Hero escrita por Hyori


Capítulo 9
Capítulo 09 — Estranhos Desejos.


Notas iniciais do capítulo

Yae Pessoal ! Nem acabou o primeiro tempo do jogo do Brasil e os negos estão sendo massacrados pelos Alemães ;-; Eu gosto da Alemanha, mas queria ver um golzinho da nossa seleção - ou do David Luiz pra ser mais precisa :/ - (e quem te perguntou -qq)

Bem gente, primeiramente: Sinto muito pela demora. É que esse capítulo me deu problemas e muito trabalho, escrevi 3 histórias diferentes e nenhuma delas não tinham nexo -qq O próximo já está em andamento, vou tentar postar até domingo para compensar ^^' Boa leitura :D

(Editado dia 17/08/2014)



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[Naomi POV]


— Estou indo! – gritei enquanto saía de casa a passos rápidos em direção à faculdade.

Um mês. Já se foi um mês desde o dia que o ruivo me beijou naquela escada por acidente. Não foi exatamente um beijo, mas como nossas bocas se encontraram rispidamente posso calcular como algo assim. Não que eu esteja desejando mais disso, na verdade estou aliviada que ninguém tenha descoberto e que Rosely também não tenha ficado chateada, embora que às vezes a pego com os olhos distantes como se estivessem cegos à realidade enquanto sua mente possivelmente estivesse possessa em pensamentos remotos. Sempre falamos sobre vários assuntos, mas todas as vezes que peço para ela dizer como foi sua vida no Canadá ou sobre namoro ela retém o pé enquanto muda de assunto. Hoje faço meu trajeto sem a morena já que a mesma me enviou uma mensagem dizendo que estava atrasada, pois tinha acabado de acordar. Essa não é a primeira vez que ela faz isso, desde o incidente ela tem se atrasado várias vezes no decorrer da semana. É estranho, mas não que seja anormal.

Ao chegar à universidade, fiz meu percurso direto para a sala de aula, e no corredor avisto o ruivo encostado na parede com seus fones de ouvido, coisa que ele faz todos os dias desde que notei sua presença. Como combinado, finjo que não o conheço e sigo meu caminho ignorando-o com o intuito de não causar problemas, porém assim que me aproximei dele hoje pela manhã escutei um sussurro dizendo:

— Olha o que temos aqui... – sorriu enquanto ele me olhava com astúcia.

Pausei minha caminhada por um segundo, mas logo prossegui em direção à minha sala sem dar importância. Embora não tenhamos nos encarado devidamente, senti que seus olhos me perseguiam ofuscando a minha presença com a dele. Me sinto nervosa, sei que seu objetivo é me provocar, mas ao mesmo tempo tenho uma sensação fria percorrer minha corrente sanguínea, como uma premonição. Desejo que isso desapareça, e que os problemas não se atraiam a mim.


[Castiel POV]


Já faz um tempo desde o dia que despenquei daquela escada sobre aquela garota, e apesar dela não seja do tipo de pessoa que chame a atenção, com o passar dos dias, aos poucos, passei a notar sua presença onde quer que ela esteja. Fiquei surpreso quando a vi passando pelos corredores algumas semanas atrás, no entanto não falei nada já que certamente isso atrairia problemas. Contudo, hoje não consegui resistir e tive que sussurrar algo para ver sua reação já que todas as vezes que ela passa seu rosto se envermelha de vergonha como se ela fosse morrer. Tenho consciência que minhas ações são infantis, a única coisa que me incomoda é por que estou agindo assim. Bem, eu sou o Castiel, coisas como esta naturalmente fluem de mim. Não acho que seja nada de mais, isso mesmo, não é nada.


[Rosely POV]


— Ah, cheguei a tempo... – sussurrei ofegante enquanto corria para minha sala de aula.

— Bom dia. – disse Nathaniel, saudando-me pela manhã. — Atrasada de novo, hum?

— Ah, é... – disse respirando com mais tranquilidade enquanto sentava-me em meu lugar.

— Algum problema?

— Não é nada, é só um pouco de preguiça.

— E eu ainda tenho a coragem de perguntar se está tudo bem... – murmurou torcendo um olhar irritado para mim enquanto afagava sua testa com a mão, jaz aborrecido.

— Eu estou brincando, não leve isso tão a sério. Pode deixar que vai ficar tudo bem. – disse sorrindo.

Já se foi um mês desde o dia que aquela carta chegou, e é claro que eu ainda não a respondi. Toda manhã olho para ela enquanto preencho minha mente de pensamentos inúteis. Amigos? Ele é tão frio, simplesmente solta essas palavras com naturalidade como se não se importasse com tudo o que aconteceu entre nós, demonstrando indiferença. Não é que eu não queira respondê-lo, simplesmente não consigo escrever nada já que as coisas ainda giram em minha cabeça perturbando-me com teorias densas de como tudo poderia ser diferente. Graças a isso meus atrasos para a facul se tornaram rotina já que levo um tempo para dormir pensando nisso, e quando acordo sempre fraquejo em tentar escrever algo para ele, embora cada tentativa seja baldia.

