Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 105
Capítulo 104


Notas iniciais do capítulo

IMAGINEM HÁ QUANTOS MESES EU QUERO MOSTRAR ESSE CAPÍTULO PRA VOCÊS

enjoy!



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Senti que o veículo diminuiu a velocidade e dobrou devagar para algum lugar. Sonolento e no escuro, não me mexi, ainda de coração pesado do que guardava ao peito. Dividido, eu não sabia bem o que pensar, mas mais do que nunca sentia que devia falar sobre. Tem que haver algum alívio, pois de desespero já estou cansado. 

O ônibus enfim para. A porta que separa o espaço das poltronas do espaço da entrada é aberta e logo o motorista aparece no corredor, avisa que aquela era uma pausa de 40 minutos para o jantar e era obrigatório todos descerem. No caso, eu, papai e mais as cinco pessoas espalhadas pelo veículo. Tivemos sorte de encontrar um ônibus extra e bem vago. O problema era que a modalidade dele era de executivo, ou seja, não podia baixar muito a poltrona e não tinha muito espaço para minhas pernas, que tive de deixar no meio do corredor. 

Puxo-as de volta antes que alguém tropece. Mexo em papai para acordar e me forço a sentar. Dolorido da má posição, coço os olhos quando o motorista liga de repente as luzes. Uma moça passa por mim com sua bolsa e logo mais uma senhora.

— Que houve?

— Pausa para jantar. Temos que descer.

— Ah.

Minutos depois estamos num restaurante beira de estrada. Dou uma passada rápida no banheiro e volto para o saguão, onde reencontro papai. Olho o sinal do celular conforme ele vê as opções de refeição e... é, está tão baixo que se eu conseguir uma ligação é por milagre. Por garantia, escrevo uma mensagem pra Milena e uma pra Aline e coloco a marcação de hora; pra qualquer hora que o sinal melhorar, a sms deve ir.

Me volto para papai ainda verificando o cardápio e, pra falar a verdade, não sinto fome alguma. Mas quase posso ouvir a Milena me dizendo para me alimentar, principalmente se mal comi neste dia. Não faz muito tempo que tivemos que nos despedir e já sinto uma saudade enorme da minha pequena. Nunca achei que chegaria até aqui sem ela. Quer dizer, nunca achei que um dia viria atrás da Denise e que precisaria fazer isso sozinho. Mas, em um último ato de proteção, deixei minha irmã para trás e cá estou a caminho do desconhecido.

— Filho, o que acha de um sanduíche com suco?

— Me parece bom. Pode pedir um pra mim.

Sento-me em uma das mesas disponíveis, vez que o restaurante começa a encher, pois vários ônibus de viagem param seu percurso neste ponto. Consulto o sinal do celular e agora está zerado, fora de área. Coço novamente os olhos e me alongo, ainda teríamos algumas horas de viagem e de má posição. Mal saí de casa e já quero voltar.

Vejo uns talheres ao canto da mesa e não posso deixar de lembrar de ontem, quando estava na casa de seu Júlio, tentando manter a sanidade. Vini notou que eu estava um pouco disperso – na verdade todo mundo, mas me deram espaço sem muitas perguntas – e sem querer tocar no assunto, acabamos conversando brevemente sobre como ele também assumiu para a Iara que queria ser seu irmão. Eu não podia ficar mais feliz e ainda assim lá estava eu, miserável, nervoso por antecipação. E aí, ele me disse algo que guardei comigo. Somos mais fortes ao reconhecer nossas fraquezas. Conselhos da Iara, ao que parece.

Se não soubesse, diria que era da Milena, ela sabe usar bem das palavras quando quer. Melhor, sabe nos pegar no colo e querer nos fazer chorar como bebês precisando de compreensão. Sempre achei que esse deveria ser meu papel, mas reconheço que ela sempre me desarma. É algo no seu jeito apenas, não sei afirmar o quê. Talvez seja por isso que minha necessidade de proteção aumentava, acho que me sentia em dívida. Eu não queria ser envolvido, mas sim aquele que deveria envolver.

Deveria. De dever mesmo. 

