Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 151
Capítulo 150


Notas iniciais do capítulo

ADIVINHA QUEM TAVA TRABALHANDO ATÉ AINDA POUCO EM PLENO FERIADO DE CARNAVAL?

Mas já de volta, com um capítulo recheadinho, daqueles ENOOORMES que A GENTE AMA!
Tem surtos (dos bons!), papos gostosinhos, papos pra refletir e gente entregando gente de bandeja. Os tratantes vocês descobrem agora!

Enjoy!



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Ninguém levanta inteira depois de uma noite de choro (mesmo sendo este de libertação), menos ainda tem uma cara muito boa para apresentar no dia. No entanto, apesar de me sentir um caco no quesito físico, me sentia revigorada no sentido espiritual. Alma mesmo. Acordei tão mais leve. Com os olhos ardendo pra caramba, claro, mas sem nem me importar mais com nada. Só queria viver este dia sem pensar em qualquer problema.

Murilo se mostra nessa mesma sintonia. Detinha um cansaço no semblante e ao mesmo tempo um sorriso bobo sereno. Nem me incomodo com o fato de ele não ter ido trabalhar por minha causa. Merecia um descanso, o coitado, do físico e do espírito também. Mamãe é que estranhou, Dona Bia nem tanto, já acostumada com as variáveis da programação de meu irmão. Na verdade, peguei mamãe observando a gente. A mim e ao Murilo, não à Dona Bia – mas foi bonito ver as duas finalmente se conhecendo e trocando figurinhas sobre seus dois filhotes.

Ela se mostrou preocupada, claro. Viu os papéis na lixeirinha também. Acompanhou uma conversa minha com Murilo quando eu disse que estava procurando o colírio para os olhos ardidos. Cheguei até achar o tubinho, que estava vazio já, e eu falei pra colocar na lista de compras. Daí que o Murilo surpreendeu, me emprestou o dele. Digo surpreendeu porque toda vez ele roubava o meu.

E mamãe não disse nada. Ela é semelhante ao Murilo nesse aspecto: quando muito quieta, é que tem coisas lhe perturbando. Penso, contudo, que ainda não é o momento para essa conversa. Não que eu esteja evitando, só acho que quero dar um espaço primeiro para então seguir com esse novo passo. Puxar mamãe para um abraço e curtir seus carinhos e cuidados talvez possa ser visto como maneiras de drible, porém, eu realmente queria o melhor para este dia.

Estava tão além que, após o almoço, quando recebo uma mensagem de Dani perguntando sobre vir para uma visita, que me lembro de conferir o sistema de notas. E é incrível como mamãe não pode me ver fuçando coisas no celular, que ela quer me tomar o aparelho. Diz ela que tenho que ter descanso completo e isso significa descanso de telas também – palavra de mãe e educadora.

— Ô, mãe, só quero verificar uma coisa aqui rapidinho, tô terminando e... MEU DEUS, PASSEI! PASSEEEEEI!

Grito, apertando o aparelho nas mãos e sem conseguir processar direito ou acreditar nessa informação. PASSEI NAS MATÉRIAS. EU. EUZINHA. Meu Deus, EU PASSEI! EU PASSEI EM TODAS!

Mamãe, que ajudava o Murilo a colocar os utensílios do almoço na pia, vira pra perguntar:

— Passou em quê?

Não deixo de encarar a tela, como se tivesse medo de as notas evaporarem, sei lá, de tão embasbacada que tô. Realmente achei que não teria chance. Vivi DIAS de velório antecipado e agora são as imagens do ex-futuro de reposição de notas ou de reprovação que evaporam e eu... eu não consigo acreditar. Até mesmo pelas minhas faltas, muitas no limite do limite. MEU DEUS, EU PASSEI!

Olho para minha mãe, sentindo os olhos cheios d’água, e todo um estremecer que mistura triunfo, orgulho e alívio.

— Passei, mãe! Passei em duas disciplinas que estavam difíceis de passar.

O quanto vinha me torturando os miolos de preocupação com isso, eu não saberia mensurar. E EU PASSEI. Passei, cara. PASSEI!

Murilo é o primeiro a me felicitar, se virando para bater o punho no meu, que mal reajo de volta. Ele, se pudesse, me levantaria com tudo, eu sei. Eu de bota protetora, ele cheio de sabão em mãos, já que começava a lavar umas louças.

— Te disse que iria conseguir!

Mamãe, recolhendo as vasilhas da sobremesa, complementa, cheia de graça, enquanto me dá um beijinho no rosto:

— Claro que passou, minha filha é inteligente. Agora esse seu irmão...

E eu, como uma boa Lins, entro no jogo, com o humor no teto!

— O Murilo até que melhorou bastante.

Minha criaturinha, já de costas na pia, só resmunga:

— A gente ajuda, a gente torce, a gente dá amor, e é isso que recebe. Eu mereço, viu. Melhor, não mereço não.

