Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 119
Capítulo 118


Notas iniciais do capítulo

Mais um dia achando que eu não ia postar? :DDD
Capítulo especialíssimo e merecido por toda essa espera!

Enjoy!



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Home, sweet home.

É minha sensação quando giro a chave na porta, abro e encaro a sala de estar. Observo ao redor, tudo escuro, tudo fechado, tudo vazio... Mas, por um segundo, que fecho os olhos, só respiro. Me permito desabar em espírito por toda saudade que sinto e por ter de segurar mais um tantinho. Está acabando, Milena. Abro os olhos. Acredite.

Entro, deixo minhas coisas na soleira da porta, abro a janela. A brisa leve e refrescante chega de pronto, suavizando esta visita. Pois é, sou visita na minha própria casa. Já nem penso quando irei retornar, só... vivo um dia de cada vez. Não há outra maneira de sobreviver se não desta maneira, penso. Inspiro novamente, pra arejar os pensamentos, e isso de fato me ajuda. Não devo abrir esta porta. Não devo me enveredar por esses caminhos doloridos. Este dia é dia para ser feliz.

Abro enfim um sorriso fidedigno.

Volto-me para o ambiente, pego minhas coisas e vou para o quarto. Ligo o wifi de casa, já acessando umas músicas pra levantar o astral, sem prestar muita atenção. Aproveito para dar uma olhada no meu guarda-roupa, para pegar mais umas opções.

Apesar de estar poucos dias na casa de Flávia, e ela me emprestar algumas roupas, é bom fazer um rodízio. Não sei foi o motivo de cisma dela hoje com as peças na máquina. Tento sempre lavar eu mesma minhas roupas, pra não dar trabalho pra ninguém, mas de novo, Flávia deu uma de estranha essa semana. Não queria que eu mexesse na minha mala, nem nas coisas na máquina de lavar. Que tpm insana é essa que a faz se apoderar da máquina desse jeito? Não consigo compreender. Mas eu é que não vou mexer com maluco. Melhor, maluca. A Flávia tem dessas coisas que é melhor nem questionar.

Como eu mesma, noto. Mas sou doida em outro nível.

Separo umas coisas, troco umas peças e ainda repenso nos detalhes para este dia. Já repassei o roteiro umas milhões de vezes e nunca parece o bastante. Não porque estou demasiadamente preocupada... É porque eu gosto. E porque eu esperei muito por isso. Na verdade, nós esperamos. Nosso aniversário de 6 meses foi desastroso – eu não lembrei, ainda tava escondendo coisas do Vini, e não confiava em nada tão bem quanto gostaria. Quero dar uma limpa nessas memórias. De verdade. Ser mais positiva. 

Tenho o plano de atrair o Vini pra cá – na realidade, o combinado é que ele viria me pegar aqui e então decidiríamos para onde ir – e convencê-lo a ficarmos para jantar. Até pedi pra Dona Bia vir mais cedo e deixar tudo no ponto só pra aprontar as coisas. Tem de seus cookies também. Bolo e sorvete. E gelatina! Uma vez que pegá-lo pelo pescoço, não sairemos tão cedo. Bom, não tenho planos pra sair – o que não me impede de me arrumar e caprichar. Só quero aproveitar bem um tempinho para nós mesmos.

Sento na saudosa cama, quicando animada, e me jogo pra trás, preguiçosa. Finalmente. Finalmente um dia de descanso.

~;~

Olho graciosamente para o namorado contando historietas da faculdade nesses últimos dias. Tem uma música baixa rolando, formando todo um clima gostosinho, aconchegante e relaxado. Apoiada no alto de meus cotovelos sobre a mesa, não deixo de dar um sorrisinho de quem tá feliz, plena e... interessada na próxima parte deste descanso.

Não foi difícil dobrá-lo para permanecermos. Tão logo entrou, com aquele sorriso colgate, todo todo, arrumado, perfumado, já saí o puxando e falando sobre aproveitarmos a casa e o jantar. Na mesa da sala, estava tudo arrumado, pratos, talheres, porções, cheirinho de comida gostosa, caseira, quentinha. Nada de velas! Nem revelei nada sobre a sobremesa ainda, escondida na geladeira, e nem sei se vamos chegar a eles tão cedo. Porque tenho saudades. Muitas.

