Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 80
Capítulo 79


Notas iniciais do capítulo

Oooooooooolha o que eu pensei... Já que tava um tempo off (afazeres, tantos afazeres de repente), qnd veio um tempinho, aproveitei para mandar bala em uns caps e TRAZER COMBO #sddscombo

Então sentaí que vai ter cap pra matar mta saudades :)

Enjoy!



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Era mais um dia de labuta e estava eu de boa papeando na mesinha do café, um pouco antes do expediente, com Iara sobre nosso encontro para oficializar o Sávio como seu namorado. Era dessas coisas estranhas, mas tão legais que eu estava soltando até os planos de Murilo. Iara? Ela estava nas alturas! Tão bonitinha!

Gente apaixonada é gente besta, né? Nem posso falar muito, porque sou uma.

E admito! Sou um caso sério mesmo.

Nisso, empolgadas sobre o que fazer no sábado, Gui chega. De bom humor, mais calmo. Nem parecia que tinha implicado por todo o bate-papo no dia anterior. Ele tava com uma aura de inocente só, como se eu não tivesse de olho nele. Sabia sim que eu o observava com cuidado, esperava a hora que ele viesse com algum papinho. Ele chega me provocando, na verdade. Passa por de trás de mim e logo estaciona do lado de Iara, passando um braço por seus ombros. Me defendo de imediato porque conheço bem a figura.

– Eeeeita, bonitinha!

– Seja lá do que você tá falando, não fui eu.

– Não foi tu mesmo, foi a ca-ne-ta.

Eu olho pra Iara, Iara olha pra mim, a gente se volta pro malandro de sorrisão e, é, não entendemos bulhufas.

– Que caneta?

– Ora, essa que tá no teu bolso, deve ter acabado de estourar.

O QUÊ?

Como cachorro que quer pegar o rabo, rodo no meu lugar, tentando enxergar o estrago. Choramingo só de ver um pouco da mancha no bolso e tiro a maldita caneta. Deve ser resposta por eu ter zoado o caso da cueca rosa do Murilo de novo hoje, foi ele que me deu essa droga de caneta.

– Noooo! Minha calça preferida!

Pra piorar, a tinta vaza nas minhas mãos. Quase choro pelo desastre. Devo fazer a carinha que mais pede piedade, pois o Gui até quer me ajudar, só que noto que ele tá é segurando o riso. Iara pelo menos me tira a caneta das mãos com um guardanapo. Não sabe ela que acaba de evitar um homicídio.

– Vai indo pro banheiro, Mi. Não vai ter calça pra você trocar, mas posso te arranjar algo pra amarrar na cintura e tapar a tragédia.

Mas eu ainda tava sofrida, lamentando enquanto ela me empurrava para o corredor. Graças a Deus que não tinha ninguém por ali, era cedo, a galera ainda se estabelecia por suas mesas.

– Minha calça preferida, por que, universo, por quê? Foi só uma piadinha e sem graça sobre aquela cueca!

Iara não deixa de ouvir antes de sair para pegar o que quer que seja para tapar a tragédia.

– Que cueca?!

Diante deste estrago e da perspectiva de um novo, melhor me preservar.

– Nem queira saber!

~;~

Estou faz exatos 20 minutos esperando Iara aparecer no banheiro. Onde será que ela foi parar? Não tive como ligar pra ela, apesar de estar com o celular comigo. Já passei tanto sabão nas minhas mãos pra tirar a maldita tinta e tem manchas que não querem sair de jeito nenhum. Quase posso chorar de novo. Thiago deve tá me procurando. Pior, me caçando! Não duvido nada se ele me ligar. Vai saber que estou na empresa porque minhas coisas estão na minha mesinha.

Argh, vou ter que ir trabalhar nesse desastre de condição! Vou ter que andar pra um lado e pra outro com essa tamanha mancha azul na minha calça jeans clara. Tipo, não dá nem pra enganar, fica totalmente na cara que uma caneta estourou no bolso. Choramingo mais uma vez ao pegar mais uma porção de sabão líquido para esfregar nos trechos de pele que a tinta grudou como cola. Esfrego, esfrego e esfrego. Passo a unha até. Quando me dá alguma prospecção de que tinta tá saindo enfim, sofro mais um atentado! Respinga sabão dentro de um olho meu e eu tô com tanta espuma nas mãos que só urro de raiva e ardor.

