O Recomeço do Sempre escrita por Bru Semitribrugente


Capítulo 16
Brincando com tinta!


Notas iniciais do capítulo

AMANDA VOCÊ QUER ME MATAR? se você queria me ver chorar conseguiu! obrigado pela recomendação, de verdade eu chorei lendo!
e quero agradescer muito a todos os meus leitores lindos, porque o capitulo anterior foi o que eu mais recebi comentario, e eu adoro quando vocês comentam, a ponto de o meu gmail marcar como spam! Continuem assim. esse capitulo vai em especial para amandinha pela recomendação. espero que gostem.
pov Peeta para vocês



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P.O.V. Peeta.

A primeira coisa que eu pensei quando eu acordei foi: Eu não tive pesadelos! Depois olhei para o teto, não era o teto com as estrelas que eu havia pintado a muito tempo atrás, era um teto liso e branco, me levanto e percebo onde estou, eu estou no quarto da Katniss, eu tento me lembrar do que aconteceu, eu a trouxe para cá depois que a encontrei na floresta, nós sentamos, e estávamos conversando, mas não consigo me lembrar qual foi a ultima coisa que falamos. Acho que é porque nós não falamos uma ultima coisa, eu devo ter pegado no sono enquanto ela estava falando. Viro-me e vejo o corpo enrolado na toalha, os cabelos agora já secos bagunçado, ela está encolhida ainda com as roupas úmidas, dormindo profundamente.

Ai meu Deus eu acabei de dormir com Katniss Everdeen! Quer dizer eu dormi no sentido literal da palavra. Olho no relógio do criado mudo, são 14:36, levanto com todo o cuidado da cama, mas a minha prótese parece que não queria fazer silencio, ela bate com força no chão, o rosto dela se vira, por entre os cabelos que caíram em seu rosto ela me vê, olha para a cama e chega a mesma conclusão que eu, então Ela tira os cabelos do rosto e se senta na cama virada de costas para mim sem dizer nada, ela deve estar tão constrangida quando eu.

— Eu acho que essa rotina nova ta acabando comigo!— eu digo e me levanto.

— você teve pesadelos? — é a primeira coisa que ela fala, mas continua sem olhar para mim.

— Nenhum! E você?

— Nada! Acho que sua metodologia está funcionando!

— Pois é! — mas não acho que seja por causa da metodologia que não me fez ter pesadelos, ontem eu fiz a mesma coisa e tive pesadelos antes de acordar. Mas dessa vez não, e eu estava tendo uma ideia do que tinha de diferente. — Vamos comer, ainda dá tempo de almoçar.

— Eu vou tomar um banho primeiro. Estou com cheiro de cachorro molhado!

— Tudo bem, eu vou arrumar alguma coisa para a gente comer.

Ela entra no banheiro, eu queria ficar ali e esperar ela sair para ver qual seria a reação dela, ela já tinha me visto de toalha, mas seria engraçado se eu a visse. Mas eu estava com fome, então desci e arrumei alguma coisa para comermos. Quando ela desce está desembaraçando os cabelos com os dedos.

— Acho que ainda tem alguma coisa de ontem na geladeira.

— Já me virei! — Nós nos sentamos para comer— te ajudou fazer aquilo na floresta? — talvez ela já tivesse me respondido isso mais cedo, mas se respondeu eu não me lembro.

— Ajudou sim, foi como dar um fim em tudo aquilo, e abrir espaço para o resto, mas é claro que eu não vou esquecer nada daquilo foi só figurativo. Mas ajudou bastante. O telefone toca e ela se levanta para atender. — Alo? A oi Doutor! — eu olho para ela. — O Peeta? — eu balanço a cabeça para ela dizer que eu não estou — ele ta bem, o que você quer? Pode falar que eu falo para ele quando o vir. Tudo bem ele está aqui, mas ele não vai falar nada se tiver a ver com ir para ai! Tudo bem! — ela coloca no vivo a voz.

— Vocês estão me devendo um favor enorme. — ele diz.

— Por quê? — eu pergunto.