Tem tanto para se aproveitar! Já terminamos de jantar tem um tempinho e entre uma conversa e outra, eu não sei se quero esperar mais. Mas não quero ir com tanta sede ao pote também.

— E aí... E aí... O quê, tem alface no meu dente?

Nem comemos alface, mas sorrio e assinto.

— Estou falando demais?

— Nada. Só... Estou curtindo esse dia ao máximo.

— Hummm. Então vou só colocar esses pratos na pia e... Bem... Segura esse pensamento.

Trilha indicada: Civil Twilight – Perfect Stranger

(3:30)

Assisto-o levantar, ir até a bancada na cozinha e antes que ele possa se virar de volta, já estou na sua cola. No caminho, aproveitei pra aumentar o volume da música que estava tocando. Perfect Stranger. Ela tinha uma pegada misteriosa que me instigava a avançar. Parecia que eu estava numa caçada, sei lá. Abraço-o pela cintura e deixo um selinho na sua nuca, inebriada por seu perfume, já perdida em sensações só de pensar em sentir aquela essência novamente. Enquanto ele termina de ajeitar as coisas na pia, sei que os pelinhos daquela área logo se mostram arrepiadas e rio silenciosamente do efeito. Mal posso esperar pra...

— Alguém está muito... Apressada.

— Você não?

Rio, maliciosa toda.

— Você não tem ideia.

Assim que ele se vira, não vejo nada mais, pois sua boca está na minha, e vamos caminhando trôpegos pela área, entre risos e beijos apaixonados. A brincadeira me rende um coração acelerado e muita energia para gastar. Nada atrevida, puxo-o mais para mim, já encostada na base da coluna ali da cozinha e não estou entendendo bem porque estou sentindo certa resistência da parte dele. Saber que o Vini é todo cheio de cuidados, eu sei, mas estamos livres e desimpedidos, e isso não é nada fácil de acontecer. Invisto em artilharia pesada quando dou de encontro com seus olhos quentes e sinto seu coração batendo forte quando o toco no alto do peitoral. Ao segurar seu rosto perto do meu, ao som da minha respiração e do próprio clímax da música, sei que ele não vai resistir mais. Logo estamos entregues aos beijos novamente. Achando eu que a batalha já estava ganha – se é que eu poderia chamar de batalha – tentei o puxar para ir a outro local, mas aí ele parou. E tentou se desvencilhar de mim.

— Espera, Lena.

— Hoje não tem esperas.

— É só que...

Trilha indicada: Civil Twilight – Letters From The Sky

(1:10)

Aí ele se afastou, foi no som e abaixou um pouco outra música que mantinha aquele clima. Ofegante, eu ainda tava tentando entender aquilo. Porque até brincadeira tava achando que era, mas vê-lo um pouco nervoso ali, me deixou desnorteada. O que tava acontecendo?

— Eu fiz algo... de errado?

Acho que meu descontentamento foi tanto que ele parece exasperado em explicar. Ou pelo menos em soltar informações. 

— Não! Não, amor, nada de errado. É só que... Eu queria te dar um presente antes.

Quando ele tinha chegado, tinha dito que o presente estava no carro, mas eu tava tão empolgada para puxá-lo da entrada que mal ouvi, confesso.

— Que tipo de presente?

— Do tipo que... vou precisar vendar seus olhos.

E então puxa um pano escuro no bolso da calça, com um sorriso e semblante cheios de pretensões, bem diferente do Vini atrapalhado de segundos atrás.

— Vendar meus olhos, é?

— Preciso te mostrar uma coisa.

— No carro?

Ele morde o lábio, pensativo, acho que tentando desviar minha atenção. Mas era difícil fazer isso, porque era o meu Vini, todo charmoso, se aproximando bem devagar. Acho que posso dizer que estava gostando da brincadeira misteriosa. Nem tanto da parte de vendar os olhos, vez que fico uma pomba lesa quando me cobrem a visão, e não queria perder todo meu armamento de sedução.

— Digamos que... eu tenha preparado algo. E que eu ia fazer surpresa. E alguém está me desviando desses planos. E agora tive que entregar parte deles.

Se num segundo eu estava toda armada, no outro, nem sei dizer, de boba que me sinto. Ele tinha preparado uma surpresa também? Tínhamos combin... Ok, eu também não estava seguindo nada combinado. Mais boba ainda, começo a rir baixinho por esse encontrão nada provável.