– Urrrrgh!

PUTA MERDA, esse troço arde pra caramba! Mais que ligeira, tento enxaguar as mãos, a torneira me escapa e troço queima, meu Deus, ISSO QUEIMA, eu vou ficar cega e... Sim, começo a piscar como uma louca varrida e a falar pras paredes “tô cega, tô cega, tô cega” enquanto esfrego as mãos no jato de água pra sair a maldita espuma e, puta merda, da onde tirei tanta espuma? Essa coisa não quer sair da minha pele!

Começo a pular nem sei por que na verdade.

Quando finalmente é seguro passar a mão no rosto, lavo-o e tento resgatar minha visão, embaçada de sabão e fogo. Tão quase pior que xampu. Já tive xampu pra cair nos olhos, mas esse sabão, cruz credo, ele é de desorientar um!

Ando para a saída agradecendo pelo menos o fato de não ter nenhuma testemunha desse desastre, mas ainda desnorteada porque fico piscando e parece que tem agulhas sendo enfiadas na retina. Fica pinicando! Coço os olhos e já quase nem vejo por onde ando, só sinto o baque quando topo com alguém.

HOJE NÃO É MEU DIA. E EU TAVA TÃO FELIZ.

Devo estar com uma aparência bem desastrosa, porque Filipe parece se espantar com meu estado. Mas é impressão minha... ou ele também tá meio desnorteado?

– Ah, desculpa, Milen... O que houve?

– Comigo? Hã, nada.

– Hum. Eu... Preciso ir.

Filipe se afasta rápido e não olha por onde anda. Ele topa num carrinho de correspondências parado no corredor. É certo, ele também não tá muito normal. Me aproximo dele, que está se recuperando da batida.

– O senhor está bem? Parece nervoso.

Segurando a lateral de seu tronco com cara de dor, ainda pela batida no carrinho, Filipe perde um pouco da linha de seu pensamento e me leva junto.

– Não, é que... Quer saber de uma coisa? Preciso de você.

– Eu? Em quê? Tá doendo tanto assim?!

– Não, não com isso... Preciso que me ajude com um... err... Cliente.

Por que isso não me soa ser um cliente?

– Numa consultoria?

– Errr... Um pouco diferente. Tá mais pra acalmá-lo do que pra fechar um acordo.

– É aquele malandro que vive passando trote pro setor de atendimento?

Filipe faz cara de “que malandro?” e “que trote?” que me faz me resignar um pouquinho. Ele não iria ter conhecimento mesmo sobre esse caso. Na verdade, quem me falou foi a Roberta, por acaso. Também achei que era brincadeira. Pelo visto não dá mesmo para confiar um número de atendimento ao cliente a todo cliente. Ou pessoa.

– Não... É... o pai de Viviane.

WHAAAAAAAAAAAAAT?

~;~

Não rói unha, Milena, não rói unha. O quê que a Flávia te disse da última vez?

O que ela disse mesmo? A próxima vez que visse a tragédia nas minhas mãos... Num sei, o nervoso não me deixa lembrar! O que deveria ser uma ameaça para eu não mais roer, tá é virando impulso pra roer. Pode uma coisa dessas?

Lia os informativos do mural no corredor da sala do chefão pra me distrair e lia sem saber o que tava lendo, pois nada estava encontrando um sentido, só de ansiedade que tava me dando. Como Filipe se demorava um pouco, escrevi uma mensagem para Flávia separar uma calça pra mim, que eu não iria entrar em sala de aula com essa tamanha e horrível mancha azul na minha bunda.

Essa na verdade devia ser a menor das minhas preocupações. E de Filipe. Mas era difícil desconsiderar tamanha coisa mesmo neste cenário complicado.

Só pra constar, não é o pai de Viviane quem está na sala do chefão. Filipe conseguiu me explicar, ainda no corredor perto do banheiro. É o cara que a acolheu em uma fase difícil da vida, por pedido dele. Não entendi bem a história, ele só me disse que esse cara cuidou da Viviane como pai por um tempo e até hoje não o perdoou pelo que fez com ela. Normal, aliás, que entre pra fila, né? O caso é que o cara voltou recentemente, para pedir um empréstimo pro Filipe, já que a fazenda dele anda numa fase de vaca magra – literalmente – e isso o tem feito perder pedidos e distribuidores. É esse o tal cara do rancho que Iara comentou no outro dia na casa de seu Júlio. E agora ele surgiu com um novo pedido. Melhor, demandou: quer porque quer falar com Vinícius.

