Era assim que deveria ter terminado, era a única forma de ter terminado. Mario sentiu pequenas fagulhas acendendo de uma forma que não deveriam acender num lugar distante que estava ligado a si próprio.

Quando apertou o botão nada aconteceu. Não estava funcionando. Será que estava sem combustível, essa que tinha surgido no bolso da sua nova calça de aventureiro? Será que o velho tinha colocado apenas para dizer “Hahaha, não confie tanto assim em mim, eu também sei brincar de vez em quando”. Apertou mais uma vez e olhou para o velho, que se comportava como se Mario não estivesse ali.

O Mario Ancestral olhava para as paredes e nela nasciam flores. Era o seu hobby favorito para qualquer dia. As flores começaram a nascer mortas e Mario se perguntou se isso era intencional.

Mario presenciou o sssssssssssssssshhhhhhhhhhhhhhhhhhh sssssssssssssssshhhhhhhhhhhhhhhhhhh sssssssssssssssshhhhhhhhhhhhhhhhhhh sssssssssssssssshhhhhhhhhhhhhhhhhhh.

Voltou a ouvir e enxergar com clareza. O que aconteceu? Isso foi estranho, pensou. Estava cego demais para conseguir pensar se aquilo era real ou não. Acontecia ás vezes quando viajava no tempo mais de uma vez em menos de quatro horas no seu corpo. Ficava sonolento, mas não estava sonolento agora. Estava estranho, mas essa estranheza era apenas o detalhe desimportante. O que precisava agora era perguntar para o Meu Amo quando ele iria rir, quando faria a piadinha e o diria que bastava olhar no bolso de trás que lá estaria a certa.

Checou o bolso de trás com as suas mãos e percebeu que lá tinha sim uma máquina do tempo portátil. Essa parecia diferente, talvez funcionasse. Era isso! O sábio só queria que Mario descobrisse por si mesmo, deu uma risadinha e olhou para o sábio que continuava a olhar para os pilares mais próximos. Não nasciam mais flores, nada mais nascia. Conseguia ver uma trilha de musgo que lentamente morria até não haver mais musgo algum, apenas mármore.

Clicou e não aconteceu nada. Olhou para trás e foi morto por uma espécie estranha de humanóide sombrio com fluídos que corriam para fora de seus olhos vazios e vazios. Aproximou-se de Mario lentamente com seus passos bambos e com seu corpo sacudindo-se a cada passo. Mario percebeu que estava para morrer, e assim foi quando teve seu corpo atravessado pelas pernas aracnídeas que habitavam as costas da criatura.

Não era assim que era pra acontecer.

As Inteligências observaram e perceberam o quanto tinham falhado. A convergência Mario, a verdadeira Convergência Mario, que estava distante ao meio do multiverso, ainda era pequena e tinha apenas o Professor e outros Marios que se reuniam numa simulação deprimida cinza. Eles aumentaram a velocidade para ver quais seriam os futuros daquela Convergência, e descobriram que não seriam páreos para derrotar a ameaça que se intrometera no Paraíso de Cracker e de Mario.

Mario acordou com a sua cama molhada. Olhou para os lados com medo de presenciar novamente a criatura bizarra que lhe provocava desespero e não estava lá. Tudo fora um sonho? Desde quando tudo fora um sonho? Levantou da sua cama para pegar do armário uma outra cueca. Não poderia preparar seu café da manhã com sua cueca molhada de urina, era simplesmente indecente.

— Apenas outro dia, meu caro.

E quando olhou na janela viu um dragão cuspindo destruição em seu quadrado.

Mario, com uma falha irreversível em seu Paraíso, vivenciaria em sua faísca eternamente a morte dos outros Marios. A Convergência Mario não era forte o suficiente para salvá-lo, como velho afirmou tê-lo salvo em seu Paraíso antes do Erro. A Convergência Mario nunca conseguiu ser forte o suficiente para preservar todos os Marios, esse nunca foi o seu objetivo, e, mesmo sendo, nenhuma conseguiu suceder. Se nada os Deuses conseguiam fazer sobre o fim do universo, se nem ao mesmo conseguiam entender o processo, o que poderia Marios frustrados unidos? Como conseguiriam compreendê-lo?