Quem ama o drama de seu filhinho (porque é a dramática primária dessa família) se sai com um beijo estalado na bochecha da criatura, que aceita de bom grado.

— Nem me deixou completar. Eu ia dizer “seu irmão é uma boa influência”.

— Sei, sei. E sou mesmo. Quem ousar falar o contrário, vai ficar sem sobremesa na próxima.

— Quem ousar falar o contrário, eu vou é decepar, isso sim. Ninguém fala do meu menino assim.

Preciso dizer que o sorriso bobo da criatura se alarga todo?

O meu também se alarga junto. E não só por essa vitória incrível e fabulosa que detenho agora, confirmada, em mãos.

Acontece que a visita de nossa mãe estava se revelando uma das melhores coisas destes dias malucos. Nosso pote de ouro no fim do arco-íris depois de tanta tempestade. Um quentinho no coração com uma gostosa sensação de casa. Não pela ameaça de violência, mas sim pela declaração de amor puro. A vida às vezes é tão corrida que nem dá tempo de estar assim com as pessoas que amamos. E nesse momento o que mais quero é morar nessa sensação.

Acho que nesse ponto mamãe tinha razão quanto às telas, porque assim sobrava mais tempo para curtir a presença dela. As bobices dela, os dramas dela, o amor incondicional dela.

E EU PASSEI!

~;~

— Você vai sim!

Insisto mais uma vez com graça e o namorado faz é se aconchegar em mim. Queria eu também aproveitar esse curto momento a sós com ele? Claro. Mas também queria provar um ponto. Que quase desfalece e enfraquece quando ele me beija no alto do pescoço e faz toda a minha pele se eletrizar ao seu sussurro de mil intenções.

— Prefiro ficar aqui com você.

Só que Vini não ficaria apenas comigo, pois mamãe agora fazia parte do pacote. Não daria pra namorar, nem só ficar juntinho. Fora que tinha vários incômodos bem desconfortáveis por conta do meu pé. Era complicado de ir ao banheiro, por exemplo. Era complicado ficar em pé. Por isso que quando sentava em algum lugar, saberia que dali não levantaria tão cedo. Meu pulso, graças a Deus, já estava bem melhor. O combo gelo e gel super ajudou. Não aconteceu o mesmo com o pé. Ainda.

— T-teremos muito tempo pra isso.

Me entrego toda com essa bambeada das minhas palavras e o namorado ri palhaço, ainda todo em volta de mim no sofá. Bem, no máximo que a posição (e o fato de mamãe estar fora do radar por uns minutos, no banho) nos favorecia. Com o pé no alto de uma almofada, me estirei toda ao sofá grande e o Vini se sentou às minhas costas, como se fosse me amparar, mas ele fazia outras coisas, como me envolver por toda e estreitar bem estreitadinho seu corpo no meu, muito do disposto de espalhar beijos por onde descobria pontos doloridos. Nas palavras dele, era sobre espalhar amor, que amor curava rapidinho. E eu tentava driblar, porque queria insistir assim no meu ponto.

Qual era o meu ponto mesmo?

A questão é que o Vinícius tem uma confraternização de sua turma da faculdade e quer dar pra trás por minha causa. Também havia umas coisas para encerrar na instituição, mas o principal era a reunião da galera. Tínhamos combinado de eu ir junto, isso até a tragédia dessa semana acontecer. Quero muito que ele vá porque não acho legal ele perder a festa da sua turma. Demorou um tempo para que fizesse mais amigos e essa seria minha oportunidade de não só conhecê-los, como me enturmar também, assim como aconteceu com ele e a galera da minha faculdade. E só porque tive um trágico incidente, não significa que ele não possa ir.

Já que ele não tá facilitando, tenho que jogar com armas mais pesadas. Mexer com suas emoções de uma maneira mais... responsável? Acho que não é essa a palavra, porque aqui estou eu tentando dar a volta no namorado. Por uma boa causa, claro!

— Preciso descansar também, Vini.

Isso tem o efeito desejado, porque ele fica todo preocupadinho de dar espaço. Agora me sinto culpada de ter ativado essa sensação nele, que ameniza seu aperto e se mostra mais pesaroso em relação a minha situação.

— Ainda muito esgotada?

— Ainda horrorizada.

Meio que sai assim, meio sofrido e penoso, o que faz com que Vini mude sua abordagem atrevida para uma mais alarmada e prudente.

— Ô, amor. Eu sei que é difícil e não passa assim de um dia para o outro, mas...

Antes que ele continue, esclareço minha resposta, porque tô mesmo culpada por fazê-lo se sentir assim.

— Tô falando da barata que subiu na minha perna hoje.

Meu namorado explode em uma risada tão gostosa que quero rir junto, mas realmente a situação foi bem triste, comigo sem poder nem me mover direito e a barata rondando minha bota de proteção. Foi ainda quando o Murilo estava lavando a louça do almoço, mamãe tinha ido atender seu celular no quarto e eu permanecia na mesa da cozinha, com o pé em cima de outra cadeira. Estava conversando de boa com a criaturinha quando do nada senti um bicho andar em cima de mim.

