Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 55
Capítulo 54


Notas iniciais do capítulo

Eaeaeaeaeaeaeaeaeaeaeeaeaeaeae?
Tem encontros e desencontros e pequenas revelações...



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Vivi pra assistir esse momento. E olha que tem acontecido com frequência assustadora agora. Primeiro Filipe curtindo Avril Lavigne – embora não tenha visto de fato, só visualizado mentalmente ante seu esclarecimento – seguido de Gui dançando no serviço e agora isso: Sávio ajeitando uns painéis ao som de Backstreet Boys que vinha do seu celular na mesa. Ok que tava tocando baixinho, eu só percebi mesmo porque ele tava mexendo a cabeça por seguir o ritmo.

Mas o que havia dado na cabeça das pessoas pra de repente ter saudades das boy bands e de umas musicas mais... antigas... eu gostaria de saber. Era alguma moda de que eu não tava sabendo? Corrente? Esse e-mail não me passaram e nem me linkaram nada nas redes sociais.

Antes que eu pensasse em falar sobre isso, o outro me puxa ao se deparar com Sávio no pátio e nos faz passar direto para as mesas onde estavam outros alunos. Acho que meu melhor amigo não tava querendo especular sobre os Backstreet Boys. A gente acabava de chegar para cobrir os serviços de última. Nos informamos sobre as atividades e logo estávamos atendendo uns professores na bancada de material.

Na outra noite, Gui topara se voluntariar para o evento. Juntos pedimos uma dispensa lá do trabalho, enfatizamos que era uma emergência na faculdade e corremos para nos inteirar da bagunça. De primeira tivemos que ligar para alguns alunos para confirmar suas disposições de atender a essa emergência.

Bruno foi feliz em negar, não queria participar de outra monitoria tão cedo. Dani disse que não podia, arrumou uma atividade noturna da qual ela estava doida pra contar, mas como havia muitas ligações mais pra fazer, não pudemos conversar. Ao final, conseguimos dispor de 12 pessoas, a maioria eu só conhecia de vista. Gente de vários períodos, turmas e turnos.

Estando numa espécie de “se vira nos 30”, só que com 12 pessoas integrando, essa manhã a gente já deu uma geral para movimentar a organização. Alguns monitores mais vieram da outra instituição e já na hora do almoço, tudo estava em seus conformes. Ou quase tudo, o que era um milagre.

Dali fui pra casa de Flávia, almocei, descansei, roubei (mentira, troquei) uma opção de roupa e parti para a empresa. Enquanto isso, uns davam conta do turno da tarde, que então eu e mais outros substituíamos agora na noite. Foi só quando vagou mesmo um tempinho para eu desmoronar na mesa de atendimento, de cansaço, que dali resolvi fazer um break. Quando dou por mim, Ananda e Gui surgidos do auditório estão amontanhados caídos na mesa tal qual eu.

Gui foi o primeiro a resmungar.

– Acho bom isso valer uns créditos, uns BONS créditos.

Ri um pouco por Bruno ser dono de falar essas coisas.

Um tempo depois, um dos monitores de fora chama Ananda para resolver um problema técnico com o data-show, aí ficamos apenas eu e Gui. Ao longe, ambos vemos Sávio passar com uma prancheta em direção à secretaria. Ao meu lado, ouço quando meu amigo suspira pesadamente.

– Não sei se eu vir foi uma boa ideia.

Por mais que Ananda, uma conhecida nossa de um período avançado ao nosso, e que esteve naquela viagem conosco, tenha tentado aproximar os dois, justamente comentando ser algum tipo de extensão da viagem o fato de estarmos num evento acadêmico juntos, Gui se manteve longe. Alheia a tudo, Ananda só estranhou e não disse mais nada depois de umas tentativas de oferecer atividades comuns. Era tenso deixar Gui muito perto de Sávio, ele o entreolhava com certa raiva. Eu só esperava que isso não fosse tão transparente para os outros.

– Deixa disso, as aulas vão recomeçar do mesmo jeito em breve e vocês teriam que se reencontrar.

– É, mas se eu puder evitar...

– Então evita. Cada um no seu canto.

De supetão Gui se levanta pra se sentar melhor. Já eu, cansada, só resmungo pra ele, sem coragem alguma de me mexer mais que isso.

– Eu não, agora sim que não te deixo sozinha com esse ai.