Nem pude bem curtir a novidade de Filipe e Vinícius terem se acertado. Foi um peso a menos saber que não haveria mais pelo que me preocupar no que dizia respeito a eles dois. Embora sentisse um frio na barriga de imaginar que daria problema quando o Vini soubesse da verdade, por muito tempo mantive a confiança de que ele daria a volta por cima... Ele também já não era o mesmo. Havia tanto que eu queria lhe dizer. Só deu tempo de pedir que mais uma vez cuidasse da Milena. Ele é o tipo de cara que dá pra confiar o seu bem mais precioso.

— Com sono?

Papai chega com a bandeja, sentando-se, mais desperto. Ele era outro que parecia desgastado. Ainda não consegui perguntar de vovô, até então temos mantido assunto com amenidades e praticidades. Sinto tanta vergonha de falar algo que trocar palavras além disso é de uma estrutura que não sei se tenho.

— É mais cansaço, não dormi bem noite passada. E esse ônibus tá me quebrando todinho.

— É, não tem boa posição ali. Conseguiu sinal?

Encaro o sanduíche pequeno e me pergunto como fazer pra mastigar aquilo tudo.

— Nenhum. E o seu?

— Também. Espero que esteja tudo bem. A sua mãe ficou danada porque mais um não poderia ir para o lançamento da sua avó. Minha mãe não gostou nadinha dessa história de viagem, mas sendo a situação e como está, compreendeu. Nem ela nem eu imaginávamos que teu tio estaria precisando de ajuda assim.

Só assinto e começo a comer. O sanduíche seria minha desculpa para me manter calado e, quem sabe, me distrair de uma conversa sobre a qual ainda não me sentia totalmente preparado.

~;~

Estava escuro de novo, o ônibus seguindo estrada e o silêncio reinava. Quer dizer, eu ouvia alguns ressonares e roncos baixos de quem já estava dormindo. Como estamos em poltronas perto do motorista, não sei se todos dormiam de fato. A pessoa mais próxima de nós era uma senhora que estava a umas três duplas de poltronas para o fundo e do lado contrário ao nosso. Pode-se dizer que tínhamos privacidade.

Depois daquela pausa para jantar, não consegui mais pregar o olho. Pelo jeito, papai também não. Eu podia vê-lo, mesmo virado contra mim, através do vidro da janela, que funcionava como um espelho. Por um tempo eu só fiquei o observando, sem ter muito na cabeça. Nem música eu não conseguia ouvir, o silêncio me bastava. Havia algo de sereno nessa ambientação que me tranquilizava um pouco e me fazia sonhar por uma boa noite de sono bem dormida.

Em um movimento de passar por um quebra-molas, algo bate no meu tênis. Mexo meus pés e me parece que uma garrafa de água passou por debaixo das poltronas e topou comigo ali. Me inclino para pegar e aproveito para olhar para trás, onde ninguém se mexia, nem reclamava a falta do produto. Ligo a pequena lâmpada que tem no minipainel acima de mim pelo menos pra ver se a garrafa estava lacrada. Estava. O que não importava, pois assim que liguei o foco de luz, meu pai se mexeu e pude ouvir um fungar seu. Entendi que ele sofria calado no seu canto. Isso me chamou atenção e... me encheu os olhos também.

Desligo a luz para lhe dar privacidade, mas já não consigo ficar calado.

— Pai?

— Oi?

— No que está pensando?

Ele notou que eu já tinha percebido seu estado, mas, como eu, acho que não queria dar o braço a torcer e se expor. Então ele apertou brevemente os olhos e se recompôs na cadeira, procurando outra posição para se manter sentado.

— Pai.

— Só... Me pergunto como isso passou por debaixo de nossos olhos, filho. Minha menina teve que ser tão forte. Nunca poderia imaginar o que ela passou.

Algo dentro de mim se comprimiu e engoli a seco, não querendo ser tomado por aqueles sentimentos ruins de novo. Mas ao voltar as vistas para o lado, para meu pai, e ver nessa pouca luz que ele tremia de quem chorava e soluçava ao silêncio... me vi tão impotente quanto. De repente era tudo me atacando, a culpa, a falha na missão, meus erros, minhas brigas... Eu também deixei tanta coisa passar, eu também capturei sinais errados. Eu não dei espaço para a Milena me contar o que verdadeiramente acontecia. Eu...

