Harry Potter - A nova geração escrita por Júlia França


Capítulo 13
Lord Voldemort




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ROSE POV.

Acordei rápido, porque não sabia exatamente se aquela criatura iria dar algum recado no café da manhã, e eu não queria bater de frente com ela.

Coloquei aquela roupa ridícula e saí do meu quarto. Mortje não me reconheceu e tentou me arranhar, mas eu não tinha tempo para explicações, então marchei impaciente para a porta e saí para a escuridão do corredor.

Encontrei outros alunos vagando pelo jardim. Provavelmente tiveram os mesmos pensamentos que eu. Suspirei triste quando vi o meu pior inimigo, que eu já não sabia mais o que era na verdade, parada na porta, com certeza esperando Julie.

_ Oi. – Ele cumprimentou. Tenho certeza que ele também está confuso então não disse nada sobre o baile.

_ Oi. – Respondi, tentando passar pela porta.

_ Rose. – Chamou. Tive um mau pressentimento. Ele sempre me chamava de Weasley.

_ Scorpius. – Falei sorrindo, para tentar quebrar o clima pesado que tinha se formado.

_ Eu queria saber se você vai continuar me dando aulas, quer dizer... depois da Minerva ter sido expulsa.

_ Não tinha pensando nisso ainda. Você precisa da minha ajuda?

_ Pensei que a gente podia estudar para os N.O.M.s. você só me ensinou Aritmancia.

_ Claro. Mas tem que ser durante o dia. Não sei como a Umbridge iria reagir se soubesse.

_ Entendo. - Ele estava cauteloso. Quase como se esperasse que eu pulasse no seu pescoço.

_ Depois da aula?

_ Pode ser. Te vejo depois. – Ele disse, me deixando passar. – A propósito. A roupa focou bem em você.

_ Em você também. – Me vi dizendo sem nem pensar enquanto examinava pela primeira vez o terno cor de rosa. Ele deu um sorriso de canto que me fez derreter. Tive que me forçar a virar e seguir para a mesa da Grifinória, que estava praticamente deserta àquela hora da manhã.

_ Você veio. – Roxanne observou. Ela e Fred eram os únicos da mesa. O segundo parecia travar uma disputa de olhares com a atual diretora, que mostrava uma feição de “brava”, “assustada”, “amedrontada” e de “estou prestes a te matar”.

_ Vim. O que o Fred tá fazendo?

_ Eu não sei. Está assim há quase dez minutos. Parece uma disputa de território. – Roxanne deu de ombros, enquanto eu ria.

_ Oi gente. – Alvo disse, enquanto fingia desfilar e falava com uma voz estranha.

_ Oi. – Dissemos juntas e logo depois fizemos tchau para a Julie que tinha acabado de se sentar na mesa da Sonserina de frente para Scorpius, que tinha entrado quando ela chegou.

_ Rose você tá muito estranha com essa roupa.

_ Eu sei.

_ Você é baixinha demais. Parece uma boneca de porcelana em época de carnaval. – Roxanne completou o comentário de Alvo. – Pare de olhar prá ela assim! Tá me deixando nervosa! – Concluiu, empurrando as costas do irmão, que cuspiu o suco de abóbora que tomava, sem nunca distanciar os olhos da diretora.

_ Obrigada Roxe. Esse foi um ótimo elogio. – Murmurei.

_ Disponha. – Respondeu e então foi a minha vez de revirar os olhos.

_ Onde eles estão hein? – Perguntei, me referindo a James e Ashley quando Mary chegou mal humorada.

_ E eu que vou saber? Ash não dormiu no dormitório hoje.

_ Inacreditável! No primeiro dia do reinado na megera?

_ Queria que eu fizesse o que? Fosse atrás dela com um lampião?

_ Credo! O que foi?

_ Olha prá essas roupas e me pergunta o que foi! – Ponderei o comentário.

_ Tudo bem. Falando nisso, porque a criatura já tá sentada na mesa?

_ Não tenho ideia. Ela deve estar observando que vai querer matar primeiro. – Fred argumentou.

_ Tem razão. – Concluí.

JULIE POV.

Eu não estava tão incomodada com a presença da infestação de cor de rosa quando acordei. Até me vesti feliz, porque eu gostava um pouco de rosa, mas ela entrou prá minha lista negra quando não me deixou pegar remédios na enfermaria. Eu e Scorpius estávamos conversando sobre isso nesse exato momento.

_ Por que ela não deixou?

_ Disse que eu sou muito nova prá tomar remédios controlados sem nem saber o que eu tenho.

_ E o que você respondeu?

_ Perguntei se eu tenho idade prá morrer. Ela continuou andando como se nada tivesse acontecido!

_ Toma vai. Liga pro meu pai mandar pelo correio de hoje. – Scorpius tirou o celular do bolço e quando ia me entregar ouvimos a voz da vaca disfarçada de gente.

_ É proibido o uso de celulares nesse recinto! – Olhamos um para o outro e ela ficou nos observando para ver se iriamos irritá-la ainda mais.