– Aguinaldo!

– Tô falando sério.

Pior que ele parecia sério mesmo.

– Vini te pediu, foi?

– Eita que a Flávia já abriu a boca, hein. Não, ele não pediu, e nem precisa. Posso cuidar disso por minha conta.

– Gui, aqui as circunstancias são outras. Além do mais, eu tenho assuntos pendentes com ele. Acho melhor você não interferir.

– Tô de olho pra todo caso.

Não haveria o que eu pudesse dizer para melhorar a situação, nem mesmo os Backstreet Boys dessa vez salvaria. O jeito era só seguir a maré e torcer, torcer muito, para que esses dois não se topassem o resto desse evento, que seguiria até o domingo de manhã. Aiin, até domingo era dose!, penso levando o rosto novamente de encontro à mesa. Já quando começava a acreditar que Gui teria de me rebocar dali, o diretor chega do nada e bate na mesa, pousando uma montanha de documentos, junto de sua ordem:

– Vamos parar de moleza vocês dois. Milena, quero dez cópias de cada arranjo de documento desses. Põe na minha conta. Aguinaldo, recolha o material técnico das salas. E com cuidado! Agora!

Por que eu tinha que ser tão confiável?

~;~

Já sem muita coragem, eu caía em produção. Intimada pelo diretor, eu seguia para a sala da xérox desejando ser a última coisa do meu dia e que ao fim, eu deitasse no carro e Vinícius que me carregasse pra casa. Porque acho que eu já não teria força pra tanto.

Um moço bem apresentável me cumprimenta ao sair da xérox tão logo quase demos um encontrão. Do jeito que eu mal tava de olho aberto, foi bom ele ter estancado e evitado. Por um momento meu cérebro só registra um “bem que ele poderia ficar e embelezar esse período”, porque imagino que ele era um dos docentes participantes do encontro. Era tão bem apresentável que até abri mais o olho quando ele passou. Com aquele perfume então, até defunto levanta.

Meu celular começa a tocar no bolso do vestido de Flávia e com muito esforço eu cato ele enquanto dou as orientações para o atendente da copiadora. Ao ler melhor a tela, praticamente gemo. Era Anderson. Era melhor atender.

– Alô?

– Oi, Milena, eu... errr...

Antes que possa dizer algo, eu interrompo:

– Eu sei, eu sei, devia ter ligado ontem. E hoje. É só que surgiu um imprevisto com a faculdade e... Humf, posso te ligar pela manhã? Tô cansada até pra segurar esse celular.

– Tudo bem, sem pressão.

É, sem pressão, mas me sinto um pouquinho mal de ter que dispensá-lo novamente. Não era culpa minha, era do universo que resolveu estourar a caixa d’água da outra instituição, alagou tudo e deixou uma penca de professores sem opção no meio de um encontro científico. Foi muito gentil da parte de Fabiano oferecer nossa faculdade, sabendo inclusive que seria tudo de última hora.

– Escuta, eu não tô te ignorando, viu. É só que realmente foi de última hora.

– Entendo. Então espero sua ligação amanhã. Tudo bem. Descanse.

– Obrigada. Até amanhã.

Assim que desligo, que mal posso me apoiar na bancada de atendimento de madeira da xérox, uma voz surge e quebra o silêncio do recinto e me faz pular.

– Problemas?

– SÁVIO! Poxa! De onde tu saiu, coisa?

Eu não dormi em pé tanto assim, né? Eu acabei de entrar pela porta e só havia eu e o cara da xerox que... Ué, cadê o moço?

Olho pra um lado e pra outro e não mais o vejo.

Eu precisava dormir, isso sim. Me arrependia agora de ter deitado tarde e levantado cedo. Afinal, Fabiano nos intimou para comparecer o mais rápido que pudéssemos. Concordo enfim com Gui, isso deveria valer muitos créditos.

– Desculpa, tava na saleta do lado escaneando umas coisas. Você parece cansada.

Me sento num banquinho que tinha disponível, Sávio me acompanha, enquanto começa a conferir se o arranjo de papéis dele estava ok.

– Me sinto terrivelmente cansada.

– Então por que não vai pra casa?

– E Fabiano deixa?

Aponto para onde eu tinha deixado a papelada nas mãos do atendente faz uns minutinhos e de repente fico alerta procurando-os também, que também sumiram. Como as coisas simplesmente desaparecem assim? Eu já tava vendo Fabiano jogar meu corpo numa vala.