TINHA UM BICHO EM MIM. Era dos pequenos, mas, ainda assim, era um bicho.

Surtei, óbvio. Gritei e comecei a bater na minha própria perna e tentar tirar aquilo de mim e a barata começou a rodear a bota, não parava e não saía, e o Murilo também ficou todo atrapalhado e ficou uma zona generalizada até a barata sair. Sei que foi coisa rápida, mas pra mim demorou tempo o bastante.

Quando mamãe nos alcançou para verificar o que era, Murilo já tinha apagado o bicho e jogava no lixo. Dali a minutos eu iria tomar banho e me senti um nojo, claro, querendo ter minha perna de volta pra tomar eu mesma um banho decente. Murilo também ria de mim enquanto contava a história pra mamãe, de que era exagero meu, porque a barata era bem pequena mesmo, quase o tamanho de uma formiga – na concepção dele. AINDA ASSIM ERA UMA BARATA, MURILO. Foi minha defesa.

— Se fosse uma formiga, eu não teria reclamado tanto.

E mamãe veio com uma pérola sobre isso, que nos deixou um tanto estáticos:

— Pois deveria, porque todo mundo acha que as baratas são as mais nojentas até lembrar que são as formigas que carregam as baratas quando mortas. O quê? Eu vejo televisão.

Ela tinha total razão. E teve mais ainda quando meu irmão quis rir novamente de mim e levou um tapa na cabeça. E tem mais uma vez quando consegue fazer o namorado parar de graça assim que volta para a sala. É incrível como ele fica encabulado perto dela.

— Tá bom, eu vou.

Vitoriosa, dou um beijinho na bochecha rosada dele assim que mamãe entra na cozinha e complemento:

— E vai se divertir e me contar como foi. Feito?

Ele me rouba um beijo, o descarado, e sorri presunçoso antes de confirmar:

— Feito.

~;~

Ao que parece, mamãe não consegue parar quieta dentro de casa, porque de hora em hora pego ela arrumando alguma coisa. Desse jeito, parece que somos muito bagunceiros. Somos, mas não do jeito que ela faz parecer. De qualquer maneira, fico seguindo ela pela casa, do modo que dá. Ainda não tenho forças para usar a muleta, então todo o processo é bem lento e a casa nunca pareceu tão gigante. Ir do sofá para a copa, por exemplo, é uma vida. Estou vivendo vidas inteiras só nesta tarde.

Mamãe, por outro lado, fica na dúvida de me mandar parar e de me incentivar a me mexer. Porque preciso fazer exercícios no pé de vez em quando. Apesar da entorse (nomezinho que vivo esquecendo e falo torção) que foi e de ter que manter certas posições, não posso também ficar com o pé totalmente inerte. Fico eu também incerta sobre estar me mexendo. Mas o que posso fazer se é toda uma situação desconfortável? Ao mesmo tempo que quero pisar normal no chão, não quero. É como uma autoproteção, sei lá. O meu corpo fica tentando se proteger de dores e mais desconforto.

Sem falar que é tão irritante. Dá uma agonia imensa ficar limitada desse jeito. E ninguém pode reclamar de mim, que tô mais uma vez sendo muito obediente. Não tanto para os exercícios no pé, tornozelo e afins, mas tô fazendo o máximo que posso. Sei que não poderei ficar dependendo de pessoas me carregando de um lado para o outro. Sei também que não posso exigir muito de mim neste momento.

E saber é uma coisa, lidar é outra. Eu só quero me sentir inteira outra vez e não sei quando será isso. É pedir demais?

Tento considerar pelo lado de que sou sortuda e pelo que não aconteceu comigo naquela escadaria, mas me ver nessa situação tão incômoda é um pouco difícil de manter isso em mente. Por isso também aproveito essa estadia de mamãe para preencher minha mente com outras coisas e “costurar com ela” outras histórias. Neste momento, por exemplo, já acampada no quarto de hóspedes, conversamos sobre a Aline. Que mamãe até hoje não conheceu direito e tá me pedindo pra atualizá-la.

Isso porque mamãe só a viu uma vez, bem rápido, quando ela foi junto com o Armando visitar o Murilo, que tava só pó, catapora e conjuntivite na casa de Djane, no meio do ano. E Aline tava possessa com meu mano por conta da história de gravidez que se espalhou por conversas. Não foi bem o melhor momento para elas se encontrarem.

— A senhora não conversou com ela desde aquela vez?

“Aquela vez” se refere a uma ligação que Aline fez pra mamãe depois de uma dica minha. Acontece que a cunhadinha estava confusa sobre algumas decisões depois do que foi o fight do ano com meu mano. Depois de esclarecer sobre a gravidez, que era de sua chefe, e o Murilo perceber que não seria pai de fato, a criatura ficou um pouco... desencantada.

