Dizem que a morte não é maior perda da vida, todo mundo morre um dia, e depois de um tempo você supera. Mas afinal quantas coisas perdemos apenas por ter medo de perder novamente ?

Era uma noite fria, e eu estava caçando um demônio,demônios... minha especialidade desde que vi meus pais sendo possuídos e em seguida mortos por esses desgraçados, mas isso não vem ao caso agora.Foi uma caçada rápida e bem sucedida, sai ilesa sem nenhum arranhão. Me dei conta de que estava perto da casa da minha tia Ellen, e decidi ir fazer uma visita já que não vejo ela e minha prima faz tempo. Fui ao bar em que elas "moravam", o Roadhouse , e quando cheguei lá... não acreditei no que vi. Cinzas, era tudo o que havia sobrado daquele lugar, entrei em desespero, liguei para elas inúmeras vezes mas ninguém atendia, e então me lembrei de um caçador que talvez soubesse de algo. Bobby Singer era seu nome, e eu não o conhecia, a única coisa que sabia dele era que ele era amigo da minha tia e da minha prima, e um famoso caçador. Liguei para uns amigos meus e eles me deram um endereço na qual lá eu acharia Bobby Singer. Fui até o endereço e avistei um ferro velho, estacionei meu carro e bati na porta da casa, já estava desistindo quando um cara velho e barbudo abriu a porta.

– Bobby Singer? - perguntei.

– Quem é você? - ele perguntou desconfiado.

– Não interessa que eu sou. Procuro Ellen Harvelle e Jo Harvelle, você sabe ou não onde elas estão? - perguntei na defensiva.

– Bom, se quer respostas, responda as minhas. - disse ele.

– Olha cara, preciso de respostas sim. Mas você não quer dar, vou procurar em outro lugar.

–Entre - ele disse. Fiquei surpresa, mas decidi entrar.

– Então ? Você sabe de alguma coisa, ou to perdendo meu tempo ? - pergunto.

– Ellen e Jo... - ele deu uma pausa.

– O que ? - perguntei com medo da resposta.

–Elas ... faleceram... já faz alguns meses.- ele disse de cabeça baixa. Meu mundo desabou na hora, elas se foram... e com elas o pouco que restava de mim, eu não tinha mais ninguém, estava sozinha. Quando voltei pra realidade estava sentada no sofá, olhando pro nada, as lagrimas desciam do meu rosto sem cessar. Bobby estava sem entender nada, e então perguntou:

– Você está bem? - Meu nome... é Julie Harvelle, sobrinha de Ellen e prima de Jo. Ele me olhou chocado.

– Como eu nunca soube de você?

– Meu nome é tudo o que precisa saber. Como elas... ? - perguntei sem forças para continuar a frase. Fiquei duas horas ouvindo os detalhes da morte delas, e chegou uma hora em que eu não aguentava ficar mais um minuto na casa de um dos homens que foram os "responsáveis" pela morte delas. Peguei as chaves do carro e disse que precisava ir. Bobby então perguntou:

– Você não quer ficar? Não parece estar muito bem.

–NÃO OBRIGADA, EU NÃO QUERO FICAR NA MESMA CASA QUE UM DOS RESPONSÁVEIS PELA MORTE DA MINHA ÚNICA FAMÍLIA.– gritei desesperada, as lagrimas escorriam no meu rosto. Deixei as chaves do carro cair, e sai correndo pela estrada, só conseguia me lembrar do rosto da minha tia e da minha prima, senti uma pancada muito forte e então fui lançada para o outro lado da estrada. E apaguei.

Acordei em uma cama de hospital, e a primeira pessoa que vi foi Bobby.

– Você está bem? ele perguntou.

– O que aconteceu? perguntei.

– Você foi atropelada. - respondeu.

– E como vim parar aqui ?

– Os dois rapazes que eu te falei, foram os responsáveis, eles te levaram para minha casa, e de lá te trouxemos para cá. Um cara entrou no quarto e Bobby o apresentou para mim:

– Este é o Dean.

– Foi mal ai, moça. - Falou Dean meio sem graça. E então outro cara entrou no quarto, era um cara alto de cabelos castanhos, com um olhar confuso, mas parecia ser gentil... e Deus, como ele era lindo.

– Este é o Sam. - Disse Bobby.

E nesse momento eu juro que pensei, Julie não. Mas alguma coisa nele me chamou atenção. Eu me senti atraída, não sei, só sei que senti uma necessidade de conhece-lo. Eu precisava saber o que se passava por trás desse olhar confuso, de quem não tem lugar no mundo... esse olhar que lembrava a mim mesma.