Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 64
Tem um motivo pra isso, não?




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– Você sabe, não sabe, Ramon?

– O que você está falando, Mestre do Universo?

– Que eles também vão vir atrás de você porque você é uma essência da vida.

– Eles vão ter que se virar comigo.

Essa era uma memória qualquer de Don Ramon que ele nem sequer sabia se era verdade ou não, na verdade ele nem sabia se havia algum motivo para pensar nisso nesse exato momento. No momento, havia acabado de matar Cracker sem piedade porque sentira um grande instinto Vril saindo de dentro do garoto.

Como você ousou fazer isso, Mestre... Digo, Ramon? Ele era apenas um garoto, por que fez isso?

Ramon não queria saber sobre as palavras de Molly, ele sentia-se completamente certo de si mesmo e não tinha remorso algum em matar Cracker. Ele tinha um poder Vril ali dentro e não queria brincar com fogo. Molly nunca entenderia isso porque sempre foi o que mais olhava para os corações das pessoas. Digamos que Molly sempre foi o que tinha o coração mais fraco.

Você acha que isso foi realmente necessário, Mestre? Já Xupa perguntava mentalmente para Ramon, mas esse não respondeu, simplesmente seguiu para frente e examinou o corpo morto de Cracker.

Quem seria esse garoto? Por que ele veio para cá? Ele foi enviado para nos destruir? Seja lá quem queira nos matar, ou matar esse mundo, está muito desinformado... Trouxe um garoto qualquer com um espírito Vril dentro de seu corpo e que nem sabe controlá-lo. Nosso inimigo é tão idiota assim? Pensando assim, parece mais que isso não tem nada a ver com o nosso inimigo. Falando assim, parece que isso foi apenas um evento aleatório. Um evento simplesmente aleatório e que Ramon estava se preocupando demais. Então por que Ramon sentia tanta conveniência nesse acontecimento? Não pareceu nada inconveniente, desde o momento em que a Anciã havia detectado essa aura poderosa.

Isso foi estranho demais, sussurrou Ramon para si mesmo.

– Será que isso foi planejado? – Perguntou Xupa, já que era o único em estado mental capaz para dizer alguma coisa. Molly estava intrigado demais com Ramon e Ramon estava intrigado demais com tudo.

– Não. – Ramon respondeu rápido e com certeza, com mais certeza do que realmente tinha. Mas é que era quase total certeza de que isso não foi planejado. Se não foi planejado, não deveria se preocupar com isso, não é? Mas se preocupava. Era como se uma trilha sonora de fundo bem preocupante tocasse ao fundo, uma trilha sonora que indicasse que o pior ainda estava por vir.

– Molly, você perdeu seu braço.

Molly assentiu com a cabeça. Não precisava concordar com isso, porque estava bem na cara.

– Espero que não tenha ficado chateado comigo por ter finalizado o assassino, você vê agora os danos que ele fez a você.

– Ele era só um garoto... – Assim como era Krom Hellrock.

– Garotos são ambiciosos, assim como esse tal de...

– Cracker – concluiu Molly.

Xupa percebeu a tensão por causa da morte do rapaz e decidiu ignorar isso tudo e perguntar o que fariam a seguir. Ramon não tinha um plano muito bom, mas ele tinha um plano, ele investigaria cada aura poderosa que encontrasse por aí para chegar até o seu verdadeiro inimigo.

– Nós não podemos mais usar Shan Grila, vocês sabem disso – disse Don Ramon.

– Sim, então vamos ter que ficar por aqui?

– Não. Eu vou até lá, eu ainda tenho um teletransportador, eu indicarei Xupa até onde vocês devem ir e vocês irão cumprir as ordens, certo?

– Certo, mestre.

Molly não respondeu. Molly observou o falecido Cracker e não sabia se ficava com raiva de seu mestre ou tinha pena do rapaz... Parecia tão jovem, tão cheio de problemas, tão empenhado em salvar Sabaneta, seja lá quem fosse... Molly até que entendia. Já havia enfrentado um Vril, mas não sentia como se esse rapaz fosse um.

Molly se tranqüilizou e então confirmou uma coisa.

– Mestre, ele não chegou aqui por um acaso – disse Molly. – Ele é um recado.

– O que você está dizendo, Molly? – perguntou Xupa.

– Eu estive com esse pressentimento desde que esse rapaz chegou aqui, mas agora que não estou mais no calor da batalha ou com meus sentimentos em chamas posso ver claramente que não é apenas um pressentimento. Isso era verdade. Apesar de energia Vril parecer tudo a mesma merda, é perceptível que existem certas variações em suas vibrações. Essa vibração é idêntica ao cristal Vril presente nos Confins do Universo, Mestre.

– Então seja lá quem a roubou, trouxe-a de volta, mas para quê?

– Eu pensei que você fosse mais esperto, Xupa. Na verdade é uma novidade ver você por aqui, não faz muito tempo que nos encontramos?

– Talvez. – Xupa não tinha certeza, suas memórias das últimas horas estavam confusas por causa das viagens que fez pelos universos e lembrava-se de ter encontrado um outro Molly por lá. – Acho que sim.

– Última vez que ouvi de você, estava matando presidentes.

– Você sabe que isso tudo é conversa fiada.

Molly riu. – Mas, sério, eu pensava que você fosse mais esperto. Mestre, pode indicar para ele o que eu estou dizendo?

Don Ramon preocupou-se, cruzou seus braços e olhou para o horizonte. O dia parecia bonito, tirando o cenário da cidade destruída, o sol até que parecia estar se entendendo muito bem com o céu e com as nuvens. Na realidade uma nuvem estava dando uma visitinha no sol nesse exato instante, estavam conversando cara a cara e isso deu a tudo um ar mais sombrio. Don Ramon já estava preocupado antes, mas agora...

– Eles não têm medo de usar as forças deles para destruírem o que temos desse mundo. Esse é o recado. Mas isso não deve ser nem um zilhonésimo da força que eles têm em mãos. Seja lá quem forem. Fui realmente muito idiota em querer ir tentar destruí-los com minhas próprias mãos... Eu e Mestre do Universo.

– Eles vão usar tudo que tem? – Perguntou Molly.

– São inimigos imprevisíveis. Sinto a presença assassina deles enquanto estou nos Confins do Universo a todo momento, há anos, mas eles nunca atacaram... Algo os impede.

– O que é esse algo?

– Eu.


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