O Recomeço do Sempre escrita por Bru Semitribrugente


Capítulo 3
Ser forte sendo fraco


Notas iniciais do capítulo

Ola! não acredito que vocês gostaram do capitulo anterior, eu achei que ficou tão ble! Mas já que gostaram eu que não reclamo.
Esse capitulo é POV Katniss.
vou fazer assim, um de cada.
espero que gostem



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P.O.V. Katniss

Eu acabei apagando no sofá, quando Greasy chegasse, ela me acordaria, mas então eu lembrei que ela não viria, que Peeta viria. Então tratei de acordar e tomar um banho, não tive paciência para fazer a trança então simplesmente deixei o cabelo molhado solto. Será que ele viria mesmo? E se ele não viesse? Eu ia para lá? Depois de tanto tempo trancada eu fiquei com medo de sair, tudo é grande demais. Assim como era quando eu saia do 13. Parecia que eu seria engolida pela imensidão. Se ele não viesse eu estaria sozinha. De novo. Mas será que seria tão ruim? Conforme o tempo foi passando eu fui ficando mais nervosa. Buttercup passeava na minha frente, de um lado para o outro, já que eu não saio, ele também não sai, ele deve estar entediado, mas não tem nada lá fora que eu queira ver, um distrito podre destruído, enterrado por cinzas das pessoas mortas, escombros....

Por que ele não chega? Ele deve ter ido embora, ele deve ter visto o mal que fez voltando e foi embora de volta. Eu se fosse ele não teria voltado, ou teria? Se fosse ao contrario, se Peeta estivesse sozinho em um distrito destruído, eu voltaria só por causa dele? Mesmo que as lembranças para mim fossem insuportáveis. Eu acho que eu seria louca assim como ele foi, e sim, eu voltaria. Quando batem na porta eu pulo da cadeira e abro a porta correndo, quando vejo que é ele eu me seguro para não pular em seus braços. Quando foi que eu fiquei tão carente de companhia? Quando eu fiquei tempo demais sem uma? Ele meio que percebe meu alarde.

— Eu disse que eu ia voltar! — ele entra e coloca uma sacola de pano cheia em cima da mesa. —

Eu vi que tava faltando muita coisa aqui, trouxe algumas, mas você devia ir comprar o resto. Sair dá uma volta. Tomar um ar, ver como tudo está.

—Não tem nada lá que eu queira ver.

— As coisas estão diferentes do que você viu pela ultima vez, a capital e alguns outros distritos tem ajudado e estão reconstruindo algumas coisas, as pessoas estão voltando, se você pelo menos saísse só na vila viria isso, esse foi o único lugar que sobreviveu, então as pessoas estão se amontoando nas casas, até agora tem algumas pessoas em algumas casas mas creio eu o numero vai aumentar, só faz um mês, as pessoas tem que se acostumar com a ideia de que a guerra acabou.

— Com as pessoas você quer dizer eu!

— Também! As coisas estão mudando, voltando a não ao normal, mas estão melhores do que antes, você devia ver.

— Eu devia fazer muita coisa que eu não faço.

— É , seu sei. Dr. Aurelius disse que se você não atender o telefone ele vai ter que vir aqui!

— Então ele vai ter uma cama ao em vez de uma cadeira para tirar o seu cochilo.

— Ele é um bom medico, devia ouvi-lo! — ele começa a mexer nas panelas e se vira de costas para mim, como ele sabe?

— Ele é seu medico também?

— Sim! — ele diz, e parece que não vai acrescentar mais nada. Ele quer que eu fale? É isso?ele está tentando me fazer falar? Pois eu não vou cair nessa, por mais que eu queira falar com Peeta, dizer tudo o que está passando em minha mente. —você devia falar com ele sobre isso tudo. Ele faz mais do que dormir. — ele diz, eu mordo a isca e começo uma conversa, minha voz começa a ficar com o tom de antes agora que está sendo usada.

— Ele tem te ajudado com as... Como você chama?

— As lembranças da capital? — ele se vira para ver minha reação eu afirmo. — Aurelius chama de visões, porque elas acontecem sem que eu queira, ao contrario das lembranças, que só vem se eu quiser. E sim, ele tem me ajudado com elas.

— E como anda?

— Melhor não falarmos agora sobre isso.

— Uma hora vai ter que me falar!

— Não vai ser agora! você devia secar o cabelo, está esfriando, você vai acabar pegando um resfriado.

— Isso é mito.

— Eu não sei não. Eu sempre ficava resfriado quando trabalhava de cabelo molhado.

— É, mas você raramente trabalhava devidamente vestido! — eu digo, só então que percebo o que eu acabei de dizer. Estou me referindo há alguns anos atrás, quando eu ia trocar os esquilos por pão, e acabava o vendo carregar os sacos de farinha, raramente ele estava de camisa. Não que eu ficasse olhando, mas de vez em quando, não tinha como evitar.

— O que? — ele percebe o que eu disse e se vira.

— Nada! — eu enterro meu rosto nos meus joelhos. — ele pensa por um momento, conheço essa expressão ele está decidindo alguma coisa.

— As noites no trem! — lá vem bomba! — algumas são bem claras, outras, nem tanto. Mas eu me lembro vagamente de a gente conversando sobre sermos amigos. Verdadeiro ou falso?

— Verdadeiro.

— Continua sendo?

— Verdadeiro!