_ Professora, é que o meu pai é médico e a Julie precisa de remédios para o correio de hoje. – Scorpius tentou me defender.

_ Não é “professora” jovenzinho. É diretora! Ouviu bem? – Scorpius concordou com a cabeça.

_ Em todo o caso, Julie precisa mesmo ligar pro meu pai.

_ Ela pode esperar um dia ou dois até que seu pai leia a correspondência sem tomar os remédios.

_ Não, não pode. De verdade. Ela só precisa ligar para o meu pai. – Scorpius estava ficando nervoso e ele com certeza ia ofender a alteza soberana. Vi de relance alvo com os punhos fechados em cima da mesa. Resolvi interferir.

_ Tudo bem. Eu posso escrever uma carta com urgência e ele manda os remédios amanhã. – Menti, enfiando a mão no bolso de Scorpius e pegando o celular que já estava bem guardado, escondendo logo em seguida no meio dos meus pergaminhos e saindo do Salão Principal. Percebi Umbridge sair do Salão alguns minutos depois e mim então tomei cuidado para que ela não me visse mexendo no celular.

Consegui falar com Draco que prometeu me mandar uma nova remeça de remédios ainda para ser entregue no correio de hoje.

_ Conseguiu? – Alvo perguntou, sentado no corrimão enquanto eu terminava de apertar todos aqueles botões modernos que simplesmente faziam o celular desligar.

_ Ele vai mandar hoje. – Respondi depois de dar um selinho nele.

_ Entendi. Quer voltar pro Salão ou prefere ir direto prá aula?

_ Vamos pro Salão. Quero ir junto com os outros. – Respondi enquanto ele passava o braço pela minha cintura e me abraçava.

_ Ok então. – Andamos em silêncio até que passamos por um corredor completamente vazio e com as luzes apagadas mas mesmo assim eu ouvi um sussurro, como se viesse de dentro da parede.

_ Você ouviu isso? – Perguntei, cutucando Alvo.

_ O que?

_ Essa voz.

_ Que voz? – Ele perguntou, e eu já estava achando que era tudo fruto da minha imaginação. Mas eu ouvi de novo.

_ Essa voz! Parece que vez de dentro da parede! – Murmurei baixo, prestando atenção nos sons enquanto encostava o ouvido na parede. Alvo fez o mesmo.

_ Agora eu ouvi. – Acho que deve vir da sala de estoque de poções. Concordei.

“Existe algum jeito de fazer isso?” Ouvi alguém perguntando, mas era uma voz fria, quase como se não houvesse sentimentos.

“Ouvi dizer que a Pedra da Ressurreição não foi destruída, apenas perdida” – A resposta veio um pouco mais distante.

“Mas ela não pode ressuscitar alguém completamente. A pessoa não pertence mais a esse mundo!” Umbridge.

“Talvez com algumas modificações na própria estrutura da pedra possamos resolver.”

“Tem alguém ouvindo.” Eu e Alvo nos entreolhamos antes de sair correndo de vota para o Salão Comunal. Aquelas pessoas não pareciam muito gentis a ponto de acreditar que estávamos passando e ouvimos a conversa por acaso e não contaríamos para ninguém.

_ O que foi isso? – Perguntei assim que estávamos dentro do Salão. Eu me sentei na mesa da Grifinória que era a mesa menos lotada e agora contava com a presença de James e Ashley.

_ Não sei. Mas não me parece certo, como se estivessem se escondendo do ministério.

_ Que ministério? O ministério caiu! Kingsley está morto!

_ Então se forem Comensais não têm do que se esconder. – Alvo murmurou.

_ Talvez queiram manter em segredo...

_ Manter o que em segredo? – Mary perguntou, e então eu percebi que tínhamos chamado a atenção de algumas pessoas, mas graças a Deus não eram mais que os Weasleys.

_ Não sabemos. Alguma coisa sobre a Pedra da Ressurreição.

_ A Pedra da Ressurreição? Tio Harry não disse que jogou ela na floresta no meio da segunda guerra bruxa? – Rose perguntou, com a sobrancelha erguida. Acenei para que Scorpius viesse se sentar aqui também.

_ Então a Pedra está perdida?

_ Sim. Ele disse que ela trazia tristeza. Não queria que ninguém a achasse.

_ Então ela não foi destruída como disseram. Foi realmente perdida. – Al murmurou mais baixo, e só eu pude ouvir.

_ Mas o que é a Pedra da Ressurreição? – Mary questionou.

_ Faz parte das Relíquias da Morte.

_ Existe uma lenda que a minha mãe contava parra mim. – Rose disse. – Uma vez, três irmãos estavam viajando por uma rua deserta no crepúsculo...

_ Papai diz que a lenda se passa à meia-noite. – Hugo disse atrapalhando Rose, que lançou para ele um olhar reprovador. – Tudo bem. Continue.