Quer dizer, ele tava realmente considerando ser pai naquele momento e ficou decepcionado. E então a irmã de Aline reapareceu, grávida, intimando a irmã para ser madrinha. Aline considerou chamar o meu mano para ser o padrinho. Mas não sabia se era devido. Daí passei o número de mamãe para que conversassem sobre o Murilo. Um, porque eu tava naquela viagem insana do Encontro de Administração, e, dois, porque eu não tava muito em condições de dar conselhos tão sérios quanto ao relacionamento deles.

Deve ter sido estranho ela ter ligado pra mamãe, eu sei, ainda mais estando tão confusa. Mas lembro que dona Helena disse a melhor coisa que Aline poderia ouvir naquele momento: Murilo estava apaixonado e só precisava de um voto de confiança. Para complementar, disse para investir em seu filho.

No final, foi algo muito positivo e a Aline decidiu dar o passo com a criatura.

Remexendo em seus cosméticos e espiando neles alguma informação que não sei, mamãe responde muito calma:

— Não.

Cruzo meus braços, demonstrando indignação.

— A senhora vivia ligando pro Vini, mas pra Aline não? Que injusto.

Sem me olhar, agora organizando os tubos na cômoda, shampoo e condicionador e outros, ela mais uma vez responde como se não fosse nada. Só que era TUDO.

— Isso porque eu tenho o número do Vini. O dela não ficou salvo. E seu irmão nunca me repassou.

Ah, espertinho!

— E como a senhora NUNCA me pediu?

Ela para de repente segurando uma saboneteira e... não parece se importar com o fato.

— Eu... Não sei.

Isso. Minha mãe. A dramática. Sem fazer drama. É claro que acho estranhíssimo. Mas guardo essa e pergunto outra coisa do inquérito que tá se formando na minha cabeça:

— E se tivesse o número, iria ligar pra ela, como AINDA liga pro Vini?

Eu não seria filha dela se não beliscasse, né?

Mamãe? DÁ DE OMBROS.

Fico de cara. Fico de cara também com sua resposta e como ela belisca de volta.

— Não sei. Não a conheço bem, não tenho lá muita intimidade pra isso. E o Vini, para sua informação, gosta de me ligar também, tá?

Só uma pergunta me vem na cabeça no momento: se o Vinícius gosta tanto assim de ligar pra ela, por que fica todo encabulado com ela, hein? Mais uma coisa para eu investigar. Mamãe, sem me notar confabulando, continua a beliscar:

— Às vezes fico sabendo das coisas por ele, porque se for depender de vocês...

— Quer dizer que o Vini tá de informante agora, é?

Coloco a mão na cintura mais pelo drama, porque isso não é lá um fato que impressione tanto, porque o Vinícius se entrega logo pra qualquer coisa e qualquer pessoa.

Mamãe se vira pra mim e também coloca a mão na cintura, coisa que acho uma graça, porque, sei lá, percebo como sentia saudades dela assim, um tanto reclamona.

— Eu não posso ficar enchendo o saco da Djane toda hora, né.

Rio mais pela cena e a cara que minha mãe faz, ao que ela corresponde com uma expressão de “viu como eu tenho razão?” e rio um pouco mais. Até que me bate uma coisa:

— A senhora não tem o número do Filipe não, né?

— Esse era outro que eu queria pedir! Esqueci quando ele foi na nossa casa.

Por que mesmo eu tava ressuscitando essas vontades de mamãe? Me pergunto com certa seriedade e certa zoeira. Eu poderia me arrepender e poderia não me arrepender tanto. Afinal, ela só quer saber mais sobre o que aqui vivemos, nada demais. Estar mais próxima. E não era só ciúmes de Djane não. Acho que tenho que dar essa passagem pra ela. Sinto ainda mais forte por ela estar aqui, depois de se despencar de uma hora para outra para atender a mim e ao Murilo. E, bem, é minha mãe. E isso me faz pensar em outra coisa mais:

— Sabe, mãe, a senhora poderia fazer mais isso.

Meio perdida no meu argumento e com a cabeça enfiada na mala na banqueta ao lado, ela faz uma carinha fofa que quero abraçar e mimar por essas faltas minhas:

— Isso o quê?

— Isso, de vir pra cá, passar uns dias. Sem necessariamente alguém estar precisando de cuidados.

Imaginei que ela iria saltar de alegria ou ficar esfuziante a ponto de me apertar em seus braços, uma reação clássica dela, porém, nada disso vem. Assisto surpresa sua resposta de só mexer a mandíbula, aborrecida. Ela complementa, com desdém, quase como se não quisesse falar:

— Ou chateada com seu pai.

Disparo sem nem pensar duas vezes:

— O que papai aprontou dessa vez?

Mamãe deixa a mala e se senta na ponta da cama, um pouco distante de mim, o que também considero algo muito sério. De repente ela parece tão cansada, dissaborosa e irritada.

