta. Os fones de ouvido pendiam soltos no seus ombros, com uma música, muito provável que seja algum punk maluco,saindo deles.

Nellie cursava gastronomia na faculdade onde mamãe dava aula, e Grace havia dado uma Mercedes para ela. Por quê? Porque Nellie é perfeita. Abre mão de festas para cuidar da gente nas sextas-feiras, acordava as três da manhã para dar remédio para mim, anda sempre com uma bombinha no bolso caso Dan tenha um ataque perto dela, saí de qualquer aula se eu ligar para ela precisando de ajuda, desmarca ou até mesmo saí no meio de encontros se Dan precisar dela... Nellie era um anjo.

— Boa aula meninos. — Mamãe disse, sorrindo para nós.

— Se cuidem. — Meu pai completou.

E nós três seguimos Nellie.

— Onde estão Reg e Maddie, Hammer? — Perguntou Dan.

— Dormiram numa amiga nova, devem estar indo para a escola. Não consegue ficar nem 24 horas sem ver elas Dannyboy? — Dan corou e eu ri.

— N-não é nada d-disso... – ele percebeu que estava gaguejando e limpou a garganta. — Eu só queria saber se elas precisavam de carona... — Dan desistiu do que estava falando e apressou o passo.

Hammer riu e eu o acompanhei, nossas mãos se encontraram e eu sorri para ele.

— Coloquem os casacos, o inverno ainda não acabou. — Nellie falou, abrindo a porta.

Hammer me ajudou a colocar o meu casaco e depois colocou o dele e um gorro que o deixava tão fofo.

Nellie dirige igual uma louca, então quando entramos no carro colocamos o cinto e esperamos Nellie dar partida no motor.

— Escola...ai vamos nós... — Dan disse, não muito alegre.

A vida de outra garota...

O intervalo bateu e eu sorri. Não aguentava mais o debate entre Sinead, também conhecida como minha melhor amiga, e a professora. Sinead era uma ótima melhor amiga, mas ela nunca aceita nada que os professores ensinam errado... Quase sempre ela está certa, mas eu prefiro deixar os professores ensinarem do jeito deles, mas Sinead não.

Ela é ruiva, assim como eu, e somos chamadas pelas escola de irmãs vermelho, apelido que eu odeio por acaso. Sid também é a melhor amiga do Hammer, e as vezes fico confusa em relação a eles, pois eles são só amigos — sim, eu já chequei isso — mas ainda assim... Ás vezes agem como se fossem namorados, e, por mais que eu estivesse com Hammer só para deixá-lo feliz, aquilo me deixava com um certo grau de ciúmes.

— Ai, Amy — Sid disse, me trazendo para a terra. — Esses professores são umas merdas... Eles não sabem ensinar nada com nada!

— Não é culpa deles que nós já aprendemos isto, Sid, e bem melhor que eles. — Disse rindo. — Nem todos têm uma professora de história em casa.

— Doce Amy Cahill, sempre certa. — Si disse, acompanhando-me na risada.

— Normal. – Ouvimos uma voz feminina atrás de nós.

— Ela sempre vai estar certa, Sid. — Nos viramos e vimos Reagan e Madison Holt, irmãs de Hammer e minhas cunhadas. Elas sorriam para nós, e não conseguimos deixar de sorrir também.

— Reg! Maddie! Como passaram o feriado? — Sid perguntou abraçando elas, que logo depois me abraçaram.

As gêmeas Holt são muito diferentes. Teve uma época em que usavam somente um agasalho roxo, e não permitiam que ninguém realmente as visse. Mas, graças aos deuses, essa época passou. Reg é morena, e incrivelmente linda, com olhos verdes brilhantes e um sorriso que deixa Dan babando. Maddie é loira, olhos azuis e pele bronzeada, deixa metade da escola babando, mas eu, particularmente, acho Reg mais bonita. Quem sabe seja pela cor do cabelo.

— Meninas — Maddie chamou, fazendo-nos olhá-la. — Queremos apresentar uma pessoa para vocês... Ela apareceu ontem perto da nossa casa — Maddie riu, como se lembra-se de uma piada particular. — E bem, nós dormimos na casa dela hoje, é confiável.

— Deus, como somos grossas, esquecemos de você, Nat! — Reg parecia realmente envergonhada.

— Vem cá, Nat! São essas as meninas que a gente falou pra você. – De trás das duas, surgiu a menina mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida. Ela era mais baixa que eu — mas isso porque eu sou uma girafa mesmo —, com cabelos escuros, do tom do da Reg, magra, com traços bem femininos. Parecia uma mini modelo, quem sabe um projeto de modelo. Mas o que mais me chamou atenção nela foram os olhos. Lindos olhos cor de âmbar. Olhos onde você parecia se perder só de encará-la.

— Olá. — Ela disse com um presente sotaque britânico. — Eu me chamo Natalie, Natalie Kabra, mas pode me chamar de Nat. — Ela deu um sorriso tímido, não enganado ninguém.

— Não se enganem! — Maddie fez eco aos meus pensamentos. — Ela parece ser uma flor mas é uma bela princesinha. — Disse, fazendo nós todas rirmos e Nat sorrir.

— Realmente, não cheguem perto do meu cabelo! — Natalie falou na defensiva falsa.

— Mas o irmão dela é um pedaço de mal caminho... — Reg acrescentou e corou, já que esse tipo de comentário não era do perfil Reg.

— Aprendendo comigo, mana – Maddie comentou, sorrindo. — Mas é mesmo...

Revirei os olhos, para as Holt quase todo homem era um pedaço de mal caminho.

— Sinead Starling, mas pode me chamar de Si, ou Sid, embora isso me lembre meus irmãos...

— Ah, seus irmãos... — Maddie disse, e era possível ver baba na sua boca. — Eles são pedaços de mal caminho Nat.

Natalie riu e se virou para mim.

— Não ligue para as Holt, para elas quase todos os homens com tanquinho são pedaços de mal caminho .

— E não são? — Maddie perguntou, como se alguém lhe falasse que a terra é quadrada.

— Amy, Amy Cahill. — Me apresentei, ignorando a fala de Madison.

— Amy... De Amélia?

— Não me chame assim! — Falei, quase dando um ataque. Todas elas riram, enquanto Natalie sorriam.

— Por quê? É um nome tão bonito... — Nat ponderou, menina malvada.

— Não é. Por favor me chame de Amy.

— Claro, Amy. — Ouvi uma voz atrás de mim. Maddie e Reg se abraçaram e olharam com olhos de: “Olha esse deus grego”. Sid de um sorriso malicioso para ele, e Nat riu levemente, jogando algumas mechas de seu cabelos castanho perfeito para trás.

Me virei devagar, pois pela voz já esperava um deus grego mesmo. Essa voz sedosa, grossa... Bela.

O garoto atrás de mim era alto, musculoso, mas não muito, tinha cabelos escuros, iguais os de Natalie, dentes brancos, e a pele era linda, de um tom de caramelo. O sorriso dele era perfeito. Suas roupas eram bem arrumadas e com certeza feitas por alfaiate.

— Eu sou Ian, Ian Kabra. — Apresentou-se o garoto dos olhos âmbar incrivelmente lindos.


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Notas finais do capítulo

[corrigido e revisado]