No decorrer das semanas, Kim, Nao e eu temos nos visto sempre que possível, e quase todos os dias vamos juntas para casa contando histórias aqui e acolá sobre um assunto qualquer. Castiel e Ambre se acalmaram, tudo ficou pacífico desde minha mudança de turma, e raramente os vejo perambulando pelos cantos da escola. Também faz um tempo que não vejo Lysandre desde aquele dia no jardim, embora todas as vezes que nos esbarramos eu simplesmente sorrio e imediatamente viro as costas para ele, numa fuga com o intuito de evitar problemas. Desde meu primeiro dia nessa classe Leigh e eu raramente conversamos, nós nunca tivemos um diálogo que tivesse mais de três ou quatro frases. A única pessoa que restou foi Nathaniel, que sempre me ajuda em momentos quanto aos quais eu não entendo nada, socorrendo-me em todas minhas necessidades.

— Ah, Rosely, tenho algo para te dizer. – disse o loiro enquanto voltava seus olhos cor de mel para mim. — Você ainda não entrou em nenhum clube, não é mesmo? É necessário que você ingresse em um pelo menos, é o que a diretora me pediu.

— Sério? Eu pensei que coisas assim não existissem na faculdade.

— Pois bem, aqui está uma folha com todos os clubes que temos na escola. Veja um que você se identifique e tente conhecer um pouco sobre ele. Caso goste é só se inscrever e participar.

— De qual você faz parte? – interroguei enquanto pegava a folha com as diversas opções de clubes de nossa escola.

— Eu não faço parte de nenhum, já que sou um representante estudantil.

— Ah, é verdade. – falei enquanto sorria. – Ah, tem um clube de vôlei!

— Sim, não faz muito tempo que o fizeram, acho que foi criado no ano passado.

— Quando estava em Quebec eu fui líbero do time da nossa escola.

— Sério? Então você deveria conhecê-lo, já que você se identificou. Durante o intervalo eu posso te levar até eles se você quiser.

— Ah, não se preocupe, já consigo andar sozinha por aqui. – respondi.

— Ah, tudo bem então – respondeu. – Está preparada para a prova de literatura amanhã?

— Prova de literatura? Eu não fiquei sabendo disso!

— É porque você cochilou enquanto eu dava o aviso a pedido do professor ontem de manhã... – disse, franzindo as sobrancelhas enquanto me olhava.

— Opa... – sussurrei.

— Bom dia classe! – disse o professor Dimitry enquanto entrava na sala de aula.

— Eu nunca mais vou dormir... – sussurrei para Nathaniel, enquanto o mesmo sorria gentilmente para mim com uma expressão mais relaxada como se minha desgraça lhe agradasse.

Ele é tão inteligente e sua beleza é tão singela que sinto vontade de olhá-lo fixamente sem piscar. Nathaniel sempre foi afável desde o dia que cheguei antes mesmo de eu me mudar para sua sala. Seu olhar é tão caloroso quanto aquele sol agradável que surge em um dia frio, e sua voz é tão suave como um carinho feito no rosto por uma mão macia e quente. Ele tem uma ingenuidade discreta, e todas as vezes que eu faça algo equivocado franze as sobrancelhas enquanto descarrega em mim um olhar cansado, como se quisesse me punir. Por termos quase que a mesma personalidade todas nossas conversas são confortáveis, embora estas tenham sido poucas. Ah, esse meu fetiche... Não é a toa que eu não me sinta bem quando vejo seus olhos direcionados a mim, como agora quando nossas íris se encontraram numa leviana surpresa enquanto minha mente se preenche de pensamentos.

— O que foi? – perguntou.

— Nada, só estava pensando em como você é legal. – respondi.

— Não seja boba, preste atenção na aula em vez de pensar besteiras. – e lá se foi mais um olhar grosseiro do loiro descarregado com mais intensidade que o normal. — Eu não sou nada legal, não se iluda.

— Sim, claro, o mesmo vale para você. – disse com tom sátiro enquanto sorria com uma expressão relaxada observando o rosto do loiro corar junto com um suspiro pesado buscando calmaria.

Não posso dizer que confio nele ou algo parecido, mas sinto algo ameno progredindo ao vê-lo com essa expressão tão fresca. Não que essa tranquilidade seja por causa dele, mas me sentiria melhor se essa calmaria continuasse. Que assim seja.


[Nathaniel POV]


Rosely Violet, nascida em Quebec City, Canadá. Desde sua chegada e do nosso primeiro encontro senti-me bem ao vê-la com meus próprios olhos já que fiquei curioso somente ao ler seu nome na lista de alunos transferidos. Ela é uma garota silenciosa, no entanto sempre é agradável quando conversamos, mesmo que nosso assunto seja sobre um trabalho que deve ser entregue no final do mês.

Rosely é natural e transparente, é sincera, e deixa claro quando não quer estar próxima a alguém, e graças ao seu caráter muitas vezes ela constrói um Muro de Berlin invisível com o intuito de se auto-proteger, além de fugir de qualquer assunto que é relacionado a problemas, ou resumidamente sobre Castiel. É fácil lê-la e interpretá-la, e é curioso estar ao lado dela também.