— Desculpe, pai, eu falhei... Eu falhei. Eu d-devia... Devia ter feito mais.

Foi a hora que ele se virou. Apesar do escuro, eu podia vê-lo de certa forma.

— Filho, não... Isso estava além de suas obrigações.

— O senhor diz isso pra fazer eu me sentir melhor. Mas tudo bem, tudo bem eu saber que falhei.

Depois de anos, me sinto melhor em apenas afirmar e aceitar este fato.

Somos mais fortes ao reconhecer nossas fraquezas

— Eu nunca te colocaria essa tamanha responsabilidade. Você é irmão, não pai.

A torneira já estava aberta, não haveria porque segurar o que dela jorrava. Era hora de papai saber algumas coisas mais, umas que guardei a tantas chaves por anos a fio sem perceber que elas eram os reais pesos em mim. Por séculos eu também me enganei e arrumei desculpas para esconder esse traço horroroso de mim mesmo. Era pior que qualquer fúria.

Era uma obsessão.

Respiro fundo e aperto o braço da poltrona, desconfortável. Volto a encostar a cabeça na poltrona e fecho os olhos, como se o breu geral fosse me ajudar em algo. Era hora de começar a confessar.

— Não, pai, eu extrapolei minha figura de irmão há muito tempo. Extrapolei de pai também. Eu... Há muito mais nessa história, sabe.

— Filho...

Ouvir seu consolo me quebra um pouquinho mais, porém, vez que comecei, sinto que preciso terminar esse caminho. Senão nunca sairei dele.

— Eu sei que não preciso contar, mas eu quero, ok? Não acho que vou ter coragem depois. Só... Só me escuta.

— Tudo bem.

Busco o ar novamente e é difícil puxá-lo para dentro. Esfrego um olho com a palma da mão mesmo que ele não possa ver propriamente e espero que não odeie seu filho por seus atos, embora sejam condenáveis.

— Eu nunca esqueci aquela noite. Aquela que a Milena foi sequestrada quando pequena. Eu... Nunca esqueci aquele aperto no coração, aquele desespero... Aquela culpa. Aquela a-acusação.

— Murilo, você tinha... o quê, 9, 10 anos?! Não poderia ser responsável por uma criança... porque você era uma também.

— Mas eu fiquei tão assustado que... Tudo mudou ali, pai. Ficou tudo aqui dentro.

Levo a mão ao peito como se alguém fosse ver e eu pudesse demonstrar. Como se eu pudesse alcançar, apertar esse sentimento em minhas mãos, mas nunca poder de fato removê-lo, só senti-lo presente.

— Cresci com esse medo tamanho de não poder ser seu protetor. E me tornei um monstro por isso.

Meu pai se mexeu em sua poltrona de modo a quase levantar de sua posição para me amparar e em minha situação meu entendimento é de que eu não merecia nada disso. E ainda assim eu queria sua compaixão. Seu perdão.

Ele se aproximou mais de mim e de leve passou a mão por meus cabelos. Em conflito, acabo por desviar de seu carinho. Ter a noção de que ele ainda não tinha a informação por completo era o que me dava um receio enorme. Teria raiva de mim? Ódio? Ficaria decepcionado?

Estaria em seu direito.

— Murilo, não se torture assim.

— Acredite, pai, isso não é 1% do que realmente foi meu transtorno. A cada ano, eu pensava que estava tendo mais controle, mas a verdade era que eu estava a perdendo. Pouco a pouco... E, caramba, eu pegava p-pesado. Ela também não deixava barato, não à toa a gente guerreou por anos. Eu não a compreendia de verdade. Mas na minha cabeça, era tudo diferente. Eu me via nessa... nessa necessidade de fazer todas as marcações. E era também uma tortura vê-la machucada.

Então, de repente, o tom dele muda.

— O que você está dizendo, Murilo?

— Eu tô dizendo que... Tô dizendo que isso virou uma obsessão. Que escondo de tudo e de todos por todo esse tempo. Não era cuidado, nem proteção, como eu afirmava ser. Era realmente uma necessidade de ter tudo sob controle para eu me manter controlado.