— Semana que vem vão reabrir as linhas de trem para a circulação. — até ágora só tinha um trem funcionando para levar materiais e mantimentos. — e eles vão fazer uma cerimoniazinha, e queriam que vocês fizessem as honras aqui na capital!

— Sem chance! — ela diz.

— Então, eu falei com Paylor de que vocês estavam bem melhor, mas que uma viagem como essa não seria bom para a terapia, e ela deixou passar! Então vocês me devem uma. E acreditem, eu vou cobrar! — então ele desliga.

— você acha que ele vai usar isso para te fazer ir lá? — ela me pergunta colocando o telefone no lugar.

— Nem uma divida vai me fazer voltar para aquele hospital. Ele pode pedir qualquer outra coisa, menos que eu volte para lá.

— Um dia a gente vai ter que voltar! Mesmo sem toda a obrigação da antiga capital, a gente ainda vai ter que voltar.

— Não vai ser agora!

Nós terminamos de comer, e eu peço para dar uma olhada no livro, ele estava desmontando todo.

— Os desenhos não sumiram então acho que não vai precisar refazê-los. — ela me diz.

— tem algumas coisas que dá para só reforçar com carvão, mas não tem problema eu faço de novo se precisar. Acho que podemos pedir para o doutor nos mandar algumas coisinhas.

— Agora com a padaria você tem mais o que fazer do que ficar desenhando no meu livrinho.

— Não é um livrinho qualquer, e nós temos todo o tempo do mundo, a padaria não vai ficar pronta agora, até tudo o que eu preciso chegar, e as pessoas se estabilizarem, ainda tem muito tempo.

Nós ajudamos Greasy na obra dela, depois voltamos para a casa dela, jantamos e eu vou para a minha casa. Os pedreiros se despediram de mim hoje de manha, disseram que o trabalho deles tinha acabado e que qualquer dia iam voltar para tomar café de graça. A alguns dias atrás eles tinham me avisado que o resto do trabalho seria comigo, então eu pedi para que eles encomendassem as tintas que eu iria precisar, porque eu não sei nada sobre isso. Os galões de tinta estão no meio da minha sala, com os pinceis e os rolos. Eu estava me lembrando de como dormi bem a tarde, e de como não tive flashbacks hoje, somente a súbita vontade de matá-la, mas essa eu posso suportar. O que me intrigava, era o fato de ela também não ter tido pesadelos, então eu me lembro das noites no trem, em que nós dormíamos juntos e não tínhamos pesadelos, e hoje, nós dormimos juntos, ou pelo menos na mesma cama, e não tivemos pesadelos, não sei se foi por causa do cansaço ou de outra coisa, mas não tivemos.

Eu sei que é perigoso e que meu gênio assassino se sente melhor a noite, mas eu tinha que tentar. Ficar perto do que me fazia ser fraco para aprender a ser forte. Foi uma das terapias que o doutor me sugeriu, mas eu a descartei por causa do perigo para ela, mas eu tenho me sentido tão bem ao lado dela. Quando a noite chega, eu me arrumo com algumas roupas velhas, arrumo uma bolsa com tudo o que vamos precisar,pego dois galões de tinta e os arrasto até a casa dela.

Quando eu bato na porta ela me olha, acho que ela não me esperava aqui, mas eu sei o que ela está vendo, ela está olhando diretamente para meus olhos, ela está vendo se eu sou eu, ou se vim aqui para matá-la.

— Ainda sou eu! — eu digo. — Anda coloca alguma coisa velha e esfarrapada! Temos muito trabalho a fazer.

— O que?

— você se ofereceu para me ajudar! Essa é a hora! Temos paredes para pintar!

— Agora?

— É! — Eu entro na casa. — você tem lanternas ou velas? Para caso a rede elétrica ainda não esteja funcionando. Eu estou levando uma lâmpada para testar, mas eu não sei se já esta funcionando.

— Tem duas lanternas na segunda gaveta a cozinha, e acho que tem algumas velas também. — eu abro à gaveta pego as coisas e coloco na bolsa. Ela sobe e eu coloco a água no fogo para fazer café, vamos precisar ficar acordado.