Sávio nota minha preocupação e esclarece.

– Ele só saiu pra testar a outra máquina de xérox, essa daqui tá dando problema.

– Ah. Mesmo assim, nem vi tu surgir, nem vi o cara sair... Quase dei um esbarrão em um cara que saía daqui.

Abre esse olho, Milena!

Sávio de repente se volta pra mim.

– Esse “cara” é o substituto de Djane. Pensei que você sabia.

– Sério? Eu só tinha o visto de longe naquele dia que a gente veio buscar a professora e... é, faz sentido.

– O que faz sentido?

Se professor Renato não tivesse me pedido segredo, eu teria falado da Glorinha, secretária de Djane, então respondo usando o plural e pronomes indefinidos. Gostava como o português era assim, cheio de opções.

– Errr... só umas coisas que ouvi sobre ele. Sobre algumas mulheres estarem suspirando por ele.

– Acho que vi a secretária dele dando uma checada mesmo. Minha ficha demorou a cair pra sacar quem era, aí lembrei sobre a história com a professora Djane e... como ela está, afinal?

– É pneumonia. Ela vai ficar de molho por um tempo. Fabiano cedeu uma pequena licença, disse que vai conversar com algum professor pra cobrir as aulas dela. Porque Djane não vai voltar junto com as aulas, sabe. Ela nem tá sabendo desse rolo do departamento. Se soubesse, era capaz de vir de táxi e pijamas pra arrumar as coisas.

Risonho, ele se levanta.

– Eu acredito. Olha, se você quiser ir pra casa, eu te cubro de boa.

– Valeu, Sávio, eu só tô mesmo são esperando essas cópias, vi uma mensagem de Vinícius ainda agora dizendo que estava a caminho de me buscar.

– Pode ir, eu seguro as pontas.

Eu já ia agradecer quando me toco de uma coisa. Me sentia meio lerda, mas apagada eu não tava. Ainda.

– Hey, você não tava aqui desde cedo também? Tu ficou aqui pela tarde?

– Aham, fiquei.

– E como tu ainda tá firmezinho de pé?

A figura dá de ombros com um sorriso de canto.

– Eu não uso salto.

– Eu estou de sapatilha. E até o Gui tá jogado.

Noto como seu semblante muda rapidamente quando cito o Gui e Sávio tenta disfarçar. Como eu tô já mais pra lá do que pra cá, respeito e não comento nada sobre isso. A não ser sobre uma coisa que não bate com ele.

– Também estou cansado, ok? Mais cedo tomei uns goles de energético, só isso.

– Você não parece ser do tipo que toma energético só pr...

Ele me chama pelo apelido como forma mínima de repreensão. Eu quem dou de ombros dessa vez.

– Lena.

– Tá, né, só tô dizendo.

– Fiz isso porque queria te ver. Satisfeita?

Eu dormi e não me avisaram?

– Hein?

– Achei que poderíamos conversar, achei que... eu gostaria mesmo de esclarecer algumas as coisas. Essa monitoria de última hora me pareceu uma boa oportunidade, então, por que não?

– Aceitou a monitoria pra isso?

– Não, eu realmente preciso de uns créditos extras. Só estou estendendo meu expediente nele.

Menos mal.

Mas ainda assim...

– Sávio... a gente... quer dizer... eu sei... e...

Droga de coerência, droga de processador de cérebro!

– Não precisa dizer nada, tá? O Gui já deixou bem claro que não me quer perto de você. Pelo menos não agora.

O atendente da xérox volta e Sávio aproveita pra enfatizar que posso ir, que ele poderia tomar conta daquilo e levar para o diretor.

– Obrigada, Sávio. Confesso que também esperei que tivéssemos um tempinho para conversar. Ouvi até você cantarolar Backstreet Boys enquanto ajeitava os painéis no pátio. Mas o Gui... ele tá ainda muito chateado.

– O que importa pra mim agora, Milena, é: e você, ainda tá muito chateada?

Pega um pouco de surpresa, não sei bem como respondê-lo. Há tanto em minha cabeça para compilar numa resposta curta... Mas ela acaba encontrando minha voz.

– Sinceramente? Eu não sei. Tenho, no entanto, muitas, muitas perguntas.

– Eu vou responder todas, Milena, te prometo isso. Assim que possível.