— Ah, nem sei. Essa história do Murilo.

— Que história?

— Essa de ele ter viajado com seu pai, uma viagem tão fora de hora. Estranhei desde o começo. E agora meu filho tá fazendo terapia. Não que seja ruim fazer terapia, eu sempre achei que o Murilo precisasse ser ouvido de uma maneira que eu não conseguiria ouvir e ajudar... O fato de ele procurar ajuda me dá alívio. No entanto...

Quase engasgo.

— No entanto...?

Ela desabafa, agitada. Não agitada como ela costuma ser, agitada de danada de raiva. Impetuosa e frustrada.

— Sei que há alguma coisa que interliga os fatos e seu pai sabe. Tenho a impressão que você também sabe. Viu, se calou. Seu pai faz a mesma coisa. Vocês todos se calam quando eu toco no assunto. Me sinto completamente por fora das coisas. Como se eu não fosse mãe de dois filhos, e adultos, e como se eu não soubesse como que a vida é.

De fato, fico calada. Não sei como responder essa.

— Eu sei que você não vai me dizer.

Fui eu, inclusive, quem pediu para não contar. Nem a ela, nem a vovó. E vovó tem igualmente suas desconfianças. Me sinto mal com isso, por como estou fazendo minha mãe se sentir. E meus pais brigarem. Por conta de tantos segredos. Por minha conta. E do Murilo.

Nessa altura do campeonato, não posso mais negar a situação. Não quero mais ter que mentir. Assim prossigo:

— Mãe... acho que quanto a isso... Algumas respostas podem demorar. Apenas confie que estamos fazendo o melhor.

Ela me olha, ferida e com toda a razão.

— Mas isso não me faz sentir melhor, filha. Porque, o que isso diz sobre confiança? Estão me dizendo que não confiam em mim.

De fato, mais uma vez, ela me deixa sem palavras. Me arrasto na cama para ficar mais próxima dela e encontrar alguma resposta no processo. De novo, não quero mais mentir. Então vou ser sincera no que eu posso ser no momento.

Pego sua mão nas minhas e chamo sua atenção.

— Não é bem assim, tá bom? Acho que é até o contrário. Quer dizer, não é que não confiamos na senhora. É que existem... barreiras. Barreiras que precisam ser removidas primeiro. Barreiras internas, entende? E o Murilo... Ele precisa se sentir confiante para falar sobre essas coisas.

Falo do meu irmão, mas também falo de mim, apesar de não conseguir me entregar neste momento. Até porque mamãe está se concentrando apenas no Murilo. Acho que ainda não percebeu que esse pacote diz respeito tanto a ele quanto a mim. Vamos devagar, penso comigo. Imagino também que sua preocupação da noite anterior estava mais centrada no meu irmão e que era ele quem precisava desabafar. Bem, precisava, mas não só ele. Precisávamos os dois daquele momento de peito aberto. Ela viu os papéis.

Capaz de estar pensando que eu estava o protegendo.

Mamãe meneia a cabeça à contragosto, desgostosa de ficar de fora, porém, compreendendo o que estou falando. Uso isso a meu favor. O que precisávamos, antes de tudo, era compreensão. Eu, Murilo e ela também. Não queria que se sentisse mal assim, como se estivesse sendo afastada. Muito pelo contrário, queríamos e precisávamos bastante dela. Como o que me disse ainda ontem, que se tratava de amor.

— Enquanto isso, pode oferecer amor?

Isso enternece o coração dela de pronto, que solta todo o peso da raiva e se doa por completo a mim.

— Sempre, filhota! Vocês podem ter a idade que for, o tamanho que for, o erro ou acerto que for, eu vou dar amor 24h por dia por toda a minha vida.

Meus olhos se enchem tanto num segundo que outra vez fico muda. Muda, no entanto, pelas possibilidades de acolhimento que o amor é capaz de fornecer. Muda pela sua simples aceitação e muda por ser amada assim. Os olhos de mamãe logo brilham, como os meus, imagino, marejados pela emoção.

Apesar dessa conversa sincera, ainda tenho minhas barreiras e depois de uma noite intensa de desabafos e descobertas, eu não quero chorar outra vez, por mais que sinta a água interna forçar a barra para estourar da torneira. Vamos ter tempo para isso também, mas não ainda. Agora só quero estar com minha mãe.

Por isso que, ao engolir com dificuldade, improviso um desvio da conversa:

— Até dormindo, mãe?

Ela passa as mãos por meu rosto e dá o seu beijinho de paz na terra bem no centro da minha testa.

— Mães dormem com um olho aberto e um fechado. Acredite ou não, é o que nos dá alívio.

Abraço ela com tudo.

— Te amo, mãe.

Ela, de volta a ser ela, diz:

— Ama mesmo?

— Quem poderia não amar tão nobre alma? Amo do tamanho do universo.

— Assim que gosto!