O motivo? Ele não contou ao Filipe.

Não à toa o chefão tava pilhado daquele jeito.

– Preciso que me ajude a convencê-lo a não encontrar o Vini. Pelo menos não agora.

– Mas por que não?

– Porque ele vai fazer meu filho me odiar mais ainda! Milena, por favor. Ele não pode encontrar o Vini, ok? Não p-pode!

Diante dessa visão agitada do chefe, como eu poderia negar-lhe algo, né?

– Ok, ok, entendi. Respira um pouco, caramba!

Não recomendo falar assim como seu chefe se não for uma emergência.

– Você vai vir comigo, não vai?

– Eu vou, eu vou, mas...

– Eu falo com o Thiago, ele vai compreender a urgência.

– Sim, tem o Thiago, mas...

Mas o quê, Milena?

– Mas... mas... mas eu só não posso sentar!

Mais uma vez meu sogro me encarou com aquele olhar de “do que você tá falando?” e eu quase ruborizei de vergonha. Poxa, eu ainda tava com a calça toda manchada! Não bastando eu ter que andar assim por aí, ainda vou ter que sujar as coisas? Mesmo? Só por sentar?

– Eu tive um problema com a tinta de uma caneta, ela estourou bem aqui no meu bolso, olha aqui, e... a Iara disse que ia arranjar algo pra eu amarrar na cintura e disfarçar, mas ela sumiu e, ok, eu não devia estar falando isso, eu entendo seu surto e...

Meu choramingo deve ter sido tão dramático que Filipe parou pra se compadecer de mim. Oi, prazer, sou um desastre de pessoa.

– Eu tenho uma camisa de emergência guardada. Você amarra na cintura e pronto.

– Mas eu vou manchar!

– Milena, se você conseguir persuadir aquele homem, eu te dou 50 camisas pra você pintar e bordar. Eu não ligo se manchar.

– Mas...

– Eu não me importo, ok? Você pode se encaminhar para minha sala, me espera na porta que eu vou passar na sala do Thiago para te destituir das suas funções por agora. Eu sei que você não gosta dessas coisas, mas diante dessa situação, não vejo outra solução.

Que objeção mais eu teria? Nenhuma, claro.

– Tudo bem.

Logo que meu sogro desponta no corredor para acompanhar-me para sua sala, eu me obrigo a respirar profundamente. Não era hora para surtos bobos, e Filipe por certo precisaria de apoio. Ele acena para mim perguntando-me silenciosamente se estou pronta para o encontro e assinto, recebendo dele a tal camisa, que, sabe-se lá de onde ele tirou. Imaginei que estaria no escritório. Quem sabe no carro? Enfim, não era importante. Não mais que o estado dele a minha frente, Filipe estava um pouco pálido.

– E o senhor? Tá se sentindo bem?

– Bem não estou, e vou ter que entrar mesmo assim. Muito obrigada por isso, Milena. Agradeço mesmo.

– A gente vai dar um jeito. Não sei como, mas a gente vai.

Ele expirou forte uma última vez e pôs a mão na maçaneta. Um tamanho buraco em ansiedade se abriu em meu estômago e apertei a camisa na minha cintura. Por uns minutos eu devia deixar minha filosofia de não mexer nessa história e mentalizo ser pelo Filipe. Era uma sensação diferente, não ter o Vini dessa vez na cabeça.

Ok, me controlo.

Entramos.

~;~

A primeira coisa que faço ao adentrar a sala é cumprimentar aquele senhor. Me lembrava aquele ator, Antônio Fagundes, pelo porte casqueiro e ao mesmo tempo sereno. Mesmo antes de se virar para mim, elemento-surpresa, ele quieto na cadeira ante a mesa de Filipe definia todo o climão pesado. Parecia enfezado e impaciente também, provavelmente pela demora de entrarmos.

– Boa tarde.

– Boa tarde.