Assim que Gui parasse de nos rondar tanto como um cachorro vigiando contra raposas. Nem por um minuto, nem quando Fabiano o ordenava de ir para o outro lado do prédio, Gui largava de mim. Quando saía, logo voltava e me procurava. Às vezes me ligava quando não me achava. Teve uma hora que meu celular quase caíra no vaso sanitário de tanto que ele ligava. Eu teria que conversar com ele sobre seu comportamento, era exagerado. Só realmente não tive muito tempo para um papo desses.

Meu celular toca, e num movimento rápido, leio que é o Vinícius na tela. Deve estar me esperando na portaria. Me despeço de Sávio.

– Espero que em breve. E obrigada por seu esforço. E pelos goles de energético.

Sávio estava se esforçando, eu via isso. Esforçava-se para ter minha atenção. Posso dizer que ele a conquistou, independente do que Vini ou Gui possam resmungar.

~;~

Eu não tava apagada, não totalmente.

Eu acho.

Me lembro de ter me jogado no sofá depois de ter jantado, eu tava sem coragem pra levantar e ir deitar. Estava torcendo para um dos dois gênios vendo filme de suspense ao menos me carregasse até metade do caminho, porém, estava sem forças até pra abrir a boca e dizer qualquer coisa. De repente o sofá estava tão macio... que só me recostei e depois senti um braço me abraçar de lado. Eu estava entre os dois, mas sabia que aquele braço era do Vinícius.

Devo ter cochilado por uns instantes, pois também lembro de ter falado com Iara sobre os painéis tortos que Fabiano pregou na parede do banheiro, o que, num plano real provavelmente não havia acontecido.

Eu acho.

– Acho que ela dormiu. Melhor levá-la pro quarto, não?

– Só espera o assassino aparecer, eu não quero perder a melhor parte.

Ah, muito obrigada pela parte que me toca, Murilo!

Logo eu não tinha noção se eu dormia e ouvia coisas, se dormia e sonhava com coisas ou se estava perdida em algum limbo entre o extremo sono e cansaço e... sei lá. As coisas que ouvia, contudo, não poderiam estar saindo de minha cabeça. Alguns pedaços acho que eu tinha perdido, porque não comentavam sobre filme algum. Eram... sobre Djane?

– Cara, é a vida dela, tem que deixá-la vivê-la.

– Eu sei, só que quando penso naquela briga deles, lá na sala, e em como minha mãe tava super chateada, queria fazer alguma coisa, qualquer coisa.

– Não achei que algum dia daria essa razão pra minha irmã, mas ela tá certa na questão sobre o que diz respeito ou não para quem está do lado de fora. Eu, por exemplo, não posso interferir em alguma briga de vocês. Isso é com vocês. Da mesma maneira, ela traçou limites para não invadir minha privacidade com a Aline. Ela tem razão, isso não seria ajuda alguma.

Murilo me dando razão? Só eu tando apagada mesmo.

– Mas...

– Ok que você quer ajudar Djane, não tô dizendo o contrário, só não entre na discussão em prol do lado dela. Já pensou em todas as vezes que eu poderia ter te dado uns socos só porque tu brigou com a Milena? Tu nem taria mais vivo, cara. O fato é que a briga não era minha assim como essa briga não era sua. Não dá pra saber quem é o certo, quem é o errado, só assim, de olhar.

– Eu só... fiquei com tanta raiva naquele dia. Era o jeito com que ele tava se comportando, sabe? Ela não merecia aquilo.

– Era uma briga, cara. Vai dizer que nunca bateu de frente com a Milena com algo sério e um gritou com o outro? Eu não vou quebrar teus dentes por isso, porque eu mesmo já gritei com ela. Na hora não importa quem tem razão. Não pode haver um terceiro pra botar mais lenha, simples assim.

Sem muito entender o que era o papo ou o mote dele, eu tentava acompanhar com muito custo. Eu já havia pendido para o ombro de Vinícius e quieta eu iria ficar. Como numa outra vez, o melhor que eu tinha que fazer era só ouvir e não chamar atenção, pois, vez que eu mostrasse consciência, tudo estaria interrompido.

– No final das contas, ele só tava cuidando dela, cara. Djane tava a todo custo escondendo seus mal-estares, e foi Renato que trouxe tudo a tona. Você devia era agradecer a ele.

