Após a guerra - Crônicas da grécia no Brasil. escrita por Marcos Aguiar Henrique Marques


Capítulo 1
Marcos - Capítulo 1




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Marcos - Capítulo 1

A manhã no Acampamento estava realmente péssima para Marcos. Ele tivera que acordar antes do dia sequer clarear, pois como um dos principais líderes do acampamento ele precisava deixar tudo pronto para as Olimpíadas do acampamento.

As Olimpíadas eram como as que os mortais faziam. Com jogos para que os participantes acumulem pontos, mas ao invés de países, eram por chalés. E Marcos tinha que representar muito bem seu chalé, que até o momento estava sendo o chalé de Hermes.

Belo Horizonte estava calma fora da barreira de proteção do acampamento meio sangue. Mesmo estando dentro da barreira do acampamento, ele podia ver lá fora o parque ecológico e os corredores na fria manhã na Pampulha. Graças à localidade do Acampamento, que fica numa pequena ilha próxima a orla da lagoa da Pampulha, os semideuses poderiam ver tudo que estava acontecendo lá fora, sem serem descobertos pelos mortais.

Marcos caminhava tranquilamente próximo aos chalés, buscando não fazer barulho, pois não queria acordar nenhum campista estressadinho.

– È cara, já vi que perdeu o sono também. – Marcos olhou na direção da voz, e pôde ver, na porta do chalé de Apolo, seu amigo Davi repousando em um balanço de madeira. Ele segurava sua tradicional Gibson Les Paul, presente dado por seu pai.

Marcos viu outra guitarra repousada ao lado de Davi. Era sem dúvida uma Fender stratocaster, com o corpo preto e seu braço em escala maple.

Davi deu um sorriso convidando Marcos a se juntar a ele, e juntos fazerem um pequeno dueto de guitarrista. O amigo não recusou o convite e foi correndo para participar.

Juntos começaram a tocar a música Sweet child o mine, Davi fazendo a guitarra base enquanto o filho de Ares fazia a guitarra solo.

Após terminarem a música, Jason Grace, atual diretor do Acampamento no Brasil chamou os dois líderes de chalé para começarem a preparar tudo para os jogos. Jason é filho de Júpiter, por isso Marcos não gosta dele nem um pouco, mas mesmo assim o filho de Ares sabia que o senhor de cabelos loiros era bastante poderoso.

Jason havia reunido todos os líderes no refeitório. Ana Flávia e seu irmão gêmeo Eduardo estavam recostados nas colunas do local. Ambos os líderes de Hades escondendo-se nas sombras. Pedro Frost, líder de Hermes conversava seriamente com Guilherme, o líder de Afrodite.

Os outros líderes estavam esperando ansiosos pelas ordens de Jason. Luiz Fernando líder de Hefesto e meio-irmão de Marcos e os outros líderes de chalé.

O senhor com olhos azuis ficou no centro do refeitório, rodeado por olhares cheios de expectativas.

– Então, como todos já sabem, estamos com um problema. Um grave problema... – A ansiedade e expectativa de todos foram trocadas por surpresa e medo vindo de todos os lados. – Após a guerra contra Gaia, todos nós pensamos que as ameaças haviam acabado, mas estávamos errados. Acabei de receber uma visita de Hermes, o deus dos mensageiros veio nos avisar que Apolo teve uma visão. Na verdade, uma nova profecia foi recitada hoje por ele. – O diretor do Acampamento retirou do bolso de sua calça jeans um pequeno papel, com algumas escritas em grego antigo.

Todos olhavam apreensivos para o diretor, até que ele começou a ler o que estava escrito no misterioso papel.

“Para o reino maldito o herói deve caminhar

Apoiado pelo amor, pela amizade e pela vontade de salvar.

O sangue do herói deve ser sacrificado

Para que o grande terror possa ser aniquilado

Erguido pela sede de salvar

Até que o último suspiro permita-o descansar”.

Antes que Marcos ou qualquer um dos outros líderes pudessem dizer algo, os primeiros campistas iam aparecendo junto com os raios de sol. Marcos pôde ver Igor Alessandro, seu amigo filho de Hermes aproximando-se, abraçado com sua namorada. O garoto possui olhos verdes e feições brincalhonas, como um elfo que tomou uma injeção de botox e ficou com um sorriso permanente.

Com o cancelamento óbvio da reunião Marcos foi até os campistas de seu chalé, que estavam já na mesa do chalé pedindo seus lanches. Ao aproximar-se de todos seus irmãos, Duda foi a primeira a perceber a preocupação nos olhos de seu irmão e líder.