Antes que o homem pudesse dizer algo mais, Filipe nos apresentou. O homem não quis se levantar, não sei bem se por irritação, se por algum problema, ele mantinha uma bengala consigo, porém ofereceu-me a mão, que de pronto apertei levemente, segurando meu nervosismo e presenteando-lhe com um sorriso gentil. Pelo modo com que assentiu ao aperto e logo se voltou impaciente para meu chefe, estava claro que ele tentava compreender minha presença ali.

– Essa aqui é a Milena Lins. Ela é uma das nossas estagiárias, da área de consultoria e...

– Consultoria?

– Ela é namorada do Vinícius.

Isso muda um pouco do semblante daquele senhor, que me presenteia um pequeno sorriso de volta. Eu fico um pouco sem graça por essa atenção repentina e acho que isso fica bem claro para os dois. No entanto, é algo que parece amenizar o climão. Filipe me aponta a cadeira e sento com cuidado ao lado do tal homem.

– Oh, muito prazer, senhorita Milena. Então vocês trabalham juntos.

– Bom, na mesma empresa ao menos. Sou só uma estagiária.

– Você é muito bonita, se me permite dizer.

– Ah, obrigada.

– Imagino que ele já tenha falado algo sobre mim.

– Um pouco.

– Hum. Ele te trouxe aqui para descobrir o que eu quero com seu namorado?

Filipe se exalta um pouco antes mesmo de se sentar em sua poltrona de chefe.

– Silveira!

– Não pensa que me engana, Filipe.

Tento apaziguar as coisas, com a voz calma, amena, educada e... Graças a Deus eu treinei isso nas consultorias com o Thiago. Nunca se exalte perante um cliente, sorria e acene. Sim, meu chefe assistiu Madagascar e achava o máximo essa filosofia para os métodos de atendimento e reunião com os clientes. Respire, não transpareça, não rodeie, mas também não seja direta. Ou seja, mantenha o assunto vivo, só não entregue o ouro.

Essa filosofia era minha mesmo.

– Ele me trouxe aqui apenas para lhe conhecer.

– Desculpe-me, minha jovem, mas minha relação com Filipe é antiga. E ele me deve isso.

Filipe, no entanto, fura a filosofia de apresentação e age com a emoção. O senhor ao meu lado vira-se para ele e é duro em suas palavras doloridas.

– Eu já te emprestei o capital, já pag...

– Acha que DINHEIRO é meu interesse? Acha que DINHEIRO vai trazer minha menina de volta?

Parecia aquele encontro meu com Djane e Filipe no hospital quando descobri a verdadeira paternidade de Vinícius. A diferença é que dessa vez eu não seria tão ingênua, embora mediadora.

Filipe ia responder. Ele chega a abrir a boca, mas eu levanto de supetão e o paro no caminho. Com pequenos gestos, peço que mantenham a calma.

– Senhor... Silveira, acho que já ficou claro que é um assunto por muito delicado e ambos serem agressivos dessa maneira não vai levá-los a lugar algum. Não seria mais fácil o senhor nos dizer do que se trata ou o que o leva a querer ver o Vini? Assim evitamos mais desgaste.

O homem olhou de mim para o Filipe e novamente para mim, desgostoso da situação. Porém, não seria desrespeitoso comigo. Amuado e mais calmo, ele diz.

– Eu só quero falar com o Vinícius. Eu tenho esse direito.

– E não poderia nos comunicar sobre do que se trata?

– Isso deve ser entre mim e o garoto.

Filipe novamente perde o controle. Intervenho mais uma vez, só que com uma proposta diferente. Isso porque via que nenhum ali iria ceder fácil, não enquanto houvesse o outro pra reclamar, então o jeito seria separá-los.

– E eu já disse qu...

– Olha, senhor, se eu pedir uns minutinhos para o Filipe nos deixar a sós, o senhor conversaria comigo? Sem exaltações?

Isso cala os dois. Quase posso ouvir a respiração de meu chefe, ou a não respiração sua ante o processo de decisão do outro. Deve ter sido coisa de 5 segundos, mas para nós três, deve ter parecido algo como milênios para ouvirmos uma resposta final.

– Pode ser.

~;~

– Tem algo errado, Milena.