Quando ela desce ela está com uma roupa que eu acharia normal se visse, mas se ela acha velha e surrada então tudo bem. Coloco o café em uma das canecas e lhe entrego.

— Toma você vai precisar ficar acordada! — a fiação do distrito já foi refeita, tem alguns postes a cada metro para iluminar depois das 19 horas. Nós andamos devagar até a padaria, anda tem algumas pessoas acordadas, não está tarde, não passa das 22 horas, ainda tem crianças implorando para continuar a brincar na frente da vila, e pessoas conversando.

— Isso não está pesado? — ela aponta para os dois galões de tinta que estou carregando, eu lhe entreguei a bolsa com as coisas. Estava pesando, mas eu já estava acostumado a carregar peso.

— Já carreguei coisas mais pesadas! — e estava me mantendo ocupado, o que é uma boa ideia estando perto dela, e de noite. Quando chegamos a padaria, eu coloco a lâmpada na entrada e peço para ela acender o interruptor, a lâmpada acende. — A que bom, eu não precisava ter trazido tanta vela, era só trazer mais lâmpadas, eles podiam ter me avisado que a fiação estava funcionando.

— Eu vou espalhar as velas por ai! — ela pega as velas e as coloca em alguns lugares — Onde vamos começar?

— Eu pinto essa de fora e você a mesma só que do lado de dentro.

— Okay! Posso abrir as tintas?

— Pode, mas cuidado para não derramar.

— Eu não sou uma destrambelhada ta! —ela abre os galões. — Laranja e verde? — eu sorrio e dou de ombros, e ela faz o mesmo. — Como você quer que eu pinte?— pego um pincel molho na tinta verde e passo um rico reto no meio da parede de uma ponta a outra.

— Para cima da linha laranja, para baixo da linha verde. E deixa um espaço de pelo menos dois dedos entre a laranja e a verde para eu poder fazer o acabamento. — eu entrego o pincel a ela. — Pode começar, qualquer coisa é só chamar!

— É só uma parede!

— Vai que ela te engole! — eu vou para fora e faço a mesma linha que fiz lá, só com o olho eu consigo saber que está reto e no lugar certo, privilégios de um artista. Começo a pintar primeiro a parte verde.

— Peeta você vai fazer alguma coisa em especial, algum desenho ou logotipo?

— Eu estava pensando em fazer alguns desenhos nas paredes ai dentro, mas eu tenho que esperar os trens começarem a circular, e as coisas na capital voltarem ao normal para fazer as encomendas maiores.

— Como você vai fazer quando já tiver tudo pronto, quer dizer você vai fazer os Paes sozinhos e todo o resto? — eu sorrio.

— Está se oferecendo para ajudar?

— Sem chance— eu sinto o sorriso em sua voz. — Sou péssima na cozinha, acho que você viu isso ontem!

— Eu não sei, acho que tem gente que vai querer trabalhar eu vou começar sozinho, mas vou avisar pelo distrito que as vagas estão abertas. De qualquer modo, isso não vai acontecer agora. Tenho que esperar, pelo menos a maior parte das pessoas voltarem, a se estabilizarem.

Nós pintamos por mais alguns minutos, então eu me levanto para pegar outra xícara de café e pego uma para Katniss, mas quando vou levar quase a derrubo.

— Meu Deus Katniss, o que você está fazendo? — eu coloco as xícaras no chão.

— Pintando a parede.

É isso eu estava vendo, ela estava toda pintada, para todos os lados, borrada para fora da linha que eu fiz, parecia que eu tinha entregado o pincel na mão de Mariliza.

— Isso ta parecendo um desenho de criança da pré escola! Você tem que pintar em uma direção só, se não quando secar vai ficar aparecendo os borrões como se fossem sombras! E nunca te ensinaram a pintar dentro da linha? — pego o pincel da mão dela, e faço uma nova linha um pouco mais para cima! — você tem que segurar o pincel com firmeza, próximo das cerdas, assim você tem mais habilidade, e pinta em uma direção só! — eu passo o pincel na horizontal, cobrindo as falhas que ela deixou. — toma experimenta. — eu devolvo o pincel, e ela o pega do jeito que eu lhe falei, ela passa na parede abaixo de onde eu estava pintando. — isso! Não, não, não, não mude o sentido, continue só na horizontal!

