Os Nove Magos escrita por PolarBear


Capítulo 2
A Escolha


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, um capítulo mais recheado desta vez. Boa leitura!



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A cada passo que dou me sinto mais ansiosa. O caminho é repleto de árvores e, raramente, pokémons aparecem para ver o que está passando por ali.

Depois de mais ou menos dez minutos de caminhada, avisto uma placa:

“Cidade de New Bark”

No exato momento que leio a placa, meus dedos começam a tremer. Eu estava MUITO nervosa.

Penso nas palavras de minha mãe: “Você vai ser uma ótima treinadora, nesses anos sinto que você nasceu para isso” e instantaneamente me acalmo.

Entro na cidade: calma, com poucas casas que tinham geralmente telhados de cor verde. Ventava constantemente, o que me fazia parecer com uma expressão desajeitada pois o vento espalhava meu cabelo pelo meu rosto.

Por outro lado, o mesmo vento morno me acolhe e me faz sentir segura.

Quando avisto o laboratório, meu coração dispara. Com tijolos brancos, duas chaminés e uma porta vermelha, eu tinha certeza, era o laboratório.

Desesperada mas ao mesmo tempo maravilhada, procuro por uma conformação da “identidade” daquela estrutura. Eu viro e reviro as paredes externas do prédio até que sem querer bato na porta com o meu pé.

Por um instante tudo para. Aquilo não era para ter acontecido. Dentro de mim imploro para ninguém atender a porta.

Enquanto estava me culpando por ser desajeitada e teimosa, ouço passos vindo de dentro da casa, se aproximando. Eu fico tensa. Quando a fechadura se move rangendo estou prestes a sair correndo e gritando. Mas, diferentemente do que imaginava, quem abre a porta é um senhor sorridente e desajeitado como eu.

– Bom dia, sou o Professor Elm e você deve ser..? – diz o homem, me avaliando mas ao mesmo tempo sorrindo.

– Lucy. – respondo.

– Mas é claro! – ele põe a mão na testa e abaixa a cabeça e olha para mim, sorridente. – Entre!

Eu fico feliz por ele não ter notado (pelo menos eu acho que não) minha cara de preocupada ou o meu suor do nervosismo.

O professor vestia um jaleco branco do qual transbordavam inúmeros papéis dos bolsos. Ele tinha óculos achatados que faziam ele parecer... como poderia falar isso sem ser de um jeito muito ofensivo... intelectual demais. Seu cabelo castanho era um pouco bagunçado, e devo presumir que a razão seria as suas longas pesquisas e o trabalho. A única coisa que ele tinha não tinha em excesso era sua barbicha e cabelo.

Ele me leva até o canto esquerdo da vasta sala e eu finalmente as avisto: as três pokébolas. Redondas e brilhantes, refletem a luz em seu casco vermelho e branco.

– Vejo o brilho em seus olhos. Sua mãe me contou que você tem esperado bastante tempo. – ele finalmente diz.

– Realmente... estou bem ansiosa! – concordo, radiante.

Ele passa a mão levemente em cima das pokébolas, com o objetivo de me mostrar, e pega uma delas e diz:

– Estes são Pokémons raros... Apenas concedidos aos treinadores que iniciam sua jornada aqui, em Johto.

– Sim, eu estudei sobre isso. Não sei exatamente a ordem, mas essas três pokébolas são Chikorita, Cyndaquil e Totodile. – sorrio, querendo mostrar meu desempenho.

– Isso mesmo! – ele ri, surpreso. – Este que estou segurando é a Pokébola de Chikorita, o Pokémon de tipo Folha!

Ele aperta o botão central e joga a pokébola entre nós dois, e um clarão de luz com cores variadas ilumina a sala por um segundo. Quando este desaparece, dá o lugar à um Pokémon verde claro, com olhos vermelhos e uma folha na crista de sua cabeça. Era Chikorita. Nunca tinha visto um Pokémon tão de perto.

O pequeno ser batia mais ou menos no meu joelho, sem contar com a folha. E eu sou baixa.

A Chikorita pulava alegremente, como um convite para o pegar no colo, e o fiz. Sua “pele” era sem pelos, porém macia ao toque. Seu calor corporal esquenta minhas mãos e meu peito. Eu a acaricio.

Cegamente radiante diante daquele Pokémon, esqueço o mundo lá fora, até que o Professor me manda colocá-lo no chão. A Chikorita olha para mim um pouco triste mas fica parada no mesmo lugar que a deixei. Acho que ela gostou de mim, o que me faz ficar muito feliz, feliz até demais.

Elm pega a segunda pokébola e a joga no centro, como da primeira vez. O mesmo brilho aparece, mas em vez de uma Chikorita, o Pokémon que aparece é um Cyndaquil.

– Este é Cyndaquil, o Pokémon tipo Fogo!

Ele corre em círculos, fica em duas patas e olha para mim. Eu abaixo e acaricio. Seu pelo parece veludo, tanto a parte bege de seu corpo quanto a azul-marinho. Ainda na parte azul-marinha há quatro formas ovais vermelhas, das quais sai fogo quando está lutando ou quando está simplesmente feliz.

Eu o levanto. Seu pequeno corpo cabe perfeitamente em meu colo. Ele se levanta e esfrega seu “biquinho” achatado em minha bochecha, demonstrando amor.

O ponho no chão, e ele se acolhe perto da minha perna. Particularmente, gostei do Cyndaquil.

Enfim, a terceira pokébola é jogada bem na minha frente, e percebo que Cyndaquil se assustou um pouco. Dela sai uma criatura azul, com dentes afiados, mas que não poderiam me cortar. Suas costas possuem escamas pontiagudas em linha reta, até o fim de sua cauda, com tamanho variado. Em sua barriga, há uma linha em forma de seta.

– E por último, Totodile, o Pokémon tipo Água!

Ele parece estar feliz e ao mesmo tempo disposto para me acompanhar na aventura que me espera, pretendendo vencer em cada luta. O bichinho determinado faz um show de grunhidos e pulinhos. Eu o levanto no alto e o giro. Ele se contagia, fecha os olhos e dá um gritinho feliz. Eu o ponho no chão, olho para suas pupilas negras e sorrio.

Diferente do Cyndaquil, sinto uma ligação entre mim e o Totodile. Mas o Cyndaquil, não deixa de sair do primeiro lugar.

– Então Lucy, qual você escolheu? – ele me pergunta, após assistir tudo atenciosamente.

– Eu acho que... o Cyndaquil.

– Ótima escolha! É para presente? – brinca.

Eu rio, e recolho meu Pokémon em meus braços. Elm me dá a pokébola. Com certeza, o momento mais feliz da minha vida.

Depois de tudo, eu e o Professor conversamos um pouco sobre cada Pokémon, ele me perguntou qual foi minha sensação. “Dois cientistas”. Seria o que minha mãe pensaria se nos visse agora. Ele disse que já tinha sido um treinador, mas se aposentou com o tempo e decidiu se dedicar aos estudos.

Agradeço mais de cem vezes por toda a atenção que ele teve por mim. Fora de casa, ele me entrega cinco pokébolas vazias para capturar alguns pokémons (ele disse que eu já estava preparada), nós nos despedimos e Elm me deseja boa sorte. Diz que minha mãe tinha razão quando suas palavras saíram de sua boca.

Saio da cidade, com Cyndaquil em meu ombro. Me sinto confiante, pronta para começar a jornada. O treinamento de dois anos valeu a pena.


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