Eu tava tão alheia com o aplicativo de anotações do celular aberto que nem sei realmente se foi uma pergunta ou uma afirmação de Aguinaldo. Ele tava dirigindo a caminho da faculdade e nós decidíamos as informações mais importantes para por no resumo que passaríamos a Sávio e Acácio, da atividade de Gestão. Para não esquecer nada, eu digitava no celular esses pontos, conforme conversávamos. Confesso que estava um pouco ausente, embora aliviada. Aquele encontro e conversa particular com o suposto pai de Viviane era mais uma pendência nessa saga de família.

Apesar dos apesares, eu gostei dele.

– E quando que tem algo certo nesse trânsito?

– Tô falando de você.

Não tiro os olhos da tela do celular enquanto termino de digitar uma última informação sobre o que discutíamos faz uns minutinhos.

– Ainda tô com a camisa por baixo. Te juro, não vai manchar. Além do mais, a tinta já secou.

– Lena, não me enrola. Tem algo aí na sua cabeça.

E eu não quero falar sobre isso. Ainda que aquele encontro não tenha sido nada demais, após eu ter saído daquele escritório e voltado para minhas atividades, uma pergunta que ficou comigo foi... Isso tudo afinal se tratava do Vini ou do Filipe? Era como se eu tivesse perdido um pouco de meu centro. Eu não iria deixar o meu Vini desamparado, nunca, mas diante das circunstâncias... Hoje Filipe me mostrou outro lado dele que acho que eu ainda não havia considerado. Sua relação com Viviane.

Sempre foi uma incógnita sobre a qual nunca me preocupei. Até agora.

Sei que se eu perguntasse, ele poderia me dizer. Mas não pergunto, respeito-o em seu sofrimento. Isso, entretanto, não calou as dúvidas que surgiram.

– Claro, Gui, como você acha que eu poderia viver sem cérebro? Embora totalmente possível, vide personalidades que conhecemos na faculdade, e que não sei como passam de semestre, você sab...

– Não quer me contar, né?

– Gui, não hoje, ok? Não hoje.

Fecho o aplicativo do celular e guardo o aparelho na bolsa. Distrair-me era o que eu mais queria no momento. Só não com isso também.

– Não hoje o quê?

– Você, se comportando desse jeito de novo. Implicar com o Sávio, ok, atrapalhar nosso trabalho, beleza, mas querer reivindicar algo que nem te diz respeito, não dá, cara.

Isso o deixa cauteloso.

– Desculpe. Só estava tentando ajudar. E você sabe que estou tentando... em relação a...

– Eu sei, juro, eu sei. Só que tem hora que... já não é o bastante, ok? O professor, afinal, tinha razão. Você tem que aprender a lidar com isso e de uma forma que não prejudique as pessoas ao redor. Não falo pela nota, Gui. Uma nota a gente pode recuperar. Já no trabalho, quando for necessário esse portar-se, vai ser mais sério. Ainda assim, o Max não devia ter falado daquele jeito.

Eu não queria ter bater a real de novo desse jeito pra ele, só que quando me toco, já abri o verbo e vem muito mais pela frente.

– Temos que ser profissionais. Nem sempre vamos ter colegas legais ou de boa índole, ainda tem muitos Andrés nesse mundo. Temos que ser realistas quanto a isso. Mesmo que o outro não ofereça um bom trabalho, faça o seu. Seja alguém de respeito acima de tudo. Menos emoção e mais razão.

Gui claramente não curte meu pequeno discurso e também não diz coisa alguma mais durante o caminho. Bom, né, ele ter algo para pensar a respeito de si e procurar melhorar antes que algo mais drástico aconteça. Meu mano tava com razão também, eu tava sendo muito mole e pegando leve demais com Aguinaldo. Dei-lhe uma liberdade que ele não tava sabendo usar.

Mas é porque isso é uma droga. Quando era o Murilo, que eu batia de frente, dava errado, quando com o Gui, que eu dava um tempo, dava errado. No fim das contas, não havia nenhuma garantia e só nos restava tentar.

E, bem, isso eu fazia.


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Notas finais do capítulo

Essa caneta fez história... Mas o tiozinho do rancho, ah, ele balançou estruturas!
E um recado para o Gui: migo, apenas pare hahaha



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