— Por que nunca me contou isso?

— Achei que não aprovaria, que me mandaria parar, que... não entendesse. Eu temia aquela acusação de novo.

Apenas meu avô sabia. Ele ficava sem maneiras quando o assunto ressurgia de vez em quando. Ele nunca soube propriamente o que me dizer e eu imaginava que ele não tinha a coragem suficiente de me dizer na cara quão errado eu estava. Às vezes ia na minha onda, e concordava com minhas atitudes, outras não... Não quando envolvia algo pesado. Porque uma coisa era armar todo um cerco, outra era quando eu partia pra cima. Quando eu ultrapassava certas linhas, nem a meu avô eu contava. A minha segurança, no entanto, era de que ele nunca falara isso pra ninguém... então eu confiava.

De certa forma, mas confiava.

— Ah, filho. Tudo o que dissemos naquela noite foi da boca pra fora, estávamos sob muito desespero. Mas não imaginávamos que isso poderia repercutir tão mal.

— Tive vergonha, pai. Tenho vergonha. Tenho...

Antes que eu possa continuar, meu pai me puxa e me abraça forte.

— Vergonha tenho eu de ter infligido esse sofrimento todo.

— Não, pai. Se tem algo que aprendi com a Milena após todo esse tempo, é não guardar sentimentos ruins. Eles machucam. E a gente se machucou muito... m-muito.

Choro contra ele e quanto mais coloco pra fora, mais ele parece querer me envolver. Me proteger. Me proteger de mim mesmo.

— Não nego que sempre me perguntei de onde vinha essa sua natureza protetora. Achei que...

— Fiz tanta besteira, pai. Eu quase a perdi pra sempre.

Quase vinte anos depois e ainda sinto essa marca pulsar dentro de mim. Ela me fisga, me arranha e me fez cometer loucuras. Fui tão longe da última vez que fiquei com medo de nunca voltar. De nunca voltar a ter o coração puro, limpo.

Para minha total surpresa, a Milena tem essa fé de que eu consiga. Às vezes parece mesmo possível, noutras... não sei dizer. Um monstro tão grande quanto eu fui não pode simplesmente desaparecer assim, pode?

Mas eu tentava. Vou contra mim mesmo nessa, nem que eu tenha que gastar todas minhas energias nisso. Se a Milena, minha maior vítima, acredita, por que eu não haveria de acreditar também?

— Você nunca haveria de perdê-la. Nunca, tá me ouvindo? Vocês são meus dois filhos, eu nunca deixaria. E não importa o que tenha feito, porque eu amo demais vocês dois. E é esse o tipo de amor que cura o outro. Sinto muito que aquilo repercutiu tão mal, mas quero que me ouça, filho. Amo você. Amo vocês mais que tudo.

— Ah, pai.                                                 

— Vamos consertar isso, Murilo, pode ter certeza.

~;~

Destruído, mas de alma leve. É assim que me sinto quando desabo na cama de um quartinho improvisado. Como a minha vinda na viagem foi repentina, mal deu tempo de meu tio me arrumar algo. Ao menos não vou ficar no sofá, mais quebrado do que estou não quero ficar.

Desde a hora que desci do ônibus vinha estralando meus ossos, agora não consigo nem me mexer. Me recompus só na hora de descer do veículo. Mal entrei no carro de meu tio, que foi nos buscar na rodoviária, quase dormi com o leve balançar na avenida. Ao entrar na casa, nem me atentei para o fato de que estava entrando em um lugar onde Denise já havia habitado, só quis saber da cama. Minha cama. Minha casa. Minha paz.

A tia Maria nos recebeu caridosa, o rosto marcado pelo problema que passava. Parecia que tinham lhe sugado a vida. Tratando-se de Denise, eu acredito. Papai ainda ficou na cozinha para conversar com ela, mas eu só quis ficar sozinho. Apesar de todo peso que sinto no meu corpo, meu coração está mais calmo. Expiro devagar o ar do pulmão assim que torno a pensar no que revelei para papai no escuro da estrada, no que ele me disse de volta. Foi um dos desabafos mais libertadores.

