A Dama Solitária escrita por Alice Zahyr


Capítulo 14
Princesinha Mimada


Notas iniciais do capítulo

Hey, oi oi oi, OOOOI! Gente, seguinte, eu senti muita falta de vocês, muita falta de escrever, e tô até meio mal pelo hiatus por que a fic tem que passar, então já peço desculpas :( Por favor, não briguem comigo. Eu tenho ralado demais na escola e quase nunca tenho tempo, e é sério isso, sem contar que deu um bloqueio pra escrever ADS do carambaaaaa :x Mas aqui estou!!!!! Não prometo postar constantemente, porque não sei se poderei, mas prometo que a fic continuará,ok? Só peço um pouquinho de compreensão e paciência de vocês kkkk u_u Olha, os que tem acompanhado a fic, por favor não a deixem, e não fiquem bravos. Ser escritor não é fácil, ainda mais agr q to trabalhando mt num próprio livro *---* Sem mais

Alice



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Angelo tamborilava os dedos na própria armadura enquanto esperava Gabriela acordar. Depois daquela noite, em que, repentinamente, chamas de cor púrpura invadiram o Pavilhão, e Brian apareceu, revelando o significado do transe, Gabriela permaneceu desacordada por quinze horas. A cada hora que passava, algo nela mudava. Seu rosto parecia ficar mais belo, e seus cabelos, mais escuros, estavam praticamente da cor da armadura de Angelo, dourada.

– É tão engraçado. Ela sempre desmaia, e você sempre está com ela - James comentou, entrando no Pavilhão. Angelo não o vira, e levou um sustou.

– James? O que está fazendo por aqui? - ele perguntou.

O mentalista criou uma espécie de rede imaginária e deitou-se nela. Era estranho vê-lo pairando no ar quando ele estava, na verdade, deitado. Angelo ainda não conseguira se acostumar com os dons mentais de James.

– Sabe onde as redes são muito usadas? No Brasil. Elas são da cultura dos indígenas, e são simplesmente perfeitas para se acomodar num dia caótico. - James explicou.

– Hum... - Angelo brincava com as próprias sobrancelhas. - Havia me esquecido de que você nunca responde as minhas perguntas.

James riu.

– Vim me acomodar num dia caótico. Pensei que ficara claro.

Rapidamente, ele adormeceu.

Angelo se levantou e foi em direção as janelas de vidro do Pavilhão. Ele se encostou na parede e começou a observar Cineres. De uns dia para cá, Cineres havia mudado. Se pudesse comparar tal mudança com as estações, diria que a primavera chegara. A Floresta Cinza, ao norte, estava colorida. Flores voavam pelo ar e algumas até mesmo batiam na janela, chocando-se com o vidro coberto por magia e virando pó logo em seguida.

Nada daquilo parecia real - e talvez não fosse, mesmo. Por ser um anjo, Angelo era extremamente sensível à presença de magia - seja ela boa ou má - e a paisagem de Cineres exalava algo estranho. Sentir a magia é como sentir o cheiro de alguma coisa diferente, como intuição, e olhar para aquelas flores que se transformavam em pó provocavam uma sensação diferente nele. O que será que havia de errado ali?

Angelo se aproximou mais da janela, seus olhos ficando dourados conforme se esforçava para se concentrar no que sentia. De repente, levou um susto. Um calafrio percorreu por todo seu corpo, como pequenas faíscas elétricas. Ele virou-se para trás rapidamente, puxando a espada das costas.

Gabriela.

Ela havia acordado.

E ele quase a matara.

Ela olhou para ele com os olhos arregalados, e com voz rouca, disse:

– Desculpe. Não quis assustá-lo - ela lhe deu um sorriso amarelo.

Angelo suspirou, aliviado.

– Você fez isso? - perguntou, guardando a espada na bainha novamente.

Gabriela franziu o cenho.

– Fiz o que?

– Esse calafrio no meu corpo. Como faíscas - Angelo respondeu, ficando sem graça. Droga, eu não deveria ter falado!