— Estou me sentindo uma criança!

— Está pintando como uma também! — ela me olha feio! — é a verdade. Cuidado com a linha vira o pince na diagonal! — eu pego na mão dela involuntariamente e viro de lado para ensinar como faz, sinta a corrente passando, e minha mente dividida enlouquecendo, entro o amor e o ódio. Ela me olha, no inicio não devolvo o olhar mas sinto que os olhos cinzentos estão em mim, depois não resisto e a olho, profundo, estamos tão perto! Não! Não faça isso! Você não sabe como ela vai reagir, e nem como a outra parte vai reagir. Ainda é cedo demais para isso.

— Acho que eu consigo sozinha agora! — eu solto sua mão, ignorando os milhões de imagens e pensamentos bons e ruins que minha mente está criando. — você está bem? — meus olhos, os fecho e os abro várias vezes então afirmo com a cabeça, pego o café e lhe entrego, aqui dentro não tem tanta luz quanto lá fora, estamos iluminados só pela luz das velas que estão espalhadas, e pelas duas lanternas que estão viradas para iluminar a parede. Por um segundo eu olho para uma parte que não está iluminada, e sinto e vejo algumas visões. — Tem certeza de que você está bem? — eu pego uma das lanternas e coloco para mais perto, luz eu preciso de luz!

— E estou legal! Bebe, ainda tem muita parede!

— Você não quer que a gente termine isso hoje não é?

— Não necessariamente, ficaríamos sem nada para fazer nas próximas noites. Vamos terminar essas primeiro!

Nós passamos o resto da noite dando acabamento e segunda mão das duas paredes, quando terminamos está próximo do sol nascer, estamos sentados do lado de dentro em cima dos galões de tinta, admirando o trabalho daquela noite!

— Até que para quem não é uma pintora não ficou tão ruim!

— A eu vou considerar isso como um elogio e vou agradecer! Obrigado!

— De nada! — ela me bate e a ponta do pincel sujo bate em mim me sujando. — a é assim?

— Desculpa foi um acidente! — eu passo o meu pincel no braço dela também.

— Foi um acidente também! — digo, ela olha para a mancha em seu braço e passa o pincel na minha cara. Eu me levanto e ela também jogo o pincel nela e ele acerta em seu pescoço, ela tenta me sujar de volta e desvio me abaixando e pegando meu pincel de volta, para que ela não me ataque de volta eu seguro seus pulsos.

Isso é uma coisa que adolescentes normais fariam, mas só tem um problema, nós não somos adolescentes normais! E é nessa hora que eu provo isso, imagens de Katniss matando pessoas com o mesmo sorrisinho feliz que ela está agora invadem minha mente, e eu sinto que estou apertando seu braço com força demais então os solto antes que eu fizesse algo pior, corro para longe dela, me escondo atrás de uma meia parede onde será o balcão, eu respiro fundo, “isso não é real, isso não é real” depois de alguns minutos ela se debruça na parede.

— você está bem?— eu me recupero, não foi difícil achar pensamentos felizes, eu estava tendo um momento muito feliz antes de isso acontecer, levanto-me devagar e a encaro.

— Agora eu estou! — eu sorrio para ela, ela varias marcas de tinta, até nos cabelos, ela sorri de volta e passa o pincel no meu rosto outra vez!

— Anda vamos embora logo antes que eu desmaie de cansaço.

Esse foi o primeiro de muitos dias em que eu vi Katniss voltando a ter um pouco de alegria na vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, a sugestão das cores da padaria foi de uma das minhas leitoras, mas eu procurei o comentario que ela fala isso pra mim e não achei então se você estiver lendo esse capitulo comenta que foi você que no proximo eu ponho seu nome!
comentem e até o proximo!