Ali meu pai me destituía de tudo – ou quase tudo – e só me abraçava forte, na medida que eu necessitava. Ainda conversamos brevemente sobre umas coisas mais, sobre o que fiz ou me senti tentado a fazer. Quando mencionei que temia mais o horror dele do que ir para a cadeia, eu não sabia que era possível sentir tão profundamente o amor sem limites de um pai por seu filho. Para falar a verdade, eu só guardei comigo nesses anos aquele momento, aquele recorte de decepção momentânea, que eu não queria ver nunca mais. Por esse miserável momento eu lutei covardemente, vejo. E bravamente agora corro atrás desse prejuízo.

Mais que aceitar que eu fui essa pessoa terrível, vejo também, agora, que devo me perdoar. A Milena já havia me falado sobre isso, mas até então a ficha parecia que não queria cair. Nosso pai me perdoou, assim, simplesmente. Enquanto eu jorrava e jorrava coisas, e me via cercado numa bolha de puro terror de mim mesmo, meu pai estava ali, negando tudo, tirando todo o peso. Ele me redimia.

Ele disse-me que o fato de eu ver, então, claramente, embora esmagado pela culpa, significava que eu não queria ser essa pessoa e por isso mesmo eu não mais seria. Mesmo relutando esse tempo todo, ali fez tão mais sentido. Ali a ficha caiu de vez. E me senti no lugar certo, na hora certa de estar.

A conversa aos poucos foi morrendo e, com o coração mais calmo, em algum momento de quietude, eu dormi. Não vi mais nada até chegarmos à rodoviária. Apaguei de má posição, mas foi uma cochilada que valeu muito a pena. Me sentia pleno. Tão pleno que poderia esquecer do mundo lá fora. E por esse tempo que dormi, acho que esqueci mesmo.

Sinto meu celular vibrar no bolso. Mal conseguindo abrir o olho, vejo no visor que é a Aline e... Eita porra, eu tinha que ligar pra minha irmã! Declino na ligação da Aline e disco o número da Milena. Ela devia estar vigiando o celular, pois atende de pronto.

— Mano?

— Oi. Chegamos faz uns 10 minutos. Tô meio derrubado. E você, onde tá?

— Na casa de Djane, sendo mimada e torturada pela própria.

— Imagino. Manda um beijo pra ela.

— Mando amanhã, ela não tá te amando muito pelo sumiço repentino.

Aperto os olhos diante da fraca luz da lâmpada do quarto e posso imaginar que Djane esteja chateada por não ter falado nada. Mas sei que ela não me tem por mal por isso.

— Acrescenta minhas sinceras desculpas.

— Vou deixar você dormir, tá cansado. Eu só queria ouvir tua voz mesmo. Me tranquilizar um pouquinho.

Ela parece tão cansada quanto eu.

— Também. Ainda não sei muito o que pensar sobre essa viagem. Mas te conto amanhã. Fico mais sossegado que você não está sozinha.

— Fico mais sossegada que você não tá sozinho.

Ouvir o som baixo de um pequeno riso seu me é um alento.

— Beijo, mana, dorme bem... Te amo.

— Te amo, Murilo.

Descanso os olhos por uns segundos após ouvir essa despedida da Milena. Suspiro e me mexo, mesmo sentindo o peso do corpo. Provavelmente vou estar pior quando acordar. Me sento na cama e mais uma vez reafirmo a mim mesmo que esse caminho é necessário. Disco o número da Aline. Não posso querer mais nada no momento que descansar após ouvir a voz das duas mulheres da minha vida.


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Notas finais do capítulo

SIM, UM CAPÍTULO INTEIRO DO MURILO!
Tive que dar um espacinho pra essa criatura ♥

Trechinho do próximo?

"São três palitinhos, significando a casa que Thiago se encontrava. Fazia 33 anos. Por um segundo tento imaginar a criatura chegando a essa idade, o que era... uns 4 anos dali a frente. Nunca fui de sonhar assim com o futuro, tão precisamente, mas ali, envolta do que meu Ryan estava colocando para fora nos versos de um remix de I Lived, eu desejava que estivesse apenas feliz. Realizada. Renovada. Numa jornada tão louca, mas recheada de amor."

Até!



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