– O que aconteceu com você cara? Parece que os espíritos daqueles ciclopes apareceram para você hoje durante a noite.

Marcos mal se lembrava, mas há dois dias ele matara uma horda de ciclopes para salvar uma campista de Atena que chegava ao acampamento. Ela vinha acompanhada de seu sátiro Rafael, um grande amigo de Marcos.

Ele havia visto alguém adentrando a barreira de proteção do acampamento. Ao aproximar-se do visitante misterioso, viu que era Rafael, que estava bastante ferido.

Ele repetia sempre a mesma frase, enquanto caía na inconsciência.

– Preciso levá-la para o acampamento! È o destino!

Marcos escutou um grito da mesma direção de onde o sátiro viera. Ele correu até lá, mesmo sabendo que seria necessário sair da barreira de proteção do acampamento.

– Finalmente vamos ter uma refeição bela! Filha de Atena, você será nosso jantar mais inteligente!

Um enorme Ciclope estava de pé, em frente uma garota que estava deitada em frente uma árvore. Ela estava machucada e chorava bastante, tão fraca que não conseguia gritar por socorro. O monstro estendeu sua mão para pegá-la, enquanto os outros ciclopes gritam eufóricos.

Um projétil de aproximadamente dois metros cortou o ar noturno, alojando-se na cabeça do Ciclope que tentava agarrar a jovem moça. O cabo vermelho da lança enterrou-se na cabeça do monstro até a metade, derrubando-o e provocando um baque surdo na grama do local.

Marcos pulou por detrás das árvores aproximando-se da fogueira e do caldeirão que estavam preparados para cozinhar a garota. Ele aproximou-se dela e lançou-lhe um sorriso.

Enquanto os outros ciclopes vinham, ainda desacreditados por seu irmão morto, Marcos retirava a lança da cabeça do defunto. Antes que os monstros se aproximassem ele arremessou novamente sua lança, abatendo outro ciclope com uma perfurada em seu peito.

Apenas dois ciclopes estavam de pé, preparados para a batalha. Dois monstros de quatro metros, contra um jovem semideus de um metro e sessenta e sete.

– Filho de Ares, está será sua ultima batalha! – Disse um dos monstros enquanto ia em direção a Marcos, brandindo seu enorme porrete.

Marcos desembainhou sua espada e partiu para o ataque. Desviou-se do primeiro golpe e atingiu a perna do monstro, que caiu urrando de dor. Marcos com uma mistura de raiva e misericórdia perfurou o olho do monstro com sua espada. O monstro deu um grito surdo e faleceu.

Marcos havia se preparado para aniquilar seu último inimigo, mas ele havia sumido durante a batalha entre o filho de Ares e seus irmãos.

– Me solte! – Gritava à jovem enquanto tentava chutar em vão o monstro que a agarrara pelo tronco.

– Se é para morrer, que seja de barriga cheia! – O monstro soltou a jovem no ar, com sua boca aberta preparada para devorá-la, mas um vulto veloz agarrou a jovem no ar, levando-a para longe da morte.

Marcos olhou para quem salvara a jovem e viu Duda com um sorriso extasiado.

– Atacar! – Ordenou a jovem antes que dezenas de flechas cortassem o ar da noite e abatessem o monstro. O chalé de Apolo saiu por detrás das árvores e viu os montes de pó, que instantes antes foram inimigos do jovem filho de Ares.

Uma mão balança na frente dos olhos de Marcos e ele sai de seus pensamentos. Ele vê Duda e seus irmãos rindo, pois quase sempre o garoto entrava em viagens do passado.

– Vão se ferrar! – Disse o garoto enquanto ria. Ele sentou-se na cadeira central, lugar ocupado pelo líder de chalé, e comeu sua refeição.

Ele olhou para todos do acampamento. Igor e sua garota, seu irmão Luiz fazendo criações com metal para mostrar para seus irmãos e a garota que ele salvara dois dias antes, a filha de Atena, Alice.

Ele podia ver todos sorrindo, sem saber que em poucos dias, sua vida mudaria totalmente. Ele apenas esperava que pudesse sobreviver ao que o futuro escondia para ele, ou se caso não sobrevivesse, que pudesse apenas salvar aqueles que ele tanto ama.

Empolgado e excitado, Marcos retirou seu canivete/lança do bolso. As Olimpíadas desse ano realmente seriam as melhores.


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