– Não - ela riu. - Eu só pensei em você. Na verdade, eu estava sonhando. Com você.

Angelo se aproximou de Gabriela e tomou sua mão, levantando-a do "sofá" improvisado. Olhou para o lado à procura de James, mas ele havia sumido. Mentalistas, sempre sumindo.

Estavam sozinhos.

Gabriela se levantou com certa dormência, mas quando conseguiu firmar-se em pé, uma onda transpassou por seu corpo, como se tivesse sido envolvido em uma brisa arroxeada com nuances douradas. Angelo não pôde deixar de notar como ela estava... Linda. Tão mais bonita que era difícil olhá-la sem querer beijá-la. Seus olhos obtiveram um tom esverdeado como de diamante, seus cílios estavam maiores, a pele, lisa e revigorada, e seus cabelos haviam crescido muito, tomando um tom dourado e com ondas nas pontas.

– Como... Você ficou tão bonita? - as palavras escapuliram de sua boca. Gabriela franziu as sobrancelhas, confusa. - Olhe - ele a levou até uma janela de vidro espelhado.

Gabriela observou-se no espelho, tocando seus cabelos, depois seu rosto. Ela reparou que seu corpo havia ganhado mais curvas, e ela ficara alguns centímetros mais alta.

– Nossa - ela riu, surpresa. - Parece que dormi o sono da beleza.

Enquanto Angelo explicava o que acontecera e os dois se divertiam, rindo daquilo tudo, Mirty subiu as escadas, chegando ao Pavilhão. Ela estava com os cabelos presos bem no alto, seus fios longos, lisos e negros desciam reto até as costas. O barulho de seus saltos batiam firme no chão de pedras.

– Ah, lá vem. - Gabriela sussurrou.

– Vejo que a donzela já acordou. E aqui está o príncipe - Mirty falou com os dois, se aproximando. Havia uma tatuagem que aparecia e sumia nas laterais de seu rosto, como cobras enrolando-se em si mesmas. Gabriela mordeu o lábio na parte de dentro, tentando não se irritar com a Dama.

– A que devo a honra? - Angelo tomou a fala. Mirty levantou uma sobrancelha para ele e rolou os olhos.

– Você fala como se eu precisasse da sua educação. Mas enfim, não vim aqui para esse tipo de conversa. Na verdade, vim falar com Gabriela. Então, agradeço se puder tirar suas mãozinhas dela. Eu prometo não matá-la - Mirty sorriu com falsidade.

Droga, eu nunca consigo me livrar dessa mulher, Gabriela pensou. Angelo olhou para ela e ergueu as sobrancelhas, sorrindo cautelosamente, pois conseguira ler seu pensamento.

Não se irrite com ela. Não vale a pena. E é melhor se acostumar, ele pensou.

***

– O que você quer comigo? - Gabriela perguntou enquanto seguia Mirty por entre escadas que iam aparecendo pelo percurso. De onde vêm tantas escadas?

– É sobre o episódio do transe. Preciso saber se tem algo de errado com você. Acredite, eu estou odiando esse serviço de babá, mas é necessário. As damas também não ficam o tempo inteiro querendo matar os outros em seus tronos - Mirty respondeu, fazendo mais escadas aparecem.

– Se tem algo de errado comigo? Ah, imagine. Eu simplesmente sou uma Imortal, seja lá o que isso signifique, que está ligada a Freia, seja lá quem ela é, e que tem capacidade de absorver a vida de tudo. Ora, por que haveria algo de errado comigo? - Gabriela riu, sentindo a raiva se esvair a cada palavra.

Mirty virou-se para ela e suspirou, abrindo caminho por entre um porão.

– Chegamos. E vê se não reclama tanto assim. Eu gostaria de ser imortal.

– Claro, porque você não se importa em matar ou ferir as pessoas. Você só se importa em ser boa o bastante para machucá-las e de se sentir bem com isso. A sua dopamina me enoja - Gabriela se jogou na cadeira que havia perto da porta. - Agora diga o que viemos fazer nesse porão velho e sujo.