“ Em tempo os irmãos acharam um rio muito fundo e muito perigoso para atravessar nadando. Contudo esses irmãos eram formados em magia, e então eles acenaram as varinhas, e uma ponte aparecerem em cima da água. Eles estavam na metade do caminho quando viram uma figura encapuzada. E então a morte falou com eles.

“ Ela estava brava porque tinha sido enganada pelos viajantes, que não morreriam no rio. Mas a Morte, que era traiçoeira, resolveu presentear os três irmãos por sua magia e disse que cada um levaria uma recompensa por ser mais esperto que ela.

“ Assim, o irmão mais velho pediu a varinha mais poderosa do mundo, que sempre ganhasse os duelos para seu dono, digna de um bruxo que derrotou a Morte. Então o ser encapuzado foi até uma árvore, tirou um dos galhos, fez a varinha mais poderosa que existisse e entregou para o irmão mais velho.

“ O segundo irmão, que era arrogante, decidiu humilhar ainda mais a Morte, e então pediu o poder de trazer pessoas de volta à vida. Ela pegou uma pedra na margem do rio e a entregou para o viajante.

“ E então a figura encapuzada perguntou a irmão mais novo o que ele queria. E ele, que era o mais sábio e humilde, não confiava na Morte. Ele pediu alguma coisa que o fizesse sair daquele ligar sem ser seguido pela Morte. E ela, contra sua vontade, deu a ele sua própria capa de Invisibilidade.

“A Morte ficou parada e deixou que os irmãos seguissem caminho e então se separassem. O primeiro foi para um vilarejo distante, onde desafiou um bruxo com quem tinha uma desavença. Ele o matou no primeiro golpe. O viajante foi para uma estalagem onde se gabou da poderosa varinha que ele roubou da morte, e como ela o fazia invencível.

“Uma noite, outro bruxo o pegou dormindo. O ladrão pegou a varinha e cortou a garganta do irmão mais velho. E assim, a Morte levou o primeiro irmão.

“ Enquanto isso, o segundo irmão viajou até sua própria casa onde vivia sozinho. Pegou a pedra que tinha o poder de trazer os mortos de volta à vida, girou três vezes em sua mão e para seu assombro e alegria, a figura de uma moça com quem ele tinha o desejo de se casar antes de sua morte precoce apareceu na sua frente. Mas ela estava triste. Ela tinha voltado ao mundo dos vivos, mas não pertencia a ele de fato. Finalmente, o irmão se matou para que pudesse ficar com ela para sempre. E assim, a Morte levou o segundo irmão.

“ Quanto ao terceiro irmão, ele foi procurado pela morte durante muito tempo, embora nunca encontrado. Até que finalmente, já em idade avançada, o mais jovem despiu a Capa de Invisibilidade, deu ao seu filho e acolheu a Morte como uma Velha amiga. E como iguais, partiram dessa vida”.

_ Por isso que são chamadas de Relíquias da Morte. Existe até um símbolo. – Scorpius disse, desenhando em um guardanapo.

_ O triângulo representa a Capa de Invisibilidade, o circulo a Pedra da Ressurreição e o traço no centro, a Varinha das Varinhas. Juntas elas fazem do seu dono o Senhor da Morte. – Alvo explicou.

_ Mas então a Pedra da Ressurreição não pode ser usada prá trazer os morte de volta à vida.

_ Eles estão vivos, mas não em seu campo tridimensional. Vemos ele, mas ninguém mais vê. Fazem parte da nossa mente, enquanto segurarmos a pedra é claro. – Rose respondeu Mary.

_ Então a Pedra pode trazer qualquer pessoa de volta à vida? Tipo, qualquer pessoa? – James perguntou e eu entendi o que ele queria dizer.

_ Tecnicamente sim, mas o morto só pode voltar caso a pessoa que o invoque o ame, segundo a lenda.

_ Então se ele não for amado...

_ Ele não volta.

_ Mas dá prá modificar a estrutura da pedra prá que a pessoa esteja realmente viva?

_ Tipo em carne e osso? – Scorpius perguntou. Assenti com a cabeça.

_ Isso já foi muito abordado, quer dizer... quem não quer trazer de volta um parente morto? Mas é muito perigoso, e mesmo assim nenhum bruxo nunca conseguiu. Mesmo porque não se trata de magia. Modificar uma pedra é mais geológico. Seria mais fácil para um trouxa, imagino. A magia seria feita depois.

_ Para isso teriam que tirar qualquer resquício de magia que existisse na pedra, é claro. Se ela fosse modificada ainda mágica, poderia transformar a morte em vida, ou a vida em morte, nem sempre do jeito esperado. Depois seria refeito o feitiço, mas se ele existe, ninguém sabe qual é, porque foi feito pela própria Morte, se a lenda for verdadeira.

_ Não acredito que seja feito pela Morte. Parece mais com um bruxo muito poderoso, que usou a lenda para se esconder de especulações.

_ Mas se modificada qualquer um pode voltar à vida?

_ Desde que amado, sim. – Rose respondeu.

Eu e Alvo nos entreolhamos e eu sei que pensamos a mesma coisa. “Lord Voldemort”.


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