Assim que ele está a um palmo de distância, faço joguinho também.

— E eu preciso mesmo usar uma venda?

— Não quero que você descubra antes do tempo para onde vamos.

— Onde vamos...?! Para onde vamos?

Vini me olha fundo nos olhos, e entendo porque ele estava se segurando. Porque está se segurando neste momento, ainda mais comigo não facilitando nada pra ele. Não era uma mera surpresa. Era uma grande surpresa. E ele não queria gastar nada antes do tempo. Bem, agora, nem eu.

Bem que ele disse para eu segurar aquele pensamento.

— Gosto do modo com que você pensa, namorado.

— Ah, você ainda não viu nada.

Sorrindo abertamente, fecho os olhos, me prontificando a colaborar com o plano.

Porque desse plano sim, eu quero fazer parte.

~;~

Eu tentei calcular o tempo, tentei expandir meus sentidos, tentei até sentir o caminho, e eu sei que ele me enrolou! Estou me esforçando pra não roer unha, pra perder o hábito mesmo, e o Vini não tá facilitando pra mim. Estou dentro do carro, sabe-se lá onde, sozinha, à sua espera, e mesmo espiando o local vez e outra, não sei dizer onde estou. Algum estacionamento. Agora de onde? Com um silêncio desses, então, não tá fácil.

Trilha citada: Brandon Flowers – Only The Young

 

Pelo menos pude aproveitar um pouco do bolo no meio do caminho. Eu disse que ia sujar o carro – pra ele considerar a opção de eu ir sem venda alguma – mas ele não caiu nesse papo. Procuro acalmar essa curiosidade-barra-expectativa-barra-ansiedade respirando devagar e tentando me conectar à música que toca na rádio, baixa. Parece que o universo dessa vez resolveu me ajudar com uma bem lentinha do Brandon Flowers. Only The Young. Nem sei que horas são, já que o bonito fez questão de levar meu celular também.

Quando está no fim da música, que pareço estar relaxando, sinto um movimento no porta-malas do carro e dou um salto do banco, puxando a venda de novo.

— Vini? É você?

— Sou eu. Agora sim está tudo pronto. Vamos?

Segurando uma pequena mochila numa mão, Vinícius me aborda na porta do carona, com um sorriso de quem me pegou roubando.

— E o que eu falei sobre a venda, hein, namorada?

— Foi você que sumiu e apareceu do nada. Eu poderia ser assaltada! Foi em legítima defesa.

— E legítima curiosidade, que eu sei. Mas não se preocupa, amor, você vai entender tudo. Só... mais uns minutinhos. E... ok, acho que agora já pode tirar a venda. Daqui lá pra cima você não vai ver nada mesmo.

Desço do carro, animada de novo.

— Lá pra cima?

Ele me dá a mão e eu fico de novo observando tudo. E ele, claro. Se divertindo da situação. Lindo daquele jeito. Charmoso e cheiroso daquele jeito. Meu Deus, o perfume! Saí tão apressada de casa, que esqueci o embrulho em cima da mesinha do meu quarto. Paro no meio do caminho pra dar um pequeno tapa em minha testa e cobrir o rosto. Ó facepalm.

— Não acredito!

— O quê?

Abrindo uma pequena frestinha entre os dedos no meu rosto, digo:

— Eu esqueci o teu presente lá em casa.

Vini nem se abala, segura na minha mão de novo e continuamos a andar pelo espaço até, ao que parecia, o elevador.

— Voltaremos amanhã, não tem problema.

— Nem um pouco curioso, namorado?

— Eu sei que vou gostar.

Besta nada ele, mas presunçoso todo sim.

— Mesmo que fosse um par de meias?

— Mesmo que fosse um par de meias trocadas.

Ao chegarmos na área dos elevadores, sem identificação alguma, ele aperta apressado o botão e ficamos a esperar nossa vez. Abraço-o de lado, encantada pela aventura, divertida pela empreitada. Sei que ele também está nervoso, na expectativa, do que quer que seja que quer me mostrar, e quero viver esse momento de buraco no estômago junto com ele. Também quero distrai-lo um pouco.

Vez que estou com um pequeno salto, nem preciso me esticar para beijá-lo ao rosto, basta um movimento de aproximação. Ele parece relaxar por um momento enquanto o elevador não dá o ar de sua graça.