~;~

Depois de tantas emoções nas últimas horas (e dias e semanas e meses), não sei se havia espaço em mim para mais uma. Quando o Murilo ressurge na sala após o jantar, que me mira com tanto afinco, fico logo intrigada de que vem coisa aí. E vem.

— Hora de exercitar esse pé. Bora.

— Ah, não, Mu!

Me encolho toda no sofá. Murilo, por outro lado, sorri todo presunçoso, com as duas mãos na cintura frente a mim, apenas a mesinha de centro nos separando. Estava bem diferente de como saiu essa manhã de casa. Não sei o que fez no espaço de tempo que esteve fora para voltar assim... Nem parecia cansado. Estava mais seguro. E firme. Muito firme para meu gosto, que estreito os olhos conforme ele estreita os seus para mim.

— Isso me traz algumas memórias...

Esse comentário me faz voltar ao tempo quando era ele quem precisava de exercícios no braço e eu que tinha que colocar a peste em ação. Trocamos enfim de lugar.

— Nem se atreva, Murilo!

Declaro, convicta, com um dedo apontando para ele. Colocaria na cara dele se estivesse em condições de me levantar. Murilo demonstra é que se diverte com isso, com a cara mais deslavada do mundo.

— Não sei do que você tá falando... MAS, pra te mostrar que não sou rancoroso, tenho uma coisinha aqui pra ajudar.

Da sua calça de dormir ele puxa o que identifico ser um pen-drive. Logo conecta na televisão e mexe no controle. Em instantes, começa a tocar uma música que reconheço o ritmo, não o nome de cara. Sei que é do Red Hot Chili Peppers.

Música citada: Red Hot Chili Peppers – Snow (Hey Yo)

— Caramba, fazia um tempo que não escutava essa música. Pegou no aleatório do notebook, foi?

Mexendo em alguma configuração da televisão com o controle, ele diz:

— Peguei foi o pen-drive do Armando.

Isso quebra um pouco da minha implicação com ele, pois:

— Você fez de verdade!

Com um tom palhaço, ele complementa:

— Quem disse que eu tava brincando naquela hora? Só não deu pra pegar as músicas da Lia ainda. O pen-drive do Armando tava mais perto. E mais no clima pra você mexer esse pé aí. Bora!

Identifico que se trata de Snow (Hey Yo) ao mesmo tempo que vejo que Murilo também não tá pra brincadeira ou pra ser dissuadido de me colocar pra exercitar as articulações. Recorro a um último recurso: mamãe de testemunha, que tá na cozinha, terminando de guardar as louças.

— Mas eu já fiquei o dia inteirinho em pé e de um lado pro outro. Fala pra ele, mãe!

— Eu não vi nada.

Ultrajada pela traição, me viro no sofá pra ela lá no fundo da cozinha.

— MÃE!

Estavam mancomunados, com certeza! Quando me viro de volta pra criatura, ele já está no pé do sofá, de braços cruzados, me observando.

— E tava de bota, não era?

— Tava, ué. Ainda tá machucado. Não pode forçar a barra.

Me encolho outra vez, toda protetiva. Ainda não era a hora. Ainda era sexta-feira e o incidente foi quarta-feira. Dois dias não são nada e eu tô sendo toda obediente desde então. Ele não pode fazer isso. Pode?

Com intuito de mexer na minha bota, Murilo se agacha próximo e quase posso puxar minha perna pra longe. Só que não tinha muito pra onde ir.

— O que foi que a médica disse?

— Que era pra descansar.

— E para não deixar de fazer exercícios. De mexer o pé e colocar o pé no chão. Nem que fosse só um pouquinho.

Como criança temerosa, o que digo sai num fio de voz:

— Acho que não consigo.

Murilo então deixa sua postura marrenta de ordem e se suaviza por todo. Gentil, ele oferta sua mão para me firmar, todo disponível para ajudar. Isso me balança um pouco, que me deixo convencer com a proposta mais decente e possível.

— Consegue sim. E eu vou te segurar. É só uns minutinhos, vai acabar rápido.

Assim deixo que abra o velcro da bota. Sentado na mesinha de centro, ele me instrui a mexer o pé em pequenos movimentos preliminares. Primeiro o “pé de bailarina”, em que estico toda a articulação, devagar, para frente; depois, “pé de palhaço”, em que estico o pé em minha direção; e então movimentos de girar o tornozelo, ambos os pés, no sentido horário e anti-horário. Tudo com Snow tocando em repeat, dando-me um ritmo bom. Senti como se toda a articulação estivesse travada e com a atividade, até estralou. Acho curioso isso, porque o Vini tem um pé que estrala assim, de uma torção que sofreu anos atrás. Também ficou de muletas. Será que foi ele que ensinou esses movimentos todos?

— Agora vamos levantar?

— Não me sinto preparada.

— E não vamos esperar isso. Vem, te seguro.