Quero conhecê-la um pouco mais, quero estar perto dela por um segundo a mais, quero saber tudo que ela pensa. Faz tempo que não me sentia assim, tenho construído uma imagem viril por anos e até agora não deixei nenhuma rachadura em minha armadura de aço resistente a qualquer pessoa ou assunto, onde o meu propósito é alcançar a perfeição. E foi assim que o tempo trouxe esses pensamentos estranhos para minha mente, não importa quantos minutos passem, é só nisso que eu reflito.


[Rosely POV]


— Clube de vôlei, clube de vôlei... – sussurrei enquanto caminhava por um corredor semi deserto em busca desse tal clube que quanto mais procuro, menos encontro. – Será que eu deveria ir ao ginásio...

Neste instante, no final do corredor escuto alguns sons abafados vindos de uma das portas que se localizava debaixo de uma escada que levava para o quarto andar. Decidi voltar meu percurso e não ser curiosa, mas logo aqueles barulhos sufocados deram formas a uma voz masculina que cantarolava uma melodia aparentemente familiar. A canção a capela transbordava tranquilidade e benevolência, me senti atraída por aquelas notas suaves e encantadoras como se estivesse escutando um canto de uma sereia que me fazia caminhar cegamente em direção ao mar, embora fosse evidente de que tal voz pertencia a um garoto. Sei que não deveria bancar a bisbilhoteira, mas meu corpo se moveu por livre e espontânea vontade até o local onde tal ode me seduzia, e em passos de um gato astuto me aproximei sem fazer nenhum ruído com o intuito de ouvir um pouco mais daquela canção. No entanto, antes que meu plano fosse concluído, senti uma mão tocar meus ombros com delicadeza, e assustada me virei rapidamente para ver quem havia me descoberto. E para minha surpresa era nada mais nada menos que:

— Leig-!.

— Shii, não faça barulho, ele tem um bom ouvido e poderá escutar você. – disse Leigh enquanto abafava minha voz tampando minha boca com sua mão enquanto me olhava com olhos frios – O que está fazendo aqui?

— Estou perdida... – sussurrei.

— Pensei que você sabia andar por aqui, como você deve ter percebido este não é o corredor dos clubes. – disse com um tom de voz viril como se estivesse me dizendo indiretamente que eu não deveria estar ali.

— Ah... – disse um tanto sem jeito ao ouvir sua voz grave dizer tal frase com frieza. — Eu estava segura de que poderia fazer isso sozinha, então...

— Venha comigo, eu te levo até lá.

— Não se incomode, só me diga o caminho que eu mesma encontrarei.

— Venha. – disse em tom imperativo enquanto virava as costas para mim e caminhava a minha frente. Senti que não tinha nenhuma opção, então decidi segui-lo para evitar qualquer problema. — Como você conseguiu ir lá? Quase ninguém vai até aquele corredor.

— Eu só caminhei achando que era o caminho certo, e quando dei por mim já estava perdida.

— Você ainda não está acostumada, já que aqui é muito grande. É normal, eu acho. O que você queria indo até aquela sala?

— Eu escutei uma voz, e insanamente caminhei até ela. Eu não ia entrar, só queria escutá-la um pouco mais porque era agradável...

— Agradável, hum... – suspirou enquanto permanecia com seus olhos para frente. — Não acho uma boa ideia você ir até lá, se aquela pessoa descobrir...

— Eu não irei, como eu disse eu acabei lá por estar perdida.

— Que clube você quer ir? – interrogou mudando de assunto.

— O de vôlei. – respondi.

— Hum... – suspirou. — Aqui estamos. Esse é o corredor de clubes relacionados à esporte e lazer, se você descer essas escadas encontrará várias salas de aulas, e todas elas tem nomes de clubes pendurados em suas portas.

— Ah sim, obrigada... – respondi.

— Eu já estou indo então. Tenha mais cuidado da próxima vez.

— Sim, claro. – assenti com a cabeça enquanto dava as costas para ele e desci os degraus daquela escada sem olhar em seus olhos negros. Exatamente como eu pensei Leigh é uma pessoa de personalidade extremamente fria, não imaginava que ele fosse tão sério, sem sombra de dúvidas o moreno é bem mais viril do que o Nathaniel. No final das costas, embora fosse familiar, não consegui reconhecer aquela canção de agora a pouco, e a voz do suposto garoto que a cantarolava permanece em minha cabeça monopolizando todos os meus pensamentos.

Eu quero escutá-la mais uma vez.

Não preciso saber de quem a canta, somente escutá-la seria o suficiente. Quero que isso um dia aconteça, e quem sabe isso seja possível. Até lá, devo me preparar primeiro para entrar nesse clube e me esforçar para fazer o meu melhor, assim como aquela voz que sem muito esforço sutilmente roubou meus pensamentos. Sim, é isso que eu desejo.


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Notas finais do capítulo

Alguém aqui gosta de Rolling Stones ? Tá aí uma dica para os próximos caps 'hehe , e perdoai os meus pecados e atrasos, pois sou uma humana também *~ le dá outra dica novamente~* Beijos !



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