— Já disse que te amo?

— Já disse o quanto está linda essa noite?

Estou com um vestido preto “simples”, curvilíneo, que tem uma camada solta transparente de pequenos brilhos encrustados espalhados por ele, que dá o tchan todo. Já ele, mais despojado, de jeans e camisa de botões escura, com aquele charme todo da manga dobrada no antebraço. Basta nossos olhares se encontrarem de novo que parece que nossas respirações param ao mesmo tempo. Somos despertados por um carro chegando ali pelo estacionamento e o elevador abrindo.

Lá dentro, isolados do mundo, Vini ainda me rouba uns pequenos beijos. Será que é o que tô pensando? A gente nunca veio a um lugar pra... você sabe. Sempre acontecia em algum local conhecido. Mas ao mesmo tempo não parece. Oi, ansiedade, você pode parar um pouquinho? Oi, elevador, você pode abrir logo essas portas e me mostrar de vez a surpresa?

Foi só pensar, que elas de fato abriram. E um super vento balançou meus cabelos quando alcançamos o corredor. Ao ver um janelão por ali, Vini logo tapou meus olhos e saiu me orientando com graça. Tinha algo ali que eu não podia ver... Mas era impossível deixar de ouvir. O mar. O silvo alto do ar correndo e movimento de folhas de árvores. Estamos na praia? Estamos...?

Paramos em dado ponto e o Vinícius suspira, ansioso. Antes de me soltar os olhos, ele se aproxima de um ouvido meu e diz, baixinho, animado:

— Preparada?

— O que tu acha, namorado?

— Espera só mais um minutinho?

Ele ainda tem coragem de pedir isso?

— Eu te dou 15 segundos e só.

— Fechado. E de olhos fechados, hein.

É agora, penso. Ouço ele passar a chave, entrar em dado lugar e, sem estar contando os segundos, sinto que me puxa para entrar. Ao fechar a porta, uma música calminha começa e sou liberada dos olhos fechados por seu toque.

Trilha citada/indicada: Westlife – Unbreakable

 

Olho em volta maravilhada pela cena e não deixo de ficar boquiaberta, sem fala. Uma luz amena cobre todo o quarto, há pétalas de rosas vermelhas pela cama impecável, que me inebria de imediato, e o vento mexe nas cortinas da janela, que indica parte da avenida da praia. Como está de noite, posso ver alguns pontinhos de luz de barcos em alto mar e área praieira. Me movo devagar me situando e absorvendo a novidade. O Vini me segue logo atrás, contando seu plano.

— Eu consegui rearranjar uma reserva numa pousada, de frente pra praia. Dessa vez... deu certo.

— É lindo... Tá tudo lindo! E essa música... Westlife? Tá tocando Westlife?

Eu não ouvia essa música sabe-se lá há quanto tempo. Unbreakable. Me lembrava uma época juvenil e bonita da música pop. E agora, eu posso pressentir, marca uma memória tão mais gostosinha. Uma memória impressionante, maravilhosa e inacreditável.

Vini me abraça por trás e me guia para a janela, onde as cortinam tremelicam ora forte, ora suave, e ao alcançar o peitoral de lá, podemos ver toda a área litorânea brilhosa. No ponto alto que estamos, a visão é simplesmente extraordinária. Acolhida em seus braços, deixo me comprimir com seu riso baixo, fala mansa e... Acho que se pudesse ver seu rosto agora, diria que ele está encabulado. Mas, desarmada pelo clímax da música e o tom de sinceridade de Vini, resolvo nem brincar com isso.

This love is unbreakable.

It’s understandable.

Each time I look you in the eyes... I know why.

— Acho que sempre sonhei poder ouvir essa música com alguém que realmente amo. Queria saber o que era amor, na verdade. Paixão. Achava-a boba quando mais novo, porque parecia tão simples, e uma vez me disseram que ela – a música – só faria sentido quando eu me apaixonasse. E agora eu entendo, de verdade. O mundo faz sentido. Você me faz ter sentido.

Acho que posso dizer que estou... emocionada.

— E claro, achei que seria interessante mostrar um pouco das músicas que fizeram parte da minha história, pra facilitar sua investigação, amor.