Suspiro. Lembro do que pensei nesta tarde sobre ter meu pé de volta. Sem exercícios, vai demorar muito mais. Me apoio na criatura pra conseguir um impulso e...:

— Ai, meu Deus!

— Tá doendo?

— Um pouco, mas acho que é mais por resistência mesmo. O chão parece estranho.

Me posiciono melhor, embora ainda apoiada (leia-se toda jogada) no Murilo. Minha autoproteção não queria me deixar sentir o chão por todo. Me sentia aqueles cachorrinhos com a patinha quebrada, que fica com a pata levantada. Só que a pata não tava quebrada. Quer dizer, meu pé ou tornozelo.

— Tá estranho porque você não pisa nele tem dois dias e nem coloca todo o corpo na força dos pés. É normal. Aqueles exercícios iniciais vão ajudar bastante.

Aos pouquinhos, me firmo um pouco mais, mesmo temerosa de sentir dor e temerosa de forçar a barra. Só sei que vou. E consigo. Fico em pé!

— Tô em pé! Sem bota!

Quero dar pulinhos, mas isso sim seria forçar a barra.

— Te disse que conseguiria. Passou nas provas e vai passar nessa também.

Transito de um coração receoso para um agradecido, o que me faz apertar a mão de Murilo em sinal de agradecimento e ele devolve, também satisfeito por esse passo juntos.

Como mamãe ainda tá na cozinha, grito para chamá-la e não perder esse momento.

— MÃE, TÔ EM PÉ! VEM VER!

— Tô chegando, tô chegando, tô chegando!

Ela declara, terminando de colocar as coisas na prateleira, pelo que dá pra ver de como me estico para trás numa posição só. Snow me faz balançar a cabeça no ritmo e em pouco tempo já me vejo quase dançando, sem mexer do quadril para baixo. Estava contagiada pela vitória. Murilo sorri, também acompanhando a cena, me segurando dessa vez só pelas mãos.

— Ai, que lindo, filhota!

Mamãe parece emocionada só de me ver assim. E isso porque ela viu como eu a segui a tarde e noite toda. Talvez seja por ver mais do que a mim, mas de como Murilo voltou outro, mais solto e palhaço, bem diferente do que foi essa manhã. Nesse ponto, super vale se emocionar. Também pelo que conversamos mais cedo. Era momento de dar amor e não cobranças.

— Vou soltar.

— Não! Ainda não.

Seguro forte as mãos da criatura, dessa vez não por temor, era porque queria ficar um pouquinho mais de tempo assim, só apreciando o momento. O simples, o passo de vitória, o apoio incondicional. A música. A música me leva que até cantarolo um pouco.

— Só um tempinho mais, tá? Porque… Heeeeey yooo, wow wooow wooooow. Nosssa, parece que tô na escola.

E aí quando acho que nada mais pode melhorar este instante, mamãe diz:

— Parece que estou na escola também.

O que deixa claro as interrogações minhas e de meu irmão. Ela esclarece, divertida:

— Tocava muito na rádio dos alunos. Hey yooo... Agora tá na moda aquela tal de Ellie Goulding.

— Nem fala da Ellie perto do Mu. Ele tem traumas.

— Mas ela tem umas músicas tão legais!

Murilo se defende:

— Eu gosto da Ellie, tá. É só que a Milena tinha música de toque de celular que me perturbava as ideias.

Tava tão concentrada na conversa que mal noto que o Murilo me soltou. Logo que percebo isso, colo em mamãe, que nem se importa, porque ecoamos juntas o Hey yoooo da música outra vez.

E, é claro, típico de mim, falo uma coisa sem pensar na companhia ao redor:

— Vou falar pra Dani pra a gente cantar essa na próxima.

E é claro que mamãe pesca essa informação.

— “Cantar essa na próxima” como?

Aí olho pro Murilo, que já tomou distância de nós, e o Murilo olha pra mim rindo. Porque a gente não contou nada no meu showzinho para a nossa família. Bem, até onde sei. Antes que eu diga qualquer coisa, ele começa:

— Então, mãe...

Mamãe já endurece, toda suspeita. Eu endureço porque acho que a peste vai me entregar de bandeja.

— A senhora tem que conhecer a amiga da Milena, que canta. Tem uma banda num restaurante.

Suspiro de alívio porque ele se concentra na Dani, não em mim. Mamãe parece suavizar também.

— Que chique.

— Tem um vídeo no Youtube que acho que a senhora pode gostar.

AH, NÃO!

AH, NÃO! NÃO, NÃO, NÃO!

Vou gritando em pensamento enquanto assisto a peste se mover até seu celular, perto da televisão, apertar algo no controle, o Youtube ser conectado e... é, cenas minhas do ensaio invadem a tela. Isso me faz tentar um primeiro passo e mais outro, como se pudesse alcançá-lo.

— Mas o que é iss...?