Devia mesmo.

– Eu não sei, tem hora que tenho pensamentos tão controversos. Uma hora ele é o bonzinho, depois... Argh, sei lá. Esse papo todo com que ele me deixou confuso.

Então houve um papo? Ninguém me disse isso.

Inspiro e expiro, devagar. Como quem dorme, quem descansa. Meu corpo permanece mole de cansaço, então fingir mesmo não era um grande esforço. Faço que me mexo quando sinto um carinho de Vini de me aninhar mais em seus braços e mexer em meu cabelo. Eu só não entendia porque ninguém havia me levado pra cama.

– Teve uma coisa que ele mencionou, que me fez pensar em tanta coisa mais. Parece que outro mundo se abriu pra mim.

– O que quer dizer?

É, o que ele quis dizer?

– Renato comentou que acha que ainda tem algo que minha mãe esconde, que ela não entra em detalhes com ele. Que só há uma pessoa que poderia saber.

– Quem?

É, quem???

– Ele disse que quando minha mãe não fala as coisas pra ele, só fala pra o tal Fabiano. Esse diretor deve saber de algo. Mas na verdade não tô me importando muito para o que minha mãe esconde ou não, ela deve ter seus motivos.

Motivos? Eu ouvi motivos?

– E o que é te incomoda tanto?

– Bom, além do fato de que parece que não conheço minha própria mãe? Eu não sei quem é essa pessoa de quem Renato fala? Quem são seus amigos, companheiros, colegas, aliados? Quem é Fabiano e se o cara é confiável assim? Nunca me importei de me envolver com o trabalho dela, mas agora... Agora não sei se ela confia em mim até.

– Ah, cara, qualé. A gente tá falando de Djane. É claro que ela confia em ti.

É, Vini, tamo falando de Djane. Quer dizer, eu não tô, mas... É Djane, caramba!

Embaixo de mim, Vini se remexe, parece desconfortável. Ouço seu suspiro.

– Talvez eu não seja um filho tão confiável assim. Talvez a Milena tenha razão em não me contar coisas que ela sabe. Sou um maldito de um inseguro.

– Cara, não pensa besteira. E a cabeça da Milena... a gente sabe como funciona agora. Quer dizer, não dá pra ser sensato e correto o tempo todo. Além do mais, ela anda bem mais aberta sobre as coisas, a gente conversa mais. Olha o caso do Anderson. Pensa em quem era a Milena quando você conheceu e a Milena que tá aqui esparramada.

Eu não tô esparramada!

Eu acho.

Uma pena não poder chutar meu mano, uma pena.

– Vou ter que pensar mais sobre isso. Só não queria parecer um derrotista pra ela... De qualquer forma, melhor colocá-la na cama, esse assassino não vai aparecer tão cedo pelo jeito.

Era por isso que eu não tava na cama? Por que tavam esperando o assassino?

Pois eu mato os dois!

– Você vai ou eu vou?

– Pode deixar comigo.

Cuidadoso, Vini passa um braço por debaixo de minhas pernas, dá uma manobrada pra me ajeitar e me iça, de modo a levantar-se também e se encaminhar para meu quarto. Quando sinto minha cama e meus músculos parecem pulsar fortemente por deitar finalmente nessa nuvem, eu abraço instantaneamente um travesseiro do lado. Logo eu sinto um beijo suave ao meu rosto, logo eu reúno forças para um mínimo comentário antes de deixar-me levar pelo estado inconsciente:

– Te amo.

– Também te amo, Lena.

– E você não é um maldito inseguro.

Um momento de silêncio e hesitação. Podia ouvir sua respiração ainda próxima a mim, seu perfume e seu calor. Sua presença por inteiro. Ele ainda estava ali.

Eu acho.

Eu só esperava sua resposta final.

– Obrigado.

Agora sim eu poderia dormir tranquila...

Não, Filipe, não me transfere pro call center!

Mãe? O que a senhora está fazendo com meu vestido branco?


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Notas finais do capítulo

Tbm tava ouvindo umas músicas ~antigas~ e a culpa é de alguéeeeeem que a Milena nem desconfia. E nem vocês hahahah Acho.

Já pode dar abraço na criaturinha por esse momento sensatez! Só não contem pra ele que eu disse isso, ele vai ficar insuportável, certeza. Vcs bem conhecem a peça :)

Até!



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