Acho que posso dizer que estou gargalhante. Quer dizer que a Wanessa é como o Vini, entrega logo de cara? Bom, ele acaba de entregá-la. Não consigo esconder nem de mim um sorriso nada amarelo, mas muito bobo, por esse flagra. O passado musical obscuro do Vini. Ficamos ali um tempinho observando a avenida, apreciando o frescor e a música que tocava. Fico mais maravilhada por seguir uma outra música do Westlife, que já não recordo o nome, mas me traz boas lembranças também. Alguns versos. Era uma das famosinhas do grupo. Me embalo e a nós, aproveitando essa deixa, cantando um trechinho que lembro.

Trilha citada/indicada: Westlife – Swear It Again

(00:46)

—  Just you and I... Just yoooou and I…

Ouço o riso baixo de Vini, e ele se desvencilha de mim, para ficarmos de frente para o outro. Segurando-me as mãos, ele não me olha diretamente. Observo os traços de seu rosto, como se contrai, como mostra um semblante instável, um pouco sério de repente.

— Em um ano juntos, aconteceu muitas coisas. Muitas coisas mesmo e das mais decisivas nas nossas vidas.

— Você não precisa dizer nada, Vini.

Ainda sem me olhar diretamente, percebo-o não exatamente encabulado, mas embaraçado sim. Como se estivesse reunindo forças e coragem pra falar-me algo. Eu só queria abraçá-lo e... sei lá, não trazer machucados por agora. Ao fundo, a música baixa dava seu toque especial. Eu realmente só queria viver esse momento bonito sem lembrar das partes ruins.

— Mas eu quero.

Bem, não posso não ouvir depois dessa, ainda mais quando faz carinho em minhas mãos e me olha de rabo de olho, também receoso por esse momento. Assim sendo, assinto, dando-lhe confiança nem que seja com um olhar. Ele assente de volta, respirando fundo, e se distraindo novamente com minhas mãos. Ou o chão.

— Em tudo que passei... passamos... Mesmo nos meus piores momentos... Me sinto extremamente sortudo – ou melhor, feliz— por ter tido você ao meu lado. Mesmo quando estávamos brigados. Eu... me sentia maluco. E ainda mais maluco por você. E mesmo quando você não levava a sério o que eu dizia...

— Eu levava, Vini. Só não... enfim. Não vou falar nada.

Por minha interrupção, ele sorri e eu amasso um lábio no outro, pra mostrar que deixaria ele falar o que tinha pra falar.

— Eu... ensaiei isso tantas vezes.

 Para tranquilizá-lo, dou mais um passo a frente, olhando-o nos olhos, e inspiro. Sussurro, motivando-o.

— Não precisa ser perfeito. Só sincero.

Assentindo, ele respira fundo, e continua, aos poucos olhando de volta para mim.

— Eu só queria dizer “obrigado” por ter estado comigo em cada momento deste ano. Por não ter desistido de mim. Por confiar em mim. O que eu quero pra esse próximo ano nosso, que agora começou, é uma relação... Sincera. Companheira. Cúmplice. E quero te fazer feliz, Milena. Muito feliz.

Há, inevitavelmente, olhos nas minhas lágrimas. E um sorriso enorme que lhe entrega que são lágrimas de felicidade. Aos vê-las, Vinícius não se alarma, só enternece e me acarinha o rosto, passando o polegar pelo caminho molhado que as gotas abriam. Reunindo forças, respondo:

— Estou sendo feliz. Muito feliz. E o que você deseja, também é o que desejo. Acho que posso dizer que estamos na mesma página. E só falta uma coisa pra essa sincronia toda.

— O quê?

— Você me beijar.

Não foi preciso dizer mais nada, apenas sentir. Viver.


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Notas finais do capítulo

TAMBÉM NÃO TÔ SABENDO LIDAAAAAAAAAAAAAAR!

Trechos do próximo?

"Mas provoco de volta por que sim, presunçosa.
— Agora posso dizer “mas no primeiro ano, eu lembrei!”.
— A namorada gosta de provocar.
— Eu gosto mesmo. Gosto de estar aqui. Gosto de...
— De...?
Inspiro a maresia, relaxada."

e

"- [...] Mas falei umas coisas com ela...
— Que tipo de coisas?
Vinícius mexe na minha franja e olha nos meus olhos quando diz:
— Coisas como 'confia na Milena'."



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