Mirty se aproximou a uma estante cheia de livros, correndo os dedos por eles. Suas unhas afiadas e prateadas eram assustadoras.

– Aqui deve ter um livro que fale sobre o que houve com você.

– E o que exatamente houve comigo? - Gabriela perguntou, aflita.

A Dama virou-se para ela e respirou fundo.

– Você quer que eu diga que você ficou inacreditavelmente mais bonita? - pôs as mãos nas cinturas e voltou aos livros. Parou os dedos em um grande e vermelho, e tirou-o da estante. - Aqui, é esse.

– Magia da beleza, sério? - ela fez uma careta ao ler o título.

Mirty soltou uma risada.

– Sim. Vamos ver o que fala sobre... - folheou os páginas. - A beleza dos imortais. Achei.

Gabriela recostou-se na cadeira e passou as mãos no rosto.

– O que tem de mais nisso? - perguntou, erguendo as mãos.

– Mas como você é chata! - Mirty exclamou. - Eu estou querendo te ajudar, e tudo o que você faz é me encher o saco? Garota! Preste atenção, você ficou quinze horas em transe, e nessas quinze horas, seu corpo todo mudou. Sei o quanto isso parece ótimo, mas preciso saber se há algo por trás dessa beleza toda. Ou você prefere acordar e descobrir que virou um cadáver? - ela ergueu as sobrancelhas, fazendo Gabriela arregalar os olhos. - Então, pronto.

– Hum... O que fala sobre a beleza dos imortais aí? - perguntou, interessada depois de ameaçada.

Mirty correu os olhos pela folha rapidamente. Ao ler tudo, fez uma careta.

– É, não há nada de mais, mas... Digamos que o que aconteceu com você é meio perigoso, ainda. Como você e Freia estão ligadas, parece que você vai ficar meio parecida com ela - Mirty curvou os lábios para o lado.

– Como? - Gabriela desesperou-se.

– Calma, você não vai virar uma sósia de Freia. Quando eu disse parecidas, quis dizer mais em relação aos poderes e personalidade. Olha... Você vai precisar se esforçar para lutar contra sua própria natureza - Mirty pousou o indicador sobre um parágrafo. - Aqui diz que os imortais são seres sedutores, atraídos por vitalidade ou morte e tendem pela maldade, pelo escuro.

– Não. Você não está dizendo que, de repente, eu vou virar um demônio - Gabriela contradisse.

Mirty olhou para ela e arqueou as sobrancelhas.

– Pois seja bem-vinda à você mesma. Agora, você é uma Imortal.

– Mas eu não quero ser essa pessoa. Não é quem eu sou!

– Nem tudo está perdido. Mas admito, não será fácil para você. Vai ter que aprender a lidar com os desejos impulsivos, com as emoções à flor da pele, com a vontade de matar e de seduzir. E não digo seduzir como uma conquista amorosa.

Gabriela olhou para o teto e suspirou. Ah, Deus.

– Me diz que não vou tentar dar em cima de Serena, por favor.

Mirty gargalhou alto.

– A sedução dos imortais não é para o amor. É para matar - a dama explicou.

Gabriela sentiu vontade de chorar. Mirty estava, definitivamente, se divertindo muito.

– O que há de bom em ser imortal? - perguntou, cedendo à tudo.

A dama olhou para ela, ali, desesperada em se tornar alguém tão horrível, e até sentiu uma pontada de pena.

– Isso só você vai descobrir. Gabriela, é melhor você saber logo que mudar é algo normal, ainda mais aqui em Cineres. Todos nós temos de passar por isso. Os poderes requerem que sejamos fortes, imbatíveis, inabaláveis. Quanto maior o seu poder, maior a mudança. Maior a capacidade de destruir, maior o desejo de dominar. É por isso que Freia está sozinha. Ela é extremamente poderosa para viver em sociedade.

Gabriela guardou as palavras de Mirty em sua mente. Quando abriu a boca para perguntar outras coisas, no entanto, se viu no meio do Pavilhão outra vez. Ela estava pendurada no teto, pelo lustre.