Aí a enxurrada vem e vem pesada. Mamãe começa, revoltada e com razão:

— QUANDO EU PERGUNTO O QUE TEM DE NOVIDADE, É SOBRE ISSO! E O QUE FAZEM? ME ESCONDEM!

De alguma maneira, ela entende que eu tô tentando fugir dela, quando eu quero é matar o Murilo. Ela vai até a peste, puxa a orelha dele com força, até chegar a mim de volta, e levar a minha orelha junto. Eu, que ainda mal me equilibro. Tento argumentar:

— Mas mãe, a senhora tá vendo primeiro do que papai! Não conta?

— É PRIMEIRO DO QUE DJANE?

Diante de nosso silêncio, ela preenche o espaço com mais gritaria:

— SEUS TRATANTES. É ISSO QUE VOCÊS SÃO! MEUS PRÓPRIOS FILHOS!

Porém, num instante, descubro que nem preciso argumentar (ou piorar nosso lado), porque ela encara a tela novamente e se deixa encantar pelas imagens que vê. Isso a faz soltar nossas orelhinhas quase arrancadas.

— Ai, minha bebê, tão linda cantando!

E aí quando acho que nada mais me impressiona, de novo, temos uma bela cena de DONA HELENA curtindo Complicated da Avril e CANTANDO um trecho. Ou, sei lá, umas palavras soltas. Mas ela sabe que palavras são essas:

To me... So complicated... You fall, you crawl...

MEU DEUS, MAMÃE TAMBÉM CONHECE A AVRIL LAVIGNE.

Com uma tapa no braço, de violência baixa, ela quer saber:

— Por que nunca me contou?

Encolho os ombros, sem saber muito como responder. Não por medo de sua resposta. Era porque não tinha argumentos mesmo.

— Acho que tive vergonha.

— Aham, tô vendo essa vergonha daqui. Olha como você tá solta!

— Ah, foi algo do momento.

Mamãe se aproxima mais da televisão, acompanhando os movimentos do grupo e a nova canção que começava, que dava destaque a minha amiga.

— Como é mesmo o nome da outra garota?

— Dani. Daniela.

— Ela é um amor também.

Ver esse encantamento de mamãe pelas imagens e considerar sua reação de minutos atrás me faz repensar também a conversa que tivemos hoje. Sobre não querer mais que ela se sinta para trás, por fora. Não quero que ela se sinta mal por isso. Ainda tenho muitas barreiras, é fato, mas acho que essa eu posso abaixar um pouquinho e deixar que entre nesse meu espaço. Devagar e aos pouquinhos.

O que me lembra que posso dividir com ela outros babados. Ou novidades, como ela diz e pede.

— Mãe, o Vini já te contou da Dani?

— Não. Deveria?

Ela não consegue desgrudar os olhos da televisão e isso me faz sorrir boba.

— É que... Caramba, é uma história e tanto. E um suuuuuper segredo também.

Isso faz ela se virar pra mim de pronto. Escolhi a palavra certa.

— E você vai contar?

— Vou. Mas...

É aí que noto que AINDA estou de pé. SOZINHA. No meio da sala. Que o Murilo assiste a nós duas com uma cara radiante, como quem provou um ponto. Como eu provei um ponto com o Vinícius hoje. Nessa eu tenho que dar o braço a torcer. Ou melhor, reconhecer que ele tinha razão.

— Mas...?

Volto para o sofá e com a ajuda da criatura, me sento um pouquinho, pronta para mais um babado do dia.

— Mas não pode contar pra ninguém. Poucas pessoas sabem a respeito disso.

— Tem minha palavra!

Uma dona Helena sedenta por histórias logo vem atrás e se senta junto ao sofá, de modo que fico entre ela e o Murilo, ele também se fazendo de curioso, como se não soubesse da missa.

— Então. Acredita que a voz da Dani é muito parecida com a mãe do Vini? A biológica. A gente descobriu por acaso. O Filipe, na verdade. Ele foi na pizzaria uma vez quando eu tava assistindo a apresentação dela e...

E assim se dá o resto da nossa noite, regada a sorrisos, não mais a choros.


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Notas finais do capítulo

QUEM AMA DONA HELENA SENDO DONA HELENA?

Trechinho do próximo?

"- [...] Fui me adiantar com os copos na sala, mas me atrapalhei todo quando ligaram o ventilador de teto e alguns dos copos iam cair. Na hora só senti a fisgada. Poderia ter me machucado feio ali.
Levanto os olhos para ele, que sorria e se fazia de vítima. Queria atenção. Melhor dizendo, queria algo mais. Poderia eu oferecer um beijinho? Poderia. Mas escolho ser palhaça e fingir que não percebia suas segundas e terceiras intenções. Assim, invisto na história:
— Como foi a apresentação?"

e

"- E a Suzana? Foi pra confraternização ontem?
— Foi e a gente pagou o maior mico lá.
Diz, fechando os olhos com certa vergonha e me deixando mais curiosa."

HAHAHAHAHA ateeé breve!



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