— Eu acho que conversar pode fazer bem, para nós dois.

— Verdadeiro! — ele sorri. — Podemos começar falando sobre as visões.

— Não acho que seja um bom assunto para começarmos! Mas se você quer me ajudar com isso que tal uma rodada de verdadeiro ou falso? — eu afirmo com a cabeça. Por que será que ele não quer me contar? Eu não vou desistir.

— Do que você se lembra exatamente? Lá no trem? — eu sinto vergonha de falar sobre isso, porque eu me lembro de muitas noites no trem.

— Pesadelos, pesadelos horríveis, noites sem dormir, ai a gente dormiu junto, e eles diminuíram, algumas vezes acabaram, ai vieram os jogos, e eu me lembro de a gente treinando, e de varias outras coisas que aconteceram também! — ele cora. — verdadeiro ou falso?

— Verdadeiro! — eu sorrio!

— Eu achei que você nunca mais fosse sorrir! — eu olho para ele e ele está olhando para mim, então ele sacode a cabeça, como se prestasse atenção no que acabou de dizer e se vira para o fogão, depois não tem mais conversa, ele termina a comida e se senta para comer comigo.

— Por que você voltou? — eu disparo do nada. Ele para de comer e me encara, eu o encaro de volta.

— Eu moro aqui!

— você não tem mais ninguém aqui, sua família não está mais aqui, seus amigos estavam lá, porque você não ficou lá com eles?

— É complicado!

— Eu sei que posso entender!

— Lembranças, ficar na capital me faz lembrar das torturas, ficar no 13 me faz lembrar do resultado delas, não tenho nada para fazer nos outros distritos. E você está aqui! Você estava sozinha aqui! Achei que pudéssemos ficar sozinhos juntos.

— Isso não faz sentido, se você estava se livrando das lembranças devia ficar longe de mim, se livrar de mim também foi minha culpa elas terem acontecido.

— E para onde eu iria? Para o 2 com Gale? Para o 4 com Annie, duvido que pudesse cuidar dela nesse estado, ela acabou de perder o marido, e descobriu que esta grávida. — Como eu fui idiota! Tola, mesquinha e egoísta, fazendo tudo rodar a minha volta, Annie, pobre Annie. Sozinha no 4. Carregando uma criança que não, vai conhecer o pai, e Annie sendo do jeito que ela é, uma pessoa que só se mantêm por causa de Finnick, ele morreu por minha culpa, eu matei todo mundo. Não consigo conter as lagrimas e elas caem, eu tento esconder mas ele percebe. — Katniss? — eu me levanto e corro escada acima, ouço ele me seguir, entro no banheiro e me sento com a cabeça apoiada na porta. — Eu disse alguma coisa?

— Você devia ficar longe de mim. Eu mato todo mundo que está a minha volta.

— Isso não é verdade!

— Se eu fizer uma lista, ela não vai ter fim.

— Então faça.

— O que?

— Aurelius disse para mim uma vez que ficar perto do que nos faz fraco pode nos fazer mais forte um dia. Esse também é um motivo por eu ter voltado, ficar perto de você me faz fraca, mas eu não quero ser, vai ser bom, nós vamos ajudar um ao outro, eu fico perto de você e fico forte sendo fraco, e ajudo você a ficar forte sendo fraca. Vai faz a lista, eu estou aqui, eu estou ouvindo.

— Eu não posso...

— você nem precisa sair daí. — ouço um barulho na porta, que significa que ele também se sentou e estar apoiado nela. — você quer ficar assim para sempre? Você vai deixar eles ganharem depois de estarem mortos? Imagino o quão feliz Snow não ficaria em te ver assim?

— Glimmer, — eu começo. — Marvel, Cato!

— Isso, continue. —lagrimas rolam de meus olhos.

— Twill Bonnie! — eu não as matei exatamente, mas se eu as tivesse ajudado elas estariam vivas. Peeta não as conhece então não fala nada. Só então percebo que eu nunca disse nada a ele sobre elas. — Cinna!

— Não foi sua culpa! — Peeta ser apressa antes que eu prossiga.

—Se ele não fosse MEU estilista estaria vivo, eu me sinto culpada pela morte dele.

— Mas não devia foram os passifi...

— Mags! — eu o interrompo.

— Ela também não foi sua culpa...

— Gloss. — eu o interrompo de novo. E ele percebe que não importa o que ele fale, eu não vou parar de me achar culpada. — Pollux, Cressida, Mesalla, Boogs, Leeg1 e 2, Finnick. — então meus soluços são tão altos e tão guturais que interrompem a lista e eu apenas choro. Quando penso que ele foi embora, ele está ali.

— Está tudo bem! Via ficar tudo bem! Aurelius diz que chorar é bom. Você devia falar com ele. Ele ajuda de verdade.

Mas na verdade o que me ajuda é ele. Ele tinha razão, falar em voz alta me deixou... Não me deixou melhor, não é instantâneo, mas eu espero que um dia ajude.

Os dias que se passam Peeta está lá está sempre lá. Ele vem de manha, de vez em quando fica, e nós conversamos, de vez em quando sai e então Greasy assume seu lugar. Nós somos o mais perto de amigos que já chegamos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Eu não ia postar hj, mas estou tendo comentarios fofos então resolvi postar!
comentem
adoro vcs, O proximo é POV Peeta, e vai explicar algumas coisitas