– Droga - resmungou. - Obrigada, Mirty!

***

Elizabeth treinava perto da Zona junto com Logan. Aproveitavam o tempo aberto para usar a habilidade de transformação de Elizabeth e de usar o fogo de Logan.

Os dois treinavam corpo a corpo, quando Elizabeth surpreendentemente se transformou num enorme urso pardo. Logan cambaleou para trás e quase caiu no chão, apoiando-se num cajado de fogo que ergueu da terra.

– Eu odeio ursos! - ele choramingou.

Que pena! pôde ouvir Elizabeth rindo em sua mente. Ela tinha o poder de telecinese quando se transformava. Logan rolou os olhos e se levantou. Jogou o cajado em chamas na direção do urso, que se transformou num fogo abrasador em círculos, impedindo Elizabeth de se movimentar.

Logan bateu as mãos, liberando fuligem dos dedos, e declarou vitória. No entanto, Elizabeth de repente se transformou em humana novamente e caiu no meio do círculo de fogo.

– Elizabeth! - ele correu em sua direção, erguendo seu corpo nas mãos. - Elizabeth!

Logan ouviu alguém correndo em sua direção.

– Hey! - era Brian. Ele chegou rapidamente perto de Elizabeth. - O que houve?

– Ela caiu e não quer acordar! Juro que o fogo não era forte o bastante para matá-la! - Logan explicou.

Brian colocou as mãos em Elizabeth e fez surgir um paralelepípedo acima de seu coração. O paralelepípedo pulsava no mesmo ritmo.

– Ela está viva. Acho que o que aconteceu não tem a ver com fogo. Eu... Sinto algo estranho aqui.

– De que direção? - Logan perguntou.

– Dali - Brian apontou para o norte, onde uma rocha enorme se erguia do chão, separando Cineres da Terra das Sombras.

O mágico se levantou e pousou os olhos na rocha.

– Há alguém nos observando.

Logan pôs Elizabeth no ombro e se levantou em seguida.

– É um servo das sombras? - perguntou.

– Não sei. Mas sei que pertence ás Sombras. Sua presença é muito forte. Meu poder enfraqueceu só de tê-lo sentido - Brian respondeu, fazendo surgir um chapéu fedora cinza e colocando-o na cabeça. - Vem, vamos embora.

Os dois saíram correndo dali. Logan tentava se concentrar na respiração de Elizabeth, preocupado com a vitalidade da Bellator transmorfa, mas Brian volta e meia olhava para trás, em direção ao rochedo.

***

Gwen saiu do alto do rochedo e se teletransportou até o Castelo das Sombras, jogando o binóculo no ar. Ao entrar pela janela, jogou a jaqueta no chão e se esparramou em sua cama luxuosa de pena de ganso.

Kyle entrou em seu quarto com uma espécie de computador nas mãos.

– Conseguiu alguma informação? - perguntou.

Gwen suspirou.

– Eles vazaram, mal pude ouvi-los. - num estalo de dedos, Gwen fez um coquetel aparecer em suas mãos.

Kyle a olhou com repreensão.

– Você só sabe bancar a princesinha mimada, né?

Gwen deu um gole e então se levantou, ficando de frente para o irmão. Sua agilidade as vezes o assustava.

– Eu banco quem eu quiser bancar, irmãozinho. Agora vê se me deixa em paz, porque sou eu quem ainda estou sendo boazinha e fazendo o trabalho pra você - ela colocou o dedo no peito de Kyle. - Sabe o que eu acho?

– O que? - ele afastou a cabeça dela.

– Que você tem achado que manda em mim - Gwen ergueu a sobrancelha. - E eu vou ter que te provar que ninguém manda em mim.

Kyle respirou fundo, tentando manter a paciência, quando Gwen passou pela porta do quarto e uma rajada de vento a acompanhou, bagunçando os cabelos dele.


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Notas finais do capítulo

Comentandooooooooooooooo



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